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CNT critica qualidade do biodiesel e defende biometano

O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Vander Costa, disse nesta 4ª feira (10.set.2025) que o setor ainda não avançou na descarbonização da frota pesada porque o biodiesel usado no Brasil tem baixa qualidade. Segundo Costa, a mistura obrigatória no diesel, hoje em B15, pode causar mais emissões do que versões anteriores. eldquo;O B15, hoje, faz com que o caminhão polua mais do que o B8 de 10 anos atrás. Estamos regredindoerdquo;, afirmou durante o seminário eldquo;Logística verde para impulsionar um país mais competitivo e descarbonizadoerdquo;, realizado em Brasília por Poder360, MoveInfra e Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base). O presidente da confederação afirmou que o problema está na qualidade do biodiesel ao longo da cadeia de abastecimento. Costa declarou que, embora o produto funcione bem quando sai da usina, ele se deteriora no transporte e na mistura com o diesel até chegar ao caminhão. eldquo;Na usina é bom, não tem dúvida nenhuma. Mas, na hora em que esse percurso chega numa cadeia de abastecimento, que passa pelo transporte para a distribuidora, a mistura com o diesel, o transporte por ponto de abastecimento, e chega no caminhão, ele já está perecido. Já criou algumas borras que perdem rendimentoerdquo;, disse. Ele defendeu o biometano como alternativa mais eficiente e disse que a CNT negocia com produtores de biodiesel para realizar testes em toda a cadeia produtiva. Para ler esta notícia, clique aqui.

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ANP deve notificar Ream por formulação de gasolina e diesel

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deve notificar a Refinaria de Manaus (Ream) pela atuação como formuladora de combustíveis, enquanto as instalações de refino seguem paralisadas. A Ream estaria descumprindo a função para a qual foi autorizada, que é refinar combustíveis. Controlada pelo Grupo Atem, a Ream nega que esteja atuando fora da regulamentação da agência. A ANP afirmou que as penalidades vão depender dos desdobramentos do caso. A refinaria suspendeu, a partir de abril de 2024, a operação de duas unidades de produção devido a manutenções programadas, por um prazo de 12 meses. Porém, as unidades não voltaram a operar com regularidade e a Ream passou a realizar formulação de combustíveis, o que, segundo a agência, só é permitido quando a refinaria está ativa. Formulação e refino são processos produtivos diferentes na produção de gasolina e óleo diesel. A formulação se dá com a mistura de aditivos e hidrocarbonetos líquidos, de forma mecânica. No refino, a gasolina e óleo diesel são obtidos por destilação - aquecimento do óleo cru em altas temperaturas. Em tese, não há distinção entre gasolina ou diesel A ANP não permite que refinarias por ela autorizadas atuem com formulação de combustíveis eldquo;de forma exclusivaerdquo;, deixando de processar o petróleo como refinaria. Uma resolução da ANP permite que refinadores possam exercer formulação, mas de forma eldquo;não exclusivaerdquo;: a refinaria não poderia deixar de refinar petróleo para fazer formulação de combustíveis. Documento da agência ao qual o Valor teve acesso, confirmado pela ANP, diz que a Ream comunicou o religamento de uma das unidades por 12 dias, a partir de 26 de agosto deste ano, para processar 6 mil metros cúbicos de um tipo específico de petróleo e que desativaria a unidade por até 12 meses. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Operador Nacional de Combustíveis é incompatível com mercado brasileiro, diz IBP

