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Petróleo e dólar caros elevam querosene de aviação e jogam pressão sobre gasolina

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (1) aumento de 3,2% no preço do querosene de aviação, reagindo à alta do petróleo e do dólar nas últimas semanas. O cenário joga pressão também sobre os preços da gasolina e do diesel, que já acumulam elevadas defasagens. O preço do querosene de aviação é reajustado uma vez por mês, segundo contratos assinados pela Petrobras com as distribuidoras do combustível. Assim, tem seguido mais de perto as oscilações do mercado internacional, enquanto gasolina e diesel estão há meses sem mudanças. Em 2024, o preço do querosene de aviação vendido pela Petrobras subiu três vezes e caiu quatro vezes, acompanhando a volatilidade das cotações internacionais do petróleo. No acumulado do ano, o resultado é uma queda de 5,8%. A alta para julho equivale a R$ 0,12 por litro, reduzindo a queda acumulada no ano para R$ 0,24 por litro. A escalada recente do preço do petróleo, aliada à desvalorização do real, elevaram as defasagens de preços da gasolina e do diesel a patamares vistos pela última vez em meados de abril. Na abertura do mercado desta segunda, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras estava R$ 0,58 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). No diesel, a diferença era de R$ 0,60 por litro. Na média nacional, a defasagem da gasolina e do diesel frente à paridade calculada pela Abicom era de R$ 0,52 e R$ 0,54 por litro, respectivamente. Esse indicador considera refinarias privadas, que vêm repassando mais rapidamente as oscilações internacionais. A alta do petróleo reflete a manutenção do corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e a maior demanda durante o verão no Hemisfério Norte, diz Lucas Balzano, responsável pela área de Inteligência de Mercado de Vinílicos e Especialidades na Braskem. O petróleo do tipo Brent, referência internacional negociada em Londres, fechou esta segunda cotado a US$ 86,60 por barril, alta de 10,7% em relação ao fechamento do primeiro pregão de junho. Já o dólar fechou a R$ 5,65, o maior patamar em dois anos e meio. Para Balzano, o mercado tende a permanecer aquecido. "A combinação da baixa oferta de petróleo e da alta demanda por derivados já impactou os estoques e, com isso, os preços seguiriam em patamares entre US$ 85 e US$ 90 por barril. A Petrobras não mexe no preço da gasolina desde setembro de 2023. Nesse período, operou quase sempre abaixo da paridade, com períodos de elevada defasagem e outros mais próximos dos preços internacionais. No caso do diesel, a última mexida foi em dezembro de 2023. A estratégia comercial da Petrobras implantada em 2023 não segue mais apenas a paridade de importação, mas que não venderia combustíveis com prejuízo, como fizeram gestões petistas anteriores. Em entrevistas após sua posse, a nova presidente da companhia, Magda Chambriard, repetiu que a empresa manterá os preços "abrasileirados", mas também disse que a empresa tem que ser rentável e dar retorno ao acionista.

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Os 10 estados com a gasolina mais cara do Brasil no 1º semestre de 2024

