Ano:
Mês:
article

Petróleo fecha em queda, com corte de juros e demanda da China em foco

Os contratos futuros do petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira (22), em meio a temores de que o corte de juros do Banco do Povo da China (PboC) seja insuficiente para impulsionar a economia do país asiático e consequentemente a demanda pela commodity. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 0,31% (US$ 0,24), a US$ 78,40 o barril, enquanto o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 0,28% (US$ 0,23), a US$ 82,40 o barril. Analistas do banco ING observam riscos de incêndios florestais na província canadense de Alberta, que ameaçam o abastecimento de petróleo no país. A instituição também cita riscos geopolíticos após Israel bombardear o Iêmen, em resposta ao ataque dos houthis. Mais cedo, os preços do petróleo chegaram a registrar leves ganhos, favorecido pela queda do dólar enquanto investidores avaliavam o novo cenário político dos EUA. Ontem, o presidente americano, Joe Biden, anunciou que não buscará a reeleição e declarou apoio à vice-presidente, Kamala Harris, na disputa à Casa Branca. A commodity, no entanto, não conseguiu sustentar a recuperação e voltou a cair ainda pela manhã. Analistas do ING lembram que, na semana passada, a Terceira Plenária do Partido Comunista da China terminou sem novas ações em apoio à economia. eldquo;Sem novas medidas de estímulo, há pouca esperança de uma recuperação a curto prazo para o setor imobiliário e da construçãoerdquo;, explicam.

article

Eve, da Embraer, lança primeiro protótipo em escala real do seu 'carro voador'

A Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer que desenvolve as aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), apresentou no domingo (21/7) o primeiro protótipo em escala real dos veículos popularmente apelidados de elsquo;carros voadoreselsquo;. A aeronave está sendo construída nas instalações de testes da Embraer em Gavião Peixoto, no estado de São Paulo. O protótipo eVTOL passará por série de campanhas de testes projetadas para avaliar todos os aspectos da operação e desempenho da aeronave, desde as capacidades de voo até os recursos de segurança. Além do lançamento de seu protótipo, a Eve também anunciou que concluiu a seleção dos principais fornecedores para a aeronave. A Diehl Aviation será a projetista e produtora do interior e a ASE a fornecedora do sistema de distribuição de energia. Os primeiros modelos estão previstos para entrar em operação em 2026. Johann Bordais, CEO da Eve, explica que a campanha de exames vai garantir que os novos veículos atendam a altos padrões de desempenho e segurança. A empresa já recebeu cartas de intenção de aquisição para 2,9 mil unidades. Como será o carro voador? Os eVTOLs, utilizam oito hélices dedicadas para voo vertical e asas fixas para voar em cruzeiro, sem nenhuma alteração na posição desses componentes durante o voo. O conceito inclui um propulsor elétrico alimentado por motores elétricos duplos que fornecem redundância de propulsão com o objetivo de garantir altos níveis de desempenho, segurança e confiabilidade de despacho e baixo custo de operação, de acordo com a Eve. Em 2023, a Embraer anunciou que sua primeira unidade de produção de eVTOL será localizada na cidade de Taubaté, no estado de São Paulo. Com uma produção total esperada de até 480 aeronaves por ano, a capacidade pode ser expandida, em uma base modular com capacidade para 120 aeronaves por ano.

article

Presidente do Ibama explica negativa à exploração de petróleo na foz do Amazonas

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) completou 35 anos neste 2024. Em entrevista ao Conexão Senado, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, destaca a questão climática, a transição energética e a adaptação das cidades para os eventos climáticos que se aprofundam. Ele também comenta a importância do Brasil na Conferência do Clima (COP 30), que será realizada em Belém em novembro de 2025, explica a posição do Ibama na polêmica discussão no Congresso Nacional sobre a intenção da Petrobras em explorar petróleo na margem equatorial e a negativa do órgão à exploração na foz do rio Amazonas.

