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Governo exclui terminais de GNL do decreto que avança na regulação sobre infraestruturas do gás

O governo recuou da proposta inicial e excluiu os terminais de gás natural liquefeito (GNL) dos dispositivos do novo decreto regulamentador da Lei do Gás que avançam na regulação da remuneração sobre as infraestruturas essenciais. O decreto, assinado nesta segunda (26/8), estendeu para os elos do escoamento e processamento parte das diretrizes regulatórias que antes se limitavam ao transporte endash; incluindo aí a definição pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) da receita máxima permitida. As plantas de regaseificação, que chegaram a entrar na minuta do decreto, no entanto, ficaram de fora do dispositivo. O governo também recuou da proposta de incluir parte dos terminais de GNL e instalações de estocagem subterrânea de gás no sistema de transporte endash; o que, na prática, poderia ampliar os mecanismos de regulação dessas infraestruturas. A ideia foi defendida nas discussões do programa Gás para Empregar, sub a justificativa da segurança de abastecimento, e também chegou a entrar na minuta do novo decreto regulamentador da Lei do Gás. A agência epbr apurou que a proposta foi mal recebida por operadores privados, que interpretaram a medida como uma brecha para a verticalização das transportadoras endash; algo que não era a intenção do decreto, segundo fontes do governo. Hoje, cinco grupos operam terminais de GNL no Brasil: Petrobras (dona das plantas de regás da Baía de Todos os Santos/BA e Baía de Guanabara/RJ); Eneva (Celse/SE), New Fortress (Barcarena/PA e Baía da Babitonga/SC), Compass (TRSP/SP) e GNA (Açu/RJ). A OnCorp, por sua vez, está instalando uma unidade em Suape (PE). Governo alegava questão de segurança A ideia do governo era tratar a capacidade disponível nas FSRUs (navios regaseificadores) como mais um elemento de garantia do abastecimento e aumento da concorrência endash; sujeito às regulações de acesso, mas resguardado o direito de preferência do proprietário do terminal, como previsto na Lei do Gás. De acordo com o trecho suprimido do decreto, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pelo novo Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano, indicaria plantas de regaseificação e instalações de armazenamento necessárias à garantia do abastecimento e confiabilidade e segurança do sistema. A seleção dos ativos se daria por processo seletivo público, para escolha do projeto mais vantajoso, considerados os aspectos técnicos, logísticos e econômicos. A critério da ANP, esses terminais de GNL e infraestruturas de estocagem poderiam, então, ser incorporados ao sistema de transporte. O regulador teria, a partir desse momento, mais liberdade para definir as formas e as condições de remuneração dos ativos endash; que seriam incorporados nas tarifas de transporte e que não poderiam restringir acesso a terceiros ou conceder uso prioritário. A proposta está presente no relatório produzido pelo comitê técnico sobre o acesso ao mercado de gás natural, do programa Gás para Empregar. O documento aponta para o risco de os terminais de GNL ficarem ociosos e serem desativados (experiência já ocorrida em Pecém/CE), em meio ao aumento da oferta de gás nacional. O relatório cita que esse cenário eldquo;pode elevar a exposição do país em caso de crise no abastecimento interno ou mesmo em caso de interrupções operacionaiserdquo;. .eldquo;Essa estratégia de inclusão de terminal de GNL no sistema de transporte dutoviário visando à segurança energética pode ser estendida para as instalações de estocagem subterrânea de gás natural. A existência de infraestruturas de estocagem subterrânea de gás natural pode permitir otimização no dimensionamento do sistema de transporte, de modo que pode haver compensação de custos entre eleserdquo;, cita o relatório. Experiências internacionais O desenho do novo planejamento estatal, trazido pelo novo decreto regulamentador da Lei do Gás, parte do estudo de experiências internacionais endash; em especial os exemplos da Noruega, Reino Unido e EUA endash; e das diretivas, orientações e recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O estudo da IEA aponta para a necessidade do planejamento da rede de gás natural endash; o que requer um fluxo adequado de informações entre as partes interessadas envolvidas na gestão dos sistemas de transportes. Na Europa, segundo a agência, há países onde o planejamento central envolve não apenas gasodutos, mas também outras instalações a montante (upstream) ou a jusante (downstream), tais como terminais de GNL, armazenamentos subterrâneos, pontos de injeção de gás renovável.