O preço médio da gasolina chegou a R$ 7,04 no Acre, de acordo com o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente a semana entre 23 e 29 de junho, a última completa do primeiro semestre. A média no valor do combustível no Brasil foi de R$ 5,86. Veja os dez estados com o litro mais caro do país. O que chama atenção é que os três estados com os maiores valores médios ficam na Região Norte e todos com preço acima dos R$ 6,30. São eles: Acre, Rondônia e Amazonas emdash; empatado com Roraima. Outro fato curioso é que dois estados entre os dez têm o valor do litro abaixo dos R$ 6,00. Veja a tabela: Preço médio da gasolina Estado Preço médio 1) Acre R$ 7,04 2) Rondônia R$ 6,40 3) Amazonas R$ 6,32 4) Roraima R$ 6,32 5) Sergipe R$ 6,21 6) Tocantins R$ 6,17 7) Bahia R$ 6,10 8) Pará R$ 6,01 9) Alagoas R$ 5,98 10) Espirito Santo R$ 5,93 Fonte: ANP Na comparação com o inicio do ano, todos os índices subiram. O preço médio do Brasil na primeira semana de janeiro foi de R$ 5,56, portanto, exatos R$ 0,20 a menos do que no fechamento deste primeiro semestre emdash; o período teve alta de 5,4%. Falando especificamente do Acre, na primeira semana de 2024 o valor médio do estado foi de R$ 6,77 emdash; agora está R$ 0,27 (4%) mais caro. A explicação para o aumento dos preços está na alta dos impostos. ICMS O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da gasolina aumentou R$ 0,15 (12,3%), saindo de R$ 1,22 para R$ 1,37, no dia 1º de fevereiro. A alíquota de ICMS sempre variou de acordo com o estado, porém, desde o início de junho de 2023, o valor foi fixado em R$ 1,22. Isso aconteceu porque em junho de 2022, o governo do então presidente, Jair Bolsonaro, fez um decreto para o imposto estadual ficar com teto de 18% em todo o território nacional emdash; que representava média de R$ 0,90 a R$ 1,00, dependendo da região. A medida foi tomada para minimizar alguns efeitos da pandemia. Mas, o principal motivo foi a crise gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Esse teto na cobrança do imposto permaneceu por anos. Então os estados e o Distrito Federal se queixaram de prejuízos bilionários, uma vez que o ICMS é uma das principais fontes de arrecadação das unidades federativas. O Supremo Tribunal Federal (STF) fez um acordo para elevar o imposto e deixar com o teto de R$ 1,22 igual para todos a partir do dia 1º de junho de 2023. Em 30 de outubro do ano passado, o governo federal anunciou que o imposto subiria R$ 0,15 a partir de fevereiro emdash; totalizando os atuais R$ 1,37. A decisão foi do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e o decreto foi publicado no Diário Oficial da União. Composição do preço da gasolina O Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que são os impostos federais sobre a gasolina, totalizam R$ 0,69 em cada litro que você paga nos postos. Somado aos R$ 1,37 de ICMS, o total de impostos em cada litro é de R$ 2,06. Composição do preço da gasolina Categoria Percentual Preço Distribuição e Revenda 17,2% R$ 1,01 Custo Etanol Anidro 12,6% R$ 0,74 Imposto Estadual (ICMS) 23,4% R$ 1,37 Impostos Federais 11,8% R$ 0,69 Parcela Petrobras 35% R$ 2,05 Total 100% R$ 5,86 Fonte: Petrobras

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Pão de Açúcar termina venda de postos de gasolina e se encaminha para fase de mudança

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) encerrou, com a venda de seus postos de gasolina, a promessa de venda de ativos que não eram essenciais ao negócio. A empresa se encaminha para uma nova fase, com mudanças relevantes inclusive em seu quadro societário que já se refletem nos assentos do Conselho de Administração. Ao todo, a venda de ativos somou, nas contas do Itaú BBA, R$ 1,9 bilhão. Ao longo de 2023, a companhia completou a separação do Grupo Exito, vendeu imóveis dos quais passou a ser locatária e se desfez dos postos de gasolina. O último movimento, a venda de 49 postos de combustíveis localizados no Estado de São Paulo, na semana passada, levantou R$ 200 milhões. O processo é visto pelos analistas do Itaú BBA como fundamental para a reorganização da companhia. eldquo;Conforme escrevemos em nosso relatório de reinício da cobertura, melhorar a estrutura de capital da empresa foi um pilar fundamental do plano de recuperação do GPAerdquo;, diz o relatório. No mesmo caminho, o Bradesco BBI avalia que a última venda caracterizou mais um anúncio estratégico positivo, após a monetização imobiliária e a negociação de contingências fiscais estaduais da companhia. Para os analistas Felipe Cassimiro, Pedro Pinto, Renan Sartorio e João Andrade, os R$ 138 milhões a serem recebidos em 2024 devem ajudar a empresa a compensar as despesas financeiras, principalmente no novo cenário brasileiro de taxas de juros mais altas, em 10,50%, afirmam em relatório. eldquo;Em suma, temos uma visão positiva sobre o desinvestimento de ativos não essenciais, uma vez que a empresa irá concentrar a sua força e atenção de gestão totalmente no seu principal varejo alimentarerdquo;, conclui o Bradesco BBI. Quadro societário Do outro lado, o GPA vive um processo de saída do ex-controlador francês, Grupo Casino. Em março deste ano, a oferta de ações (follow-on) do GPA sacramentou a saída do Casino do controle da varejista brasileira. Os franceses passaram a ter 22,5% da companhia após o aumento de capital de R$ 704 milhões. Anteriormente, a participação era de 40,9%. No processo, um dos maiores compradores individuais do papel foi o executivo Ronaldo Iabrudi, que já foi presidente do GPA e também participou no conselho do grupo. Ele alcançou 5,48% do total de ações da mesma classe. Como consequência, na quinta-feira, 27, o Conselho de Administração da companhia decidiu, com base na recomendação do Comitê de Gestão, Pessoas e Sustentabilidade, pela eleição de Iabrudi para a posição de vice-presidente do Conselho. Cadeiras no colegiado são miradas por outros investidores que buscam posições relevantes na nova fase da varejista. Entre os que montaram posições mais recentemente está a gestora SPX. No último trimestre, a empresa apresentou redução de R$ 700 milhões da dívida líquida com diminuição de 0,8x da alavancagem em relação ao trimestre imediatamente anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da rede, por sua vez, foi de R$ 404 milhões, com alta de 39% (considerando só a operação brasileira, sem impactos internacionais) e um prejuízo líquido de R$ 87 milhões (nas operações que se mantêm), com melhora de 68% no resultado negativo de um ano antes.

