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Prejuízo com queima de cana em SP é estimado em R$ 800 milhões

Ainda não há dados atualizados do governo sobre o estrago que a falta de chuvas e as queimadas provocaram no agronegócio, sobretudo nas culturas perenes endash; aquelas lavouras que demoram vários anos para ter a primeira safra, como café, laranja e cana. Mas a Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) informa que 100 mil hectares plantados com cana-de-açúcar foram queimados em duas semanas até 4 de setembro, a maior parte no Estado de São Paulo. O prejuízo calculado é de R$ 800 milhões. eldquo;O cenário de clima seco e de falta de chuvas pode ter reflexos na safra futura, mas é cedo para fazer previsõeserdquo;, diz José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana. A consultoria Datagro estima que a safra de cana 2024/25 atinja 593 milhões de toneladas, ante projeção inicial de 602 milhões de toneladas. A seca e os incêndios já mudaram o patamar de preços do açúcar no mercado internacional. Nas últimas três semanas, o preço do produto teve valorização na faixa de 5%. Apesar disso, Bruno Wanderlei de Freitas, economista e sócio da consultoria, diz que não há escassez de açúcar. Nesta safra, o Brasil deve produzir 39,3 milhões de toneladas, 7,3% abaixo do ano passado. Ainda assim, será uma grande safra, na sua avaliação. Em relação ao etanol, Freitas acredita que as cotações vão continuar com tendência de alta. Neste ano, devido às queimadas, a perspectiva é de uma entressafra prolongada. As usinas, provavelmente, vão encerrar a moagem da cana em meados de outubro e retomar a atividade só em março ou abril de 2025. eldquo;A tendência é de que o preço do etanol perca competitividade nesse período.erdquo; Na laranja, os pomares, que já sentiam as perdas com a doença do greening, agora enfrentam os efeitos da falta de chuvas. eldquo;Há regiões que convivem com a estiagem desde o fim de marçoerdquo;, conta o presidente da Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM), Carlos Lucatto. Em maio, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), associação mantida pelos citricultores e pela indústria do suco de laranja, projetava que a safra atual (2024/25) do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo e Sudoeste Mineiro seria de 232,38 milhões de caixas. Com a estiagem, acaba de reduzir a expectativa de produção em 7%, para 215,78 milhões de caixas. Se a estimativa se confirmar, será uma safra quase 30% menor do que a do ano anterior. Também é a menor safra de laranja em 35 anos, desde 1989, quando foram produzidos 214 milhões de caixas, segundo o Fundecitrus. A escassez do produto fez o preço da laranja in natura disparar. A caixa (40,8 quilos), que custava R$ 50 na roça no ano passado, este ano chega a R$ 120. Apesar disso, o produtor Antonio Carlos Simonetti diz que é uma ilusão achar que os produtores estejam ganhando dinheiro com os preços altos, já que a produtividade dos pomares está muito baixa. eldquo;A estiagem é mais preocupante do que o greening (praga que ataca as plantações de laranja)erdquo;, diz. eldquo;Esta é a pior safra que já tivemos, nunca vi um cenário tão preocupante: seca, altas temperaturas e déficit hídrico.erdquo; Na cafeicultura, a seca também preocupa. A última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada em maio, apontava produção em 2024 de 58,81 milhões de sacas. É um volume 6,8% maior do que a safra de 2023. Desde então houve muitas ondas de calor e falta de chuvas. A colheita terminou em agosto. Apesar de não ter dados oficiais atualizados, Renato Garcia Ribeiro, pesquisador e analista de café do Cepea, acredita que o volume colhido foi menor do que o inicialmente previsto. Ele reitera a sua preocupação em relação à safra que será colhida em 2025. Como o café é uma cultura bianual, com um ano de produção baixa e o seguinte de produção cheia, a safra de 2025 poderá ser duplamente prejudicada: será naturalmente um ano de baixa produção e ainda vai carregar os efeitos da falta de chuvas na época de florada da planta. Desde o terceiro trimestre do ano passado até o início deste mês, a cotação do café robusta ao produtor vendido no Espírito Santo, por exemplo, cresceu 119,7%, segundo dados do Cepea. No mesmo período, o preço do café tipo arábica subiu 85,2%. Celírio Inácio, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), lembra que faz quatro anos que o mercado de café vem sendo afetado por problemas climáticos de todos os tipos: geadas, excesso de chuvas e secas.Produtoreldquo; Apesar de as queimadas não terem atingindo significativamente o parque cafeeiro nacional, essas ocorrências, combinadas com perspectiva de manutenção do clima seco nos próximos meses, geram insegurança m relação à produção. eldquo;Tudo isso faz com que o mercado internacional e nacional reajam e os preços aumentem.erdquo; ebull;

