Ano:
Mês:
article

Salário mínimo 2025: veja valor que será pago em fevereiro após reajuste

O novo salário mínimo de R$ 1.518 para o ano de 2025 começa a ser pago neste mês de fevereiro. O aumento foi de 7,5%, uma diferença de R$ 106 em relação ao valor de 2024, de R$ 1.412. Apesar de já estar em vigor desde o dia 1º de janeiro, o novo valor começa a ser creditado a partir de fevereiro pelo fato de o trabalhador receber após o fechamento do mês. O novo salário mínimo foi ajustado em 4,84%, baseado na inflação dos últimos 12 meses até novembro, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e acrescido de 2,5% referente ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), representando um aumento real acima da inflação. O cálculo é feito dessa forma atendendo a uma medida aprovada pelo Congresso Nacional em 2023, que entrou em vigor no ano passado. Cerca de 59 milhões de brasileiros têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo, incluindo 19 milhões de aposentados e pensionistas, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O salário mínimo também serve como referência para ajustar benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), abono salarial e seguro-desemprego. Quanto é o valor líquido? A nova base de R$ 1.518 não corresponde ao valor líquido a ser recebido pelo trabalhador, caso o salário inserido em holerite seja efetivamente o do mínimo, segundo o advogado Sergio Pelcerman, sócio da área trabalhista do escritório Almeida Prado eamp; Hoffmann. eldquo;Obrigatoriamente, há a incidência de descontos envolvendo o INSSerdquo;, diz. Dependendo da categoria da empresa e benefícios concedidos ao empregado, há ainda possibilidade de outros descontos, como o do vale-transporte, no valor de 6% sobre o salário bruto.

article

Mercado eleva projeção de inflação em 2025 e 2026

A previsão para o IPCA subiu pela 16.ª semana consecutiva no último relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. A mediana do índice de 2025 aumentou de 5,5% para 5,51% endash; 1,01 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,5%. Um mês antes, a proj e ç ã o e r a de 4 , 99%. Par a 2026, avançou de 4,22% para 4,28%. No mês passado, estava em 4,03%. A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, o Banco Central perdeu o alvo. Já a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu estável pela quarta semana consecutiva, em 15%. Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros de 12,25% para 13,25%. O colegiado reiterou a sinalização de mais uma alta de 1 ponto porcentual, a 14,25%, na sua próxima reunião, em março. A mediana para os juros no fim de 2026 também ficou estável, em 12,50%. Um mês antes, era de 12%. A estimativa intermediária para o fim de 2027 se manteve em 10,38%, ante 10% quatro semanas antes. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10% pela sexta semana consecutiva. No comunicado da última quarta-feira, o Copom afirmou que a elevação dos juros é eldquo;compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da metaerdquo;. O colegiado espera inflação de 5,2%, em 2025, e de 4,0% no terceiro trimestre de 2026 endash; o horizonte relevante da política monetária. PIB. A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 ficou estável em 2,06%. Um mês antes, estava em 2,02%. A estimativa intermediária para 2026 permaneceu em 1,72%. Um mês atrás, era de 1,8%. A mediana para o crescimento do PIB de 2027 continuou em 1,96%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2%, como já está há 48 semanas. O BC espera que a economia brasileira cresça 3,5%, em 2024, e 2,1% neste ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI). PREÇOS ADMINISTRADOS. A mediana do relatório Focus para a inflação de preços administrados em 2025 aumentou de 4,83% para 4,85%. Um mês antes, estava em 4,42%. A projeção para 2026 ficou estável em 4,19%. Quatro semanas antes, estava em 4%. ebull;

