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Um dos responsáveis pela adoção da nova política de preços da Petrobras durante a gestão de Jean Paul Prates, o diretor de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Schlosser, mantido pela atual presidente, Magda Chambriard, considera que a nova estratégia comercial deu certo e a avaliação eldquo;é a melhor possívelerdquo;.
Ele destacou a importância de não trazer para o mercado interno a volatilidade externa, como ocorria com o uso da paridade de preços de importação (PPI), principalmente em períodos de grande turbulência geopolítica, como o atual.
Schlosser concedeu a entrevista antes de ganhar força no Congresso a proposta de alterar a metodologia de cálculo do Preço de Referência do Petróleo (PRP) para garantir ao governo mais receita.
A seguir, a íntegra da entrevista com o executivo no aniversário de dois anos da nova política de preços.
A nossa avaliação é a melhor possível. Nesses dois anos com a nossa estratégia comercial, nós aumentamos a utilização das nossas refinarias, batemos recordes de produção, batemos recordes de processamento de petróleo nacional, e apresentamos resultados operacionais e financeiros sólidos. Ao mesmo tempo, geramos valor para os nossos clientes e para a sociedade, proporcionando períodos de estabilidade de preços para as distribuidoras mesmo em momentos de alta volatilidade externa devido aos diversos conflitos geopolíticos em aberto.
A Petrobras tinha uma política de preços que só olhava para fora da companhia. A única referência era um tipo de concorrente, um importador hipotético, representado pelo preço de paridade de importação. Então, a nossa ideia foi trazer para a precificação um olhar interno, da própria Petrobras, das nossas melhores condições, considerando o nosso parque de refinarias, dutos, terminais, navios, a nossa escala, as sinergias existentes entre as nossas operações no mercado interno e externo etc. Tudo isso, que antes era ignorado pela política de preços, passou a ser considerado na nossa estratégia comercial. É importante dizer que isso não fica apenas no discurso qualitativo. Tudo isso é parametrizado e transformado em valores objetivos através do nosso processo de planejamento operacional, coordenado pela diretoria de Logística, Comercialização e Mercado, com a participação de diversas áreas da companhia. E, reforço, tudo isso já existia dentro da companhia. Nós apenas deixamos de ignorar e passamos a considerar para a precificação. Dessa forma, podemos dizer que eldquo;abrasileiramoserdquo; nossos preços, sem nos desconectarmos com o mercado.
É muito simples. Nós usamos duas referências de mercado. A primeira é o custo alternativo do cliente, que representa os nossos competidores, sejam fornecedores dos mesmos produtos, sejam de produtos substitutos. A outra referência é o valor marginal da Petrobras, que vai representar o nosso custo de oportunidade, dadas as nossas alternativas que, como dito anteriormente, vão considerar as nossas melhores condições de refino e logística. Com base nessas referências, nós temos mais flexibilidade para praticar preços competitivos, e disputar mercado com outros atores, sejam produtores ou importadores, buscando uma participação de mercado que possibilite a operação dos nossos ativos de forma segura, rentável e sustentável.
Muito difícil fazer uma comparação direta dessas. Ninguém pode afirmar o que aconteceria se a empresa ainda praticasse a política de preços anterior, em especial nesses dois últimos anos de alta volatilidade de preços internacionais, e com a ameaça do diesel russo que passou a atingir o mercado brasileiro com descontos frente a outras origens, até porque um preço alto, muito acima do praticado pelos concorrentes, nos faz perder mercado. Então, eu prefiro reforçar aqui alguns pontos diretamente relacionados a nossa gestão. Nós aumentamos a utilização das nossas refinarias, quebramos recordes de produção, refinamos mais petróleo nacional, e obtivemos resultados operacionais e financeiros sólidos. Ao mesmo tempo, nós, de fato, conseguimos mitigar a volatilidade externa e não repassar esse nervosismo para os nossos preços às distribuidoras no mercado interno, como já foi feito no passado. Em 2024, nós fizemos um único reajuste de preços de gasolina, e já estamos há mais de 300 dias sem reajustes. No diesel, nós passamos o ano de 2024 inteiro com preços estáveis e chegamos a mais de 400 dias sem reajustes. Interessante notar também que mais recentemente, quando o diesel no mercado internacional apresentou uma mudança de patamar mais forte em um curto intervalo de tempo, nós tivemos uma atuação mais dinâmica e aplicamos três reduções de preços seguidas desde 1º de abril, acumulando uma queda de R$ 0,45 por litro em menos de um mês. Infelizmente, essa nossa redução foi absorvida pelos agentes econômicos encarregados da distribuição e não chegou aos consumidores finais.
Não houve resistência.
Os conceitos da nossa estratégia comercial são universais. O que a Petrobras faz é o que outras empresas que operam em mercados abertos e competitivos fazem no Brasil ou no exterior. Nós olhamos o que é valor para os nossos clientes e o que é valor para a Petrobras. Então, considerando as nossas melhores condições de refino e logística, e dentro dos nossos limites operacionais e econômicos, nós buscamos ser a melhor alternativa de mercado.
Fonte/Veículo: O Estado de São Paulo
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