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Novo momento da Petrobras permitirá o pagamento de dividendos significativos nos próximos anos

No início do ano, a Petrobras realizou um reajuste no preço do diesel vendido por suas refinarias. O combustível ficou mais de um ano sem reajustes, e a defasagem, em relação à referência internacional, vinha aumentando significativamente. Apesar de ser a maior do mercado, a petroleira não é a única fornecedora do combustível no País. Existem as refinarias privadas e as empresas importadoras, que praticam preços de acordo com a paridade de importação. O caminho até o reajuste do diesel na refinaria Petrobras passou por reuniões com o governo e as preocupações veladas eram velhas conhecidas: a inflação e a popularidade do governo. Esta é a política que o presidente Lula chama de abrasileiramento dos preços, que substituiu a de paridade de importação. Essa política não é nenhuma novidade e sempre esteve presente nos governos do PT. O grande momento ocorreu entre 2011 e 2015, no governo Dilma Rousseff. Naquele período, a falta da paridade de importação nos preços dos combustíveis (gasolina, diesel e GLP) resultou em perdas estimadas em R$ 90 bilhões, e no final de 2015 o endividamento líquido da empresa chegou a R$ 500 bilhões. Agora, no início de 2025, com a volta da volatilidade do preço do petróleo e do câmbio para cima, retornamos à velha e batida discussão sobre contenção e atrasos no repasse de variações dos preços internacionais ao mercado interno. Ou seja, entramos no abrasileiramento 2.0 dos preços dos combustíveis. A grande diferença é que, ao contrário dos governos anteriores do PT, agora a Petrobras tem uma receita crescente de exportação de petróleo, que cria uma espécie de colchão permitindo que o abrasileiramento dos preços, bem como políticas de conteúdo local, como o recente lançamento da volta dos incentivos à indústria naval, não causem tantos estragos nas finanças da empresa como no passado. Aliás, essa é uma prática muito conhecida e amplamente utilizada em petroestados que utilizam suas empresas estatais para fazer toda sorte de políticas sociais e econômicas. Hoje, a Petrobras exporta o equivalente a 30% da sua produção. A tendência é de aumento do volume de exportações com o crescimento da produção do pré-sal até 2030, e, posteriormente, com a Margem Equatorial. O petróleo fechou 2024 como o principal produto da pauta de exportações brasileiras, tomando o lugar da soja. O petróleo bruto representou 13,3% das exportações do Brasil em 2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O Brasil, hoje, é o 9.º produtor mundial de petróleo, caminhando para a 5.ª colocação. Este novo momento da Petrobras, como grande exportadora, vai permitir o pagamento de dividendos significativos ao longo dos próximos anos, mantendo o mercado financeiro mais tranquilo, apesar da política de abrasileiramento dos preços e do retorno da política de conteúdo local, que tantos prejuízos deram à empresa e aos seus acionistas. (Opinião por Adriano Pires)

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Fiscalização do abastecimento: ANP firma acordo com o Procon-ES

A ANP e o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado do Espírito Santo (Procon-ES) celebraram ontem (13/03) acordo de cooperação técnica e operacional. O acordo está voltado para a fiscalização de agentes econômicos que atuam no transporte, revenda e comercialização de derivados do petróleo e biocombustíveis. Prevê a atuação conjunta entre os órgãos para a repressão de condutas violadoras da legislação relativa ao setor. Inclui também ações visando à educação e à orientação do respeito às normas da ANP e à legislação em vigor no exercício dessas atividades. A parceria compreende ainda o georreferenciamento (registro da localização geográfica de agentes econômicos), com objetivos de contextualização espacial e atualização do cadastro de empresas junto à ANP. Isso aumenta a confiabilidade sobre os dados das empresas do setor de combustíveis, contribuindo para a segurança do abastecimento, bem como para o planejamento das ações de fiscalização. A partir da celebração do acordo, será operacionalizado o respectivo plano de trabalho com a sistemática de cooperação técnica e operacional entre os dois órgãos, visando à fiscalização do mercado de combustíveis, na região de competência do PROCON-ES, que envolve todo o Estado do Espírito Santo. A parceria estabelece que o Procon-ES poderá fiscalizar essas atividades, em nome da ANP, através de seu quadro de pessoal por ela capacitado e mediante ordens de serviço por ela emitida. O acordo não prevê a transferência de recursos financeiros e terá duração de 60 meses, podendo ser prorrogado. A ANP mantém acordos de cooperação técnica com órgãos públicos de todo o país para atuação conjunta no mercado brasileiro de combustíveis.

