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ANP aprova resolução sobre qualidade de combustíveis importados

Foi aprovada hoje (20/03), pela Diretoria Colegiada da ANP, resolução que revisa a Resolução ANP nº 680/2017. A norma trata do controle da qualidade de produtos importados, a serem atendidas pelo importador e pela empresa de inspeção da qualidade por ele contratada. O objetivo geral das alterações feitas foi a adequação da Resolução ANP nº 680/2017 à nova realidade de mercado de combustíveis, sem prejuízo ao consumidor no que se refere à qualidade dos combustíveis importados. Principais alterações realizadas: - Ampliação dos produtos regulados pela norma de controle da qualidade na importação, com a inclusão dos asfaltos, que se somam ao escopo atual: biodiesel, etanol, GLP (gás de cozinha), gasolina automotiva, gasolina de aviação, óleo diesel, óleo combustível, querosene de aviação (QAV), querosene de aviação alternativo e diesel verde; - Significativas atualizações nas definições, alinhando o conceito à Instrução Normativa da Receita Federal nº 248/2002; - Harmonização de regras com a Resolução ANP nº 859/2021, que dispõe sobre os requisitos para credenciamento das empresas de inspeção da qualidade, responsáveis pelo controle de produtos importados a que se refere a Resolução ANP nº 680/2017, e inclusão da responsabilização solidária das empresas de inspeção quanto a não conformidades verificadas nos produtos importados; - A guarda da amostra-testemunha passa a ser obrigatória para empresa de inspeção da qualidade sob responsabilidade do importador; - Autorização prévia da ANP ao importador para realização de controle alternativo de qualidade, no caso de importação de produto por modal rodoviário que adentre no país por fronteiras secas, onde não existe infraestrutura de laboratórios. A proposta que resultou na resolução aprovada hoje foi submetida a consulta e audiência públicas em 2023. No entanto, durante a análise das contribuições recebidas, a Agência identificou a necessidade de mais uma alteração na norma, que passou, então, por nova etapa de participação social, em 2024. A nova resolução será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias, quando entrará em vigor.

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Especialistas esclarecem quatro dúvidas dos consumidores sobre maior mistura de etanol

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou na segunda-feira, 17, que a pasta vai propor o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina dos atuais 27% para 30%. A proposta será levada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda este ano. O anúncio foi feito durante a apresentação dos resultados de testes feitos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), que comprovaram que a mudança não prejudica o desempenho dos veículos. Segundo Silveira, o aumento da parcela de etanol na mistura da gasolina traz várias vantagens, entre elas: Redução de preço de até R$ 0,13 por litro da gasolina, o que também contribuiria para o controle da inflação O Brasil deixaria de importar 760 milhões de litros de gasolina por ano e poderia até vir a exportar o combustível Aumento de 1,5 bilhão de litros por ano na demanda por etanol Para atender a essa demanda, seriam necessários R$ 9 bilhões em investimentos no setor, que resultariam na geração de mais 25 mil empregos diretos e indiretos Aumento do uso de combustível renovável geraria uma redução de 1,7 milhão de toneladas nas emissões de gases do efeito estufa por ano, o que equivaleria a retirar 720 mil veículos das ruas Mas faz sentido falar em redução de preços quando o etanol anidro nas usinas de São Paulo está saindo a uma média de R$ 3,25 o litro, enquanto a gasolina nas refinarias custa R$ 3 por litro? E por que o Brasil segue importando gasolina até hoje, se é exportador de petróleo, matéria-prima do combustível? A reportagem conversou com especialistas para esclarecer