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ANP reduz pesquisa de preço dos combustíveis por corte no orçamento

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) cortou o número de postos e de cidades visitadas em sua pesquisa semanal de preços dos combustíveis, alegando falta de recursos após corte no orçamento. A pesquisa é feita semanalmente e acompanha a evolução dos preços da gasolina, diesel, etanol, botijão de gás e GNV (gás natural veicular) pelo país. É usada para identificar suspeitas de fraudes e de crimes contra a concorrência. Em nota divulgada nesta segunda-feira (1º), a ANP informou que assinou aditivo contratual com a empresa responsável pela coleta, reduzindo o número de cidades visitadas de 459 para 358. O número de postos cairá de 10.920 para 6.255, corte de 43%. "A decisão sobre localidades que deixarão de receber o levantamento considerou alguns critérios, buscando minimizar os impactos negativos decorrentes das perdas de unidades amostrais e localidades pesquisadas", disse a agência. As capitais foram mantidas e, para os demais locais, o corte considerou os volumes de venda dos combustíveis, com o objetivo de tentar manter a representatividade da coleta. O contrato prevê restabelecimento parcial da pesquisa em 2025, com 417 cidades e 8.988 coletas. A possibilidade de corte da pesquisa havia sido antecipada à Folha pelo diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, em entrevista publicada em maio, segundo quem a agência chegou a uma situação onde é necessário "amputar os primeiros dedos". "O orçamento que temos hoje é um terço do que tínhamos há dez anos, sem contar a inflação. Se corrigirmos, vai a um quinto", reclamou. "Isso teve efeito devastador em nosso planejamento de contratos que já tinham sido assumidos." Saboia levantou também a possibilidade de cortes no programa de monitoramento da qualidade dos combustíveis, que também tem cobertura nacional, mas ainda não houve anúncios nesse sentido. Esse programa é importante para a fiscalização sobre adulteração ou fraudes em bombas, por exemplo. "Controle de combustível é assunto extremamente importante. Monitoramos um mercado muito sensível e muito exposto a interesses fraudulentos", afirmou o diretor-geral da ANP, na entrevista à Folha em maio. A ANP vem perdendo também servidores ao longo dos anos. Ao fim de 2023, eram 638, queda de 7,5% em relação a dez anos antes. Saboia diz que vem pedindo, sem sucesso, a abertura de concurso, principalmente diante da necessidade regulamentar o novo mercado de gás. Diante dos cortes orçamentários, trabalhadores ligados a agências reguladoras decidiram na sexta-feira (28) fazer uma paralisação no próximo dia 4 de julho. O indicativo foi aprovado por 95% da categoria em assembleia. A paralisação é uma maneira de pressionar o governo. Há uma negociação com o Ministério da Gestão marcada para 11 de julho. O sindicato reclama de um processo de sucateamento e desvalorização das agências reguladoras.

