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Revisão de planos de petroleiras para ampliar oferta de gás não fica pronta no atual mandato de Lula

As medidas do governo encabeçadas pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para tentar baratear o preço do gás natural no País não terão efeito no curto prazo ou no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A principal aposta do governo, de forçar uma redução na reinjeção de gás natural nos campos de petróleo em exploração, enfrenta limitações técnicas e econômicas, afirmam as empresas que atuam no setor de óleo e gás. Procurado, o Ministério de Minas e Energia não se manifestou. As duas mais importantes fronteiras de exploração de óleo e gás dos próximos anos são operadas pela Petrobras e pela Equinor na Bacia de Santos. São os campos de Búzios e de Bacalhau, respectivamente. Procurada, a Petrobras informou que tem 14 plataformas de exploração já encomendadas no plano de investimentos até 2028. Destas, apenas três são dedicadas exclusivamente para ampliar a extração de gás natural e seis foram desenhadas para extrair apenas petróleo. A primeira plataforma da Equinor em Bacalhau, cuja produção deve começar no ano que vem, só extrai petróleo. eldquo;A decisão final de investimento, de aproximadamente US$ 8 bilhões, foi tomada em junho de 2021, em um momento de muita incerteza no mercado de gáserdquo;, afirma a empresa. A plataforma deve chegar ao Brasil no fim do ano. O decreto baixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há 15 dias determina que os planos de desenvolvimento de campos de exploração, inclusive os já em andamento e os maduros, sejam revistos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Nessa reavaliação, a ANP poderá determinar a redução da reinjeção e estabelecer um volume de gás natural a ser extraído obrigatoriamente. Caso as empresas não cumpram a determinação, o decreto fala em sanções contratuais e legais contra as empresas. A reinjeção de gás é benéfica para as petroleiras porque aumenta a pressão nos reservatórios endash; o que faz com que o petróleo seja retirado mais rapidamente. A ideia do governo é limitar a medida, para que mais gás seja enviado até a costa, provocando aumento da oferta e queda nos preços. O problema, explicam executivos do setor, é que cada plataforma de petróleo é customizada para cada campo, seguindo os planos de desenvolvimento de produção aprovados pela ANP. Ou seja, o porcentual de gás que será extraído em alto-mar e levado até à costa já é pré-determinado durante a construção da plataforma, com equipamentos específicos para este fim. Custos Cada plataforma de petróleo custa cerca de US$ 3 bilhões e leva até três anos para ser construída. Os relatos no setor são de que nunca houve um único caso de que uma plataforma tenha interrompido a sua produção para ser refeita em estaleiros de países como China, Coreia do Sul e Singapura. Ainda que o decreto preveja que as empresas sejam ouvidas neste processo de revisão e que a viabilidade seja levada em conta, as petroleiras avaliam que o texto tem potencial de gerar insegurança jurídica e elevar a percepção de risco aos olhos dos investidores. Segundo Sylvie Dersquo;Apote, diretora-executiva de gás natural do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), associação que reúne as petroleiras, o decreto torna potencialmente afetados todos os campos em produção. eldquo;A gente sabe que a ANP tem muitas atribuições e já está atrasada na agenda regulatória de gás e agora vai ter mais atribuições. Quantos planos serão reabertos? Potencialmente, é um número importante de campos, não somente os do pré-salerdquo;, afirma. eldquo;Nossa preocupação não é com os campos futuros, daqui a dez anos; porque nestes, se você ainda não tiver a sua decisão de investimento, se não tiver contratado as infraestruturas, ok. Mas tem campos que vão entrar em operaçãoerdquo;, afirma ela. A executiva diz ainda que o próprio processo de revisão de planos de desenvolvimento não é tarefa fácil. Nesses planos, as empresas entregam para a ANP detalhes sobre como e em quanto tempo pretendem explorar os reservatórios obtidos por meio de concessão ou permissão. Uma revisão demandará novos estudos e investimentos. eldquo;É muito difícil modificar um projeto já existente ou que a infraestrutura já tenha sido contratada. Pode significar meses de adiamento para entrar em operação ou, se tiver que modificar a plataforma, vai perder meses de produção de petróleo. Se tecnicamente for possível fazer isso, economicamente vai gerar muitos custoserdquo;, afirma ela. O pesquisador do Instituto de Energia da PUC-Rio Edmar Almeida afirma que as revisões dos planos, mesmo que sejam feitas