essas e outras dúvidas sobre o plano do governo de aumentar a mistura de etanol na gasolina para 30%. Por que o Brasil adiciona etanol à gasolina? Tudo começou em 1975, quando a ditadura militar criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), com o objetivo de diminuir a dependência brasileira das importações de petróleo, em meio a uma grave crise no setor, iniciada dois anos antes. Em protesto contra o apoio dos Estados Unidos a Israel durante a Guerra do Yom Kippur, os países árabes reunidos na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) limitaram a produção de petróleo, levando à escassez e a uma explosão no preço da matéria-prima. A partir da criação do Proálcool, desde 1976, o governo tornou obrigatória a mistura de etanol anidro à gasolina, oscilando inicialmente entre 10% e 22%. O percentual da mistura foi sendo elevado gradualmente ao longo dos anos e, desde 2014, a lei prevê um mínimo de 18% e um máximo de 27,5% de etanol anidro na gasolina. Em outubro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei do Combustível do Futuro, que estabeleceu que o governo pode elevar a mistura de etanol à gasolina para até 35%, desde que haja viabilidade técnica para isso. A elevação do percentual dos atuais 27% para 30% é então um primeiro passo nesse sentido. Críticos ao aumento da mistura citam a menor autonomia dos veículos com o uso do etanol, devido ao menor poder calorífico do combustível em relação à gasolina, e afirmam que o etanol compete com a produção de alimentos no campo, reduzindo a oferta e tornando a comida mais cara para os brasileiros endash; o que é refutado pelos representantes do setor sucroenergético. Com mais etanol, vai cair o preço da gasolina? eldquo;Com o E30 [mistura de 30% de etanol anidro à gasolina], o preço da gasolina na bomba vai cair. Isso é redução da inflaçãoerdquo;, disse o ministro Alexandre Silveira, na segunda-feira, estimando uma queda de preço de até R$ 0,13 por litro da gasolina com a mudança. Mas, para a analista de combustíveis da consultoria StoneX, Isabela Garcia, o avanço da safra de cana-de-açúcar e seu impacto sobre o preço do etanol devem ser o maior fator na queda de preço dos combustíveis esperada à frente endash; e não o aumento da mistura. Garcia observa que, atualmente, o etanol anidro está sendo vendido a uma média de R$ 3,2449 por litro nas usinas de São Paulo, segundo o indicador de referência do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq-USP. O valor está acima do preço de referência da gasolina A isenta de etanol, vendida a R$ 3,0308 na Refinaria de Paulínia, em São Paulo. eldquo;É porque estamos no momento de entressafra [da cana], mas entendemos que, nos próximos meses, com a nova safra, os preços do etanol anidro devem voltar a ficar em patamares mais baixos, inclusive abaixo da gasolina, o que seria um fator a diminuir os preços naturalmenteerdquo;, diz Garcia. A analista observa que outro fator relevante na formação do preço da gasolina C endash; mistura da gasolina A com o etanol anidro endash; é a incidência de impostos. Isso porque há uma parcela grande de impostos cobrada na gasolina A e uma parcela reduzida para o etanol anidro. eldquo;Então uma maior mistura de etanol anidro implica uma incidência menor de impostoerdquo;, observa. Mesmo com uma alta esperada para a carga tributária do etanol anidro a partir de maio, de R$ 0,13 para R$ 0,19 por litro, a diferença entre o etanol e a gasolina é tão grande que a carga tributária seguirá sendo menor com o aumento da mistura, diz a analista. Para a gasolina, considerando a incidência de PIS/Pasep, Cofins e Cide, a carga tributária federal sobre a gasolina A chega a R$ 0,89 por litro. eldquo;Mas é importante ter cautela quando se fala de diminuição de preços por conta da mistura, porque, novamente, já é uma tendência nos próximos meses a queda do etanol anidro, isso já baratearia a gasolina, independente se tiver aumento da mistura ou