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A Vista Energy, segunda maior produtora de petróleo bruto na promissora formação de xisto Vaca Muerta, na Argentina, comprou a participação de 50% da Petronas em um campo petrolífero da região por cerca de US$ 1,5 bilhão, cerca de R$ 8,8 bilhões.

A Vista pagará US$ 900 milhões em dinheiro agora pela aquisição na área de La Amarga Chica da bacia, sendo um terço financiado com um empréstimo bancário do Banco Santander.

A Petronas, petroleira que tem origem na Malásia, também receberá cerca de 7% das ações da Vista, avaliadas em aproximadamente US$ 300 milhões. O valor restante será pago em duas parcelas, em 2029 e 2030.

A produtora argentina de petróleo está eldquo;adicionando um bloco de alta qualidade a um preço atrativoerdquo;, disseram analistas do Jefferies em nota a investidores. Eles reiteraram a recomendação de compra das ações da Vista, que encerraram o dia de negociações em Nova York com alta de quase 11% emdash; o maior salto desde novembro de 2023, quando o presidente libertário Javier Milei foi eleito.

O acordo praticamente consolida a saída da malaia Petronas da Argentina, após a empresa ter se retirado de um projeto de gás natural liquefeito com a estatal YPF SA.

É também mais um sinal de que o desenvolvimento da Vaca Muerta será, cada vez mais, liderado por empresas locais, em vez de multinacionais: a Exxon Mobil Corp. vendeu seu portfólio de petróleo de xisto na Argentina no ano passado, e a TotalEnergies SE está avaliando fazer o mesmo.

La Amarga Chica tem custos de produção mais baixos do que o portfólio atual da Vista e fica ao lado de seu principal campo, Bajada de Palo Oeste, o que pode gerar eldquo;sinergias significativaserdquo;, escreveram os analistas. A YPF, que detém os outros 50% de La Amarga Chica, continuará como operadora do campo.

Petróleo em queda preocupa
Os acionistas da Vista emdash; fundada por Miguel Galuccio, membro do conselho da SLB, que atraiu a Petronas para o campo há uma década, quando presidia a YPF emdash; deram sinal verde à direção da empresa no mês passado para buscar uma aquisição e financiá-la com dívida ou emissão de ações.

A Vista está expandindo suas operações em um momento de incerteza para a indústria global de petróleo, com os preços em queda em meio à guerra comercial liderada por Donald Trump. Galuccio alertou há algumas semanas que a gestão poderia considerar cortes no orçamento caso o petróleo leve Medanito, produzido em Vaca Muerta e que segue de perto a cotação do Brent, caísse abaixo de US$ 55.
Por outro lado, há ventos favoráveis para o xisto argentino, já que Milei afrouxou nesta semana os controles cambiais que há muito tempo inibiam os investimentos, e a construção de oleodutos avança.

O acordo proporcionará um crescimento rápido à argentina Vista. Antes da aquisição, a empresa tinha como meta alcançar uma produção diária de até 100 mil barris ainda este ano, ante 70 mil em 2024, por meio de um plano de investimento superior a US$ 1 bilhão.

Com La Amarga Chica, a produção recebe imediatamente um incremento de 40 mil barris, exigindo aumento dos investimentos de capital.

Fonte/Veículo: O Globo

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