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Binatural prevê faturamento de R$ 3,1 bi em 2025 com demanda por biocombustível

A Binatural, produtora de biocombustíveis, projeta faturamento de R$ 3,1 bilhões em 2025, alta de 20% sobre os R$ 2,6 bilhões registrados no ano passado. O crescimento virá da demanda, que segue firme mesmo com o adiamento do aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel para 15% (B15). A mistura atual é de 14% (B14). eldquo;Temos parceiros adotando até B100, o que sustenta nossa projeçãoerdquo;, diz André Lavor, cofundador da Binatural. A empresa investe R$ 100 milhões para ampliar sua capacidade produtiva de 600 milhões para 700 milhões de litros/ano até 2027. Segundo Lavor, grandes empresas têm buscado a Binatural para descarbonizar frotas, movimento impulsionado pela Lei do Combustível do Futuro. Insumos alternativos Na produção, a Binatural depende menos do óleo de soja, que perfaz 40% da produção endash; 60% vêm de óleos residuais e gorduras animais. A estratégia reduz a exposição às oscilações do mercado de soja e garante uma pegada de carbono até 90% menor ante o diesel convencional. Apoio à agricultura familiar Com operações em Goiás e na Bahia, a Binatural ampliou o uso de matérias-primas da agricultura familiar no Norte e Nordeste, de 10% para 30% em 2024. A meta é atingir entre 35% e 40% em 2025. A companhia mantém parceria com 25 mil famílias, que fornecem insumos como mamona, açaí e baru para produção industrial. Expansão O Grupo MC Empreendimentos, de Mato Grosso, ingressou no mercado de beef sticks com a aquisição da BFB Foods em 2024. É no segmento a aposta neste ano para o crescimento da empresa, que atua em proteína animal, bioenergia e industrializados. Desde a aquisição, investiu mais de R$ 50 milhões na regularização de dívidas trabalhistas, modernização da fábrica em Guariba (SP) e retomada das operações. Lá fora Com foco no mercado externo, a BFB Foods exportava dois contêineres mensais de beef sticks para Hong Kong, totalizando 54 toneladas e receita de R$ 16 milhões. Neste mês, dobrará o volume, conta Cidinho Santos, CEO do Grupo MC. A unidade de Guariba tem capacidade para abastecer até 20 contêineres. O mercado global de snacks de carne, avaliado em US$ 19 bilhões em 2024, deve alcançar US$ 26 bilhões até 2029, projeta o executivo. Comer e beber Empresas brasileiras de alimentos e bebidas reportaram US$ 3,5 bilhões em negócios já fechados e os que são previstos na Gulfood 2025, em Dubai. Trata-se de um aumento de 84% sobre o US$ 1,9 bilhão registrado em 2024. A feira, realizada de 17 a 21 de fevereiro, reuniu mais de 5,5 mil expositores. eldquo;Os resultados não poderiam ser melhoreserdquo;, disse Floriano Pesaro, diretor da ApexBrasil, que coordenou a participação de 120 empresas nacionais. Incentivo à produção Os preços remuneradores do café e da laranja podem impulsionar a maior produção desses alimentos no médio prazo, avalia o economista José Roberto Mendonça de Barros. eldquo;São produtos com preços tão bons que podem estar construindo um excesso de oferta para três a quatro anos, porque muitos agricultores tendem a investir nesses cultivoserdquo;, projeta ele, que é sócio da consultoria MB Associados. Para o consumidor, no entanto, não deve haver alívio nos preços do café e da laranja, diz o especialista, que cita a menor oferta global. Apetite A Liv Up, foodtech de marmitas congeladas saudáveis, acaba de entrar no mercado fitness com o fornecimento de refeições de baixa caloria. A meta é faturar R$ 25 milhões neste ano apenas com a nova linha de marmitas focadas em emagrecimento em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em janeiro a foodtech alcançou 1 milhão de refeições vendidas no País. A nova categoria responde à demanda crescente dos consumidores por refeições práticas e com menor ingestão de calorias, diz Stephanie Goes, diretora de Marketing da Liv Up. Justiça suspende decisão sobre sementes da Bayer O Tribunal de Justiça de Mato Grosso suspendeu efeitos de uma decisão que determinava a alteração dos prazos de patentes da tecnologia de soja Intacta RR2 PRO. A liminar atendeu a recurso da Bayer, que contesta a revisão. O caso aguarda julgamento de recurso. A Aprosoja-MT diz que produtores devem ser ressarcidos pelos royalties pagos após o vencimento das patentes. Carne brasileira terá maior presença no México Exportadores de carne de frango e suína projetam fechar mais de US$ 115 milhões em negócios com o México em 2025, após terem participado da Expo Carnes y Lácteos, em Monterrey. Nos dois primeiros meses do ano, o Brasil embarcou 35,8 mil toneladas de proteínas, beneficiando-se da isenção de tarifas e cotas.