nãoerdquo;, destaca a analista. A qualidade da gasolina vai piorar? Segundo o diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Rogério Gonçalves, o grupo de trabalho criado pela entidade para discutir possíveis problemas decorrentes do aumento da parcela de etanol na gasolina levantou algumas preocupações. Para carros flex endash; aqueles preparados para rodar a gasolina ou etanol hidratado, e que atualmente representam mais de 90% das vendas de veículos novos no Brasil endash;, a única preocupação seria um pequeno aumento de consumo, por conta da diferença de poder calorífico entre os dois combustíveis que compõem a gasolina C. eldquo;O etanol tem 70% do poder calorífico da gasolina. Então, por isso, o veículo flex poderia ter um ligeiro aumento de consumo [com o E30]erdquo;, diz Gonçalves. Isso acontece porque, devido ao menor poder calorífico, é preciso mais etanol do que seria necessário de gasolina, para produzir a mesma quantidade de energia. Já para veículos movidos exclusivamente a gasolina endash; que representam cerca de 12% da frota total do país, em sua maioria automóveis antigos ou importados, além da maioria das motocicletas em circulação no país endash;, as preocupações levantadas pelo grupo de trabalho incluíam se a mudança traria prejuízos à dirigibilidade. Ou seja, se haveria alguma falha sensível ao motorista, como o carro engasgar na hora de sair ou hesitar no momento de acelerar, o que pode ser perigoso na ultrapassagem. Outra preocupação dizia respeito a ataque aos materiais, com possíveis efeitos negativos para materiais metálicos ou elastoméricos (as borrachas) que têm contato com o combustível. eldquo;Baseado nos testes que foram realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia, com diversos veículos, eles não identificaram problemaserdquo;, observa Gonçalves. Conforme o IMT, os testes não demonstraram mudanças significativas no consumo ou potência dos veículos. Foram testados 16 automóveis e 13 motocicletas, em três etapas: ensaios a frio, a quente e de emissões. Entre os objetivos, estava testar a capacidade de partida em baixas temperaturas, de estabilização em marcha lenta e o comportamento da aceleração. Segundo Gonçalves, os proprietários de veículos importados que tiverem dúvidas se seu veículo está plenamente adaptado para o maior teor de etanol podem ainda utilizar a gasolina premium, que vai ser mantida com 25% de etanol na mistura. Ele observa, porém, que a gasolina premium é cerca de 40% mais cara do que a comum, então não é uma solução para todos os motoristas. Conforme o diretor da AEA, outra dúvida levantada pelo grupo de trabalho diz respeito a outros segmentos que utilizam a gasolina como combustível, como o náutico, aeronaves experimentais e ultraleves e máquinas e ferramentas motorizadas, em grande parte importadas. A Marinha e alguns Corpos de Bombeiros, por exemplo, utilizam algumas embarcações movidas a gasolina em operações de resgate. E o ambiente marinho, muito úmido e salino, cria um problema de corrosão de equipamentos, que é agravado pela presença de etanol na gasolina. eldquo;Isso não foi citado [pelo ministro de Minas e Energia e os técnicos do IMT na apresentação de segunda-feira], mas nós fizemos um relatório e enviamos todas essas questões ao governoerdquo;, completa. Por que o Brasil ainda importa gasolina? Segundo o ministro Alexandre Silveira, entre as principais vantagens da adoção do E30 seria reduzir a dependência brasileira da importação de combustíveis. eldquo;Com o E30 nos tornaremos em definitivo independentes da importação de gasolina. Esse é um ganho incalculável para a soberania nacionalerdquo;, disse o titular da pasta de Minas e Energia. eldquo;Vamos deixar de necessitar de importar 760 milhões de litros de gasolina e vamos, ao contrário, ter condição de exportar, porque com 1,5 bilhão de litros de etanol produzidos, vamos ter gasolina sobrando para exportaçãoerdquo;, completou. Isabela Garcia, da