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Alta de juros pode afetar trajetória de crescimento do comércio, diz economista

O crescimento das vendas do varejo em 0,6% em julho frente a junho e de 4,4% em relação ao mesmo mês de 2023, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, é mais um indicador a apontar que a atividade econômica iniciou o segundo semestre com maior dinamismo do que era esperado pelo mercado. Assim como aconteceu com o setor de serviços, que avançou 1,2% em julho, o comércio vem sendo impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido e a renda. Se de um lado, o resultado de comércio pode ser mais um a pressionar o aumento dos juros na reunião do Copom na próxima semana, a economista Georgia Veloso, pesquisadora do FGV Ibre, aponta que um novo ciclo de alta da Selic pode ser um gargalo para o desenvolvimento do comércio, principalmente dos segmentos mais dependentes do crédito. - Há um crescimento heterogêneo nos segmentos do comércio, com destaque para o aumento nas vendas de hiper, supermercados , alimentos e bebidas. Excluindo o setor de veículos, que está em patamar recordes, observamos que os segmentos mais dependentes do crédito, como eletrodomésticos e móveis, apesar de apresentarem alta, diante de uma base fraca do ano passado, ainda não aqueceram de fato, diante dos juros ainda altos, apesar de estarem vindo de uma trajetória de queda. Se a Selic subir afeta diretamente a esses setores, criando um gargalo para a um crescimento homogêneo do varejo e afetar a trajetória de crescimento - diz Georgia. Apesar da resiliência da economia apontada pelos dados de serviços e comércio, a economista Claudia Moreno, a economista do C6 Bank, prevê que a atividade perca tração no terceiro trimestre, com a redução dos estímulos fiscais. Em seu relatório, o Bradesco também vê desaceleração do PIB no trimestre encerrado em setembro, mas destaca que "os sinais de resiliência são claros", o que mantem um viés de alta para expectativa de crescimento da economia brasileira. A economista do C6 Bank manteve a previsão de que a taxa selic se mantenha em 10,5% até o fim deste ano, mas reconheceu "o risco de a autoridade monetária iniciar um breve ciclo de alta na próxima reunião". Já o Itaú Unibanco divulgou, nesta quinta-feira, uma elevação da sua projeção para os juros para 11,75% este ano e 11% para o fim de 2025. Igor Cadilhac, economista do PicPay, avalia "que o mercado de trabalho aquecido, o crescimento da massa salarial, a expansão do crédito ao consumidor e a inflação ainda razoavelmente controlada continuarão a sustentar o consumo das famílias. Esses fatores devem compensar o impacto prolongado das taxas de juros elevadas." Cadilhac estima que o avanço dos serviços e a estabilidade do comércio ampliado devem contrabalançar o recuo que projeta para a indústria, levando a estimativa para Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) para -0,2% em julho.

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7-Eleven leva ao 16º Fórum ExpoPostos & Conveniência case internacional