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Incêndios em SP devem afetar preços do açúcar e do etanol, diz CEO da Orplana

O CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), José Guilherme Nogueira, disse que os incêndios em propriedades rurais do Estado de São Paulo devem trazer efeitos diretos sobre os preços de açúcar e etanol. Em nota, ele explicou que os incidentes afetaram tanto a cana-de-açúcar em produção quanto a cana em pé e em processo de brotação, com a queima da palhada. "Percebemos uma redução na produtividade na ordem de 50%, até por essa perda de biomassa que acabou sendo incendiada. Com isso, já temos impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar e no canavial do próximo ciclo", afirmou Nogueira. A organização também garante colaborar com o gabinete de crise do governo do Estado de São Paulo para prevenir novos incêndios, especialmente diante da previsão de condições climáticas adversas nos próximos dias, com tempo seco e quente. Embora uma frente fria tenha trazido cerca de 15 milímetros de chuva ao interior paulista no domingo, a preocupação com a possibilidade de novas queimadas permanece alta. Assim, a Orplana não afastou a possibilidade de que novos incêndios ocorram. "O tempo deve continuar seco e quente nos próximos dias, o que nos traz muita preocupação para que não ocorram mais incêndios. Porém, temos ciência de que as queimadas podem voltar a acontecer e os números e prejuízos podem aumentar", disse o CEO. De acordo com a Orplana, entre sexta-feira e sábado, mais de 2,1 mil focos de incêndio foram registrados, com a destruição de aproximadamente 59 mil hectares de plantações de cana-de-açúcar e áreas de rebrota. Isso provocou prejuízo estimado em R$ 350 milhões. (Estadão Conteúdo)

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Etanol/Cepea: Fraca demanda mantém pressão sobre cotações

Os preços dos etanóis anidro e hidratado tiveram novas quedas no mercado paulista na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão continua vindo da demanda enfraquecida num cenário de expectativa de baixa nas cotações do biocombustível, tendo em vista o bom desempenho da produção de etanol na região Centro-Sul no acumulado da safra 2024/25. Entre 19 e 23 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 2,5438/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), recuo de 2,07% frente ao intervalo anterior. Para o anidro, a desvalorização foi de 0,44% em igual comparativo, com o Indicador CEPEA/ESALQ a R$ 2,9342/litro (líquido de PIS/Cofins). Pesquisadores explicam ainda que, tradicionalmente, o mês de agosto costuma ser de preços mais baixos por ser considerado período de pico de colheita da cana-de-açúcar no Centro-Sul. (Cepea)

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São Martino e Raízen informam estimativas de impacto dos incêndios na produção de cana

A São Martinho SA e a Raízen SA, duas das maiores produtoras de cana-de-açúcar do Brasil, informaram nesta noite de quinta-feira (26) estimativas dos prejuízos causados pelos incêndios que atingiram várias regiões do país. Em comunicado ao mercado, a São Martinho disse que cerca de 20 mil hectares de cana-de-açúcar da companhia foram atingidos pelos incêndios. Não houve registro de vítimas ou de impactos em outros ativos. De acordo com a São Martinho, a cana-de-açúcar atingida será processada nos próximos dias, eldquo;sem impactos significativos no Açúcar Total Recuperável endash; ATR em relação ao Guidance de Produção para Safra 2024/2025, mas com redução na eficiência industrial na conversão em açúcarerdquo;. A empresa estima redução de 110 mil toneladas de açúcar, que será compensada por um aumento proporcional na produção de etanol. eldquo;Para preservar a produtividade nas safras seguintes, serão realizados 70 milhões de reais em investimentos complementares em Tratos Culturais em relação ao Guidance de Capex da Safra 2024/2025erdquo;, acrescentou a São Martinho. Também em comunicado, a Raízen informou que cerca de 1,8 milhão de toneladas de cana-de-açúcar própria e de fornecedores foram afetadas pelos incêndios. O volume representa eldquo;2% do total previsto na safra 2024/25, com base no piso da premissa de moagem totalerdquo;, disse a companhia. Raízen também vai priorizar a cana afetada, conforme o comunicado. eldquo;Com essa medida, esperamos que as perdas e impactos em nossos resultados sejam imateriaiserdquo;, afirmou.

