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Petrobras lança novos tipos de contrato de gás de olho na concorrência

A Petrobras anunciou um novo pacote de modalidades de contratos de comercialização de gás natural para as distribuidoras que incluem um prêmio de incentivo à demanda e mais flexibilidade. É uma nova resposta da empresa ao aumento da concorrência. A presidente da estatal, Magda Chambriard, disse que a empresa está de olho no market share. eldquo;A gente não está querendo abrir mão de mercado para ninguém, não. O mercado que pudermos ocupar, nós vamos ocuparerdquo;, afirmou, em conversa com jornalistas nesta segunda (14/10). A CEO da Petrobras reforçou que a companhia vai buscar aumentar a oferta de gás ao mercado e que isso se refletirá na queda dos preços. Em entrevista recente ao estúdio eixos na ROG.e., a CEO da Petrobras já havia antecipado que a companhia está eldquo;trabalhando fortementeerdquo; para aumentar a oferta de gás natural e, assim, baratear o preço da molécula ao ponto de viabilizar novos projetos de fertilizantes nitrogenados e de outras indústrias no país, como a química. Em sua primeira entrevista exclusiva desde que assumiu a petroleira, Chambriard destacou, na ocasião, que o potencial de crescimento do mercado brasileiro de gás é imenso e que a demanda poderia ser ao menos três vezes maior se a molécula tivesse um preço adequado. Petrobras oferece contratos eldquo;sob medidaerdquo; O diretor de Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim, disse nesta segunda que o novo pacote de modalidades contratuais oferecido pela empresa permitirá às distribuidoras fechar acordos de suprimento eldquo;sob medidaerdquo;. eldquo;As distribuidoras podem fazer um tipo de contrato tailor-made [sob medida], jogando com flexibilidade, prazo, início de fornecimento, local de entrada e indexadorerdquo;. eldquo;Então, jogando com essas variáveis, a gente tinha 20 possibilidades de combinação de contrato anteriormente. Esse novo pacote aprovado pela diretoria faz passar de 20 para 48 possibilidades para as distribuidoraserdquo;, comentou. Tolmasquim também anunciou um prêmio de incentivo à demanda. E explicou que será dado um desconto de 10% sobre o preço de referência, para consumos que ultrapassem o compromisso mínimo do cliente. Não chega a ser uma novidade. Este ano, a petroleira, num primeiro contra-ataque aos concorrentes, já havia anunciado uma nova política de preços que previa um desconto de até 10% nos contratos vigentes. O desconto, válido somente até o fim de 2025, foi aplicado, então, apenas sobre uma parcela do volume contratado: 60% da quantidade diária contratada seguiu atrelada às condições vigentes e os outros 40% à nova precificação. Petrobras prevê crescimento no mercado livre Só este ano, a Petrobras já fechou contratos da ordem de 20 milhões de m3/dia com as distribuidoras estaduais. E também espera crescer no mercado livre. Tolmasquim disse que a estatal espera contar com mais um grande cliente em dezembro. A petroleira tem, hoje, contratos no mercado livre com a Acelen, CSN, Gerdau e Ternium endash; além das UTEs Santa Cruz e Araucária, no setor termelétrico. eldquo;A gente está com uma política bastante agressiva de atrair o negócio com o consumidor livreerdquo;, afirmou Tolmasquim. A Petrobras fechou novos contratos de venda de gás natural, da ordem de 940 mil m3/dia, com consumidores livres, no segundo trimestre, quando fez sua primeira mudança na política comercial este ano. Os dados operacionais mostraram, contudo, que a petroleira perdeu mercado para a concorrência na ocasião. Mercado livre engrena Em entrevista ao estúdio eixos, na ROG.e, o gerente executivo de gás e energia da Petrobras, Álvaro Tupiassu, afirmou que o mercado livre de gás está em um processo eldquo;bem franco e claroerdquo; para engrenar. Embora ainda dê seus primeiros passos, o desenvolvimento do mercado livre de gás tem acelerado. O número de indústrias presentes no mercado livre de gás mais que dobrou em 2024.