article

Brasil terá 20 novas biorrefinarias de etanol de milho nos próximos anos

Alternativa ao tradicional etanol de cana-de-açúcar e pilar importante da indústria de biocombustíveis, o etanol de milho tem ganhado destaque no Brasil. Atualmente, cerca de 20% do etanol consumido no País é derivado do grão e as movimentações apontam para uma expansão significativa da capacidade de produção nacional. Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), 20 novas biorrefinarias estão com autorização de construção ou programadas para os próximos anos, sendo maior parte delas no Centro-Oeste do País. Essa forte tendência de expansão do setor será discutida e explorada durante a 30ª Fenasucro eamp; Agrocana, que neste ano será realizada de 13 a 16 de agosto, em Sertãozinho/SP, evidenciando a importância estratégica das biorrefinarias para o futuro energético e econômico do País. eldquo;Hoje temos 22 biorrefinarias em operação, 11 delas no Mato Grosso. Essa concentração existe em razão das condições oferecidas para a indústria, mas a tendência dos grupos investidores, com capital internacional e brasileiro, é espalhar e fomentar a economia de outras regiõeserdquo;, revela o diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da UNEM, Bruno Alves. O diretor da Fenasucro eamp; Agrocana, Paulo Montabone, reforça que a feira oferece todos os produtos, inovações e tecnologias para a criação de novas biorrefinarias e também para o retrofit dessa produção. eldquo;Hoje, a maior usina de etanol do Brasil é de milho. E muito nos orgulha saber que o assunto etanol de milho surgiu na Fenasucro eamp; Agrocana e agora se tornou realidade. Trazemos tendência, por isso somos referênciaerdquo;, declara. eldquo;A novidade que discutiremos agora, durante a 30ª edição, são as biorrefinarias. Nelas, independente do que você planta e entrega, o resultado será um subproduto ecologicamente correto. Pode ser milho, soja ou canaerdquo;, completa. Demanda interna O crescimento do setor visa atender uma crescente demanda interna por biocombustíveis, impulsionada pelo potencial produtivo do milho e pela necessidade de diversificação da matriz energética nacional. Somente nos últimos dez anos, a produção de milho saltou de 72,9 milhões para 113,4 milhões de toneladas. eldquo;Esse é um setor em construção, com muito potencial de desenvolvimento. A primeira planta com etanol de milho puro começou a operar em 2017 e há um excedente de milho passível para conversão em bioenergiaerdquo;, justifica Alves. Com a maior concentração de demanda no Sudeste, as novas plantas de etanol de milho estão sendo estrategicamente instaladas para atender às necessidades crescentes do mercado nacional. Segundo o diretor da UNEM, as unidades vão ainda ajudar a diversificar a matriz energética brasileira, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis, como também oferecer vantagens ambientais significativas, incluindo menor uso de insumos agrícolas e um ciclo de produção mais eficiente em termos de emissões de gases de efeito estufa. A estimativa para os próximos anos é sair dos 6,3 bilhões de litros de etanol de milho da última safra e alcançar uma produção total de 16,6 bilhões de litros na safra 2033/34, reforçando a posição estratégica do Brasil como um dos líderes globais no setor de biocombustíveis. Outras demandas Além de ser uma fonte importante de biocombustível, o processo de produção de etanol de milho gera subprodutos valiosos como o DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis), que são utilizados na alimentação animal. Esta integração de produção agroindustrial não apenas fortalece a economia rural, ao criar novas oportunidades de mercado para produtores de milho, mas também contribui para a sustentabilidade econômica e ambiental do setor agrícola brasileiro. eldquo;As novas biorrefinarias trazem sustentabilidade, tecnologia e inovação. O etanol de milho contribui para o setor de mobilidade urbana e os subprodutos proporciona uma revolução para o campo, intensificando e integrando a cadeia de proteína animal a um sistema de produção que converte áreas de pastagens degradas em áreas de plantio e industrializa excedentes de grãos exportáveiserdquo;, conclui Alves. (Fenasucro eamp; Agrocana)

article

Demanda por biodiesel eleva preços do óleo de soja no Brasil

Os preços e os prêmios de exportação do óleo de soja subiram no Brasil na última semana, impulsionados pela demanda firme, sobretudo de indústrias domésticas de biodiesel. Este cenário tem levado o mercado a absorver uma parcela significativa da produção nacional de óleo de soja, reduzindo assim o excedente exportável. Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento nos preços foi notável, com o derivado posto na região de São Paulo, com 12% de ICMS, fechando a última quinta-feira, 18, no maior valor nominal desde 21 de março de 2023, a R$ 6.063,57 por tonelada. Este movimento reflete a robustez da demanda interna e a capacidade das indústrias de biodiesel em manter o consumo elevado. De acordo com o USDA, a produção brasileira de óleo de soja deve atingir um recorde tanto na safra 2023/24 (de outubro/23 a setembro/24) quanto na temporada 2024/25 (de outubro/24 a setembro/25), ambas projetadas em 10,8 milhões de toneladas. Este aumento na produção reafirma a importância do Brasil como um dos principais produtores globais de óleo de soja, destacando o papel crucial das indústrias de biodiesel na sustentação dos preços internos. A expectativa é que, com a continuidade da demanda firme, os preços do óleo de soja no mercado brasileiro mantenham-se elevados, beneficiando produtores e toda a cadeia produtiva envolvida.