article

Congresso sob nova direção deve deixar projetos fiscais para o Planalto

Com o Congresso Nacional sob novo comando, após as eleições de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a presidência do Senado e de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a Câmara, no sábado, o consenso entre deputados e senadores é o de que há pouco espaço para a votação de projetos fiscais de autoria das duas Casas, em meio ao impasse sobre as emendas parlamentares. Assim, iniciativas para melhorar a confiança nas contas públicas dependerão exclusivamente do Executivo, que ainda não dá sinais de que vai enviar novas propostas após a aprovação do pacote do Ministério da Fazenda, em dezembro. A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada, de que, se depender dele, não tem ajuste fiscal, foi lembrada por parlamentares como uma sinalização ruim por parte do governo. O entendimento é de que cortar gastos é uma pauta impopular, e o Congresso não será eldquo;mais realista do que o reierdquo; nesse assunto. Para o senador Marcos Rogério (PL-RO), da oposição, o governo está se perdendo na pauta econômica, e não pode culpar o Congresso, que tem sido eldquo;generosoerdquo;. eldquo;O problema do governo não é o Parlamento. Este parlamento tem sido até muito generoso com o governo. O problema do governo é o próprio governo.erdquo; A agenda mais urgente do Congresso na economia passa pela aprovação do Orçamento de 2025, que deveria ter sido votado no final de 2024. Além disso, consta na lista de prioridades a conclusão do segundo projeto de regulamentação da reforma tributária, que precisa ser votado no Senado, e a apreciação da proposta de mudança do Imposto de Renda, com a isenção até o limite de R$ 5 mil. Em reunião ministerial no dia 20 de janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma lista com 25 itens que serão prioritários para este e para o próximo ano. Há nela itens que dependeriam do Congresso, como a reforma da Previdência dos militares e a limitação aos supersalários nos Poderes ( mais informações em quadro ao lado). PRIORIDADE. Segundo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PTAP), a agenda econômica é prioridade, mas o governo, antes de pensar em novas medidas de ajuste fiscal, quer esperar para ver os efeitos do pacote aprovado em dezembro. Ele disse que organizou em sua casa um encontro entre Haddad e Alcolumbre para falar das prioridades da equipe econômica. eldquo;A nossa agenda no Congresso é a agenda econômica. O ministro Haddad tem um tripé que conduz a política econômica, que passa pela responsabilidade fiscal, a melhoria do ambiente de negócios e a agenda de transição ecológica. Vamos continuar com essas pautaserdquo;, afirmou Randolfe. Para voltar a tramitar no Congresso, a pauta econômica terá que superar um impasse: as emendas parlamentares, que estão na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) devido à falta de transparência. As lideranças do governo sabem que será preciso superar a questão. eldquo;A ideia é fazermos uma concertação entre os novos presidentes ( Motta e Alcolumbre), o Supremo e o Executivo ( sobre as emendas). Estou muito confiante que faremos um acordo que preserve a transparência, a lisura e tudo aquilo que foi colocadoerdquo;, afirmou o líder do governo, José Guimarães (PT-CE). ebull;