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RenovaBio: divulgada lista de distribuidoras que terão abatimento de metas

A ANP divulgou, em 14/3, a lista de distribuidores de combustíveis que terão redução de suas metas individuais referentes ao RenovaBio - Política Nacional de Combustíveis, relativas ao ano de 2025, em razão de contratos de longo prazo firmado com produtores de biocombustíveis. A relação está disponível no site da Agência. A redução é decorrente do cumprimento dos volumes contratados em período de vigência que se encerrou no ano de 2024. A relação contempla os distribuidores e a quantidade de créditos de descarbonização (CBIOs) que poderá ser abatida de suas metas individuais, no limite máximo de 20% da meta do distribuidor, conforme estabelecido no parágrafo único do artigo 7º do Decreto nº 9.888/2019. A relação de distribuidores e quantidade de CBIOs ora divulgada não contempla contratos de longo prazo firmados com empresa comercializadora de etanol, cujas apurações estão em curso.

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BNDES financia Stellantis com R$ 241,8 milhões para produção de veículos híbridos e elétricos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 241,8 milhões para a Stellantis. O recurso, proveniente do programa BNDES Mais Inovação, deverá ser usado para desenvolver tecnologias de veículos híbridos e elétricos na fábrica de Betim (MG), informou o banco. A iniciativa pode gerar 400 empregos diretos e até 2 mil indiretos. A Stellantis planeja criar três modelos híbridos (com motores flex e elétricos) e um modelo totalmente elétrico na unidade mineira, segundo nota do BNDES. A estratégia, chamada de Bio-Hybrid, combina motores flex (gasolina/etanol) com tecnologia elétrica, adaptada ao mercado brasileiro. O projeto faz parte do esforço global do grupo para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e as emissões de COe#8322;. No Brasil, a empresa espera que 20% de suas vendas sejam de veículos elétricos até 2030. eldquo;Esse projeto traz ao Brasil o desenvolvimento de tecnologias de hibridização e eletrificação, fortalecendo a cadeia nacional de autopeças e alinhando-se à estratégia do governo de promover a transição energéticaerdquo;, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. O diretor de Desenvolvimento Produtivo do banco de fomento, José Luís Gordon, destacou que o investimento em inovação é uma prioridade da nova política industrial do governo federal, com foco em descarbonização e competitividade das empresas brasileiras. A Stellantis, quarto maior grupo automotivo do mundo, reúne 14 marcas, como Fiat, Jeep e Peugeot, e opera em 30 países. No Brasil, a empresa tem sede em Betim e lidera o mercado de vendas de veículos. Stellantis confirma R$ 30 bi em híbridos e elétricos no Brasil A companhia anunciou a contratação de 400 engenheiros para seu centro de desenvolvimento de veículos híbridos em Betim (MG), durante a inauguração na terça-feira (11/3). O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin (PSB), além do governador de Minas, Romeu Zema (Novo). A montadora também confirmou um investimento de R$ 30 bilhões no Brasil até 2030, o maior da sua história no país. Os recursos serão destinados à inovação tecnológica e à transição energética, com foco em veículos híbridos e elétricos. O presidente para a América do Sul, Emanuele Cappellano, lembrou, conforme anunciado em janeiro, que a empresa está contratando 1,5 mil funcionários para ampliar a produção nas unidades de Betim (MG) e Porto Real (RJ). O presidente do conselho da Stellantis, John Elkann, destacou a importância do Brasil para os negócios globais do grupo. eldquo;O Brasil ocupa um lugar cada vez mais importante no conjunto dos negócios globais da Stellantiserdquo;, afirmou.

