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A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou os dados de distribuição de combustíveis referentes a julho, que apontaram um aumento de 1,26% no consumo em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Os números mostraram que as grandes distribuidoras ampliaram participação, enquanto os postos sem bandeira perderam espaço, com retrações mais acentuadas nos segmentos de diesel e etanol.

Entre as companhias, a Vibra (VBBR3) apresentou o avanço mais relevante, com ganho de 0,81 ponto percentual, apoiada pelo desempenho no etanol e no diesel, especialmente no diesel B2B, onde cresceu 2,1 pontos percentuais. A análise do Bradesco BBI indica que a empresa vem de uma sequência positiva, acumulando três meses de ganhos no etanol após a adoção do modelo de tributação monofásica.

Segundo o banco, a Vibra inicia o terceiro trimestre com uma posição confortável em termos de suporte para suas ações, com projeção de margem próxima a R$ 170 por metro cúbico, beneficiada pela emissão de Créditos de Descarbonização (CBIOs) e pela chamada solidariedade fiscal em São Paulo. Para os analistas, a questão central será em que momento a companhia decidirá elevar margens sem comprometer o ganho de participação.

A Raízen (RAIZ4), joint venture da Shell e da Cosan, apresentou uma leve variação negativa, de apenas 0,01 ponto percentual. A queda no diesel business-to-business (B2B), quando as vendas de diesel são feitas diretamente para clientes corporativos, foi compensada pelo avanço no etanol, que cresceu 0,68 ponto percentual.

Já a Ultrapar (UGPA3), controladora da Ipiranga, registrou perda de 0,14 ponto percentual, puxada principalmente pelo recuo no diesel B2B e na gasolina. O Bradesco BBI diz que, no caso da Ultra, ainda não está claro se a ligeira perda de participação pode estar associada a margens mais altas, já que a empresa vem trabalhando em ajustes comerciais.

O Goldman Sachs, em relatório, também chama atenção para a performance da Vibra, que expandiu sua participação em 1,2 ponto percentual em julho, sendo 1,7 ponto percentual no diesel e 0,7 no ciclo otto, que reúne gasolina e etanol hidratado. Para os analistas do banco, a empresa parece ter dado prioridade à recuperação de volumes em vez de sustentar margens acima do nível de R$ 150 a 160 por metro cúbico, faixa indicada como referência de rentabilidade recorrente.

Mesmo assim, o Goldman Sachs, na linha do BBI, projeta margem de R$ 170 por metro cúbico para a Vibra no terceiro trimestre, acima do consenso. O banco está acima do consenso para o nível de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) no 3T25 para ambas as empresas em um dígito médio.

Em relação à Ipiranga, o Goldman calculou crescimento de 1% nos volumes no comparativo anual e expansão de 0,5 ponto percentual em participação no mês, com melhora tanto no diesel quanto no ciclo otto. A projeção do banco é de margem próxima a R$ 160 por metro cúbico no trimestre, também superior às estimativas de mercado.

Já os distribuidores menores tiveram retração de 2% nos volumes e perda de 2,2 pontos percentuais de participação, movimento que, segundo o banco, pode estar relacionado ao maior rigor da fiscalização sobre práticas irregulares, como descumprimento da mistura obrigatória de biodiesel e sonegação de tributos.

Fonte/Veículo: InfoMoney

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