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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 15 unidades da Federação (12 a 22/8)

Entre os dias 12 e 22/8, a ANP fiscalizou o mercado de combustíveis em 15 unidades da Federação, em todas as regiões do país. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis. Na semana, destacou-se força-tarefa na Bahia com órgãos de defesa de consumidor, com foco na comercialização de lubrificantes por agentes não regulados pela ANP. A ação foi desdobramento do Curso de Fiscalização em Lubrificantes, ministrado pela Agência a esses órgãos, no início de 2024. Veja abaixo mais informações sobre essas operações, bem como sobre as principais ações nas demais regiões do país: Bahia Foram fiscalizados quatro postos de combustíveis, duas revendas de GLP e 39 agentes não regulados, nas cidades de Salvador, Gandu, Lauro de Freitas, Ibirapitanga e Pindoretama. As ações realizadas em Salvador e Lauro de Freitas foram fruto de uma força-tarefa entre a ANP e órgãos de defesa de consumidor, com foco na comercialização de lubrificantes por agentes não regulados pela ANP (lojas de autopeças e concessionárias de veículos). Participaram o Procon-BA, Procon de Lauro de Freitas, Polícia Civil, Diretoria de Ações de Proteção e Defesa do Consumidor (Codecon), Algumas irregularidades foram constadas pela ANP, tais como: envasilhamento de lubrificantes em embalagem não autorizada, dique de contenção de tanque de óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUC) sem atender a normas técnicas e coleta de OLUC caminhão não cadastrado na frota do coletor. Em Salvador, foram ainda coletados 34 litros de lubrificantes sem registro do produto na ANP, além de 14 amostras de lubrificantes, que serão analisadas pelo Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) da Agência. Em caso de detecção de não conformidades, os responsáveis serão autuados. Em ação apenas da ANP, em Gandu, uma revenda de GLP foi interditada por falta de segurança nas instalações. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 16 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Minas Gerais A ANP fiscalizou 30 postos de combustíveis, quatro distribuidoras de combustíveis e um transportador-revendedor-retalhista (TRR) no estado. Os fiscais estiveram nas cidades de Martinho Campos, Contagem, Abadia dos Dourados, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Monte Carmelo, Patrocínio, Romaria, Coronel Fabriciano, Entre Folhas, Governador Valadares, Santana do Paraíso, Timóteo, Ubaporanga e Uberlândia. Em Governador Valadares, houve parceria com o Instituto de Metrologia e Qualidade (Ipem-MG) e a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF). Em Contagem, um posto foi autuado e sofreu interdição por comercializar etanol fora das especificações da ANP. Outros dois postos de Martinho Campos foram autuados, um por comercializar combustível em recipiente não certificado pelo Inmetro e o outro por não informar a origem do combustível comercializado. Houve ainda apreensão de lubrificante sem registro em um posto de Santana do Paraíso. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 42 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio de Janeiro Foram fiscalizados, no estado, 51 postos de combustíveis, nos seguintes municípios: Rio de Janeiro, São Gonçalo, Seropédica, Nova Iguaçu, Niterói, São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita e Duque de Caxias. Na cidade do Rio de Janeiro e de Niterói, dois postos foram autuados e sofreram interdições por comercializar gasolina comum fora das especificações da ANP, com relação ao percentual de etanol. No primeiro, houve ainda autuação porque o responsável pelo posto dificultou a ação dos fiscais, não permitindo medições no tanque nem a retirada do produto não conforme. Ainda na capital fluminense, um posto foi autuado por dar destinação não permitida ou diversa da autorizada a produtos. Na mesma cidade, foram ainda fiscalizados três agentes econômicos não regulados, em ação conjunta com o Procon-RJ, não sendo encontradas irregularidades. Não foram feitas autuações nos demais municípios. No estado, foram coletadas 52 amostras de combustíveis para análise em laboratório. São