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A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vai aplicar a bandeira verde na conta de luz em janeiro. Com isso, o ano começará sem taxa extra no consumo de energia após oito meses de cobranças adicionais.

Segundo a agência, as chuvas ainda estão abaixo da média histórica. Apesar disso, em novembro e dezembro houve no país uma manutenção do volume de precipitação e do nível dos reservatórios das hidrelétricas.

"Em janeiro de 2026, não será necessário despachar as usinas termelétricas na mesma quantidade do mês anterior, o que evita a cobrança de custos adicionais", diz a autarquia, em nota.

A última vez em que a bandeira verde havia sido aplicada foi em abril de 2025. Desde então, as cores vinham oscilando entre amarela e vermelha (nos patamares 1 e 2). A chegada do período chuvoso, entre o fim do ano e o começo do seguinte, costuma dar alívio ao cenário.

O sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz, que permite repassar mensalmente aos consumidores os maiores custos do país com a geração de energia, completou dez anos de implementação em 2025.

O mecanismo faz com que preços maiores para gerar energia, sobretudo pelo menor volume de água nas hidrelétricas, sejam transmitidos de forma mais imediata à famílias para que elas, informadas do maior custo, consumam de maneira mais consciente.

Antes, o repasse era feito de maneira defasada no reajuste anual das tarifas endash;o que poderia, sem uma moderação no uso da energia, impulsionar ainda mais o acerto de contas.

O responsável por escolher a bandeira tarifária mensalmente é a Aneel. É aplicada uma cobrança a depender da cor (verde, amarela, vermelha patamar 1 ou vermelha patamar 2).

A definição usa diferentes variáveis, sendo a principal o PLD (Preço de Liquidação de Diferenças) endash;indicador que leva em conta o valor da geração de energia e é influenciado principalmente pelas condições dos reservatórios das hidrelétricas e pela consequente necessidade de acionamento de termelétricas (ou seja, menos água significa mais custos).

Apesar de ser interpretado como um avanço relevante, o mecanismo das bandeiras passou a ser visto nos últimos anos pelo setor como ultrapassado e é alvo de cobranças para que seja aperfeiçoado ou até mesmo substituído.

O mecanismo das bandeiras não leva em conta um aspecto que se tornou mais evidente nos últimos anos no país: a variação de preço de geração por faixas horárias. Com a expansão significativa das usinas solares no país, a energia ficou mais abundante e barata durante o dia.

Quando anoitece, outros tipos de fontes mais caras (como as termelétricas) são acionadas para atender à demanda. Como resultado, consumir energia de dia é mais econômico para o país endash;e no começo da noite, por exemplo, mais caro. Para especialistas do setor, a flutuação de preço deveria ser transmitida ao consumidor por hora.

Atualmente, a Aneel acompanha ao menos três testes conduzidos por distribuidoras sobre modelos de cobrança diferenciada por faixa horária. Uma das dificuldades já observadas é a necessidade de troca de medidores nas residências, já que os atuais registram apenas o consumo total (não por hora) endash;o que tende a gerar mais um custo para as famílias.

Entenda mais sobre as bandeiras tarifárias

  • Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo
  • Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos
  • Bandeira vermelha - Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04463 para cada quilowatt-hora consumido
  • Bandeira vermelha - Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,07877 para cada quilowatt-hora consumido

Fonte/Veículo: Folha de S.Paulo

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