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Instituto Mauá confirma viabilidade de aumentar para 30% a mistura de etanol anidro na gasolina

O Instituto Mauá de Tecnologia (MAUÁ) confirmou nesta tarde de segunda-feira, 17, a viabilidade técnica para a mistura de 30% de etanol anidro na gasolina. O protocolo de testes havia sido aprovado no fim de 2024 pelo grupo de acompanhamento coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). A técnica Luana Camargo apresentou os pontos gerais do estudo. Com o estudo, a expectativa de agentes do setor é a de que isso abra caminho para que a nova mistura comece a valer ainda neste ano emdash; atualmente, o porcentual de etanol na gasolina é de 27,5%. Na análise, várias motocicletas apresentaram dificuldades na partida a frio, o processo de ligar um veículo em condições de baixa temperatura ambiente, quando o motor está frio. eldquo;Entende-se que as diferenças encontradas nos testes realizados não são empecilhos para a adoção do E30eamp;Prime;, apontou o Instituto Mauá. O estudo avaliou fatores como dirigibilidade, desempenho e emissões, com ensaios em 16 veículos e 13 motocicletas. Não foram observadas diferenças no desempenho dos veículos eldquo;que sejam justificadas pela alteração de combustível e/ou afetará a percepção de dirigibilidade do motoristaerdquo;, disse a representante do Instituto.

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Mais etanol anidro na gasolina: governo levará ao CNPE proposta de 30% de mistura, diz Silveira

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira, 17, que ainda em 2025 será levada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a proposta de adoção do E30 emdash; mistura de 30% de etanol anidro na gasolina. O protocolo de testes para avaliar a viabilidade técnica do aumento da mistura foi aprovado no fim do ano passado. Os testes foram conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) entre janeiro e fevereiro de 2025. Silveira ponderou que a pasta está sendo prudente na análise sobre a mistura de 30% de etanol anidro na gasolina e que vai avaliar as informações técnicas sobre curva de preços, antes do envio ao CNPE. O ministro afirmou que a proposta pode ser levada ao CNPE a qualquer momento, mas é necessário eldquo;confortoerdquo; sobre o impacto nos preços. eldquo;Estamos todos (no governo) focados na redução dos preços dos alimentoserdquo;, declarou, em entrevista coletiva. eldquo;Os testes confirmaram que o E30 é viável tecnicamente, é seguro para nossa frota de duas e quatro rodaserdquo;, declarou o ministro. eldquo;E30 não prejudica o desempenho dos veículos, pelo contrárioerdquo;, disse. Atualmente, o teor de mistura de etanol anidro à gasolina é de 27%. O CNPE já pode decidir, com a comprovação da viabilidade técnica. O aumento da mistura de etanol anidro à gasolina para 30% busca ampliar eldquo;os benefícios ambientais e econômicos, como a redução das emissões de gases de efeito estufa e a diminuição da dependência de importações de gasolinaerdquo;, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). eldquo;Com o E30, o preço da gasolina na bomba vai cair e nos tornaremos, em definitivo, independentes da importação de gasolinaerdquo;, afirmou o ministro, avaliando que a independência na importação não ocorria desde 2010. eldquo;Vamos nos livrar das amarras do preço de paridade internacional, o preço da gasolina será o preço de competitividade interna. O E30 é um ganho incalculável para a soberania nacional e para a segurança energéticaerdquo;, afirmou. No mês passado, sobre outro mandato do setor de combustíveis, o governo decidiu adiar a exigência de maior uso de biocombustível no diesel. A mudança no porcentual da mistura de 14% para 15% estava prevista para ocorrer em 1º de março, mas foi decidido manter em 14% para evitar novas altas nos preços.