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Petróleo fecha em queda, mas avança 11% no primeiro semestre

O petróleo fechou o último pregão do mês emdash; e do semestre emdash; em queda, com preocupações sobre a demanda e a despeito do enfraquecimento do dólar após dados de inflação em linha com o esperado nos Estados Unidos (EUA). Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, com vencimento em setembro, terminaram o dia com baixa de 0,30%, a US$ 85,00 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI), para agosto, caíram 0,24%, a US$ 81,54 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), nos EUA. Durante o pregão, os futuros do WTI atingiram a máxima intraday de US$ 82,72 o barril, o maior nível desde 30 de abril. Apesar da queda, os saldos semanais e mensais foram positivos. O Brent subiu 0,79% nos últimos cinco dias e o WTI teve avanço de 1% na semana e alta de 5,98% em junho. Petróleo no semestre Os preços da commodity acumularam ganhos de mais de 10% nos primeiros seis meses de 2024. Os riscos geopolíticos com os conflitos entre Israel e o grupo extremista Hamas, além da guerra entre Ucrânia e Rússia, elevaram o valor do óleo em meio à fraqueza da demanda global. Vale lembrar que no começo de junho, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) decidiu pela continuidade dos cortes na produção do petróleo. Porém, foi adicionada uma data de validade para a medida: a partir de outubro deste ano, o grupo liderado pela Rússia prevê o retorno gradual à produção de 2,2 milhões de barris por dia, processo que deve durar até setembro de 2025. A decisão do cartel reduziu os ganhos do semestre já que a expectativa, com o fim dos cortes voluntários, é de que a oferta do petróleo tenha aumento considerável a partir do quatro trimestre emdash; mesmo com os sinais de recuo na demanda global. Apesar disso, o petróleo Brent acumulou alta de 12,28% nos primeiros seis meses deste ano. Já os futuros do WTI avançaram 13,89% entre janeiro e julho.

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Vazamento de petróleo contamina rio e afeta populações na Amazônia

Um derramamento de petróleo não quantificado contaminou o caudaloso rio Napo, um dos afluentes do Amazonas, e está afetando populações na Amazônia equatoriana, informou a estatal Petroecuador nesta quinta-feira. Sem detalhar quando, a estatal assinalou que, no bloco 16, situado na província de Orellana, no leste do Equador, ocorreu a ruptura de uma tubulação que causou o vazamento de petróleo. Nesta quarta-feira, "houve uma forte chuva na região, o que fez com que parte do hidrocarboneto contido nas barreiras fosse arrastada para o rio Napo", acrescentou. A empresa indicou que "atualmente estão sendo instaladas barreiras adicionais para evitar o avanço de vestígios de hidrocarbonetos em corpos fluviais e assim minimizar os impactos resultados das chuvas", e acrescentou que "mantém comunicação direta com as comunidades afetadas", sem dar mais detalhes. A Petroecuador também informou que, após o vazamento, foram instaladas barreiras preventivas para "proteger os corpos hídricos no entorno do rio Napo" como parte das ações para conseguir controlar a situação, mas que a chuva torrencial resultou em um impacto neste importante afluente do rio Amazonas, que atravessa Peru, Colômbia e Brasil. "Novo desastre ambiental por hidrocarbonetos no #RioNapo", escreveu na rede social X o advogado Pablo Fajardo, defensor dos direitos humanos e representante dos atingidos pela atividade petrolífera, acrescentando que "isso é o que denunciam os moradores das comunidades da freguesia #Pañacocha [na província vizinha de] Sucumbíos". O ativista difundiu um vídeo que mostra um curso de#39;água com manchas de óleo. "Neste momento, não dá nem para pescar", diz uma pessoa. O Equador, que extrai petróleo na floresta amazônica, registra vazamentos ocasionais. Em fevereiro de 2022, o rompimento de um oleoduto causou o derramamento de 6.300 barris no Parque Nacional Cayambe-Coca, uma área protegida que abriga grande variedade de fauna e uma reserva de água. Naquela ocasião, o vazamento afetou os rios Quijos e Coca. Este último foi cenário de outro derramamento em 2020, quando 15.000 barris alcançaram o curso de#39;água. O petróleo é o principal produto tradicional de exportação do Equador, que extraiu 475 mil barris por dia em 2023, dos quais exportou cerca de 66%. Entre janeiro e abril de 2024, o Equador já extraiu 485 mil barris por dia, com cerca de 73% destinados ao comércio exterior.

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