article

Canadá e México indicam reforço na fronteira e Trump adia tarifaço

Após acordos com México e Canadá, o presidente Donald Trump decidiu adiar por 30 dias a taxação de 25% sobre produtos dos dois países. O entendimento envolveu promessas dos vizinhos de reforço da vigilância na fronteira para coibir o tráfico de drogas e a imigração ilegal. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, se comprometeu a enviar 10 mil soldados para a região. Trump disse que os agentes mexicanos seriam deslocados eldquo;para interromper o fluxo de fentanil e de migrantes ilegaiserdquo;. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que o país vai destinar US$ 1,3 bilhão (R$ 7,5 bilhões) para a segurança na fronteira e indicará um eldquo;czarerdquo; para combater o narcotráfico. Os EUA mantiveram a tarifa de 10% sobre itens da China, mas Trump disse que ainda conversará com o presidente Xi Jinping. O presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu ontem adiar por um mês a taxação de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá. Os acordos com os dois países envolveram promessas dos vizinhos americanos de reforçar a fronteira para coibir o tráfico de drogas e a imigração ilegal endash; justificativas do republicano para o tarifaço, que começaria a vigorar hoje. O acordo com o México foi anunciado pela manhã, após conversa por telefone de 45 minutos entre Trump e a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum. Ela prometeu enviar 10 mil soldados para a fronteira. eldquo;Há uma relação de respeito e de iguaiserdquo;, disse ela, em entrevista coletiva. eldquo;Tenho certeza de que, em um mês, podemos fornecer resultados.erdquo; Em sua rede social, a Truth Social, Trump disse que os agentes mexicanos seriam deslocados eldquo;para interromper o fluxo de fentanil e migrantes ilegaiserdquo;. Com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, foram duas ligações durante o dia. No começo da noite, ele disse que o país vai destinar US$ 1,3 bilhão (R$ 7,5 bilhões) para garantir a segurança na fronteira entre os países. eldquo;Quase 10 mil agentes da linha de frente estão e continuarão trabalhando para proteger a fronteiraerdquo;, escreveu Trudeau, em uma postagem no X (ex-Twitter). Trudeau disse ainda que indicará um eldquo;czarerdquo; para tratar do combate ao narcotráfico. Segundo ele, os cartéis de drogas serão designados como eldquo;organizações terroristaserdquo;. eldquo;Também assinei uma nova diretriz de inteligência sobre crime organizado e fentanil, e a apoiaremos com US$ 200 milhões ( por volta R$ 1,1 bilhão)erdquo;, disse. Pela Truth Social, Trump afirmou que o adiamento ocorreu eldquo;para ver se um acordo econômico final com o Canadá pode ser estruturadoerdquo;. Os EUA, porém, mantiveram a tarifa de 10% sobre itens da China, mas Trump disse que conversaria com o presidente chinês, Xi Jinping, eldquo;nas próximas 24 horaserdquo;. Ainda ontem, a China acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) ( mais informações na pág. B2). REAÇÃO. Os mercados sentiram o vaivém das medidas anunciadas por Trump no sábado. As Bolsas dos EUA, asiáticas e europeias caíram. Nos Estados Unidos, os principais índices do mercado de ações ficaram no vermelho: Dow Jones fechou em -0,28%, Seamp;P 500, em - 0,76%, e Nasdaq teve baixa de 1,20%. Já o índice Nikkei 225, do Japão, recuou 2,66%, e o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 2,52%. O Euro Stoxx 50, composto pelas maiores empresas da Europa, fechou em baixa de 1,3%. No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, também recuou, -0,13%. Depois de perder 5,56% ante o real em janeiro, o dólar fechou em queda de novo, a 11.ª seguida, cotado a R$ 5,81, recuo de 0,35% no dia. ebull;

article

Motta e Alcolumbre pregam necessidade de diálogo e harmonia na abertura do ano Legislativo