Os milhares de profissionais e representantes do segmento que estiveram nesta quarta-feira, 11, no 16º Fórum da ExpoPostos eamp; Conveniência, maior fórum internacional de postos de serviços, equipamentos, lojas de conveniência e food service, puderam acompanhar o case eldquo;A conveniência que ganhou o mundoerdquo;. A apresentação,feita por Tadashi Suzuki, diretor de Entrada em Novos Mercados da 7-Eleven Internacional, exibiu uma visão geral sobre as origens da marca, uma das 16 mais valiosas do segmento do mundo. São mais de 185 mil lojas em 20 países, sendo a maior parte no Japão, Tailândia e Estados Unidos. O executivo, destaque internacional do evento, ressaltou o processo de expansão global, sua adaptação aos mercados regionais com oferta de itens que agradem o consumidor local, tendências do mercado em nível mundial e as principais diretrizes da companhia. Cada loja, que funciona 24h sete dias na semana, tem entre 100 e 300 m², fácil acesso e mais de 3 mil itens. Segundo Suzuki, a diversidade no mix de acordo com os gostos do consumidor contribuem com o sucesso do negócio. Ele ainda comentou que adotar ferramentas de inteligência artificial para personalizar recomendações de acordo com as preferências dos clientes. A transformação digital foi um dos pontos de destaque do executivo, que comentou sobre soluções de pagamento via escaneamento do rosto, por celular e self-check-out, por exemplo. Além disso, ressaltou a sustentabilidade como ponto alto, com escolha de produtos, embalagens e fornecedores que tenham esse propósito no DNA. para exemplificar, ele contou sobre as máquinas de smoothie com itens frescos e a venda de café especial com embalagem feita a partir de plantas, implementada na Austrália. O executivo também falou sobre a linha de produtos próprios que ajudam as lojas a ter maior margem de lucro. eldquo;Tudo para proporcionar a melhor experiência que o cliente pode tererdquo;. Além do case internacional, a quarta-feira também contou com o painel eldquo;Novas tecnologias: as inovações que impactam o mercado de postos de combustíveiserdquo;. Com mediação de Antônio Bragança, consultor da ABFC Consultoria, os participantes Carlo Andrey (Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade - Abepam), Edgard de Castro (Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços- AFRAC), Richard Albanesi (The Led) e Thiago Piccinini (Linx) debateram sobre como as inovações tecnológicas estão transformando o mercado de postos de combustíveis, incluindo sistemas de gestão avançados e métodos de pagamento digital. Carlo Andrey comentou sobre as soluções de e-commerce que estão sendo no mundo físico, inclusive para testes de promoções com o consumidor. Ainda, sobre a inteligência artificial para pagamento. A tecnologia também foi ressaltada por Thiago Piccinini, que falou sobre como ela pode ser uma aliada para controle de estoque, evitar fraude e melhorar a jornada de consumo. eldquo;A IA pode ajudar a ler os cenários e contribuir com as tomadas de decisão do revendedorerdquo;. Edgard de Castro levou a importância da inovação para outro tema relevante para o setor: a reforma tributária. Na visão dele, a transição deve levar cerca de 10 anos, mas que é essencial o uso da tecnologia para essa adaptação, já que o varejo será um dos primeiros setores afetados. A inovação também foi enfatizada por Albanesi, responsável por empresa de painéis de LED. eldquo;É uma solução que promove modernidade, praticidade, atrai clientes e, consequentemente, gera mais vendaserdquo;. O Fórum também contou com o painel "Lojas de Conveniência e Mercados de Proximidade: o que pensam os executivos de grandes redes brasileiras do setor", mediado por Giselle Valdevez. A discussão girou em torno de como as mudanças nos hábitos de consumo estão impactando as estratégias das empresas para atender às expectativas dos clientes. Natalia Cid, CEO da BR Mania, destacou que o principal atributo que define o conceito de conveniência atualmente é o tempo. Segundo ela, "conveniência é facilidade, com qualidade e rapidez". Renato Stefanoni, da AmPm, complementou dizendo que o comportamento do consumidor mudou ao longo dos anos, e hoje ele é o centro das decisões. "Por isso, temos propostas de valor que sejam relevantes para a jornada dele", afirmou. Frederico Amorim, da ALE, mencionou estudos que apontam que negócios com futuro são aqueles que levam em conta três aspectos: tempo, dinheiro ou prazer. Ele também destacou que o fácil acesso às lojas está entre os principais motivadores de consumo. Alex Deeke, do Grupo Nós, reforçou a complexidade de atender um público cada vez mais exigente, e mencionou que o setor de varejo passa por constantes transformações, exigindo reinvenção contínua das empresas. Já João Edson Gravata, do Carrefour Express, falou sobre a importância de estar presente em múltiplos pontos de contato, seja em postos de combustíveis ou lojas, reforçando a relevância do conceito de One Stop Shop para garantir que os consumidores encontrem tudo o que precisam em um só lugar. Além do painel sobre conveniência, o Fórum também contou com a palestra do ex-jogador Diego Ribas, intitulada "Do risco à glória". Em sua apresentação, Diego abordou temas fundamentais para o sucesso pessoal e profissional, como liderança, resiliência, gestão de crises, motivação e disciplina. Ele utilizou sua trajetória no futebol, tanto em competições nacionais quanto internacionais, para exemplificar como enfrentar grandes desafios e alcançar o sucesso, destacando lições aplicáveis dentro e fora dos campos. Diego, que atuou em clubes renomados como Porto, Juventus e Flamengo, compartilhou com os participantes suas experiências de lidar com as adversidades que surgem no convívio com diferentes perfis de pessoas nas equipes. Suas histórias mostraram como um ambiente de pressão pode ser superado com foco, planejamento e um forte senso de união entre os membros do time. O 16º Fórum ExpoPostos acontece junto à 21ª edição da feira, que neste ano se internacionalizou e cresceu 60%. Em 2024, o evento conta com três pavilhões e mais de 250 expositores de referência, que estão apresentando as tendências de mercado para o setor. A expectativa são mais de 30 mil visitantes qualificados, sendo 18 mil decisores diretos (oriundos de todas as partes do Brasil), e um volume de negócios que supera a cifra de R$ 180 milhões.