StoneX, explica que o Brasil continua importando gasolina até hoje, mesmo após se consolidar como um exportador de petróleo, porque há uma limitação no parque brasileiro de refino. eldquo;Vemos as refinarias brasileiras operando em uma taxa [de ocupação da capacidade instalada] bastante elevadaerdquo;, diz Garcia. eldquo;A produção de gasolina aumentou nos últimos anos, mas não o suficiente para acompanhar o crescimento da demanda internaerdquo;. Ela completa: eldquo;Há um descasamento do ritmo de crescimento de produção e demanda, que acabou aumentando a vulnerabilidade externa para o mercado de gasolinaerdquo;. A analista ainda lembra que, no diesel, a dependência de importações é ainda maior. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2024, a produção nacional de gasolina A (pura, ainda sem a adição de etanol anidro) correspondeu a 90% da oferta interna, com a importação suprindo os 10% restantes supridos. Já no caso do diesel A (ainda sem a mistura de biodiesel), as importações representaram 25% das vendas no ano passado. eldquo;Mas é importante ressaltar que o mercado de gasolina é muito específico no Brasil, porque há um competidor e substituto direto, que é o etanol hidratadoerdquo;, destaca Garcia. eldquo;Tem anos em que o consumo de hidratado está muito alto, e aí diminui a necessidade de importar gasolina, porque as pessoas estão preferindo o consumo do etanol à gasolina, como foi o caso do ano passadoerdquo;, observa a analista. Em 2024, foram vendidos no Brasil 133,1 bilhões de litros de combustíveis automotivos líquidos, segundo a ANP. No caso da gasolina C (já com a mistura de etanol anidro), foram 44,2 bilhões de litros, uma redução de 4% com relação a 2023. Já o etanol hidratado teve 21,7 bilhões de litros em vendas, um crescimento de 33,4%. Quanto à mudança na mistura, Garcia observa que ela realmente deve levar a uma substituição da importação de gasolina A pelo etanol anidro produzido internamente. eldquo;Estimamos que 1 bilhão de litros de gasolina A deixariam de ser consumidos, caso a mistura seja implementada já a partir de abril. Então pode diminuir de fato a exposição internacionalerdquo;, calcula.

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Petrobras identifica possível presença de petróleo na Bacia de Santos

A Petrobras anunciou ter encontrado a presença de hidrocarbonetos em um poço exploratório do bloco Aram, em grande profundidade (abaixo do nível do mar) na camada pré-sal da Bacia de Santos (SP). A presença de hidrocarbonetos indica uma provável presença de petróleo no local. O ponto em que hidrocarbonetos foram identificados (poço 4-BRSA-1395-SPS) fica em alto mar a cerca de 1.760 metros de profundidade. A distância equivale à altura do Pico do Machadão na Serra da Mantiqueira (MG) e está a cerca de 245 quilômetros do litoral, extensão duas vezes e meia a distância entre Santos e a capital paulista. Ainda é desconhecida a capacidade de produção do local. eldquo;O poço está em perfuração e o intervalo portador de hidrocarboneto foi constatado através de perfis elétricos, indícios de gás e amostragem de fluído, que serão posteriormente caracterizadas por meio de análises laboratoriais. Esses dados permitirão avaliar o potencial e direcionar as próximas atividades exploratórias na áreaerdquo;, explica a Petrobras. Bloco A exploração do bloco de Aram está sob concessão pública junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), obtida em 2020 pelo consórcio formado pela a Pré- Sal Petróleo S.A. (PPSA), empresa estatal vinculada ao Ministério das Minas e Energia e a multinacional China National Petroleum Corporation (CNPC). A Petrobras é a empresa operadora do bloco. Na avaliação das companhias, o bloco Aram é um importante ativo para a exploração na camada do pré-sal na Bacia de Santos. Em 2021, a Petrobrás localizou petróleo no mesmo bloco, no poço batizado como Curaçao, a cerca de cinco quilômetros do poço 4-BRSA-1395-SPS.