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), usaram seus discursos na sessão de abertura dos trabalhos do Congresso para pedirem harmonia e diálogo entre os Poderes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem para ser lida durante o evento, que também continha apelos no mesmo sentido. emdash; A superação dos problemas nacionais passa pela aprovação de proposições no Parlamento. Sempre em sintonia, buscamos o melhor para o país. Nosso desafio é estabelecer convergências sobre as pautas mais relevantes emdash; afirmou o presidente da Câmara. A palavra "harmonia" também se encontrou presente na mensagem do presidente Lula, que foi entregue ao Congresso pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, representante do governo no evento de hoje. O texto do presidente da República foi lido pelo deputado Carlos Veras (PT-PE), primeiro-secretário da Câmara. Foi citado pelo presidente o objetivo de ter uma eldquo;relação harmônica entre os Podereserdquo;. eldquo; "Nestes dois anos de governo, reafirmamos nosso compromisso com a democracia, o respeito às instituições e a relação harmoniosa entre os Poderes. Reafirmamos também o compromisso de promoção do desenvolvimento econômico com a inclusão socialerdquo;, disse Lula por meio do texto. A sessão acontece em meio a uma queda de braço entre os três Poderes pelo controle do Orçamento federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) cobra uma série de critérios de transparência e rastreabilidade e, por decisão do ministro da Corte Flávio Dino, bloqueou parte das emendas parlamentares, que os congressistas direcionam para obras em suas bases. Por sua vez, o presidente do Senado foi mais incisivo e cobrou uma solução para o problema das emendas. emdash; A controvérsia sobre emendas parlamentares ao orçamento ilustra a necessidade de respeito mútuo e diálogo contínuo. As decisões do Supremo Tribunal Federal devem ser respeitadas, mas é igualmente indispensável garantir que este Parlamento não seja cerceado em sua função primordial de legislar e representar os interesses do povo brasileiro, inclusive, levando recursos e investimentos à sua região. O bloqueio das emendas deixou R$ 2,5 bilhões em verbas indicadas pelas comissões da Câmara e do Senado travadas. Na prática, os recursos ficaram no caixa do governo e não poderão mais ser usados. O assunto tem provocado insatisfação na cúpula do Congresso e é um dos primeiros nós que Motta e Alcolumbre terão resolver no comando das duas Casas. O presidente do STF adotou um tom de conciliação em sua fala: emdash;Nós, os três Poderes, estamos unidos pelo falar da Constituição. Nós temos bons sentimentos uns em relação aos outros. Mais do que a presença formal do presidente do STF, está o compromisso do Judiciário de sermos parceiros. Alguém me perguntou se houve recado. Entre nós não há recado, há diálogo, pensamento unico só existe em ditaduras. Além da relação entre os Poderes, a responsabilidade fiscal também foi tema dos discursos. Depois de o Congresso aprovar no fim do ano passado uma série de medidas de contenção das despesas públicas e também da pressão por mais medidas do tipo para atender ao arcabouço fiscal, Lula ressaltou a importância de ajustes das contas públicas, ao mesmo tempo que falou em responsabilidade social e ambiental. eldquo;O marco histórico da aprovação da reforma tributária não apenas simplifica e torna mais justo o sistema tributário, como também impulsiona o desenvolvimento econômico. Atrai investimentos, fomenta a competitividade do setor produtivo e reduz desigualdades sociais e regionais. Em conjunto com o Congresso, estamos criando as condições para a construção de um País mais desenvolvido e mais justo, com crescimento econômico, geração de emprego e renda e responsabilidade fiscal, social e ambientalerdquo;. O deputado do Republicanos e o senador do União Brasil foram eleitos no último sábado, ambos com apoios que foram do PT de Lula ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e com votação recorde. Motta teve 444 votos, o segundo maior placar do período pós-democratização, e Alcolumbre conseguiu 73, o terceiro. Mais cedo nesta quarta, os novos presidentes do Senado e da Câmara se reuniram com Lula. O petista afirmou que eles "não terão problema na relação" com o Palácio do Planalto. No encontro, o presidente disse que um projeto do Planalto "jamais" será enviado para o Legislativo sem antes uma conversa com os líderes de partidos. A deferência foi respondida por Alcolumbre, que prometeu ajudar para a aprovação de pautas de interesse da gestão petista. Por sua vez, Motta afirmou que o Congresso "está à disposição para construir uma pauta positiva para o país".

article

Banco Central detalha decisão de elevar Selic a 13,25% em ata do Copom nesta terça

