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Anfavea terá 1º presidente de fora das montadoras

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou ontem a nomeação de Igor Calvet como novo presidente executivo da entidade. Graduado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e com mestrado e doutorado em Ciências Políticas pela mesma instituição, Calvet será o primeiro executivo de mercado contratado para comandar a associação, ou seja, sem ter vinculação com uma montadora. Ele vai substituir Márcio de Lima Leite endash; vice-presidente da Stellantis endash;, que deixará o cargo em abril. O executivo tem experiência em políticas industriais, comércio exterior e inovação. Ele já atuou no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Calvet vinha, desde 2023, atuando como diretor executivo da própria Anfavea. ebull;

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Escala 6x1: Erika Hilton apresenta nesta terça proposta que acaba com esse modelo de trabalho

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) vai protocolar nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que quer colocar fim à escala de trabalho 6X1. A parlamentar conseguiu 234 assinaturas, mais que o mínimo para fazer com que o texto possa tramitar emdash; de pelo menos 171 deputados. Hilton também pretende marcar uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), para discutir o tema. De acordo com a assessoria da deputada, Hilton levará à Câmara o vereador carioca Rick Azevedo (PSOL) e representantes do Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), além de outros movimentos sociais aliados. A deputada também prepara um "panfletaço" em alguns locais: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, São Luís, Rio Grande do Sul, Florianópolis, Manaus, Cariacica, Belo Horizonte, Fortaleza e Cuiabá. Além disso, a assessoria também informou que amanhã será anunciado um calendário de mobilização nacional em defesa do fim da escala 6x1. O que diz a PEC? A Proposta de Emenda à Constituição que a deputada federal Erika Hilton quer emplacar no Congresso tem o objetivo de reduzir o limite de horas semanais trabalhadas no Brasil, a fim de permitir o modelo de quatro dias de trabalho. A escala 6x1 prevê seis dias de trabalho e um de descanso. Na proposição de PEC, a parlamentar defende que o país deveria não só acabar com o modelo em que o trabalhador folga apenas um dia na semana, do 6x1, como também adotar a eldquo;jornada de trabalho de 4 dias na semanaerdquo;, ou seja, o desenho 4x3. Ela admite, porém, que essa proposta foi feita para negociar um meio-termo, como a escala 5x2.

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Produção de etanol no Brasil cairá 3% na safra 2025/26

A produção de etanol de milho e de cana-de-açúcar no Brasil deve cair 3% na safra 2025/26, totalizando 33,8 bilhões de litros. A estimativa foi divulgada pela trading brasileira SCA Brasil na 5ª feira (20.fev.2025). A temporada começa em 1° de abril deste ano. O etanol de milho deve alcançar 9,8 bilhões de litros, crescimento de 19% em relação à safra anterior. A produção do anidro (misturado à gasolina) aumentará 29%, chegando a 3,7 bilhões de litros, enquanto o hidratado (utilizado diretamente em veículos flex) crescerá 13%, atingindo 6,1 bilhões de litros. Para o etanol de cana, projeta-se queda de 10%, com redução de 21% no hidratado (13,4 bilhões de litros) e alta de 9% no anidro (10,6 bilhões de litros). A área de colheita está estimada em 7,4 milhões de hectares, contra 7,8 milhões em 2024, reflexo da perda de mais de 400 mil hectares por incêndios no ano passado. A produtividade deve ficar entre 80 e 81 toneladas por hectare, superando as 78 toneladas da safra anterior. As usinas devem moer 597,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, queda de 4% em relação ao ciclo anterior, incluindo 5 milhões de toneladas de cana bisada (remanescente da safra anterior). Para ler esta notícia, clique aqui.

