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O grupo Conexão Rodovias marcou presença na audiência pública da Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal nesta terça-feira (1), que discutiu os desafios da fiscalização do tempo de repouso dos caminhoneiros. O debate reuniu representantes do setor, autoridades reguladoras e parlamentares, e teve como foco a dificuldade de conciliar a exigência legal de 11 horas de descanso com a atual falta de estrutura nas estradas brasileiras.

A audiência contou com participação de Giancarlo Pasa, Diretor de Postos de Rodovias da Fecombustíveis emdash; diretoria recriada a partir das articulações do próprio grupo Conexão Rodovias, que reúne empresários de revenda de combustíveis e serviços ao longo das principais rodovias do país.

Filho de caminhoneiro e profundo conhecedor do dia a dia das estradas, Giancarlo levou à comissão um posicionamento firme: sem o caminhoneiro, nenhuma estrutura de apoio se sustenta emdash; e sem apoio à iniciativa privada, os Pontos de Parada e Descanso (PPDs) não são viáveis.

eldquo;Tudo que as redes de postos construíram, a gente deve ao caminhoneiro. E hoje, temos um cenário em que muitos veículos utilizam os pátios, água, energia e deixam resíduos emdash; mas sem qualquer consumo ou contrapartida. Isso precisa ser enfrentado e analisado sem paixãoerdquo;, afirmou.

Giancarlo também ressaltou que a Lei 13.103/2015, embora necessária, precisa ser adaptada à realidade operacional das rodovias. eldquo;Desde 2012 acompanhamos os estudos do Ministério dos Transportes, que mapearam mais de 3 mil pontos de parada. Mas, após a greve de 2015, ficou para o governo a missão de construir estruturas que são inviáveis: um posto na Régis Bittencourt, com padrão de aeroporto, vai exigir mais de R$ 60 milhões emdash; sem contar os custos ambientais, com água e energia elétrica.erdquo;

O Conexão Rodovias defende uma abordagem mais realista, técnica e sustentável para que se garanta condições dignas aos motoristas profissionais sem comprometer a viabilidade econômica dos postos.

eldquo;Um assunto leva a outro, e tudo envolve o bem-estar dos motoristas e, claro, a sobrevivência dos postos de serviços que hoje são usados como pontos de paradaerdquo;, explicou Giancarlo.

eldquo;Prestar um serviço de qualidade exige investimentos. E como em tudo, não se faz omelete sem quebrar ovos. É preciso discutir modelos de incentivo, compensação e parceria para garantir que a infraestrutura esteja à altura do profissional da estradaerdquo;, completou.

Durante a audiência, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Paulo João Eustasia, classificou como eldquo;impraticávelerdquo; a aplicação da Lei do Motorista diante da falta de estrutura nas rodovias.

O coordenador-geral de Operações Rodoviárias do DNIT, Leonardo Silva Rodrigues, reconheceu que há "limitações" em alguns pontos de apoio existentes nas estradas, como a falta de acesso dos motoristas a higiene e segurança.

O debate também contou com representantes da Polícia Rodoviária Federal, de entidades de caminhoneiros e com a presença do deputado Hugo Leal, autor do requerimento. O senador Esperidião Amin (PP-SC) presidiu a sessão e defendeu a construção de uma solução por meio de projeto de lei ou termo de ajustamento de conduta (TAC), reconhecendo a contradição entre as exigências legais e a estrutura real oferecida ao caminhoneiro.

Como encaminhamento da audiência, será elaborada uma minuta de documento com a participação de senadores e deputados, e apoio da Consultoria Legislativa do Senado. O documento com recomendações será enviado aos órgãos envolvidos.

Fonte/Veículo: Assessoria de Imprensa do Conexão Rodovias

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