O Banco Central vai detalhar na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) desta terça-feira a decisão do encontro da semana passada de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano. No documento, a expectativa é de que o colegiado liderado por Gabriel Galípolo dê algumas pistas sobre até onde pretende ir com o ciclo de alta de juros, para além da promessa de aumentar a taxa a 14,25% na próxima reunião, em março, chegando ao maior nível desde outubro de 2016. A ata pode ainda dar mais explicações sobre os novos riscos de baixa para a inflação futura observados pelo BC: uma desaceleração mais forte da atividade doméstica e um impacto deflacionário para economias emergentes de eldquo;choques sobre o comércio internacionalerdquo;. No comunicado divulgado na última quarta-feira, o BC deixou totalmente em aberto sua disposição para continuar ou não o aperto da Selic no segundo trimestre deste ano, apenas disse que vai guiar suas decisões eldquo;pelo firme compromisso de convergência da inflação à metaerdquo;. eldquo;Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à metaerdquo;, disse o BC, acrescentando que vai avaliar a evolução da dinâmica inflacionária, das projeções de inflação, da situação da atividade econômica e do balanço de riscos. Essa mensagem deve ser repetida na ata desta terça, mas as considerações sobre a atividade econômica do país, as projeções e expectativas de inflação e o ambiente internacional podem dar sinais sobre os planos do Copom à luz da situação atual. Parte do mercado se frustrou com a ausência de uma sinalização do BC de que deve continuar o aperto monetário após o encontro de março. Isso porque a projeção de inflação oficial do BC para o terceiro trimestre de 2026 está em 4,0%, 1 ponto percentual acima da meta de 3,0%, mesmo considerando uma Selic de 15% no fim deste ano, retirada do Boletim Focus. Ou seja, a projeção de inflação indica que 14,25% não é suficiente para alcançar a convergência inflacionária no prazo em que a autoridade monetária mira atualmente. Segundo levantamento do economista-chefe da Quantitas Asset, Ivo Chermont, desde 2003, o BC nunca interrompeu o ciclo de alta de juros com a projeção de inflação para o horizonte relevante significativamente acima da meta. emdash; Hoje, o horizonte é 4%, não dá para sinalizar pausa (do aumento de juros). Pode ser que a gente se surpreenda, que a atividade desabe, que o câmbio volte para R$ 5,50. Mas, hoje, o modelo de inflação está 1 pp acima da meta. É muito precoce para colocar os riscos baixistas ou para deixar de sinalizar que a alta de juros vai continuar emdash; afirmou o economista, que espera atualmente que a Selic alcance 16%. emdash; A ata pode ser importante para indicar até onde o BC pretende ir e a sensibilidade do BC sobre a atividade econômica emdash; completou. Para o economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, a ata pode dar pistas sobre a visão do Copom se levar a público possíveis discussões dos diretores do BC sobre a decisão de maio em diante. emdash; Se o BC discutiu uma indicação de novo aumento de 1pp para maio, sinalizaria uma chance grande de nova alta dessa magnitude ou de 0,75pp. Se debateram sinalizar um aumento menor, pode ficar entre 0,75pp ou 0,50pp. Se os diretores não discutiram nada disso, fica em aberto. Pode estreitar um pouco o leque de possibilidades a depender do que estiver escrito na ata. Na avaliação de Serrano, foi boa a decisão de deixar o plano em aberto em meio às incertezas relativas à economia doméstica e global. Na próxima reunião, em março, o economista avalia que o BC terá mais informações para dar uma sinalização mais precisa para o encontro seguinte. Por ora, a sua projeção para a Selic é de 14,75%. Já Chermont, da Quantitas, espera que o BC explique mais como enxerga a atividade econômica no Brasil devido à inclusão no balanço de riscos de um cenário de desaceleração mais forte, mesmo com sinais ainda preliminares de que a economia está perdendo força. Além disso, quer entender como se daria o impacto deflacionário para economias emergentes da política tarifária adotada pelos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump, já que normalmente esse tipo de movimento tende a elevar os preços. O Copom não citou Trump diretamente, mas adicionou como um risco de baixa para a inflação brasileira eldquo;um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globaiserdquo;. Em seus primeiros dias de governo, o republicano já deu provas de que o protecionismo comercial não era apenas uma ameaça ao anunciar taxas para os produtos importados de China, Canadá e México. Para o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Rosal, o BC terá a eldquo;oportunidadeerdquo; na ata de mudar um pouco o foco das discussões ao abrir espaço para explicar o risco externo decorrente dos desdobramentos das medidas de Trump. emdash; Tem que nos dizer os canais que afetam a inflação local emdash; disse ele, que espera que a Selic alcance 15,50%.

Como posso te ajudar?