Paulo No período, foram fiscalizados 31 postos de combustíveis e cinco distribuidoras de combustíveis. Os fiscais estiveram nas cidades de São Paulo, São Caetano do Sul, Aguaí, Tapiratiba, Caconde, Vargem Grande do Sul, Pirassununga, Arujá, Mococa, Araraquara, Santo André, Diadema e Suzano. A ANP atuou em parceria com a Polícia Civil em São Paulo, Araraquara e Suzano, sendo que na capital também houve participação do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-SP). Dois postos em São Paulo sofreram autuações e interdições. Um deles comercializava gasolina comum e etanol em volume diferente do marcado na bomba (bomba baixa) e gasolina comum fora das especificações quanto ao teor de etanol. Além disso, se recusou a fornecer amostras ao Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis da ANP (PMQC). No segundo posto, foi constatada bomba baixa. Também ocorreu interdição por bomba baixa em um posto de Caconde. E, em Pirassununga, um posto foi autuado e interditado por comercializar gasolina comum fora das especificações quanto ao teor de etanol. Ocorreram ainda autuações em um posto de São Paulo, por romper os lacres e remover as faixas de interdição colocadas na fiscalização anterior sem autorização; e em um de Aguaí, por não funcionar no horário mínimo obrigatório. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 56 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Paraná A ANP esteve nas cidades de Curitiba, Lapa e Tijucas do Sul, onde fiscalizou oito postos de combustíveis, um ponto de abastecimento e uma planta de produção de biodiesel. Na última cidade, houve ação conjunta com a Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor, da Polícia Civil (Delcon-PR), e o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-PR). Não foram encontradas irregularidades no estado e a ANP coletou 19 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio Grande do Sul Foram fiscalizados 22 postos de combustíveis, cinco distribuidoras de combustíveis e quatro revendas de GLP, no período, nas cidades de Esteio, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Porto Alegre e Alvorada. Em Porto Alegre, um posto foi autuado e sofreu interdição por manter bomba em mal estado de conservação e funcionamento e não possuir termodensímetro na bomba de etanol, além de exibir painel de preços com irregularidades. Em Gravataí, dois postos também foram autuados e interditados, sendo um por operar bomba de combustível em mal estado de conservação e fornecer combustível em volume diferente do indicado na bomba (bomba baixa), e o outro por bomba baixa e por operar bico de GNV com pressão acima da máxima permitida (220 bar). Houve ainda interdição e autuações em um posto de Canoas por manter bomba em mal estado de conservação e funcionamento, além de não identificar na bomba o combustível comercializado. Na mesma cidade, foram apreendidos 52 litros de óleo lubrificante sem registro do produto na ANP. Ocorreram ainda autuações em quatro postos das cidades de Porto Alegre, Sapucaia do Sul e Canoas por motivos como: comercializar óleo diesel B S10 comum fora das especificações da ANP, comercializar combustível em recipiente não certificado pelo Inmetro, exibir painel de preços com irregularidades e não comunicar à Agência, dentro do prazo, as alterações cadastrais. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 13 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Santa Catarina Quatro postos foram fiscalizados nas cidades de Armazém, Araranguá, Balneário Gaivota e Itapema, além de uma planta de produção de biodiesel em Joaçaba. Em Balneário Gaivota e Itapema, houve autuações em dois postos por comercializar óleo diesel B S500 comum fora das especificações da ANP, sendo que, na última cidade, o posto também fornecia combustíveis em quantidade diferente do indicado na bomba, sofrendo interdição. Em postos de Araranguá e Itajaí, foram apreendidos, respectivamente, 21,5 e 5.864 litros de óleo lubrificante sem registro do produto na ANP. Não foram encontradas irregularidades em Armazém. No estado, foram coletadas sete amostras de combustíveis para análise em laboratório. Distrito Federal Os fiscais da ANP estiveram em Taguatinga, Águas Claras, Riacho Fundo e