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O 'chorinho' da venda de postos de combustíveis do Grupo Pão de Açúcar

Oito meses após anunciar a venda de 71 postos de combustíveis por R$ 200 milhões, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) ainda tem eldquo;gordura para queimarerdquo; nessa seara. O dono dos supermercados Extra e Pão de Açúcar está vendendo mais três postos em Recife para o grupo Cemopel, que já opera uma rede de 16 lojas das bandeiras Shell e BR em Pernambuco, com foco na região metropolitana da capital. A operação foi protocolada nos últimos dias no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O GPA descontinuou sua operação de postos como parte do plano para reestruturar o negócio, iniciado ainda em 2022. Ao longo do último ano, a companhia levantou R$ 700 milhões em uma emissão de ações, vendeu sua sede administrativa e se desfez das participações no grupo colombiano Éxito e na multinacional Cnova.

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Lula e Bolsonaro já defenderam venda direta de combustíveis em meio a alta de preços

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta semana o preço dos combustíveis e defendeu a venda direta pela Petrobras aos consumidores. Em 2020, quando conflitos internacionais pressionavam o preço dos combustíveis, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) também defendeu excluir eldquo;intermediárioserdquo; e permitir a venda direta dos combustíveis à população. A medida, no entanto, é inviável por uma série de questões logísticas e de livre concorrência, de acordo com os especialistas consultados pelo g1. Por que a ideia não vai adiante? Especialistas consultados pelo g1 apontam alguns fatores: a Petrobras é uma empresa de capital misto, com acionistas privados; a Petrobras não tem mais uma distribuidora. O governo privatizou a BR Distribuidora em duas etapas, em 2019 e 2021; a companhia não pode vender combustíveis diretamente, sem ter uma distribuidora autônoma --conforme regulação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); o mercado de combustíveis é aberto no Brasil. Ou seja, mesmo que tivesse uma distribuidora, a Petrobras não poderia praticar preços menores sob risco de ser investigada por práticas anticoncorrenciais. eldquo;A Petrobras não é uma empresa totalmente estatal, ela tem uma participação privada relevante e uma governança do mercado financeiro que tem que ser respeitadaerdquo;, afirma o professor e pesquisador da PUC-Rio, Edmar Almeida. Além disso, a companhia não tem mais um braço de distribuição para fazer a venda direta aos consumidores. A BR Distribuidora foi privatizada completamente em 2021, no governo Bolsonaro, quando a Petrobras se voltava exclusivamente para o mercado de exploração e produção de petróleo. Sem uma distribuidora, a Petrobras não pode vender combustíveis aos consumidores finais. eldquo;A regulação atual da ANP não permite que um produtor de derivados, qualquer que seja, venda diretamente para um consumidor final. [...] A ANP teria que autorizar isso, modificando a regulação existente hoje que determina o papel de cada agente dentro da cadeia de abastecimento de combustíveiserdquo;, disse o sócio da Leggio Consultoria, Marcus D´Elia. Mesmo que tivesse uma distribuidora, a Petrobras não poderia praticar preços menores sob o risco de ser questionada pelos órgãos de defesa da concorrência. eldquo;Se a ideia do governo é simplesmente vender um produto mais barato, num mercado que tem concorrência, isso pode ser contestado do ponto de vista da defesa da concorrência, como dumping, esse tipo de coisaerdquo;, destaca Almeida. Por que os combustíveis estão caros? A ideia de Lula de eliminar os intermediários na venda de combustíveis passa pela crítica à atuação dos postos e das distribuidoras, que, segundo ele, eldquo;assaltam o consumidorerdquo;. Segundo Dersquo;Elia, distribuidoras e postos têm uma margem de lucro, combinada, de cerca de 12%. eldquo;Ou seja, os dois agentes, a distribuidora e a revenda, repartem aí 12% do valor do produto como margem [de lucro]. A gente não consegue precisar quanto está de um lado e quanto está do outro, mas é em torno disso, o que não é abusivo. Pelo contrário, é uma margem até apertadaerdquo;, declarou. Almeida, da PUC-Rio, explica que a margem de lucro das empresas permanece estável, enquanto outros fatores elevam o preço dos combustíveis. O pesquisador cita a desvalorização do real frente ao dólar e o aumento do preço dos biocombustíveis emdash; que são adicionados ao produto fóssil para consumo. eldquo;Esses produtos, biodiesel e etanol, são commodities. Eles variam de acordo com o preço do mercado internacional também e são bem voláteis. O preço do biodiesel [adicionado ao diesel fóssil] subiu muito porque o preço do óleo de soja, que é a matéria-prima, subiu. Isso também impactaerdquo;, declarou. O preço do barril de petróleo também é outro fator que afeta a variação do valor dos combustíveis. eldquo;Essa questão dos combustíveis vem sendo discutida desde o início da guerra da Ucrânia. Naquele momento, a gente teve um salto do preço do petróleo, naturalmente do preço do diesel e da gasolina no mercado internacional. E isso se estabilizou num patamar altoerdquo;, disse Dersquo;Elia. O especialista afirma que, se o governo quiser reduzir o preço dos combustíveis, seria preciso diminuir as alíquotas de impostos para eldquo;amortecer o efeitoerdquo; do valor alto do petróleo, agravado pela desvalorização do real.