A criação de um Operador Nacional do Sistema de Combustíveis (ONSC) é incompatível com a realidade do mercado brasileiro, disse a diretora executiva de Downstream do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Ana Mandelli, em entrevista ao estúdio eixos na Rio Pipeline eamp; Logistics, na terça-feira (9/9). eldquo;Esse Operador Nacional de Combustíveis foi criado num paralelo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e o nosso mercado não funciona dessa forma. A gente não coloca um elétron num grid [rede] e ele vai passear. Nós dependemos de vários agentes distintos que não têm como trabalhar de maneira conjuntaerdquo;, afirmou Mandelli. O deputado Julio Lopes (PP/RJ) propôs o ONSC em maio do ano passado, no PL 1923/2024. O objetivo é que seja um sistema automatizado de monitoramento de combustíveis para combater fraudes com participação de agentes do setor. A matéria aguarda votação na Comissão de Minas e Energia após o deputado Júnior Ferrari (PSD/PA) apresentar relatório pela aprovação do projeto, com substitutivo. A diretora do IBP defende que outras ferramentas são mais efetivas, como o compartilhamento de notas fiscais entre Secretarias de Fazenda e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) eldquo;Essa sim é uma ferramenta extremamente importante para que a ANP possa seguir o trabalho dela de forma mais profunda e identificar com muito mais velocidade. O que ela já vem fazendo hoje ali com as poucas ferramentas que ela temerdquo;, disse. O tema está em discussão na Câmara dos Deputados por meio do projeto de lei das Notas Fiscais (PL 109/25), que autoriza a ANP a acessar dados da Receita Federal para combater sonegação. Mandelli abordou ainda a expectativa do setor sobre a regulamentação do mandato de combustível sustentável de aviação (SAF) e a dificuldade de descarbonizar a aviação. Veja a seguir os principais temas abordados na entrevista: Logística no mercado de petróleo e gás; Operação Carbono Oculto; Importância da atuação da ANP na fiscalização do mercado de combustíveis; Importância do decreto de regulamentação do Combustível do Futuro no mandato de SAF.

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Petrobras realiza primeiros testes de SAF em refinaria

A refinaria Henrique Lage (Revap) da Petrobras, em São José dos Campos (SP), realizou os primeiros testes para a produção de SAF, o combustível sustentável de aviação, a partir do processamento conjunto de óleo vegetal em mistura com petróleo. A ideia é que, futuramente, esse SAF substitua o querosene convencional sem necessidade de modificações nas aeronaves ou na infraestrutura de abastecimento. Segundo o gerente geral da Revap, Alexandre Coelho Cavalcanti, a mistura exige um investimento menor porque usa ativos existentes. A partir de 2027, as companhias aéreas no Brasil deverão começar a usar, obrigatoriamente, esse tipo de combustível, com base na Lei do Combustível do Futuro e da fase obrigatória do CORSIA, programa da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para redução e compensação de emissões de CO2 provenientes dos voos internacionais. Recentemente, a refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, obteve a autorização da ANP para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na produção de SAF. A previsão é que, a partir dos próximos meses, a refinaria inicie a produção para comercializar.

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IPCA registra deflação, puxada por energia, alimentos e transportes

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de agosto ficou em -0,11%, 0,37 ponto porcentual abaixo da taxa de 0,26% registrada em julho. É a primeira deflação mensal desde agosto do ano passado. O resultado da inflação oficial ficou um pouco abaixo da mediana das projeções do mercado, de recuo de 0,16%, dentro de um intervalo de -0,27% a -0,07%. Especialistas afirmam, porém, que o resultado é transitório e não há indicativo de uma melhora estrutural nos preços ( mais informações na pág. B2). No ano, o IPCA acumula alta de 3,15% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,13%, abaixo dos 5,23% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2024, a variação havia sido de -0,02%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC) é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%). De acordo com o IBGE, no mês passado, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados vieram com variação negativa, destacando-se os três de maior peso no índice: habitação (-0,90%), alimentação e bebidas (-0,46%) e transportes (-0,27%). No lado das No ano, o IPCA acumula alta de 3,15% e, nos últimos 12 meses, o índice sobe 5,13% altas, as variações ficaram entre o 0,75% de educação e o 0,40% de despesas pessoais. No caso do grupo habitação, a queda registrada no mês significa o menor resultado para um mês de agosto desde o início do Plano Real, segundo o instituto. Para essa queda, houve a contribuição decisiva da energia elétrica residencial, que registrou queda de 4,21% em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu (um repasse que ocorre quando há saldo positivo na Conta de Comercialização da Energia Elétrica da usina), creditado nas faturas emitidas no mês de agosto. eldquo;Ressalta-se que, em agosto, estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 kWh consumidoserdquo;, diz o IBGE. O grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso no índice, apresentou queda na média de preços pelo terceiro mês consecutivo (-0,18% em junho e -0,27% em julho). eldquo;A queda de agosto foi influenciada pela alimentação no domicílio, que caiu 0,83%, após a redução de 0,69% em julho, com destaque para as quedas do tomate (-13,39%), da batata-inglesa (-8,59%), da cebola (8,69%), do arroz (-2,61%) e do café moído (-2,17%)erdquo;, informa a nota do IBGE. A alimentação fora do domicílio registrou desaceleração na passagem de julho (0,87%) para agosto (0,50%). O subitem lanche saiu de 1,90% em julho para 0,83% em agosto, e a refeição foi de 0,44% em julho para 0,35% em agosto. Ainda de acordo com o IBGE, a variação no grupo transportes (-0,27%) reflete a queda nas passagens aéreas (-2,44%) e nos combustíveis (-0,89%). ebull;