article

Certificação será essencial para hidrogênio brasileiro, avalia mercado

Na semana passada, o Brasil viu a aprovação de uma emenda no marco legal do hidrogênio que ampliou os limites de emissões de 4 kgCO2 para 7 kgCO2 por cada 1 kg de hidrogênio produzido. O volume é quase o dobro do considerado eldquo;baixo carbonoerdquo; pela União Europeia (3,384 kgCO2/kgH2), potencial maior mercado importador do energético produzido no Brasil, e fica mais próximo da intensidade de carbono do hidrogênio cinza, de gás natural, que é considerado altamente poluente com seus 10 kgCO2/KgH2. A mudança de última hora ocorreu sob a justificativa de incluir o etanol na produção do hidrogênio de baixo carbono, e intensificou o entendimento de que a certificação para contabilizar as emissões de carbono será essencial para demonstrar a sustentabilidade do hidrogênio produzido no Brasil. Para Cristina Amorim, do Instituto Climainfo, além de não ter passado pelo debate público, a medida pode abrir caminho para o uso de combustíveis fósseis, incluindo carvão, o que contraria os esforços para a transição energética sustentável. eldquo;Foi uma emenda sem debate com a sociedade. Nos preocupa muito, pois pode incluir fósseis e até carvão. Já havia um sinal amarelo, que agora está quase vermelho. Há um risco de não conseguirmos exportar nosso hidrogênio. Teremos que trabalhar para ter uma certificação muito robustaerdquo;, alertou em entrevista à agência epbr. Ela avalia que há um descompasso entre os subsídios recebidos por combustíveis fósseis e energias renováveis. Para Cristina, a decisão do Congresso evidencia uma visão de curto prazo que não leva em conta a emergência climática global. eldquo;O sinal que estamos dando é que não tratamos com seriedade a emergência climática, por uma visão de curto prazo. Novamente o Brasil está jogando fora uma oportunidade de liderança globalerdquo;. Mercado irá regular Fernanda Delgado, diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), analisa, no entanto, que o mercado será o regulador natural da intensidade de carbono aceitável por quilo de hidrogênio produzido. eldquo;Quem vai determinar ou escolher a quantidade de emissões por quilo de hidrogênio produzido vai ser o mercado. Então, não vimos com nenhuma dificuldade essa alteração. O comprador é quem vai dizer o espectro que ele consegue acomodar na compra dele, isto é, a quantidade de CO2 por quilo de hidrogênio. Então tudo vai ser resolvido na certificaçãoerdquo;, explica à epbr. A executiva aponta que a certificação será crucial para garantir a qualidade do hidrogênio produzido e manter a competitividade no mercado global. Ela lembra que o marco legal também prevê que a concessão de créditos, dentro do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), priorize projetos com menor intensidade de emissões de gases do efeito estufa. Estão previstos no programa incentivos financeiros no valor de 18,3 bilhões de reais entre 2028 e 2032. eldquo;A lei privilegia o hidrogênio a partir das rotas de menor emissão para concessão dos incentivos, o que deixa a gente confortável. Entendemos que o mercado vai regular isso privilegiando as rotas de menor emissão. Não vimos nenhum prejuízo para o hidrogênio verdeerdquo;, avalia Delgado. Pêga de surpresa com a flexibilização dos limites, a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica) também concorda que a certificação terá um papel fundamental. eldquo;Essa alteração nos pegou de surpresa, uma vez que esse valor foi muito flexibilizado e não passou por discussão prévia, seja na Comissão da Câmara ou do Senado. Sem dúvida, os 4 kg de CO2/kg de H2 produzido beneficiaria muito mais as rotas renováveis do que os 7 kg para fins dos incentivos inseridos no Projeto de Leierdquo;, comenta André Themóteo, especialista em novos negócios na Abeeólica. Ele observa que a regulamentação ainda precisa definir qual será o ciclo de vida e os critérios para contabilização das emissões de gases de efeito estufa considerados na certificação. eldquo;Ainda não está clara qual a fronteira para esses 7kg e quais os escopos do GHG Protocol considerados. O cliente é quem irá definir o requisito e a quantidade de carbono no seu produto hidrogênio. Assim, a certificação também terá papel fundamentalerdquo;. Marcos Ludwig, advogado do escritório Veirano, ressalta que a certificação também será necessária para projetos de hidrogênio que queiram acessar os benefícios fiscais previstos Rehidro (Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono). eldquo;Para acessar o Rehidro, ele sabe que vai ter que certificar. Mas certamente será necessária a regulação que vai explicar isso melhorerdquo;. Ludwig também pontua que a eldquo;onda de regulaçõeserdquo;, após a aprovação do marco legal, deve abranger os incentivos fiscais e aspectos tributários, sob a alçada da Receita Federal e do Ministério da Fazenda, que também poderão exigir a certificação. Benefício para os biocombustíveis Sérgio Augusto Costa, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis (ABHIC), acredita que a ampliação dos limites de emissões pode ser benéfica para o mercado interno de biocombustíveis. eldquo;Entendemos que, ao se ampliar o limite de emissões, ampliam-se os benefícios do marco regulatório do hidrogênio para os biocombustíveis, o que é benéfico como um todo para o desenvolvimento do mercado brasileiro, para produção e consumo interno, já que temos um grande potencial,erdquo; explica Costa. No entanto, ele ressalta que o hidrogênio destinado à exportação deverá atender às rigorosas exigências de certificação dos mercados compradores. eldquo;Caso o derivado do hidrogênio seja para exportação, deverá atender às exigências de certificação conforme os requisitos do mercado comprador. É o mercado comprador que define o limite de CO2 equivalente/kg H2 do derivado (amônia, metanol, combustível sustentável de avião endash; SAF)erdquo;.

Como posso te ajudar?