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Há bons argumentos para manter ou subir os juros, e o mais importante é que decisão seja unânime

O Banco Central tem dois caminhos para combater a inflação: manter a taxa Selic parada em 10,5% ao ano por um tempo bastante prolongado ou começar um ciclo de alta nesta ou na próxima reunião, para cortar a taxa mais rapidamente, depois. Há bons argumentos técnicos para as duas estratégias e qualquer que seja a decisão do Copom na próxima semana, o ideal é que ela seja unânime. Ainda que cada diretor tenha o direito de decidir pela própria análise de cenário, o senso de unidade entre os nove membros do colegiado reforçaria a mensagem de que o caminho escolhido é o melhor para o País. A deflação de 0,02% em agosto, divulgada ontem pelo IPCA, tornou a decisão um pouco mais difícil, pela pressão política que aumentou sobre o Banco Central e pelo barulho provocado nas redes sociais. A ideia endash; equivocada endash; é de que, se houve deflação em um mês, não há motivos para alta dos juros. A visão do BC, no entanto, é de longo prazo, e não restrita apenas a um único indicador. Entre os economistas que defendem o aperto monetário, há o entendimento de que as expectativas de inflação para os próximos anos estão distantes da meta de 3%, e isso significa que a própria reputação do BC está em jogo. Afinal, se ninguém aposta em inflação na meta, é porque ninguém acredita que o Copom fará o que for necessário para cumprir o seu objetivo. Além disso, há uma transição na presidência do Banco, e um ganho de credibilidade agora para a nova diretoria se estenderia por todo o mandato de quatro anos. Entre os que entendem que é possível manter a Selic em 10,5% ao ano endash; a minoria do mercado endash;, a visão é de que os juros reais no País já estão altos demais, e espera-se uma desaceleração da economia nos próximos trimestres. Desse modo, a Selic parada em 10,5% ao ano seria suficiente para trazer a inflação para a meta, sem desestabilizar o mercado de crédito para vários setores importantes da economia, como o financiamento imobiliário, automotivo e grandes obras de construção civil. Nas próximas semanas, é possível que a Petrobras reduza o preço dos combustíveis, pela forte queda do preço do petróleo. Mas haverá aumento de preços com energia elétrica, pelo acionamento da bandeira vermelha, e também dos alimentos, pela seca que atinge o País. O risco de a inflação estourar o teto de 4,5% vem aumentando. Com o PIB forte e o desemprego em queda, se a Selic subir, não será o fim do mundo. Se ficar parada, também pode dar certo, desde que bem explicada e sem divisão entre os diretores do colegiado do Banco. (Por Alvaro Gribel)

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Ministro da Integração prevê impacto da seca na produção de combustível

O ministro de Integração Nacional, Waldez Góes, afirma que o governo trabalha com o cenário de que o auge da crise provocada pela seca e pelas queimadas ocorra entre o final de setembro e o início de outubro, período em que deve haver estabilização da situação em um patamar mais grave que o que já enfrentado atualmente. Um dos impactos analisados é na produção de combustível, o que já levou à criação de um plano de contingência com navios. emdash;Ainda haverá um agravamento e com uma estabilizada numa situação pior, impactando outras regiões da Amazônia, como baixo Amazonas e Amapá emdash; disse Góes ao GLOBO. O governo também já leva em conta a possibilidade de que a falta de chuvas leve ao comprometimento do funcionamento da Hidrelétrica de Santo Antônio, localizada no Rio Madeira, em Porto Velho (RO), e também traga impacto no funcionamento da produção de gás e óleo no Polo Urucu, localizado na Amazônia emdash; o óleo é usado na produção de gasolina. Enquanto o gás é transportado por gasodutos, a logística do óleo é feita por barcaças que estão com sua navegabilidade comprometida pela baixa dos rios. O ministro afirma que o governo já planeja movimentar grandes navios para região na tentativa de evitar o desabastecimento de combustível, que, num cenário pessimista, poderia comprometer a cidade de Manaus, capital do Amazonas. Góes integrou o grupo de ministros que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita a comunidades isoladas pela estiagem no interior do Amazonas nesta terça-feira. emdash;É um problema que vai se espalhando. Se tivermos tudo bem planejado, ainda assim vamos enfrentar dificuldades hercúleas. A crise não acontece ao mesmo tempo em todas as áreas. Tem características diferentes no Acre, Roraima, Rondônia, Amazonas. Autoridade Climática será criada Pressionado a dar respostas contra a crise climática que passou a ter efeitos em várias regiões do país, Lula anunciou, em visita ao Amazonas, que vai criar uma Autoridade Climática para enfrentar as tragédias provocadas pelas mudanças nas condições ambientais do Planeta. A criação da nova estrutura era uma promessa de campanha assumida por Lula no momento da adesão de Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente, à sua candidatura em 2022. O presidente também anunciou investimento de R$ 500 milhões em intervenções de dragagem nos rios do estado do Amazonas, para facilitar a navegação em meio à estiagem. Também foi prometida a pavimentação de um trecho de 20 quilômetros da rodovia BR-319, ao custo de R$ 157,5 milhões.