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ANP interdita base fantasma usada por distribuidoras na mira da Carbono Oculto

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) interditou na sexta-feira (5/9) uma base fantasma de distribuição de combustíveis em Iguatemi (MS). Das 24 empresas que utilizavam o local como eldquo;barriga de aluguelerdquo;, oito são investigadas pela Operação Carbono Oculto. São elas: Imperio, Maximus, Arka, Safra, Alpes, Petroriente, Start e Orizona. Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP/SP), Imperio e Maximus estão no núcleo de investigados ligados Mohamad Mourad, dono da formuladora Copape. A Arka, por sua vez, está conectada ao ecossistema da Copape, com ligações operacionais com a Amapapetro emdash; empresa de importação sob investigação fiscal e, segundo o MP/SP, ponte entre a rede criminosa e o mercado financeiro. A Safra é presidida por Armando Murad, irmão de Mohamad. A Alpes compartilha endereço com a Safra e integra o conjunto de distribuidoras vinculadas à rede Rodopetro, que por sua vez, é ligada à Refinaria de Manguinhos (Refit). Petroriente e Start são apontadas como integrantes do grupo de distribuidoras com indícios de formação de cartel. Já a Orizona foi identificada como central no esquema da organização criminosa liderado por Mohamad Hussein Mourad. Tem forte ligação com a Rodopetro e é descrita com características de empresa de fachada. Com exceção da Petroriente, todas foram alvo de mandados de busca e apreensão na Operação Carbono Oculto, em endereços na base de Iguatemi. Base era usada como eldquo;barriga de aluguelerdquo; Segundo a ANP, a base de Iguatemi, que pertence à distribuidora Ecológica, operava como eldquo;barriga de aluguelerdquo; para outras empresas emdash; prática com o objetivo de burlar regras sobre espaço mínimo de armazenamento. A base seria compartilhada por diversas distribuidoras no papel, mas na prática não era utilizada pelas empresas. eldquo;Assim, a fraude consistia em usar como matriz o Mato Grosso do Sul, onde é menos custoso adquirir propriedade em parte de uma base, para, na prática, comercializar combustível em São Paulo, por exemploerdquo;, informou a ANP em nota eldquo;Na prática, as empresas não armazenavam nem movimentavam combustível nessa base, o que contraria as normas da Agência. Por isso, também pode ser considerada uma base elsquo;fantasmaersquo;, sem atividades de fatoerdquo;, completou. É o caso, por exemplo, da Arka, Safra, Maximus, Imperio e Petrobrasil, que tiveram suas revogadas este ano pela ANP por paralisação injustificada na base compartilhada em Iguatemi. A Gaz Prime também foi revogada, mas conta com uma decisão judicial que restabeleceu sua operação. As demais empresas ainda travam uma disputa judicial para tentar reverter as decisões da agência. As outras 19 distribuidoras também integram a base fantasma de Iguatemi e tiveram processos de revogação de autorização abertos e serão autuadas por prestar informações inverídicas à ANP. A interdição tem caráter cautelar, e foi determinada após uma vistoria que identificou problemas de segurança. Assim, ela poderá ser revertida se a empresa comprovar que sanou os problemas de segurança identificados, sem prejuízo da continuidade do processo administrativo aberto pela agência. Todas as informações sobre as empresas citadas constam em documentos públicos produzidos pela ANP e na decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que autorizou as ações da Operação Carbono Oculto. Caso seja de interesse das defesas das companhias se manifestar, o espaço está aberto.

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