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Etanol/Cepea: Vendas de hidratado quase dobram na semana

Dados coletados pelo Cepea mostram que o volume de etanol hidratado vendido pelas usinas paulistas na última semana quase dobrou frente ao do período anterior, refletindo o aquecimento da demanda pelo biocombustível. Além disso, segundo o Centro de Pesquisas, os valores ofertados por usinas para novos lotes atraíram distribuidoras. Ressalta-se que, nos últimos três anos, a quantidade comercializada de hidratado cresceu de setembro para outubro. Neste ano, especificamente, compradores também estão atentos aos menores estoques nas usinas frente aos de 2024, contexto que pode estar estimulando os negócios neste mês. Apesar do cenário de maior liquidez, levantamentos do Cepea mostram que as cotações seguiram estáveis no spot paulista. Entre 6 e 10 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,7156/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), pequeno recuo de 0,4% sobre o período anterior. Para o anidro, a variação foi negativa em ligeiro 0,36%, com o Indicador CEPEA/ESALQ a R$ 3,1126/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins). (Cepea)

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Petrobras quer mandato para diesel coprocessado, diz presidente

A Petrobras defende que haja um mandato obrigatório no Brasil para o uso de diesel coprocessado com óleo vegetal e poderia produzir o combustível com até 10% de conteúdo renovável, afirmou a presidente da petroleira, Magda Chambriard, nesta terça-feira. O diesel coprocessado não foi contemplado em lei recentemente aprovada no Brasil chamada de Combustível do Futuro, que prevê incentivos de fomento à descarbonização do setor de combustíveis, incluindo um novo mandato para o "diesel verde". "Nosso diesel coprocessado ainda não tem mandato", disse a executiva, ao participar de evento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). "Vamos fazer isso sem brigar com o agronegócio brasileiro." A executiva disse ainda que "agro e petróleo tem que andar de mãos dadas" para "ajudar" na redução das emissões e ressaltou que a companhia quer o óleo vegetal do agro para fazer o diesel coprocessado. O diesel coprocessado é uma das iniciativas da Petrobras para contribuir com redução de emissões no escopo 3. BEM-ESTAR SOCIAL Chambriard também voltou a defender o avanço da exploração do petróleo, em busca de adição de novas reservas, de forma a "melhorar o bem-estar das pessoas". Ela defendeu ainda que o petróleo não é o "vilão" das emissões. "Não acreditamos em plano clima sem um plano de segurança energética no país e aumento de energia para ampliar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)", disse a executiva. As declarações ocorrem após o Ibama ter voltado a pedir informações à Petrobras no âmbito do processo de licenciamento ambiental para a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas. (Reuters)

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Petróleo fecha em queda com peso de tensões EUA-China e temor de excesso de oferta

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta terça-feira, 14, após uma breve recuperação na véspera, com o mercado voltando a sentir o peso das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, reacendidas pela imposição mútua de taxas portuárias sobre embarcações. Além das disputas entre as duas potências, persistem preocupações com o excesso de oferta da commodity. O petróleo WTI para novembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 1,33% (US$ 0,79), a US$ 58 70 o barril. Já o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 1,47% (US$ 0 93), a US$ 62,39 o barril. Uma nova escalada do conflito comercial entre Washington e Pequim ameaça enfraquecer a demanda global e pressionar os preços do petróleo. Ao mesmo tempo, crescem temores de excesso de oferta após a Agência Internacional de Energia (AIE) aumentar previsão de superávit, além de apontar acúmulo de barris em estoques flutuantes e em trânsito, o que em breve deve chegar aos principais centros de armazenamento. O relatório mensal da AIE foi eldquo;inusitadamente pessimistaerdquo;, reforçando a tendência de baixa, disse a Ritterbusch. eldquo;Embora os gráficos possam sugerir uma nova queda do WTI para a faixa dos US$ 55, uma reversão acentuada pode ocorrer caso surjam sinais da Casa Branca de que as conversas do presidente Donald Trump com o presidente chinês, Xi Jinping, seguirão conforme o previstoerdquo;, disse a Ritterbusch. Pequim ainda anunciou sanções contra cinco subsidiárias americanas de um estaleiro sul-coreano, em resposta à ameaça dos EUA de impor uma tarifa de 100% sobre produtos chineses. eldquo;A indústria do petróleo continua a navegar por questões geopolíticaserdquo;, segundo o ANZ Research. Enquanto isso, os países da Opep+ seguem ampliando a produção, alimentando o receio de um superávit ainda maior, que tende a manter os preços sob pressão, aponta o ANZ. (Estadão Conteúdo)

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Maior desafio na transição energética é substituir o diesel