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Mistura do etanol à gasolina poderá chegar a 35% em 2037, destaca consultoria

Estudo da consultoria do Itaú BBA aponta o quanto a nova Lei do Combustível do Futuro deve fortalecer o agronegócio. No caso do setor de combustíveis renováveis, essa Lei visa acelerar a utilização de etanol e de biodiesel na matriz energética brasileira e terá um grande impacto na agropecuária. Lei altera teor de mistura de biocombustíveis A proposta altera os percentuais do teor de mistura de biocombustíveis na gasolina e no diesel e foca na maior utilização de etanol, biodiesel, diesel verde, biogás, biometano e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Lucas Brunetti, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, fez um estudo avaliando qual será o impacto no consumo de combustível renovável e no uso de matérias-primas oriundas da agropecuária. Reconhecimento das externalidades O etanol, segundo o analista, terá novo incentivo em função de suas externalidades. A mistura do anidro à gasolina, hoje em até 27%, poderá chegar a 35% em 2037. Vale destacar que esse percentual necessita de novos estudos técnicos. Evolução do ciclo Otto Brunetti considerou uma evolução de 2,5% ao ano no consumo do ciclo Otto no Brasil. O aumento do consumo total de etanol, nessas condições, seria de 9,5 bilhões de etanol anidro em 2037, sendo que 4,9 bilhões viriam por causa do aumento da mistura para 35%. Os cálculos consideram o percentual do hidratado em 24% no território nacional.

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Petróleo cai nesta 6ª com atenção à China e Oriente Médio, mas avança na semana

Os contratos futuros do petróleo voltaram a fechar em queda nesta sexta-feira, 11, com os investidores de olho na demanda da China e nas atualizações do conflito que acontece no Oriente Médio. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em queda de 0,38% (US$ 0,29), a US$ 75,56 o barril. O Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 0,45% (US$ 0,36), a US$ 79,04 o barril. Na semana, o WTI avançou 1,59%, enquanto o Brent subiu 1,27%. De acordo com o ING, os investidores estão aguardando detalhes de possíveis medidas adicionais de estímulo da China neste fim de semana endash; no sábado, o Ministério de Finanças da China realiza uma coletiva de imprensa -, o que limitou os ganhos no preço da commodity. A potência econômica é importante para a demanda global do óleo e, consequentemente, impacta nos valores. O banco holandês não descarta o fato de que os preços do petróleo ainda estão sendo sustentados pelas tensões no Oriente Médio e por uma possível resposta de Israel contra o Irã, após o ataque de mísseis no início do mês. eldquo;Embora os Estados Unidos e outras nações do Golfo tenham pressionado Israel a não mirar na infraestrutura de petróleo, isso não pode ser descartado completamenteerdquo;, cita. O ANZ Research menciona que, no radar dos traders, está ainda os impactos do furacão Milton na demanda americana pelo óleo, já que o desastre natural interrompeu o fornecimento de combustível e causou quedas de energia em toda a Flórida. Em relatório, no entanto, a Capital Economics não acredita que o furacão terá qualquer impacto nos preços da commodity.

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Decisão sobre horário de verão será na terça-feira, diz ministro