de forma célere, não ocorreriam no médio prazo. eldquo;A revisão de um processo de desenvolvimento leva um ano, talvez mais. Depois que você revisou e colocou algo a mais no plano, pode levar mais alguns anos para você implementar. Então, nós estamos falando de um horizonte para além desse governo, com certeza. Pelo menos para além deste mandato (de Lula)erdquo;, afirma. eldquo;Nos próximos cinco, seis anos, vão entrar em operação as plataformas já encomendadas. Pode ficar mais barato comprar o gás do que modificar as atuais plataformaserdquo;, diz Edmar. Ministro diz que gás não pode ser elsquo;jogado foraersquo; Nesta quarta-feira, 11, em evento sobre gás natural em Brasília, o ministro Silveira voltou à carga em críticas contra as petroleiras. eldquo;Temos que discutir de forma técnica, serena e equilibrada, mas com o direito dos brasileiros de entenderem que esse potencial energético é estratégico para o Brasil. Não pode ser, por uma questão econômica simplesmente ou de falta de infraestrutura, (que o gás seja) reinjetado, ou seja, jogado fora enquanto o Brasil necessita tornar mais competitiva a nossa indústria nacionalerdquo;, disse. Desde que o decreto foi publicado, em 26 de agosto, Silveira não se reuniu com representantes do setor para discutir a medida. Auxiliares do ministro afirmam que, apesar da recepção negativa, o intuito do governo não é alterar planos já em curso ou quebrar contratos, mas alterar as regras para o futuro. Até o fim deste mês, a Petrobras deverá anunciar a abertura de um importante duto de escoamento na Bacia de Santos que aumentará a oferta de gás no País, indo na direção do que pretende o governo Lula. Este empreendimento, chamado de Rota 3, é o mais marcante movimento para aumentar a oferta endash; a capacidade inicial é de 10,5 milhões de metros cúbicos por dia, o equivalente a 18% da demanda do País, segundo dados de abril. O projeto começou em 2014 e acabou atrasado em razão de dificuldades financeiras e operacionais para se concluir a obra, então tocada pela Odebrecht. Outros dois campos dedicados à produção de gás estão previstos apenas para 2028, após o fim do atual mandato de Lula. A Petrobras e a Equinor são sócias no projeto Raia, na Bacia de Campos, que tem capacidade estimada em 16 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O segundo fica no litoral de Sergipe, mas a Petrobras não conseguiu fornecedores de plataformas para explorar gás e agora se prepara para licitar a construção de dois navios próprios. Segundo pessoas a par do processo, a contratação das plataformas de gás não ocorreu em razão do preço menos vantajoso em relação ao petróleo aos olhos de investidores. Regulação da ANP Enquanto as petroleiras debatem a viabilidade de atender aos pedidos de Brasília no quesito da reinjeção nos reservatórios, grandes consumidores de gás natural se fiam em alterações legais produzidas pelo decreto na parte de escoamento, tratamento e transporte do gás natural. O decreto afirma que essas estruturas passarão a ser reguladas pela ANP, inclusive empreendimentos que foram construídos e são utilizados por seus proprietários, como é o caso dos dutos que trazem o gás do alto-mar para a costa. A agência poderá determinar o preço cobrado pelo dono da estrutura para ceder espaço a terceiros. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química, André Passos Cordeiro, observa que o decreto fixa que a ANP faça a revisão dessas tarifas em seis meses. A agência também poderá estabelecer um preço provisório. eldquo;É uma medida que poderá ter impacto no curto prazo. Nossa leitura é que há excessivo valor cobrado na tarifa de transporteerdquo;, afirma Cordeiro. Segundo ele, o preço no Brasil pode ser até quatro vezes mais elevado do que o praticado em outros países. eldquo;Do nosso ponto de vista, esse é um indicador claro de que tem algum elemento na composição da tarifa que está distorcido.erdquo; Cordeiro questiona ainda a reclamação das petroleiras. eldquo;Ninguém conhece os critérios para a reinjeção (do gás), sobre o que está relacionado realmente com a necessidade técnica da empresa e o que está relacionado com o fluxo de caixa do produtor. A transparência é importante, e parâmetros técnicos para se estabelecer isso também são, porque o gás, assim como o petróleo, é um bem da Uniãoerdquo;, diz. Sylvie Dersquo;Apote, do IBP, afirma que, neste ponto, o decreto traz inovações que podem levar as empresas a fazer questionamentos na Justiça. eldquo;Fica complicado mudar retroativamente como vai ser o acesso (a essas estruturas). A ANP vai glosar os investimentos e decidir qual será a tarifa? É uma diferença grande em relação ao que está estabelecido na lei do gáserdquo;, diz ela.

