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Governo do Rio de Janeiro alega perda de receita e vai à Justiça contra interdição da Refit

O governo do Rio de Janeiro decidiu tentar intervir no processo de interdição da refinaria de Manguinhos, do grupo Refit, alegando que a paralisação das atividades tem impacto na arrecadação estadual, que vive em regime de recuperação fiscal. A unidade foi interditada no dia 26 de setembro após ação conjunta da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e da Receita Federal. Em petição feita no último dia 10, a Procuradoria-Geral do Estado pede que a Justiça estadual avalie com urgência recursos contra a interdição. Argumenta que, sem receita, a Refit não terá condições de pagar parcelas de sua dívida bilionária com o estado. Segundo a procuradoria, "o parcelamento da dívida da empresa vinha sendo cumprido integralmente, já tendo sido pagas 20 parcelas, montante que se aproxima de R$ 1 bilhão. Cada parcela é calculada mensalmente, correspondendo a 3,5% da receita. A última parcela, relativa ao faturamento de agosto, foi de cerca de R$ 50 milhões. "Com a interdição, fica inviabilizado o pagamento da 21ª parcela do parcelamento, o que acarretará prejuízo aos cofres públicos", diz a petição. O procurador-geral Renan Miguel Saad, questiona decisão anterior do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que negou recurso à Refit. Diz que a empresa está em recuperação judicial e pede urgência na avaliação do processo. Nesta quarta-feira (15), a Justiça estadual negou novo recurso da Refit, alegando que a discussão deve se dar na Justiça Federal, por se tratar de processo com participação da União. "Embora se reconheça a importância da preservação da atividade empresarial e do cumprimento do plano de recuperação, não se pode admitir que, a pretexto de soerguimento da empresa, haja usurpação de competência constitucionalmente atribuída à Justiça Federal e de atos administrativos praticados por agência reguladora setorial", escreveu o juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira. O proprietário da Refit, Ricardo Magro, é considerado afinado com o governador Cláudio Castro (PL), a quem fez indicações para cargos na secretaria de Fazenda. Este ano, o governador esteve em evento patrocinado pelo empresário em Nova York. Magro declarou em entrevista à Folha que não é sonegador, apenas discute divergência com o Fisco.

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ICL apoia a Operação Primus e reforça o combate à criminalidade e às fraudes no mercado

O Instituto Combustível Legal (ICL) manifesta total apoio à Operação Primus, deflagrada nesta quinta-feira (16) pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco) da Polícia Civil da Bahia, em parceria com a Secretaria da Fazenda estadual e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A ação representa um passo decisivo no enfrentamento às fraudes, à lavagem de dinheiro e às práticas criminosas que comprometem a integridade do setor de combustíveis. As investigações apontam um esquema de adulteração, comercialização irregular e ocultação patrimonial envolvendo cerca de 200 postos de combustíveis em diferentes estados. O ICL considera alarmante a dimensão econômica dessas atividades ilícitas emdash; com bens bloqueados estimados em R$ 6,5 bilhões emdash; e destaca que operações dessa magnitude são fundamentais para proteger o consumidor, assegurar a livre concorrência e garantir a arrecadação tributária. O instituto ressalta que a atuação integrada entre forças policiais, órgãos fazendários e reguladores é essencial para desarticular redes criminosas e restabelecer a isonomia competitiva no mercado de combustíveis. A Operação Primus evidencia o comprometimento das autoridades com a moralização e a transparência da cadeia de abastecimento em todo o país. eldquo;A Operação Primus é mais uma demonstração da eficiência do trabalho conjunto entre as instituições públicas no combate a práticas ilícitas que geram distorções bilionárias e prejudicam o Brasil. A aprovação do PLP 125, que cria mecanismos contra o devedor contumaz, torna-se cada vez mais necessária no Congresso para impedir que grupos reincidentes continuem explorando brechas legais e desequilibrando o mercadoerdquo;, afirma Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal. O ICL reitera seu compromisso em colaborar com as autoridades e a sociedade civil no combate à adulteração, sonegação e lavagem de dinheiro, defendendo um mercado de combustíveis mais ético, competitivo e em plena conformidade com a lei.