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ANP: há apenas um equipamento para identificar, em campo, mistura de biodiesel no diesel

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) confirmou nesta quarta-feira (19/3) ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que há apenas um equipamento para identificar, já durante a fiscalização em campo, se a mistura obrigatória de biodiesel está sendo cumprida. Esse único equipamento que a ANP dispõe pode ser utilizado em todo o país pelos fiscais. O chamado espectrofotômetro, de modelo FTIR, possibilita agilidade na identificação e apreensão do combustível, com a interdição de forma mais célere em caso de fraude. A ferramenta foi doada pelo Ministério Público do Estado do Sergipe (MPSE), a partir de acordo com o órgão regulador. eldquo;A ANP vem trabalhando para a aquisição de outros equipamentos do mesmo tipo, para ampliar a identificação de irregularidades em campo, sem prejuízo das análises em laboratórioerdquo;, informou a agência, em nota. Até recentemente, o percentual de biodiesel somente era identificado em laboratório, ou seja, só após o fim da ação fiscal. Os agentes realizam análises laboratoriais nas amostras de diesel coletadas nas ações de fiscalização por meio do Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) e da rede de laboratórios contratados via licitação. Tanto o CPT como essa rede de laboratórios contratados possuem equipamentos que detectam o teor de biodiesel presente no óleo diesel B. O setor privado pede, contudo, aumento da fiscalização em campo. A ANP diz que vem eldquo;empenhando esforços para desenvolver metodologias e utilizar equipamentoserdquo; que permitam a identificação in loco do percentual de biodiesel, buscando agilidade na fiscalização. eldquo;Isso possibilita a imediata interdição cautelar das instalações flagradas com produto fora da especificação, e as amostras do produto são enviadas para a comprovação da irregularidade em laboratórioerdquo;, acrescenta o regulador, informando que vem intensificado a fiscalização em bases de distribuição e nos postos de combustíveis. O Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) protocolou na semana passada um ofício junto à ANP pedindo a suspensão da adição de 14% de biodiesel no óleo diesel por até 90 dias. O crescimento de fraudes na composição obrigatória do produto vem gerando concorrência desleal, aponta o sindicato. A ANP reforça, em nota, que o teor de biodiesel incorreto pode levar, em caso de condenação, a penalidades como multas de até R$ 5 milhões e suspensão e revogação da autorização.

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Veloe: Combustíveis ficam quase estáveis na primeira quinzena de março

Os preços dos combustíveis no Brasil fecharam a primeira quinzena de março praticamente estáveis em relação à última semana de fevereiro, de acordo com o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O preço médio da gasolina no País não teve alteração, se mantendo a R$ 6,44 o litro contra a última semana de fevereiro, enquanto o etanol, principal concorrente do combustível fóssil, subiu em média R$ 0,01 por litro, na mesma comparação, sendo cotado a R$ 4,44. Já o preço médio do litro do diesel S-10 passou de R$ 6,52 para R$ 6,54, na média nacional, um aumento de R$ 0,02 por litro. Levando em conta apenas as capitais, o desempenho também foi estável. O valor médio da gasolina apresentou recuo de R$ 0,01, para R$ 6,46/litro. O valor médio do etanol ficou estável, sendo encontrado por R$ 4,54/litro nos postos. O preço do diesel S-10 recuou R$ 0,01, para R$ 6,53/litro. "Os resultados refletem a ausência de fatores relevantes que costumam incidir sobre os preços dos combustíveis no mercado doméstico, como alterações nos impostos e/ou na política de preços da Petrobras junto às refinarias e distribuidoras", informou o Veloe, um hub de mobilidade e gestão de frota. Estados Segundo o Veloe, o período foi marcado por mudanças mais significativas nos preços regionais e estaduais, "refletindo a complexidade do mercado de combustíveis no Brasil, que é influenciado por uma combinação de fatores como custos