Brazlândia, fiscalizando 12 postos de combustíveis e uma revenda de GLP. Em Brazlândia, houve parceria com a Polícia Civil. Não foram encontradas irregularidades e foram coletadas 43 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Goiás Foram fiscalizados 13 postos de combustíveis, duas revendas de lubrificantes, um produtor de lubrificantes, uma distribuidora e uma revenda de GLP, bem como um ponto de abastecimento, no período. Os fiscais estiveram nas cidades de Goiânia, Gameleira de Goiás, Silvânia, Goianápolis, Aparecida de Goiânia, Rio Verde, Senador Canedo e Itumbiara. A Agência atuou em parceria com o Procon-GO em Aparecida de Goiânia, e com os Procons Municipais em Rio Verde e Itumbiara. Em Aparecida de Goiânia, um posto foi autuado e sofreu interdição por comercializar gasolina comum fora das especificações quanto ao teor de etanol. Na mesma cidade, um posto foi autuado por exibir marca de distribuidor estando cadastrado na ANP como bandeira branca. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 14 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Mato Grosso No estado, a ANP esteve nas cidades de Canarana, Sinop, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Várzea Grande, sendo que, nas duas últimas, houve parcerias com os Procons Municipais. Foram fiscalizados cinco postos de combustíveis, oito revendas de GLP, dois postos de combustíveis de aviação, uma distribuidora de combustíveis, um produtor de biodiesel e um transportador-revendedor-retalhista (TRR). O TRR, localizado em Lucas do Rio Verde, foi autuado por entregar combustível em ponto de abastecimento não cadastrado na ANP. Na mesma cidade, uma revenda de GLP foi autuada por exibir marca de distribuidor estando cadastrado na ANP como independente. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas quatro amostras de combustíveis para análise em laboratório. Mato Grosso do Sul Foram fiscalizados 20 postos de combustíveis e uma planta de produção de biodiesel nas cidades de Campo Grande, Sidrolândia, Anastácio, Aquidauana, Miranda e Três Lagoas. Na capital do estado, houve parceria com o Procon Municipal. Quatro postos foram autuados em Sidrolândia por motivos como não possuir todos os equipamentos para o teste de qualidade que pode ser exigido pelo consumidor, comercializar combustíveis em embalagens não certificadas pelo Inmetro e defeito no termodensímetro acoplado na bomba medidora de etanol. Além disso, na mesma cidade e também em Aquidauana e Anastácio, ocorreram apreensões de óleo lubrificante sem registro do produto na ANP, totalizando 119 frascos. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 13 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Amapá Foram fiscalizados dois postos de combustíveis, seis revendedores de lubrificantes e um posto flutuante em Macapá, em parceria com o Procon-AP. Duas revendas de lubrificantes foram autuadas por comercializar os produtos sem registro na ANP, resultando na apreensão do oito litros de lubrificantes. Amazonas Em Manaus, a ANP fiscalizou sete postos de combustíveis, não tendo sido encontradas irregularidades. Roraima A ANP, em parceria com a Polícia Civil, fiscalizou nove postos de combustíveis e um ponto de abastecimento em Boa Vista. Três postos foram autuados por motivos como comercializar combustíveis em recipientes não certificados pelo Inmetro e ter painel de preços com irregularidades. Tocantins Em Palmas, foi fiscalizado um posto de combustíveis em parceria com o Procon Estadual, não sendo encontradas irregularidades. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil Destacamos que alguns dados referentes à fiscalização no país ainda não estão disponíveis para divulgação, devido à realização de operação padrão pelos servidores das agências reguladoras. As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias ou o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. O Boletim sintetiza os principais resultados das ações de fiscalização realizadas. Já o Painel tem sua base de dados atualizada mensalmente, com prazo de dois meses entre o mês da fiscalização e o mês da publicação, devido ao atendimento de exigências legais e aspectos operacionais. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