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Estoques de petróleo nos EUA sobem 3,524 milhões de barris, revela DoE

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos subiram 3,524 milhões de barris, a 423,785 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE). Analistas consultados pelo The Wall Street Journal projetavam queda de 1,1 milhão barris. Os estoques de gasolina caíram 267 mil de barris, a 218,826 milhões de barris, menos intensa que a queda projetada de 600 mil de barris. Já os estoques de destilados recuaram 4,529 milhões barris, a 117,03 milhões de barris. A previsão era de queda menor, de 1,2 milhão barris. A taxa de utilização da capacidade das refinarias caiu de 92,4% para 85,7%, ante expectativa de queda a 92,2%. Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing tiveram queda de 703 mil barris, a 22,001 milhões de barris. A produção média diária de petróleo subiu para 13,636 milhões de barris na semana. Com informações da Dow Jones Newswires. (Estadão Conteúdo)

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Bioenergia ganha peso na transição global, e Brasil é destaque

Na trajetória global de substituição de combustíveis fósseis para limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC até 2100, a bioenergia precisará dar um salto na matriz energética emdash; especialmente em setores como aviação e navegação emdash;, demandando coordenação de ações dos setores públicos e privados, um território que o Brasil desbrava há décadas. Esta é uma das conclusões de um relatório divulgado hoje (16/10) pela Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, em inglês), sob encomenda da Presidência Brasileira da COP30. O Brasil quer mobilizar adesões ao compromisso apresentado esta semana para quadruplicar a produção e consumo de combustíveis sustentáveis até 2035, mirando especialmente setores onde a eletrificação ainda é um desafio. É também uma estratégia para romper resistências e ampliar mercados para biocombustíveis tradicionais como etanol e biodiesel, além de se posicionar como futuro fornecedor de SAF (aviação). No estudo divulgado nesta quinta, a Irena aponta que a bioenergia precisará contribuir com 12% do consumo final de energia até 2030 e 15% até 2050 no cenário de 1,5°C. No entanto, a concretização de todo o potencial requer uma abordagem abrangente. Estrutura institucional adequada, metas de longo prazo consistentes, engajamento produtivo, cooperação internacional e inovação são os pré-requisitos listados pela agência para superar barreiras como incerteza política, prontidão tecnológica, custos, complexidades da cadeia de suprimentos e riscos à sustentabilidade. É aí que o Brasil entra como um case a ser considerado por outras economias. eldquo;Alinhada à perspectiva global da Irena, a experiência do Brasil, particularmente com o bioetanol, exemplifica um modelo convincente para a descarbonização sustentávelerdquo;, diz o relatório (.pdf). eldquo;Oferece um caminho competitivo e de baixo custo, contribuindo significativamente para as transições energéticas globaiserdquo;, completa.

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Combustíveis fósseis dominarão uso global de energia após 2050, diz McKinsey