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Depreciação entre 2022 e 2024 mostra problema dos carros elétricos em relação aos híbridos

Além da preocupação com infraestrutura de recarga, a desaceleração nas vendas de carros 100% elétricos reflete a preocupação do consumidor brasileiro com o valor de revenda desses veículos. Informações levantadas pelo Autoinsights, hub de dados do portal Webmotors (banco Santander), mostram desvantagem em relação aos híbridos. A empresa comparou os preços de automóveis zero-quilômetro a bateria anunciados em 2022 com o valor de revenda no mercado de usados nos dois anos seguintes. "Para a categoria de elétricos como um todo, considerando o valor de anúncio dos modelos com fabricação em 2022, em dezembro daquele ano tínhamos um preço médio de R$ 340.513. Em dezembro de 2023, o preço médio desses modelos foi de R$ 235.823", diz o relatório enviado pelo Autoinsights. Os valores representam uma queda de 30,7% em um ano. No mesmo período, de acordo com os cálculos do hub de dados, a depreciação média dos modelos híbridos de todas as categorias ficou em 1,18%. Já o grupo que reúne os automóveis a combustão (a gasolina, a diesel ou flex) perdeu 33,6% de seu valor médio na comparação entre o preço de venda como zero-quilômetro em 2022 e o pedido pelos mesmos veículos no mercado de usados em 2023. O Autoinsights considerou também por quanto os carros fabricados em 2022 estavam sendo anunciados na plataforma Webmotors no fim de 2024. A perda média dos modelos puramente elétricos chegou a 37,6%. Nesse mesmo intervalo de dois anos, os automóveis híbridos depreciaram 18,4%. Já entre os modelos a combustão, houve perda de 39,5% em relação ao valor praticado na venda como veículos zero-quilômetro. Embora seja percentualmente maior, a depreciação dos modelos sem nenhum tipo de eletrificação é mais diluída. O levantamento não considera o volume de vendas, mas, sim, os preços anunciados. Em 2022, foram comercializados 8.458 veículos 100% elétricos, 40.787 híbridos e 1,9 milhão de automóveis a combustão. Os dados são da Fenabrave (associação dos distribuidores). O menor volume de vendas amplia a sensação de que a perda é maior no caso dos puramente elétricos. Esse efeito assusta grande parte do público, que, embora deseje a tecnologia, acaba optando pelas facilidades dos modelos híbridos. Essas opções permitem usufruir da experiência elétrica sem abrir mão da autonomia proporcionada pela combustão, embora com desvantagens ambientais. Um novo cálculo deverá ser realizado no fim deste ano, já sob o impacto das marcas chinesas, que continuam a chegar. A Leapmotor confirmou a estreia do SUV médio C10 ainda em 2025, enquanto a Geely avança nos planos de montar modelos a bateria no Paraná, em parceria com a Renault. (Coluna por Eduardo Sodré)

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