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Etanol: volume negociado na semana é o 2º menor na safra 24/25

A safra de cana-de-açúcar 2024/25 caminha cheia de incertezas, relacionadas especialmente ao volume a ser processado e às produções de açúcar e de etanol, por conta dos impactos da seca e de incêndios no final de agosto. As informações partem de levantamentos do Cepea. Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp! Na última semana, a demanda por hidratado esteve baixa, resultando no segundo menor volume do biocombustível comercializado por usinas paulistas na temporada 2024/25, conforme apontam as pesquisas. Dessa forma, entre 2 e 6 de setembro, o Indicador Cepea/Esalq do hidratado fechou em R$ 2,5081/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), recuo de 1,88% frente ao do período anterior. Já para o anidro, o indicador subiu 0,65%, a R$ 2,9358/litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins).

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Crimes fiscais têm impacto de até 17% em valor de mercado de distribuidoras

Um relatório produzido pelo Bradesco BBI estima que o conjunto das três maiores distribuidoras do país (Vibra, Raízen e Ultrapar/Ipiranga) poderia aumentar o seu valor de mercado de 11% a 17% se os principais crimes de ordem fiscal no mercado nacional de combustíveis fossem solucionados pelas autoridades. A conclusão consta do estudo eldquo;Fight vs. Fuel Informality Gains Momentum endash; Assessing Upside for Public Revenues and Distributorserdquo;, distribuído internamente aos clientes do Bradesco BBI na última quarta-feira (4/9). Com o apoio de mapeamentos realizados pelo Instituto Combustível Legal (ICL) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o relatório identifica as cinco irregularidades e práticas informais que, de acordo com a análise, provocam maior impacto no mercado formal de distribuição. São elas: a venda de nafta como gasolina; a facilitação para importação de derivados de petróleo na Zona Franca de Manaus, mediante estímulos fiscais; a sonegação de impostos nas operações envolvendo o etanol hidratado; o não cumprimento das metas do RenovaBio; e a adulteração na mistura do biodiesel. Além de um potencial aumento de market cap (11% a 17%), que hoje acaba sendo desperdiçado, há impacto direto nos resultados operacionais dessas empresas, avalia o Bradesco BBI. A estimativa é que, em um cenário sem os cinco principais crimes e irregularidades listadas, os lucros poderiam ser de 10% a 15% maiores, e o Ebitda (lucro antes da incidência de juros, depreciação, impostos e amortização) cresceria, em média, mais de meio bilhão de reais (Vibra, R$ 544 milhões; Ipiranga, R$ 472 milhões; e Raízen, R$ 500 milhões). O valuation das três distribuidoras, por sua vez, poderia melhorar até 15%. E para os governos? Os prejuízos e danos econômicos não se limitam às empresas, abrangem também a perda de arrecadação que a União e os estados sofrem a partir da sonegação e dos crimes de ordem fiscal. O estudo considera que o Brasil, na condição de décimo maior produtor de petróleo do mundo, poderia aumentar suas receitas eldquo;em grande escalaerdquo; apenas com a neutralização das cinco práticas irregulares. Com o apoio de dados do ICL e da FGV, a conclusão é que o rombo fiscal no mercado de combustíveis foi de R$ 26 bilhões em termos nominais, segundo números atualizados em 2021. Desse montante, R$ 14 bilhões se referem à arrecadação de impostos, e R$ 15,5 bilhões são oriundos de perdas operacionais (volume físico). Entre as práticas ilegais estão as importações fraudulentas, o roubo de oleodutos, o endividamento contínuo e sistemático (devedores contumazes), as distribuidoras barrigas de aluguel e a adulteração de mercadorias. Importação de nafta Reportagem da agência eixos mostrou, um dia antes da divulgação do relatório do Bradesco BBI, a existência de mais um corredor para facilitação da entrada de derivados de petróleo no Amapá. É a segunda vez em 2024 que o estado é alvo de críticas por conta de estratégia semelhante. Dessa vez, o benefício foi concedido à Refinaria de Manguinhos (Refit), com sede no Rio de Janeiro, e à paraibana Fair Energy. As duas não têm base no Amapá e, em razão do incentivo fiscal, poderão comprar no exterior nafta, óleo de petróleo parcialmente refinado e outros derivados com diferimento de ICMS e aplicação de crédito presumido. Esse regime especial de importação, criado em um ambiente de guerra fiscal entre os estados, é um dos instrumentos que impulsiona a sonegação de impostos e outros crimes no mercado de combustíveis, segundo alertas feitos por agentes do setor. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) vem tentando, desde abril de 2024, coibir a instalação desses regimes especiais. No entanto, no caso da nafta, há uma brecha normativa, já que ela não é considerada combustível durante o ato de importação, apesar de ser um insumo para a fabricação de gasolina.