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Governo deve aumentar percentual de etanol na gasolina para 30% ainda em 2025, diz ministro

O governo deve aumentar o percentual de etanol anidro na gasolina para 30% ainda em 2025. A informação é do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista exclusiva à TV Globo e ao g1. eldquo;Acho que nós temos oferta para chegar no E30 [30% de etanol] rapidamente, ainda neste anoerdquo;, declarou. Silveira afirma que o aumento da mistura deve baratear a gasolina vendida aos consumidores. eldquo;O etanol é bem mais barato que a gasolina, então à medida que você aumenta, não tenha nenhuma dúvida nem na questão da sustentabilidade, nem na questão econômica porque ele diminui o preço [da gasolina]erdquo;, declarou. Para o ministro, o aumento da mistura também deve tornar o Brasil independente das importações de gasolina, uma vez que menos combustível fóssil seria usado para compor a gasolina comum endash;vendida nos postos com a adição do etanol. Segundo Silveira, ao se tornar autossuficiente na produção de gasolina, o país poderá rediscutir o modelo de precificação do combustível. Atualmente, os combustíveis fósseis vendidos pela Petrobras levam em conta diversos fatores. Entre eles, o preço do mercado internacional, em dólar. Estudos de viabilidade A pasta concluiu estudos que comprovam a viabilidade técnica da mistura, elaborados pelo Instituto Mauá. Hoje, o etanol anidro responde por 27% da gasolina vendida nos postos de combustíveis. Mas a lei do combustível do futuro, sancionada no ano passado, permite a adição de até 30% do biocombustível --patamar nunca praticado no Brasil. eldquo;Passou com 10 [os estudos]. Aumenta a octanagem da gasolina, é extremamente seguro, não cria nenhum problema para os motoreserdquo;, declarou. Silveira disse que o combustível com 30% de etanol anidro não será um problema para os veículos flex, que já rodam com 100% de etanol hidratado. "Agora, nós testamos na amostragem de 17% dos veículos, que são veículos que rodam a gasolina, veículos importados e nacionalizados. E o teste foi aprovado com participação ampla da indústria automobilística nacional, nos dando completa segurança na maior participação do etanol brasileiro na nossa gasolinaerdquo;, completou. Os estudos de viabilidade serão encaminhados para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão que assessora o presidente da República. É o CNPE que deve decidir sobre o início da implementação da mistura, previsto para ainda este ano. Movimentos contra os biocombustíveis Nesta semana, o deputado Marcos Pollon (PL-MS) apresentou um projeto de lei para permitir que os postos de combustíveis possam vender gasolina sem adição de etanol e diesel sem adição de biodiesel. Também nesta semana, as distribuidoras de combustíveis solicitaram à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a suspensão da adição de biodiesel no diesel fóssil por 90 dias. eldquo;Seria destruir uma indústria que o Brasil investiu 50 anos, que é ela indústria do etanol. E também, e quero ressaltar, acho justo por parte dos distribuidores cobrar a fiscalização da ANP para que a gente tenha a mistura do biodiesel adequada no diesel [...] Mas não há que se falar da destruição completa de uma grande indústria [como a do biodieselerdquo;, declarou Silveira.

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Petróleo sobe 1% e termina semana estável em meio à previsões sobre cessar-fogo na Ucrânia

Os preços do petróleo se recuperaram em 1% nesta sexta-feira, encerrando a semana praticamente inalterados, com os investidores avaliando as perspectivas cada vez menores de um fim rápido para a guerra na Ucrânia, o que poderia trazer de volta mais suprimentos de energia russos para os mercados ocidentais. Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 1%a US$70,58 por barril, depois de caírem 1,5% na sessão anterior. O petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos Estados Unidos (WTI) fechou a US$67,18 por barril, queda de 1%, depois de perder 1,7% na quinta-feira. Ambos os índices de referência encerraram a semana com pouca alteração em relação à sexta-feira passada, quando o Brent fechou a US$70,36 e o WTI a US$67,04. "O petróleo Brent tem oscilado em torno da marca de US$70 nas duas últimas semanas. Se ele permanecerá nesse nível na próxima semana depende da situação das notícias políticas", disseram analistas do Commerzbank em uma nota. O presidente russo, Vladimir Putin, disse na quinta-feira que Moscou apoiava, em princípio, uma proposta dos EUA para um cessar-fogo na Ucrânia, mas buscou uma série de esclarecimentos e condições que pareciam descartar um fim rápido dos combates. "Se a perspectiva de um cessar-fogo continuar a ser empurrada para o futuro, o mercado esperaria que o petróleo russo ficasse sob sanções por um longo período de tempo", disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates, com sede em Houston. (Reuters)

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