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Feira de postos e conveniências adota ação inédita

A GL events, um dos principais players do mercado de evento do mundo, atenta às diretrizes e normas ambientais estipuladas nos acordos internacionais sobre mudanças climáticas, como o Acordo de Paris e o anterior Protocolo de Kyoto, pela primeira vez vai atuar na Expopostos, feira de postos de serviços, equipamentos, lojas de conveniência e food service de grande relevância na América Latina, para neutralizar a emissão de carbono, possibilitando, inclusive, que essa ação seja realizada pelos expositores. A iniciativa, realizada de forma inédita pela GL, organizadora da feira, tem como o objetivo contribuir ainda mais como o meio ambiente, e a consequente preservação do planeta, uma vez que a ação possibilitará que as organizações presentes possam fazer uso dos protocolos internacionais para atingirem as metas de diminuição da emissão de gases poluentes, ajudando, de forma direta, para a redução do aquecimento da Terra. Todo o processo será explanado na feira, que também vai apresentar o aspecto legal, financeiro e o social, bem como os desafios na implantação de programas que buscam combater o aquecimento global, conforme determina o Acordo de Paris, do qual 196 países são signatários, inclusive o Brasil. Outro ponto de destaque que será discutido na ocasião é a comercialização dos próprios créditos de carbono. De acordo com Tatiana Zaccaro, diretora de unidade da GL events, responsável pela promoção e organização da ExpoPostos, "em um momento crítico, em que as manchetes dos principais jornais relatam que mais da metade dos estados brasileiros enfrenta a pior seca em 44 anos, a GL events reafirma seu compromisso na luta contra as mudanças climáticas, mapeando e neutralizando 100% das emissões diretas de CO2 do ExpoPostos 2024, reforçando sua agenda ESG e toda responsabilidade ambiental. Por meio da aquisição de créditos de carbono, a iniciativa apoia projetos de preservação florestal e reflorestamento na Amazônia (MT), Cerrado (GO) e Mata Atlântica (SP), além de promover a geração de energia renovável. Essa ação neutraliza aproximadamente 200 toneladas de carbono, o que corresponde à preservação de mais de 2.600 árvores por ano", explica. Segundo a executiva, a ação contou com o apoio da Wecarbon, especialista na elaboração de programas de carbono e projetos ligados aos temas ESG e, dessa forma, a empresa não apenas mitiga seu impacto ambiental, mas também contribui ativamente para a proteção dos ecossistemas e a promoção de um futuro mais sustentável. "Poder possibilitar aos expositores algo tão importante, que contribui para o meio ambiente e para a preservação do Planeta, bem como disponibilizar a obtenção de recursos apropriados para tal fim, demonstra o nosso compromisso com a sociedade e o nível de internacionalização que o evento está alcançando", explana. Para Zaccaro, a disponibilização de uma assessoria para emitir Créditos de Carbono também tem como intuito contribuir para o desenvolvimento econômico responsável e seguro, visando, inclusive, uma comunidade empresarial ainda mais consciente em relação ao meio ambiente. "Trata-se de uma iniciativa que está diretamente ligada à conservação de todo o planeta e à qualidade de vida dos seres humanos. Por essa razão, é imperativo que as organizações tenham ciência das ações sustentáveis que melhoram a qualidade de vida na Terra e que podem se tornar uma relevante fonte de recursos. Estamos muito satisfeitos com o crescimento da ExpoPostos 2024, que teve um aumento de 60% no número de expositores e expandiu a área de estandes para quase 10.000 m². No Fórum, tivemos 1.400 participantes confirmados, 50% a mais que no ano anterior, e já ultrapassamos 10.000 inscrições antecipadas para a feira. Com a nova iniciativa de neutralização de carbono, reforçamos nosso compromisso com a sustentabilidade e com o futuro do setor", finaliza. (Dino)