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Arena do Conhecimento da ExpoPostos discute o papel do etanol na transição energética

Nesta quarta-feira, 11, a Arena do Conhecimento da ExpoPostos, área de apresentações integrada à feira destinada a receber palestras, workshops e apresentações que abordam as novas tendências, tecnologias, leis e regulamentações para postos de serviços e lojas de conveniência, trouxe aos presentes diversas palestras que trataram de temas relevantes, dentre os quais, os painéis eldquo;Energia do Futuroerdquo; e o canal de conveniência na visão da indústria. A importância da transição energética, de uma matriz de combustíveis fósseis para renováveis, por exemplo, foi um dos temas explanados, e ganhou destaque a partir de iniciativas que estão sendo desenvolvidas pela Raízen (Joint-Venture entre a Shell e a Cosan), marca que representa o grupo Shell no Brasil. Ricardo Berni, diretor de Marketing e Digital da Raízen, destacou em sua explanação que a Shell tem investido significativamente em um combustível limpo de segunda geração. eldquo;Um dos princípios estratégicos da nossa empresa é o processo de transição energética e a busca por fontes renováveis e a Shell tem feito isso através do que chamamos de E2G endash; Etanol de Segunda Geração, o qual é produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcarerdquo;, explica. De forma paralela ao painel sobre eldquo;Energia do Futuroerdquo; ocorreu a apresentação sobre Dados e Tecnologia: a nova era digital dos postos. Durante a explanação, Renato Mascarenhas, da Endered, ressaltou a importância da integração diretamente na bomba e explicou que eldquo;o avanço tecnológico mostra que é importante fazer controles, fazer gestãoerdquo;. No painel, "O canal de conveniência na visão da indústria", importantes líderes do setor, como André Lopes (Nestlé), Carolina Miyaki (BAT), Bruno Carvalho (Monster), Glauber Marinho (Coca-Cola), Igor Guerra (Mondelez), Luiza Gatti (Redbull) e Rodrigo Caldas (Heineken), discutiram os resultados recentes e as perspectivas para o futuro das lojas de conveniência. Os especialistas trouxeram insights sobre as tendências e estratégias que impulsionarão o crescimento do segmento no próximo ano. Glauber Marinho, da Coca-Cola, destacou o crescimento expressivo do setor no pós-pandemia: "Antes da pandemia, tínhamos 800 lojas de minimercados de condomínios e empresas, agora já ultrapassamos a marca de 12 mil. Este conceito de loja está ganhando força e transformando a experiência do consumidor." Os desafios enfrentados pela indústria de cigarros, especialmente com o aumento do preço mínimo, foram pontos destacados por Carolina Miyaki, da BAT. "O cenário atual força o consumidor a reavaliar suas escolhas de marca, o que nos coloca diante de novos desafios e oportunidades." Rodrigo Caldas, da Heineken, comentou sobre o consumo imediato e a competitividade dos preços: "O mercado de conveniência exige cada vez mais que ofereçamos soluções de consumo rápido, mantendo preços atrativos e acessíveis." Para Berni, eldquo;a marca que vai ser eternamente lembrada precisa estar conectada com a atualidade e a Shell, ao se atentar à eldquo;Energia do Futuroerdquo;, tem feito isso sem aumentar um hectare sequer, o que está em linha com a diretriz da companhiaerdquo;, observa, destacando que eldquo;a empresa está vinculada ao varejo de combustíveis com os postos e já são mais de oito mil pontos na América Latina, sendo seis mil no Brasil e, por isso, a Shell precisa garantir, especialmente no varejo, o melhor atendimentoerdquo;, conclui. André Lopes, da Nestlé, enfatizou a importância de ampliar o foco nas bebidas quentes e no segmento de food service: "Estamos vendo uma competição acirrada, e as lojas de conveniência estão cada vez mais se posicionando como hubs de alimentos e bebidas." O crescimento no mercado de energéticos foi celebrado por Luiza Gatti, da Redbull. "Nos últimos anos, as vendas de RedBull aumentaram 22%, com uma expansão de 16% no consumo geral de energéticos. Mas ainda temos um grande potencial a ser enfrentado, já que oito em cada 10 pessoas ainda não consomem energéticos." Bruno Carvalho, da Monster, reforçou o papel do Brasil como um mercado em expansão: "O Brasil é o país que mais cresce em termos de consumo de energéticos, e isso abre inúmeras oportunidades para inovarmos e expandirmos." Por fim, Igor Guerra, da Mondelez, abordou a importância da exposição de produtos e do gerenciamento por categorias: "A correta organização nas prateleiras é essencial para impulsionar vendas e garantir uma experiência eficiente para o consumidor." Simultaneamente acontecia o painel "Eletricus - Infraestrutura de recarga para veículos elétricos - Desafios e oportunidades para postos de combustíveis", Evandro Mendes discutiu as mudanças que a mobilidade elétrica traz para o setor de combustíveis. O debate focou nos desafios e nas oportunidades para a infraestrutura de recarga, com ênfase em como os postos podem se adaptar a essa nova realidade em expansão.

