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O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) publicou, nesta segunda-feira (15/9), um levantamento que mostra a diferença entre a variação do preço do petróleo no mercado internacional com o valor dos combustíveis vendidos nos postos de abastecimento do país. Segundo o relatório, a matéria-prima enfrentou forte desvalorização em agosto, ao passo que a gasolina, o etanol e o diesel não apresentaram mudanças significativas de preço.

No mês em questão, o barril de petróleo do tipo Brent registrou uma queda de 4,5% ante o mês anterior, recuando para US$ 67,87, o que representa o segundo menor valor do ano, atrás apenas de maio. Para o Ineep, o resultado confirma a retomada de uma trajetória de queda após um breve período de escalada de conflitos no Oriente Médio, envolvendo nações como Irã e Israel.

Apesar da queda no mercado internacional, os preços de combustíveis no Brasil registraram leves oscilações, como destaca o mesmo relatório. Em agosto, o preço médio da gasolina em todo o país teve queda de apenas 0,3%, encerrando a última semana do mês em R$ 6,19. Já o etanol hidratado e o diesel S10 apresentaram leves aumentos de 0,2% e 0,5%, respectivamente.

No ano, a Petrobras reajustou o preço da gasolina somente uma vez, sendo a primeira mudança em mais de um ano de congelamento do valor aplicado às distribuidoras. Na ocasião, em 3 de junho, a companhia cortou em 5,6% o preço do produto.

Dois meses antes, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já havia sinalizado a possibilidade de um corte nos combustíveis por parte da companhia, em decorrência da queda do valor do petróleo no mercado internacional.

Defasagem

Ainda assim, o corte pontual ainda não tirou a defasagem do produto na bomba, o que significa que a empresa poderia reduzir o valor do combustível sem prejuízos financeiros nessa parte, como explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares.

eldquo;Hoje (15), a defasagem ao mercado internacional é de R$ 0,15 para possível redução na gasolina e de R$ 0,11 de possível elevação no diesel, ou seja, é um mercado bem estável e a companhia continua tendo resultados bem expressivos sem a necessidade de oscilações diárias de seus preços. Foi a terceira petroleira do mundo com melhores resultados no anoerdquo;, sinalizou Tavares.

Há espaço para corte, segundo pesquisador

Na visão de Iago Montalvão, pesquisador do Ineep, ainda há espaço para novo reajuste da gasolina pela Petrobras, apesar do preço final estar cada vez mais impactado pela etapa de distribuição e revenda. eldquo;Isto é, o preço na refinaria tem diminuído, mas a margem de distribuição e revenda não cai na mesma proporção, ou às vezes até aumentaerdquo;, destaca.

O pesquisador reconhece que a petrolífera teme reduzir os preços dos derivados e comprometer seus resultados financeiros. No entanto, ele defende que a empresa deve cumprir sua função social, mantendo preços baixos, protegendo o consumidor e evitando a inflação emdash; princípios defendidos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao alterar a regra do Preço de Paridade de Importação (PPI) para definir os valores dos combustíveis.

eldquo;Para garantir que tenhamos preços mais baixos ao final do ano, dois movimentos são importantes: primeiro, que a Petrobras faça novos reajustes, em resposta à queda no preço do petróleo. Segundo, que haja maior fiscalização e regulação quanto aos ganhos na distribuição e revenda, para que possíveis reduções do preço nas refinarias não seja suplantado pelo aumento proporcional no lucro das distribuidoraserdquo;, analisa Montalvão.

Fonte/Veículo: Correio Braziliense

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