O Ministério de Minas e Energia vai decidir na terça-feira (15) sobre adoção do horário de verão no Brasil ainda este ano. O ministro Alexandre Silveira vai se reunir com a equipe técnica no prédio da pasta em Brasília para definir a questão. Diante da urgência da decisão, Silveira reduziu em uma semana o período de férias e retornará ao trabalho na próxima segunda-feira (14). eldquo;O resumo da ópera é que se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verãoerdquo;, afirmou Silveira, em Roma, após participar como palestrante do último painel II Fórum Internacional Esfera. Horário de verão eldquo;Se não houver risco energético, aí é um custo-benefício que terei a tranquilidade, a serenidade e a coragem de decidir a favor do Brasil e a favor do Brasil nem sempre quer dizer que vai economizar meio por cento, um por cento na conta de energia, porque qual impacto nos outros setores? Isso tem que ser um equilíbrio. Ainda bem que a política de diálogo voltou. Com essa política a gente tem tranquilidade e com muita profundidade chegar a um momento em que a gente possa mostrar com clareza qual o melhor caminho a seguirerdquo;, acrescentou o ministro, ressaltando que eldquo;não tem como não ser esta semana, porque não daria tempo de aproveitar a melhor janela que é novembro, se não for tomada a decisão, esta semanaerdquo;. De acordo com Silveira, a reunião foi marcada para terça-feira por causa da eldquo;imprescindibilidade de ser agoraerdquo; e, para isso, é preciso que seja de imediato para permitir que os setores que serão impactados se preparem, embora, segundo ele, o cuidado que teve de conversar com os setores muito importantes para que se planejam. eldquo;Se tem algo que não se pode abrir em uma política pública com essa dimensão, é a questão da previsibilidade. A importância maior do horário de verão e tem muita importância é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Até 15 de dezembro tem uma importância vigorosa, não que ele não tenha depois, mas vai diminuindo a curva da importância deleerdquo;, disse. Silveira destacou que o horário de verão é uma política pública aplicada mundialmente e não deve ser tratado como uma questão ideológica. eldquo;Primeiro quero registrar que o horário de verão é uma política pública que não é nacional. É implementada em vários países e em especial em países desenvolvidos. É uma política pública que não deve ser tratada como uma questão ideológica e ela foi tratada pelo governo anterior assim, simplesmente extirpando ela em 2019erdquo;, observou. Crise hídrica O ministro acrescentou que as usinas hídricas e hidrelétricas, quando não são, como é o caso de Belo Monte, localizada no Rio Xingu, no Pará, que não conseguiu licenciamento para fazê-la com reservatório, elas dependem naturalmente das questões pluviométricas. Os números indicam que a crise hídrica atual é grave. eldquo;O Cemaden [Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais] apurou que desde 1950, quando ele mede a questão pluviométrica no Brasil, nós vivemos a pior crise hídrica dos últimos 73 anos, o que nos levou, se nós não tivéssemos feito medidas preventivas, como diminuir a vazão de Jupiá e Porto Primavera, corajosas que tomamos durante o ano, preservando 11% de água doce nos nossos reservatórios, hoje nós teríamos problema energético no Brasil. Não temos, temos tranquilidade para este período, mas temos que nos equilibrar entre segurança e modicidade tarifária e temos que preparar também o planejamento para 2026erdquo;, comentou. Eleição O ministro Alexandre Silveira disse ainda que, caso seja adotado pelo governo, o horário de verão não vai impactar o segundo turno da eleição, marcado para o dia 27 deste mês. eldquo;Se ele for decretado, não pega a eleição, porque tem que ter no mínimo 20 dias para que setores extremamente importantes se planejem, como o setor aéreo por causa das conexões internacionais e outros setores também como segurança públicaerdquo;. Ele que tudo está sendo analisado com todo o cuidado e serenidade. eldquo;Imagine a responsabilidade de uma decisão como essa de um ministro de estado. Se ele o faz sem necessidade está naturalmente tomando uma medida que tem transversalidade e tem custo em alguns setores da economia, apesar de que para outros é benéfico, mas em alguns da economia muito contundentes. Se ele não faz, e dá um problema, a responsabilidade é do ministro. Um problema energético não é um problema é um problemaçoerdquo;, explicou sobre a complexidade da decisão. O ministro lembrou que o presidente Lula já disse em entrevista que essa decisão não é política e delegou a condução dela ao seu ministro de estado. eldquo;O farei, com a coragem de quem tem que decidir. O farei muito ancorado em bases técnicas e em sensibilidade política e social, para que a gente defendendo, como eu defendo o horário de verão como política pública, só use mão dessa política pública se ela for imprescindível para assegurar energia para o Brasil e diminuir os custos que não impactem mais negativamente e faça economia para o consumidorerdquo;, completou.