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Petrobras inicia procedimentos para operar a maior unidade de gás natural do País

A Petrobras iniciou os procedimentos para a entrada em operação da maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do País, localizada em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. No estágio atual, estão sendo realizadas as etapas finais de preparo da UPGN, com a calibração de processos e equipamentos. Nessa fase, o gás ainda não é disponibilizado para o mercado. O início das operações comerciais está previsto para a primeira quinzena de outubro. A estatal ainda informa, em comunicado, que a unidade receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos, transportado por meio do gasoduto Rota 3, que também iniciará operação. eldquo;O Projeto Integrado Rota (PIR3), do qual faz parte a UPGN, é estratégico para a Petrobras, pois possibilitará o aumento da oferta de gás natural ao mercado brasileiro, com rentabilidade para a companhiaerdquo;, afirma. A empresa ainda informa que passou a nomear o Polo Industrial de Itaboraí, onde está instalada a UPGN, como Complexo de Energias Boaventura, em referência ao Convento São Boaventura, localizado dentro do polo industrial. O Complexo será inaugurado nesta sexta-feira, 13. Além do gasoduto implantado para o escoamento de gás natural e da UPGN, a estatal informa que está trabalhando em outros projetos no Complexo, como duas termoelétricas a gás para participação nos leilões previstos pelo setor elétrico, e ainda prevê construir outras unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes. Após a conclusão das obras de todo o Complexo, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1). A planta vai operar em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc).

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Câmara aprova 'combustível do futuro' sem 'jabuti' de R$ 24 bi; projeto vai à sanção