logísticos, exposição às variações cambiais, condições de oferta e demanda, e os custos de produção e distribuição." No caso da gasolina comum, os maiores aumentos de preço foram identificados na Bahia (+R$ 0,10), onde opera a Refinaria de Mataripe, privatizada em 2021; no Distrito Federal (+R$ 0,08) e Rio Grande do Sul (+R$ 0,02). No sentido oposto, os preços que mais recuaram foram encontrados em Rondônia (-R$ 0,11), Rio Grande do Norte (-R$ 0,08), Piauí (-R$ 0,05). No Rio de Janeiro, os preços da gasolina não se alteraram no período, enquanto em São Paulo houve uma discreta variação negativa, de R$ 0,01 por litro. A Bahia foi responsável também pelo maior preço do etanol nos primeiros quinze dias de março, uma alta de R$ 0,13 o litro, seguido pelo Ceará (+R$ 0,08) e Mato Grosso (+R$ 0,04). Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram estabilização ou variações pouco significativas nos preços. No Rio Grande do Norte a gasolina ficou mais barata (-R$ 0,17), assim como em Tocantins (-R$ 0,04), Minas Gerais (-R$ 0,04), entre outros. O preço médio do diesel S-10 registrou os maiores aumentos em Roraima, com um acréscimo de R$ 0,10, e Amazonas e Alagoas, ambos com alta de R$ 0,04 por litro. Por outro lado, o combustível pode ser encontrado por um valor mais baixo no Amapá (-R$ 0,53), Paraíba (-R$ 0,07), Rondônia (-R$ 0,06), entre outros estados, informou o Veloe. Para ler esta notícia, clique aqui.

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BC eleva juros para 14,25%, maior patamar desde 2016

OvComitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, por decisão unânime, aumentou ontem a taxa básica de juros de 13,25% para 14,25%. Com essa quinta alta consecutiva, a terceira de um ponto porcentual, a Selic alcançou o mesmo patamar registrado na crise econômica deflagrada no governo Dilma Rousseff, em 2016. Em comunicado, o Copom antecipou um novo eldquo;ajuste de menor magnitudeerdquo; em maio, sem indicar porcentual. Depois disso, o BC vai analisar dados como a evolução da dinâmica da inflação. No cenário atual, diz o Copom, eldquo;projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalhoerdquo; exigem política monetária mais contracionista. Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou ontem a taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, de 13,25% para 14,25%, mesmo patamar registrado na crise econômica deflagrada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Foi a quinta alta seguida da Selic, sendo a terceira de um ponto porcentual endash; confirmando as indicações dadas ainda em dezembro. No comunicado divulgado logo após a reunião, o Copom já antecipou um novo eldquo;ajuste de menor magnitudeerdquo; no seu encontro de maio, sem indicar um porcentual. Depois disso, afirma que as suas decisões vão depender da evolução de dados como o comportamento da dinâmica da inflação endash; eldquo;em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetáriaerdquo;. eldquo;O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionistaerdquo;, diz. Sobre o regime de gastos do governo, voltou a dizer que eldquo;a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida se Evolução Desde setembro, a taxa básica de juros aumentou 3,75 pontos porcentuais gue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agenteserdquo;. Há também menção ao cenário externo, que eldquo;permanece desafiadorerdquo; diante das incertezas geradas com as medidas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Desde setembro, o BC já aumentou a Selic em 3,75 pontos endash; o segundo maior ciclo de alta nos últimos 20 anos, só menor que os 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, após o fim da pandemia. Questionado sobre a decisão do Copom, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que prefere esperar a publicação da ata da reunião, na próxima semana. Já o mercado começou a avaliar as opções de alta nas próximas reuniões. eldquo;Mantemos o cenário: claramente, o viés ainda é para juros mais elevadoserdquo;, disse Roberto Padovani, economistachefe do banco BV. A princípio, ele projeta alta de 0,5 ponto para a Selic em maio. É a mesma estimativa do estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz. Mas ele frisa que esse cenário considera uma redução da inflação. Caso contrário, o mercado vai passar a projetar uma alta de 0,75 ponto ou mesmo a repetição do 1 ponto porcentual. eldquo;Juntando tudo, me soou como preferência um 0,5 ponto em maio e porta aberta para junhoerdquo;, avaliou o economista Marco Caruso, do Santander. Em relatório, a XP afirmou que mantém seu cenário de alta de 0,75 ponto, em maio, e de mais 0,5 ponto na reunião de junho, o que colocaria a Selic em 15,5%. ebull; Diante do novo aumento na taxa básica de juros, que ontem subiu de 13,25% para 14,25% ao ano, o head de renda fixa da Suno Research, Guilherme Almeida, avalia que os títulos pós-fixados, um tipo de investimento em renda fixa, continuam sendo a melhor opção para os investidores. A preferência se justifica pelo fato de que esses ativos permitem aproveitar o movimento de alta dos juros, especialmente em um cenário onde o mercado projeta uma taxa final próxima a 15% este ano. Almeida também destaca os títulos indexados à inflação, sobretudo os de prazo mais curto. Esse tipo de investimento é uma proteção contra a incerteza gerada pelo período eleitoral que se aproxima, o que pode trazer volatilidade aos mercados. De acordo com ele, em anos de eleição, os principais indicadores econômicos tendem a reagir de forma descompassada em relação ao cenário real da economia, tornando papéis atrelados ao IPCA uma escolha estratégica. Entre os títulos indexados à inflação, a preferência recai sobre os títulos públicos, já que as taxas desses papéis estão em patamares historicamente elevados. Como exemplo, ele cita o Tesouro IPCA+ 2035. Além da rentabilidade, os títulos públicos oferecem maior liquidez e menor risco de crédito. Já os títulos prefixados podem ser uma alternativa para perfis moderados e arrojados. Para investidores conservadores, a recomendação é que a exposição a títulos prefixados deve ser feita com cautela e apenas com recursos que não serão necessários no curto prazo. O que está em jogo é que, apesar de uma leve redução nas últimas semanas, as taxas prefixadas seguem atrativas, chegando a 14,5% ou até 15% ao ano. No entanto, o conselho para esse perfil é manter o título até o vencimento para evitar riscos de perda. PAPÉIS PRIVADOS. Além dos títulos públicos, os papéis privados também podem compor a carteira do investidor, especialmente os isentos de Imposto de Renda, como LCIs e LCAs. No entanto, Almeida ressalta que, nesses casos, é fundamental avaliar a qualidade do emissor, pois o risco é maior do que nos títulos do governo. A análise é complementada pelo economista Fabrício Voigt, da gestora Aware Investments, que observa que, atualmente, os investidores podem se beneficiar de uma grande gama de ativos financeiros com risco relativamente baixo, como os títulos de crédito bancário, garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em certos casos. Voigt diz que, quando se trata de crédito privado, empresas que pagam IPCA mais uma taxa fixa oferecem um cenário confortável, pois elas podem repassar o aumento da inflação aos preços finais, atenuando o impacto sobre os custos da dívida. De acordo com Voigt, esse tipo de operação, apesar de sua natureza inflacionária, apresenta uma segurança adicional para o investidor, especialmente em setores como a produção de proteína animal, onde a capacidade de transferir custos para o consumidor final ajuda a proteger a rentabilidade da empresa. Ele também reforça que os investidores que buscam mais segurança podem optar por títulos públicos, como os do Tesouro Direto, cujos riscos são consideravelmente menores. A pedido do E-Investidor, Fabio Gallo, colunista do Esta dão e professor de Finanças na Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), realizou uma simulação para analisar o desempenho de investimentos em renda fixa, levando em conta a nova taxa Selic. O estudo utiliza previsão de 5,66% para o IPCA, conforme o boletim Focus, e considera rentabilidade anual da poupança de 7,1%. Os cálculos simulação aplicações de R$ 1 mil. ebull;

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