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Ministro convoca chefe da Aneel após apagão em SP e diz que não aceitará omissão

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a cobrar a Agência Nacional de Energia Elétrica em meio ao apagão na cidade de São Paulo e na região metropolitana da capital. Silveira determinou que o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, se reúna ainda neste domingo 13 com a Enel e com equipes técnicas de outras distribuidoras de energia que possam contribuir com um plano de ações emergenciais. O ministro também convocou Feitosa para um encontro nesta segunda-feira 14, às 10h, em São Paulo, ocasião em que o chefe da Aneel deverá apresentar o plano de contingência elaborado pelos técnicos. No ofício, Silveira diz que o ministério eldquo;não irá admitir qualquer omissão por parte dessa agência reguladoraerdquo;. A Aneel já havia convocado uma reunião para a noite deste domingo com a Enel e outras oito companhias responsáveis pelo abastecimento de energia elétrica na região: Neoenergia Elektro, EDP São Paulo, Energisa Sul-Sudeste, CPFL Piratininga, CPFL Paulista, CPFL Santa Cruz, CTEEP e Eletrobrás Furnas. Cerca de 760 mil clientes da Enel em São Paulo continuavam sem energia elétrica na tarde deste domingo, mais de 40 horas depois das chuvas. Na capital paulista, eram 496 mil os clientes da concessionária no escuro.

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Cerveja e refri podem ficar mais caros, e a culpa não é da reforma tributária

Produtores de cerveja, vinho, cachaça, refrigerantes e outras bebidas, alcoólicas e não alcoólicas, podem arcar com uma despesa de R$ 2 bilhões por causa de uma decisão polêmica do TCU (Tribunal de Contas da União), órgão ligado ao Congresso Nacional. Uma conta que deve chegar ao bolso do consumidor e não tem nenhuma relação com a reforma tributária. O problema, nesse caso, é a possível volta do Sicobe, o Sistema de Controle de Produção de Bebidas, que foi desativado em 2016 após um caso de corrupção envolvendo a Casa da Moeda, uma empresa suíça e um servidor da Receita Federal. A ressurreição do sistema beneficia as duas primeiras, mas contraria o Fisco, que ainda tenta reverter a decisão. O Sicobe é uma espécie de selo (físico ou eletrônico) de controle de produção, com uma tecnologia que é considerada ultrapassada. Atualmente, o mesmo controle é feito por meio de sistemas também usados para empresas de outros setores (nota fiscal eletrônica e o chamado Bloco K). O Fisco diz que o Sicobe é "extremamente oneroso e tecnicamente inviável", que seu desligamento não trouxe prejuízo para a arrecadação, e que se trata de uma tecnologia superada por outros sistemas capazes de monitorar a produção. Seu custo de funcionamento corresponde a 15% da arrecadação do setor de bebidas, o que a Receita classifica como "desproporcional e abusivo". Com menos de 10% desse gasto seria possível colocar um auditor fiscal em cada empresa que era fiscalizada em 2016. Diante da possibilidade de arcar com o prejuízo, o governo colocou um penduricalho em um projeto de lei que trata de outro assunto (mudanças no benefício fiscal JCP) para empurrar a conta para as empresas do setor e também avalia tratar do assunto por medida provisória. Outro problema apontado pelo governo, de ordem jurídica, é a terceirização completa do Sicobe para uma empresa privada emdash;sem falar que se trata de uma companhia que assinou um acordo de leniência admitindo o pagamento de propina pelo contrato suspenso no governo Michel Temer (MDB). Ignorando essas informações e o posicionamento da área técnica do tribunal, a maioria dos ministros do TCU aprovou o retorno do antigo sistema, com o apoio da direção da Casa da Moeda indicada pelo governo atual e de alguns parlamentares. Um dos argumentos utilizados pelos ministros é que houve perda de arrecadação após o desligamento do Sicobe, informação que teve com base dados que o Fisco afirma serem equivocados. Os números da Receita mostram que a receita cresceu 9% em termos reais no período. Estudo da organização Tracit, entidade de combate ao mercado ilegal que reúne empresas como HP, Universal, Novartis e Diageo, mostra que o uso de selos de controle também não trouxe resultados efetivos de arrecadação e elevou os custos de produção em outros países que seguiram esse caminho. Pelo menos dois fatores ajudaram a destravar a volta do Sicobe. Desde 2022, a Receita trabalha na implantação de um novo sistema de fiscalização de empresas, o Rota Brasil. Em 2023, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou as condenações dos envolvidos no caso de corrupção que levou à suspensão do sistema. Se a decisão do TCU for mantida, será um caso raro no qual um sistema anti sonegação resulta em arrecadação menor, com prejuízo para muitos e ganhos para poucos.

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