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ZEG Biogás e Coagro assinam contrato para usina de biometano no norte fluminense

A ZEG Biogás e a Coagro assinaram nesta quarta-feira (11/9) um contrato para construir a primeira planta de biometano do norte do estado do Rio de Janeiro. Com capacidade de produção de 3,7 milhões de metros cúbicos por ano, o empreendimento deve fazer as primeiras entregas no início de 2026. A obra terá a duração de 18 meses, com investimento previsto em R$ 60 milhões. A planta produzirá biogás a partir da vinhaça, um subproduto do etanol. Caso haja maior possibilidade de biomassa, será possível aumentar a produção de biogás. A expectativa das empresas é que a produção agroindustrial da região e a plantação de novas culturas sejam fomentadas com o empreendimento. eldquo;O biometano é um combustível limpo, socialmente responsável, e contribuirá de forma relevante para tornar o Brasil uma potência energética renovável no curto prazoerdquo;, disse o CEO da ZEG Biogás, Eduardo Acquaviva. A empresa desenvolveu tecnologias de produção e distribuição de biogás e biometano. A ZEG Biogás tem entre seus acionistas Vibra Energia, Capitale e FSL.

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ANP atualiza estimativas de royalties e participação especial para os próximos cinco anos

A ANP atualizou o Painel Dinâmico de Estimativas de Royalties e de Participação Especial, que disponibiliza à sociedade os valores estimados da distribuição anual de royalties e de participação especial (PE) para o período de cinco anos (2024-2028). Estimativa de Royalties Os royalties são compensações financeiras devidas à União, aos estados, ao DF e aos municípios beneficiários pelas empresas que produzem petróleo e gás natural no território brasileiro: uma remuneração à sociedade pela exploração desses recursos não renováveis. Os royalties incidem sobre o valor da produção do campo e são recolhidos mensalmente pelas empresas concessionárias. As estimativas disponibilizadas pela ANP no painel são realizadas a partir dos seguintes parâmetros: i) produção: estimativas dos volumes de produção por campo declarados pelas concessionárias no Programa Anual de Produção (Portaria ANP nº 100/2000); ii) preço: estimativa do petróleo tipo Brent divulgado pela U.S. Energy Information Administration endash; EIA; e iii) taxa de câmbio: Sistema Expectativas de Mercado do Banco Central do Brasil. Em função das incertezas inerentes a estas variáveis, do cumprimento de decisões judiciais e das possíveis variações das alíquotas de royalties, não há garantia de efetivação das estimativas ao longo do período simulado. Estimativa de participação especial (PE) A participação especial é uma compensação financeira extraordinária devida pelas empresas como remuneração à sociedade pela exploração de petróleo e gás natural, recursos não renováveis. Diferentemente dos royalties, que são pagos mensalmente por todos os campos produtores, a PE é paga trimestralmente pelas empresas apenas para campos com grande volume de produção e/ou grande rentabilidade. As estimativas que a ANP está disponibilizando são realizadas a partir das seguintes variáveis: i) volumes de produção dos poços e campos declarados pelas empresas; ii) receita líquida (receita após deduções de gastos autorizadas em lei) apurada pelas empresas para os campos; iii) preços de referência do petróleo e do gás natural; iv) taxas de câmbio e alíquotas progressivas (que variam de acordo com a localização da lavra, o número de anos de produção e o respectivo volume). Em função das incertezas inerentes a essas variáveis e do cumprimento de decisões judiciais, não há qualquer garantia de efetivação das estimativas ao longo do período simulado.

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