O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Pietro Mendes, comentou que a substituição do diesel no setor de transportes pode ser considerada como o "maior desafio" na transição energética no Brasil. Ele explica que o País possui uma frota muito antiga e não há recursos de orçamento público para fazer um programa específico para a renovação de frotas. Ainda de acordo com o argumento apresentado, a utilização de biocombustíveis para transporte pesado é a "principal solução" para o Brasil fazer a descarbonização neste setor de mobilidade de cargas e passageiros. O diretor é ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), sendo um dos principais responsáveis por marcos legais dos últimos dois anos, como a lei do "combustível do futuro" - que dispõe sobre a promoção da mobilidade sustentável de baixo carbono. As declarações de Mendes foram feitas no seminário sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), com o tema "Rotas brasileiras para a descarbonização veicular". O evento foi organizado pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio). "Nós temos dificuldade das longas distâncias que são percorridas no Brasil, então, se não for biocombustível, vamos precisar de corredores para carregamento de veículos elétricos, investimentos pesados em infraestrutura", disse o diretor da ANP. Ele reforçou ainda que a eletrificação também é parte da solução, mas alguns aspectos, do ponto de vista da emissão de poluentes, devem ser considerados. Isso porque as baterias acabam aumentando o peso dos veículos e o próprio contato da roda com o asfalto gera emissões.

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Interdição da Refinaria de Manguinhos aumenta arrecadação de SP e RJ em R$ 200 milhões

A interdição da refinaria Refit, em Manguinhos, já aumentou a arrecadação de ICMS dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro em cerca de R$ 200 milhões, disse à Broadcast o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP), destacando que a refinaria carioca, localizada na zona norte da cidade, há décadas não recolhia impostos aos cofres estaduais. eldquo;O cálculo do IBP mostra que a empresa deixava de recolher, em média, R$ 15 milhões por dia nos dois Estados, resultado da soma das suas operações de gasolina, diesel e etanolerdquo;, informou o IBP, que cobra do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, a votação do projeto de lei contra os devedores contumazes (PLP 125). Neste mês, a Refit divulgou nota em que afirma adotar todas as exigências para reverter a interdição. De acordo com o IBP, eldquo;ao mesmo tempo em que se cogita punir as empresas que geram empregos e pagam seus tributos, o projeto que pune os grandes devedores segue na gaveta do presidente da Câmara. Para o setor produtivo, o recado é amargo: no Brasil, o crime fiscal compensaerdquo;. Além disso, destacou o instituto, enquanto a operação em Manguinhos estancou as perdas geradas pela sonegação, o governo do Rio de Janeiro jogou uma eldquo;bomba fiscalerdquo; para quem paga imposto na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). eldquo;Na Alerj, o governador (do Rio de Janeiro) Cláudio Castro tenta aprovar uma mudança no Fundo Orçamentário Temporário (FOT), que eleva a carga tributária para mais de 20 setores da economiaerdquo;, alertou. A Refit, ex-Refinaria de Manguinhos, foi alvo da Operação Carbono Oculto e teve quatro navios com carga apreendida, tendo sido interditada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no dia 26 de setembro, por suposta importação irregular de gasolina e por não refinar petróleo, apesar de acessar benefícios tributários específicos para a atividade de refino. Após a interdição, a Refit protocolou uma carta-resposta na ANP em que afirma estar adotando todas as exigências para reverter a medida. A empresa diz que os 11 pontos levantados pela agência durante a fiscalização não estão entre os critérios considerados pela legislação como passíveis de interdição. O comunicado enfatiza que, apesar de discordar da suspensão, adotou um conjunto de medidas para atender às condicionantes.

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Refit tenta afastar diretores da ANP para tentar reverter interdição de Manguinhos