A Câmara aprovou nesta quarta-feira, 11, o projeto de lei do combustível do futuro, em votação simbólica, sem o eldquo;jabutierdquo; (item sem relação com o conteúdo original) que havia sido incluído no Senado com benefícios para a geração de energia solar. O texto vai agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com cálculo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o custo do eldquo;jabutierdquo; que acabou rejeitado seria de R$ 24 bilhões até 2045, embutido nas contas de luz por meio da Conta de Desenvolvimento Econômico (CDE). Um destaque para incluir novamente essa medida no projeto chegou a ser apresentado, mas foi retirado no plenário. Na terça-feira, 10, o relator na Câmara, Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), havia antecipado ao Estadão a sua posição contrária ao eldquo;jabutierdquo;. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira que a medida era motivo de eldquo;desgostoerdquo; para ele e reforçou que o governo trabalharia para retirar esse trecho do projeto. O combustível do futuro, de autoria da Câmara, foi aprovado no Senado no último dia 4. Como sofreu alterações, voltou para análise dos deputados, que mantiveram algumas das mudanças dos senadores e rejeitaram outras, com o eldquo;jabutierdquo; da energia solar. O eldquo;jabutierdquo;, incluído no Senado de última hora por meio de uma emenda do senador Irajá (PSD-TO), ampliava de 12 para 30 meses o prazo eldquo;para que os minigeradores iniciem a injeção de energia, independentemente qualquer fonteerdquo;. Na prática, a alteração permitiria que mais pessoas com painéis solares recebessem benefícios previstos no marco legal da geração distribuída. O combustível do futuro faz parte da chamada eldquo;agenda verdeerdquo; abraçada pelo Legislativo com o objetivo de tornar o País mais sustentável do ponto de vista ambiental e ampliar as fontes renováveis de energia. O texto prevê uma série de iniciativas para fazer com que o Brasil reduza a emissão de carbono e, dessa forma, cumpra metas internacionais, como as que estão previstas no Acordo de Paris. Repercussão da Frente do Biodiesel A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel comemorou a aprovação da proposta. eldquo;A lei irá garantir a segurança jurídica e previsibilidade para a indústria nacional, bem como desenvolvimento do mercado de biocombustíveis de maneira geral. o aumento da produção do biodiesel impulsiona não só a economia endash; com geração de empregos de qualidade e renda endash;, mas também gera efeitos positivos em termos sociais, ambientais e de saúde públicaerdquo;, disse a FPBio, em nota. eldquo;Além disso, a lei irá impulsionar a cadeia de carnes e derivados pelo efeito indireto de maior oferta de farelo de soja, que é essencial na produção de ração e melhoria da qualidade de vida com a redução da poluição ambientalerdquo;, diz outro trecho da nota divulgada pela frente parlamentar. O projeto propõe o aumento da mistura do biodiesel ao óleo diesel e eleva o porcentual mínimo obrigatório de etanol na gasolina. Também cria os programas nacionais de combustível sustentável de aviação (SAF), diesel verde e biometano, além do marco legal de captura e estocagem geológica de dióxido de carbono. A proposta inclui ainda a integração entre as políticas públicas RenovaBio, o Programa Mover e o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). Embate da Petrobras com o agro No Senado, o relator, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), manteve os principais pontos da versão aprovada inicialmente na Câmara. Após um embate entre o setor de petróleo e o agronegócio, ele não incluiu na proposta o diesel verde R5, fabricado pela Petrobras, e manteve o mandato de até 10% de biometano ao gás natural. Foi mantida também a centralização das análises de prováveis incrementos das misturas dos biocombustíveis aos combustíveis fósseis sob responsabilidade do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). De acordo com a lei, a mistura de biodiesel ao óleo diesel deverá alcançar 20% até 2030 e poderá atingir 25% a partir de 2031, em porcentuais a serem definidos pelo CNPE. O novo marco legal amplia ainda a adição de etanol à gasolina tipo C, de 27% para 35%. O CNPE deverá considerar os custos ao preço final dos produtos ao consumidor e os benefícios para adição dos biocombustíveis aos combustíveis fósseis, além da disponibilidade de oferta de cada biocombustível, hoje obrigatoriamente em 27% de etanol na gasolina e de 14% do biodiesel ao óleo diesel. O CNPE também será responsável por definir anualmente qual será a participação mínima obrigatória de diesel verde ao óleo diesel ou HVO (fabricado a partir de óleos vegetais) de forma agregada em todo o território nacional, com porcentual máximo obrigatório de 3%. O projeto de lei prevê ainda a criação de um programa com metas anuais de redução de emissões de gases de efeito estufa no mercado de gás natural a partir do biometano, a serem definidas pelo CNPE, com adição de 1% de biometano ao gás natural a partir de janeiro de 2026 a um teto de até 10%. As metas serão facultativas ao volume de biometano disponível no mercado nacional. Para o SAF, o senador estabeleceu metas porcentuais de 2027 a 2037 para os operadores aéreos reduzirem as emissões de gases relacionados ao efeito estufa em suas operações domésticas, podendo ser passível de alteração pelo CNPE por motivo justificado de interesse público.

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