Como o governo Lula e a Refit vivem uma guerra jurídica que tem como pano de fundo o PCC
Na última semana, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi o campo de batalh [...]
No primeiro dia da COP30, a conferência do clima da ONU, governadores da Amazônia Legal defenderam projetos de infraestrutura emdash;e empreendimentos já consolidadosemdash; com impactos ambientais diretos no bioma e em comunidades tradicionais em diferentes pontos da região.
A posição dos governadores amazônicos foi expressa na tarde desta segunda-feira (10), no pavilhão ocupado pelo Consórcio Interestadual Amazônia Legal na zona azul da COP30, o principal espaço das negociações sobre o clima.
Participaram de um primeiro evento do consórcio na COP30 emdash;e todos eles discursaramemdash; os governadores de Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), participa da COP30, mas não esteve no evento. Já o de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), não compareceu à conferência.
Ao fim da fala durante o evento no pavilhão, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), projetou um vídeo que trata como soluções para a floresta o projeto de exploração de potássio no estado, na região de Autazes, e o empreendimento de exploração de gás natural na região de Silves e Itapiranga, a cargo da Eneva, uma das principais donas de termelétricas do Brasil.
O projeto de potássio, tocado pela empresa Potássio do Brasil emdash;pertencente à empresa canadense Forbes eamp; Manhattan e a outros investidores internacionais e brasileirosemdash;, dividiu os indígenas muras da região e tentou emplacar minas em áreas tradicionais, ocupadas pelos indígenas há mais de cem anos. Também houve uma ampliação dos conflitos com fazendeiros na região.
A extração de potássio ainda não começou, mas o projeto obteve as licenças do governo do Amazonas, por meio do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), e tenta captar recursos.
A exploração de combustível fóssil na região de Silves e Itapiranga, por sua vez, impacta comunidades tradicionais, com previsão de novas termelétricas e expansão da extração do gás natural, um combustível fóssil.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), defendeu o projeto de potássio no Amazonas. O potássio é base para fertilizantes usados em larga escala na agricultura, e deve ter o Mato Grosso como principal destino.
Mendes defendeu ainda a Ferrogrão, uma ferrovia que, se sair do papel, terá 933 km entre Sinop (MT) e Itaituba (PA). A Ferrogrão impacta terras indígenas, comunidades de pescadores e pequenas chácaras na região de Itaituba. É defendida por grandes corporações internacionais do agronegócio, que operam terminais na região, e foi encampada pelo governo Lula (PT).
"Não podemos sair daqui apenas com algumas migalhas", disse Mendes. "Quanto custa ficar 15 anos com uma mina de potássio no Amazonas para receber a licença ambiental? Quanto custa não ter uma Ferrogrão e ficar fazendo o transporte [de grãos] com milhares de carretas?", questionou o governador.
"Aí vem o senhor [Emmanuel] Macron [presidente da França] e ONGs dizerem que [a ferrovia] é atentar contra o planeta", completou Mendes.
Já o governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), defendeu o projeto de exploração de petróleo na costa amazônica. Lula e a Petrobras pressionaram o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a concessão da licença para a prospecção de óleo no bloco 59, a 160 km da costa.
Na COP28, ficou acertada a redução do uso de combustíveis fósseis, uma pauta que Lula abordou em seus discursos na COP30, apesar da pressão por mais petróleo na costa brasileira.
"De um lado está a amazônia preservada, e do outro, o povo que precisa de desenvolvimento digno, emprego, infraestrutura", afirmou o governador do Amapá. "Há extremos que romantizam a amazônia. Não queremos ser intocáveis, santuários."
No discurso, Clécio não defendeu diretamente a exploração de petróleo na costa de Oiapoque (AP). À Folha, porém, defendeu o projeto da Petrobras. "Não é um contrassenso [em relação ao que propõe a COP]. A gente precisa de empregos, e essa não é nossa única aposta, existe um trabalho de organizar cadeias produtivas locais."
Anfitrião da COP30, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse compartilhar da mesma "indignação" do governador de Mato Grosso, mas não fez uma defesa direta dos projetos que impactam a amazônia e comunidades tradicionais.
Barbalho apresentou no espaço do Consórcio da Amazônia Legal um programa chamado Vale Bioamazônico, com foco em bioeconomia. De acordo com o governo do Pará, o objetivo é estimular o incentivo à pesquisa, tecnologia e inovação, de forma a agregar valor à floresta em pé. O governo estadual diz que a inspiração é o Vale do Silício, área de empresas de alta tecnologia nos Estados Unidos.
Fonte/Veículo: Folha de São Paulo
Na última semana, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi o campo de batalh [...]
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) aprovou estado de greve e assembleia permanente ao rejeit [...]
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realizará, nesta quinta-feira (13/11), audiê [...]