Petróleo, gás e carvão continuarão a dominar a matriz energética mundial muito além de 2050, já que o aumento da demanda por eletricidade supera a mudança para as energias renováveis, de acordo com um novo relatório da McKinsey. O uso contínuo de combustíveis fósseis representa um grande desafio para as metas globais de emissões líquidas zero de gases causadores do efeito estufa. A demanda por eletricidade crescerá principalmente devido a um aumento projetado de 20% a 40% nos setores industrial e de construção até 2050, de acordo com o estudo, sendo que os data centers norte-americanos são vistos como os maiores contribuintes para essa expansão na demanda por eletricidade. A expectativa é que o uso de gás natural para geração de energia cresça significativamente, enquanto o uso de carvão também pode persistir em níveis mais altos. A McKinsey espera que os combustíveis fósseis respondam por cerca de 41% a 55% do consumo global de energia em 2050, abaixo dos 64% atuais, mas acima das projeções anteriores. A demanda de energia relacionada às centrais de processamento de dados dos EUA deve crescer quase 25% ao ano até 2030, enquanto a demanda dos data centers em todo o mundo terá um crescimento médio de 17% ao ano entre 2022 e 2030, especialmente nos países da OCDE. É improvável que os combustíveis alternativos sejam amplamente adotados antes de 2040, a menos que sejam obrigatórios e as energias renováveis têm o potencial de fornecer de 61% a 67% do mix de energia global em 2050, disse a McKinsey. "Essa foi provavelmente a nossa maior mudança de pensamento sobre a evolução do sistema energético", disse à Reuters Diego Hernandez Diaz, sócio da McKinsey, acrescentando que a consultoria não espera que a demanda de petróleo se estabilize até a década de 2030. Combinado com a economia regional e global de alguns combustíveis fósseis, "isso nos leva a... ver até 55% da pilha global de energia sendo formada por combustíveis fósseis em 2050". A perspectiva energética global está sendo moldada pela incerteza geopolítica e pelos governos que priorizam a acessibilidade e a segurança energética em detrimento do cumprimento das metas do Acordo de Paris. (Reuters)

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Etanol de milho cresce no Brasil após tarifaço de Trump

O programa Proálcool, lançado na década de 1970 como resposta à crise do petróleo, colocou o Brasil na vanguarda mundial dos combustíveis alternativos a partir da cana-de-açúcar. Meio século depois, um novo protagonista desponta no setor energético: o etanol de milho. Segundo reportagem publicada pelo Brazil Stock Guide, a produção disparou nos últimos anos e projeta alcançar quase 10 bilhões de litros em 2025, cerca de um quarto da produção de etanol de cana. Em 2017, o país contava com apenas uma usina dedicada exclusivamente ao milho, com capacidade anual de 500 milhões de litros. Hoje, já são 24 unidades em operação e outras 16 em construção, concentradas principalmente no Centro-Oeste, mas em rápida expansão em direção ao Nordeste. Até 2028, a expectativa é de uma produção distribuída de forma mais equilibrada pelo território nacional. Estrutura flexível e impacto no agronegócio O crescimento acelerado se deve, em parte, ao avanço das chamadas plantas flex, capazes de processar tanto milho quanto cana, reduzindo a sazonalidade da produção e aumentando a eficiência do setor. Além do combustível, cada usina também atua como uma fábrica de proteína. Os coprodutos do processo, como o DDG e o DDGS (grãos secos de destilaria), ricos em proteínas, são utilizados na alimentação de bovinos, suínos e aves. Assim, o milho se transforma em energia e ração, criando uma cadeia integrada que fortalece o agronegócio. Papel do RenovaBio e credibilidade internacional O programa federal RenovaBio foi fundamental para consolidar o segmento. Com metas de descarbonização e a criação dos créditos de descarbonização (CBIOs), negociados no mercado, o programa deu previsibilidade ao setor e atraiu investimentos bilionários. O etanol de milho ganhou, assim, um eldquo;selo verdeerdquo; que amplia sua competitividade tanto no mercado interno quanto externo. Além disso, a tecnologia conhecida como alcohol-to-jet abre caminho para transformar o etanol em combustível sustentável para aviação, o que pode inserir o Brasil em um mercado global de alto valor agregado. Desafio diplomático com os Estados Unidos O principal risco para o futuro do setor está na arena internacional. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifa de 50% sobre o etanol brasileiro emdash; medida que atingiu sobretudo a produção de cana, cujas exportações são direcionadas quase exclusivamente para programas de descarbonização da Califórnia, como o RFS e o LCFS. Trump pressiona o governo Lula a reduzir a tarifa de 18% que o Brasil aplica sobre o etanol americano. O presidente norte-americano chegou a afirmar que existe eldquo;químicaerdquo; em sua relação com o mandatário brasileiro, mas, para analistas do setor, Brasília não demonstra disposição em ceder após o aceno.

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