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Comissão do Senado pauta PL do devedor contumaz

O PLP 164/2022, que trata da tipificação do devedor contumaz, foi incluído na pauta de votação da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que se reúne nesta quarta-feira (19/3). O texto tramita em conjunto com o PLS 284/2017, ambos sob a relatoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB).No parecer apresentado na semana passada, Veneziano manteve de pé as propostas para endurecer as penalidades que poderão ser aplicadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O texto amplia a competência da agência no combate às fraudes fiscais. De acordo com a proposta, a ANP poderá, se provocada pelas fazendas públicas ou por iniciativa própria, fiscalizar o atendimento a critérios como a regularidade das empresas nas fazendas federal, estaduais e municipais, e perante a Justiça do Trabalho, e rejeitar pedidos de autorização nos casos em que o agente estiver relacionado com um devedor contumaz. Além disso, o relatório estabelece que, nas atividades de fiscalização, a agência poderá, como medida cautelar, interditar total ou parcialmente as instalações e equipamentos utilizados no exercício da atividade outorgada, caso não seja comprovada a regularidade fiscal ou trabalhista. Prioridade do Ministério da Fazenda A tipificação do devedor contumaz é uma das agendas prioritárias do Ministério da Fazenda, apresentada pelo ministro Fernando Haddad aos novos presidentes da Câmara e do Senado Federal, Hugo Motta (Republicanos/PB) e Davi Alcolumbre (União/AP), respectivamente. Duas iniciativas, contudo, fracassaram em 2024: um acordo da Fazenda com o deputado federal Danilo Forte (União/CE) para um texto apresentado na Câmara; e a tentativa de incluir medidas em um projeto do Senado, que está com Efraim Filho (União/PB). eldquo;Nós não conseguimos aprovar a criminalização do devedor contumaz. Nós estamos há dois anos. Para quem não sabe o que é devedor contumaz, ele é o bandido. É o crime organizado, é o cara que está roubando a populaçãoerdquo;, disse Haddad a uma plateia de executivos do mercado financeiro, em recente evento do BTG. eldquo;Em todo lugar do mundo se prende quem não paga imposto. Aqui nós estamos querendo prender só o devedor contumaz, que é o cara que tem um posto de gasolina para vender gasolina roubada, por exemplo. E aí muda de CNPJ quando é descobertoerdquo;, disse o ministro. Diferentes das duas iniciativas, o parecer de Vital do Rêgo inclui um capítulo dedicado à indústria de petróleo, gás natural e biocombustíveis, com alterações na Lei do Petróleo e na Lei de Penalidades que rege a ANP.

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Suspensão da mistura de biodiesel elevaria importação e teria impacto sobre abastecimento

A suspensão da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel teria impactos sobre o abastecimento nacional devido à necessidade de maior importação do combustível fóssil. O diesel vendido nos postos é acrescido 14% de biodiesel. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) pediu à ANP a suspensão, por 90 dias, da obrigatoriedade de adição do biocombustível, em meio à disparada nos casos de fraudes na mistura nos últimos meses. As refinarias brasileiras não conseguem atender a toda a demanda interna, portanto, a redução na mistura significaria um aumento da entrada do diesel estrangeiro no país. eldquo;Uma mudança repentina de mistura e a necessidade de maior volume de produto importado poderia causar problemas logísticos nos portos e levar a uma redução de disponibilidade imediata de produto no curto prazo, o que poderia limitar a redução do preçoerdquo;, diz o gerente de desenvolvimento de negócios da Argus, Amance Boutin. O potencial de redução nos preços ao consumidor gira em torno de 30 centavos por litro, estima a Leggio Consultoria. Entretanto, especialistas apontam que dificilmente o alívio aos preços dos combustíveis ocorreria de forma imediata e significativa para a população. Além disso, os efeitos estariam na contramão dos esforços do governo, que tem comemorado a redução das importações, com o aumento do fator de utilização das refinarias da Petrobras. Na mensagem ao Congresso para a abertura do ano legislativo, o presidente Lula destacou a redução nas importações como uma forma de reduzir eldquo;a vulnerabilidade do país nas oscilações de oferta de produtos em cenários de crise internacionalerdquo;. O mercado tem alertado também para os impactos ambientais da eventual suspensão da mistura. O resultado seria a retirada do mercado de 2,4 bilhões de litros do biocombustível, o que aumentaria as emissões de CO2 em 4,5 milhões de toneladas pelo maior consumo de diesel fóssil, calcula a produtora de biodiesel Binatural.