A Refit tenta afastar dois dos cinco diretores da Agência Nacional do Petróleo (ANP) do processo de fiscalização que resultou na interdição da Refinaria de Manguinhos no último dia 26. Depois de apresentar uma queixa-crime à Polícia Federal alegando abuso de autoridade e prevaricação, a empresa ingressou com processo também na ANP requisitando o impedimento de diretores sob o argumento de suspeição. Na última quinta-feira, 9, a ANP autorizou que parte do combustível de terceiros armazenado em tanques da Refit seja liberado. Ao todo, 15 tanques serão esvaziados. O argumento da ANP é que manter a carga acondicionada em tanques que tiveram problemas detectados pela agência pode provocar acidentes. A empresa, no entanto, segue sob interdição. eldquo;O recebimento de insumos e produtos, próprios ou de terceiros, por via terrestre ou marítima, permanece interditado. Da mesma forma, permanece a interdição para a expedição de insumos e produtos próprios da refinariaerdquo;, informou a ANP. Procurada, a Refit informou que está questionando a atuação específica de dois diretores que, segundo a empresa, eldquo;não estão atuando de forma transparente na ANPerdquo; (leia mais abaixo). A carga de Manguinhos apreendida pela Receita Federal em quatro navios que vinham do exterior segue interditada. A empresa declarou que se tratava de insumos para produção de gasolina (óleo bruto de petróleo), mas exames da ANP constaram que o produto já estava acabado - ou seja, já era gasolina. Com isso, a Refit estaria sonegando impostos, segundo o Fisco. Refit diz que diretor é próximo da Petrobras No pedido de impedimento entregue à ANP, Manguinhos afirma que os diretores Pietro Mendes e Symone Araújo devem ser impedidos de analisar o processo aberto com a interdição porque a inspeção na refinaria foi realizada sem que os demais integrantes do colegiado tivessem sido avisados. Contra Mendes, a Refit acrescenta que ele era presidente do Conselho da Petrobras e, por isso, desejaria prejudicar Manguinhos em favor da concorrente. Procurados, os diretores informaram, por meio da assessoria da ANP, que somente se manifestarão nos autos do processo, caso chamados. Segundo informações da agência, os argumentos não encontram amparo no estatuto da ANP, que dá autonomia para as superintendências agirem sem que sejam demandadas pela diretoria. Ou seja, nem Mendes nem Araújo comandam superintendências ou ordenaram a inspeção, e fizeram o acompanhamento porque são diretores de referência das áreas de Fiscalização e Planejamento. elsquo;Rachaersquo; Funcionários da ANP narram nos bastidores que a intedição da Refit provocou um racha na agência, com os dois diretores e o diretor-presidente, Artur Watt, de um lado, e Daniel Maia e Fernando Moura do lado contrário à interdição em Manguinhos. O Estadão questionou a ANP e, por meio de sua assessoria, cada um dos diretores a respeito do assunto, mas eles preferiram não se manifestar. Um dos lados - o de Maia e Moura - reclama que a operação ocorreu sob sigilo e cobra que o rigor da fiscalização se estenda para outros players e não se limite à Refit, no que o outro grupo acredita ser uma tentativa de eldquo;tirar o focoerdquo; e eldquo;afastar as equipeserdquo; dos problemas detectados em Manguinhos. A pressão interna do pedido de impedimento escalou após Daniel Maia enviar um ofício às superintendências mobilizadas em Manguinhos cobrando ação em uma outra empresa, baseada em São Paulo, sugerindo que, em caso de demora, os técnicos poderiam ser co-responsabilizados. A comunicação soou como uma reprimenda. A indicação de Maia para a ANP é atribuída ao advogado Thiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e a de Fernando Moura, atribuída a Flávio Bolsonaro. Ambos chegaram à ANP em 2022, no governo Jair Bolsonaro. Watt e Pietro, por sua vez, chegaram neste ano, sob Luiz Inácio Lula da Silva, com indicações atribuídas ao senador Otto Alencar (PSD-BA) e ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, respectivamente. Watt atuou antes na procuradoria da ANP, e Pietro foi secretário de Petróleo e Gás Natural na gestão Silveira. Symone Araújo é egressa dos quadros técnicos do Ministério de Minas e Energia. Para fundamentar o pedido de impedimento, a Refit fez menção à jurisprudência de suspeição aplicada a magistrados do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Pessoas de dentro da ANP afirmam que um processo de impedimento em agência não tem precedente e ainda não se sabe como será a tramitação. eldquo;Além da interdição da Refit ter sido realizada de forma secreta, sem conhecimento dos demais membros da diretoria, superintendentes foram orientados a não informar seus superiores sobre a fiscalização. Após o primeiro dia, os fiscais disseram para representantes da Refit não terem encontrado qualquer irregularidade. Ainda assim, a Refit foi interditada a partir de insinuações sem provas de que a empresa não pratica a atividade de refinoerdquo;, afirma a empresa a empresa em nota. eldquo;Também é inadmissível que Mendes tenha consultado a Petrobras sobre as condições de abastecer o mercado do Rio antes mesmo de encontrar qualquer evidência de irregularidadeerdquo;, acrescentou. eldquo;Cabe ressaltar que Mendes assumiu o cargo de diretor da ANP sem cumprir quarentena, logo após renunciar à presidência do conselho da Petrobras, que está sendo processada pela Refit por vender combustível abaixo do preço de custo, prejudicando a concorrência.erdquo; Na quinta-feira, 9, após nova vistoria, as superintendências de Fiscalização e Produção da ANP informaram que, na ocasião da interdição, foram verificadas 11 irregularidades em Manguinhos e que, ainda hoje, elas não foram sanadas. Por isso a interdição deve prosseguir. Além de declarar que estava importando um tipo de carga e estocar outro, Manguinhos também não possui medidores de vazão nem os equipamentos necessários para processar petróleo, atividade principal de uma refinaria. Carbono Oculto A Refinaria de Manguinhos entrou no radar das autoridades após a deflagração da Operação Carbono Oculto, em 28 de agosto. As autoridades investigam se o combustível da Refit abasteceria redes de postos de gasolina controlados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo os investidores, a organização criminosa usa o mercado de combustíveis para lavar dinheiro do crime e ocultar os verdadeiros donos com a ajuda de bancos e fintechs instaladas na Faria Lima. A Receita Federal também apura se Manguinhos está sonegando impostos ao importar nafta e outros derivados de petróleo para fazer gasolina, sem recolher os tributos como deveria, além de usar empresas de fachada para ocultar os reais importadores do combustível, o que é crime. Em uma segunda etapa, a Receita deflagrou a operação Cadeia de Carbono, que apreendeu quatro navios que levavam cargas da Refit. Segundo as autoridades, essa conduta deforma o mercado legal, ao criar uma concorrência desleal com competidores, além de permitir a infiltração do crime organizado em uma cadeia complexa e de elevada carga tributária.

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