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Sete anos após reforma trabalhista, 70% dos informais querem carteira assinada

Sete em cada dez trabalhadores brasileiros autônomos desejam um emprego com carteira assinada depois de sete anos da reforma trabalhista, que incentivou a informalidade do mercado de trabalho com a promessa de criar 6 milhões de empregos. É o que mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV-Ibre). Aprovada em julho de 2017, a reforma trabalhista alterou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em mais de cem pontos. A reforma decidiu, por exemplo, que os acordos entre patrões e empregados prevalecem sobre a lei. Ela impôs obstáculos para o trabalhador processar empresas, permitiu que direitos como férias fossem parcelados e enfraqueceu os sindicatos ao acabar com a contribuição obrigatória emdash;mudança retificada pelo STF. A promessa era frear o desemprego, que crescia desde a crise político-econômica de 2015. Na época, o então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que 6 milhões de empregos seriam gerados em dez anos. Seriam dois milhões já nos dois primeiros anos, segundo Ronaldo Nogueira, então ministro do Trabalho. Apesar da reforma, o desemprego se manteve alto. A taxa de desocupação, que estava em 6,6% em 2014, disparou após a crise de 2015, chegando a 12,9% em julho de 2017, quando a reforma foi aprovada. A taxa patinou no mesmo patamar nos anos seguintes até atingir o pico de 14,9% em março de 2021, agravada pela pandemia. "O que fizemos foi flexibilizar o contrato de trabalho, porque na minha cabeça estava o seguinte: é melhor você arrumar trabalho flexível do que não ter emprego", afirmou Michel Temer, em 2020. 70% DOS AUTÔNOMOS QUEREM CLT Sete anos depois da reforma, 67,7% dos autônomos sonham em trabalhar com carteira assinada. Pelos critérios do FGV-Ibre, o Brasil tem 25,4 milhões de autônomos, enquanto a população total ocupada era de 100,2 milhões em março de 2024. A pesquisa do instituto consultou 5.321 pessoas e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos. O desejo da CLT é maior entre os autônomos mais pobres: 75,6% dos informais com renda de até um salário mínimo (R$ 1.412) preferem um trabalho com carteira assinada. Entre aqueles com renda entre um e três mínimos, esse nível chega 70,8%, enquanto essa proporção cai. Os trabalhadores autônomos ganham mal. Cerca de 44% deles recebem até um salário mínimo. A maioria dos informais é homem e negro. 38% dos informais têm entre 45 e 65 anos, 66% são homens e 54,5% se declaram pretos e pardos. A insegurança financeira é maior para esses trabalhadores. Enquanto apenas 45% deles conseguem prever sua renda para o próximo semestre, esse percentual chega a 67,5% entre funcionários com carteira assinada. A renda dos autônomos também varia muito. O salário de 19,8% deles pode oscilar mais de 20% de um mês para o outro, enquanto o mesmo acontece com apenas 4,7% entre aqueles com CLT. "A reforma contribuiu para o aumento do trabalho flexível, mas poucos ganham bem, e preferem a CLT", comenta Rodolpho Tobler, pesquisador da FGV Ibre. "A pesquisa demonstra a insatisfação das pessoas com a reforma: os informais que ganham menos são os que mais querem carteira assinada. É uma opção menos pior. O emprego com carteira assinada não é bom, mas é melhor ter FGTS, férias, 13º e seguro-desemprego", avalia José Dari Krein, professor da Unicamp. "POR NECESSIDADE, NÃO POR DESEJO" A maioria das vagas que foram criadas desde a reforma foi precária. Entre julho de 2017 e junho deste ano, os autônomos passaram de 21,7 milhões para 25,4 milhões, crescimento de 17%. "A saída de crise foram essas pessoas que migraram para a informalidade por alguma necessidade, não por desejo", diz Rodolpho Tobler, pesquisador da FGV Ibre responsável pelo levantamento. "Esses autônomos com renda mais baixa preferem ter carteira assinada e benefícios sociais, o que o terceirizado não tem." As empresas se beneficiaram. "Ao enfraquecer sindicatos, limitar o acesso à Justiça e permitir que os empregadores negociem sem os sindicatos, a reforma desequilibrou as forças e aprofundou a desorganização do mercado de trabalho", diz o professor de economia da Unicamp José Dari Krein, doutor em economia social do trabalho. "Em um mercado mais vulnerável, crescem os contratos de tempo parcial e o trabalho por conta própria." A piora das vagas com CLT também empurrou mais gente para a informalidade. "Uma parte das pessoas vai trabalhar por conta porque os empregos com carteira pagam mal e a reforma ainda flexibilizou os direitos oferecidos por ela", diz o professor. A produtividade também caiu, diz Tobler. "Muitos conseguiram voltar a trabalhar, mas a maioria não está na área para a qual se preparou, e não apresentam a produtividade que poderiam. As pessoas não estão na área que deveriam, estão por necessidade." A promessa de sucesso no mercado informal, porém, frustra quem tenta ganhar dinheiro por conta. "O fundamento da reforma é a ideia de que cada trabalhador tem autonomia: ele não precisa de instituições de defesa porque teria poder de igualdade com o empregador", afirma Krein. "Nesse incentivo à individualização e competição, algumas pessoas vão se dar bem, mas a maioria, não." Ainda em 2017, o Congresso aprovou a lei das terceirizações. Também com a promessa de mais empregos, a lei permitiu que as empresas terceirizassem até sua atividade principal. "A terceirização pode formalizar mais trabalhadores, mas paga ainda menos", diz Krein. Uma pesquisa de 2015 indicava que os terceirizados trabalhavam três horas a mais e ganhavam 25% menos no Brasil. A taxa de desocupação só começou a cair depois da pandemia. Ela baixou a 7,9% em dezembro de 2022 até chegar ao índice mais baixo desde 2012: 6,9% na média de abril, maio e junho de 2024, segundo o IBGE. Para Krein, a queda do desemprego não tem relação com a reforma trabalhista. "Tem muito mais a ver com a retomada do pós-pandemia e do aumento do salário mínimo, que amplia o consumo e melhora a atividade econômica, que gera empregos", disse. "Nosso maior problema é mensurar a reforma trabalhista. Teve turbulência políticas no período, impeachment, recessão, mas a reforma facilitou a geração de empregos, facilitou as contratações e desburocratizou", afirma Tobler.

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