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Pedido de suspensão do biodiesel é absurdo, diz ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda (17/3) entender o as preocupações do setor com a concorrência desleal, mas disse que o pleito de suspensão integral das mistura de biodiesel, feito por distribuidoras de combustíveis, é absurdo. Ele defendeu que é preciso dar previsibilidade para o setor produtivo. eldquo;Quem decide as políticas públicas é quem tem o dever de prestar contas aos brasileiros. Não são as distribuidoras, porque se não [for o governo] ficamos como uma biruta de aeroporto, que à medida que o vento toca, a gente muda [e] nunca vamos chegar a um ponto seguroerdquo;, disse. As declarações foram feita na sede do Ministério de Minas e Energia (MME), em evento com participação do diretor-geral Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Ele participou a convite de Silveira. eldquo;O que as distribuidoras têm todo o direito, e eu destaquei aqui, na presença do diretor da Polícia Federal, é cobrar a concorrência leal, que todos façam a mistura adequada conforme a lei. Agora, sob o pretexto do não cumprimento da lei por parte de alguns, querer destruir uma indústria, é algo completamente inusitado e absurdoerdquo;, afirmou. O MME apresentou os estudos que atestam a visibilidade de elevação da mistura de etano anidro na gasolina comum, dos atuais 27,5% (E27), para 30% (E30), atendendo um requisito da elevação prevista na Lei do Combustível do Futuro. A presença de Rodrigues no evento foi esforço para dar um recado do governo, de atuação integrada no combate ao crime organizado no setor de combustíveis. eldquo;A vinda do nosso diretor-geral da PF aqui é uma demonstração da transversalidade do nosso governo, da construção de políticas públicas, e da demonstração de que o governo não transige com relação ao crimeerdquo;, afirmou. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgados em fevereiro, mostraram que organizações criminosas têm lucrado mais com combustíveis do que com o tráfico de cocaína. Os combustíveis renderam aos criminosos, conforme o FBSP, R$ 61,5 bilhões em 2022, representando 41,8% da receita das organizações. Estima-se que 13 bilhões de litros sejam comercializados ilegalmente por ano, representando R$ 23 bilhões em perdas fiscais, no período analisado. eldquo;Precisamos moralizar o setor de combustíveis, enfrentar condutas criminosas que destroem a concorrência entre os agentes. Nós temos problemas de importação ilegal de diesel, de sonegação fiscal, de não adição da mistura obrigatória de biodiesel, de distribuidoras que não cumprem o RenovaBio e de lavagem de dinheiroerdquo;, disse Silveira, dirigindo-se ao chefe da PF. Waiver do biodiesel rachou setor Distribuidoras reunidas no Instituto Combustível Legal (ICL) e no Sindicom vinham se articulando com a Frente Parlamentar do Biodiesel (FBPIO) com o interesse comum de combater as fraudes na mistura. O setor, contudo, rachou quando o Sindicom formalizou há duas semanas o pedido de suspenção da mistura obrigatória por 90 dias, diante do aumento das fraudes. Eles querem zerar a obrigação, enquanto o governo finaliza a regulamentação de uma nova lei que poderá ampliar o combate às fraudes. Usineiros são prejudicados ao deixar de vender; e as distribuidoras que atendem aos mandatos sofrem com a concorrência desleal, uma vantagem ilegal por quem vende diesel sem o custo de aquisição do biocombustível. O pedido foi feito à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que tem competência legal para até mesmo para suspender a mistura do biodiesel. O piso legal para a mistura em situações abastecimento regular do mercado é de 13%. Em fevereiro, com as fraudes e a pressão inflacionária, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu manter a mistura em 14%, revertendo a previsão de elevação para 15% em 1º de março.

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