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Petrobras ignora petróleo e cai após banco cortar preço-alvo e projeção de dividendos

Os preços do petróleo caíram cerca de 20% desde junho e jogaram lá embaixo as estimativas do banco Goldman Sachs para a cotação da commodity nos próximos meses, ainda que a commodity tenha registrado recuperação nas últimas duas sessões. Com isso, as projeções para o preço-alvo e os dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) até o fim de 2025 também passaram por revisão. Segundo relatório divulgado pelo Goldman nesta quinta-feira (12), os dividendos extraordinários da petroleira referentes ao ano fiscal de 2024 não devem mais chegar a US$ 7 bilhões (R$ 39,5 bilhões) e, sim, a US$ 6 bilhões (R$ 33,9 bilhões). As ações da empresa apresentaram queda nas negociações em Bolsa nesta quinta-feira (12), sendo um dos motivos principais a revisão pelo banco americano, fazendo com que os ativos ignorassem a sessão de recuperação do petróleo, que subiu cerca de 2%. Os papéis PETR3 caíram 1,17%, a R$ 40,49, enquanto as ações PETR4 perderam 1,13%, a R$ 36,87. Os analistas do banco consideram a faixa de US$ 70 o barril de petróleo para seus cálculos. Eles citam a fraca demanda da China, a produção mais forte do que o esperado nos EUA e os estoques positivos da OCDE como detratores da cotação da commodity. Diante desse cenário, eles escrevem que veem agora eldquo;um potencial de alta menor em relação ao projetado anteriormenteerdquo;. O preço alvo para as ações da Petrobras em 12 meses passou de R$ 53 por ação ordinária (PETR3) para R$ 43,40 e de R$ 48 por papel preferencial (PETR4) para R$ 39,40. A recomendação do Goldman para ações continua sendo de compra, no entanto. O relatório diz que a empresa apresenta um spread de 3 pontos percentuais em seu fluxo de caixa livre no ano em comparação com principais pares globais. eldquo;Combinado com potenciais dividendos extraordinários a serem distribuídos nos próximos meseserdquo;, a ação é vista como atrativa. Os US$ 6 bilhões estimados pelos analistas devem ser pagos em dois momentos, de acordo com os analistas. Um total de US$ 4 bilhões até o final de 2024, e os US$ 2 bilhões remanescentes no primeiro semestre de 2025. Dividendos em risco Além do preço do petróleo, um outro risco apontado no relatório do Goldman para o volume de proventos a ser distribuído pela petroleira é o aumento da dívida bruta. Atualmente, a Petrobras tem um teto estabelecido para a sua dívida, de US$ 65 bilhões até o fim do ano fiscal de 2025. A empresa apresentou um plano robusto de novas unidade de produção para começo de operação prevista em 2025. Com isso, os analistas ponderam sobre a possibilidade de a petroleira exceder o seu limite de dívida para conseguir executar esse plano. Segundo o relatório, caso a administração resolva pagar a dívida para não romper o limite, em vez de ajustar esse teto para cima no novo plano estratégico esperado para novembro, eldquo;isso poderá reduzir a disponibilidade de caixa e representar riscos de queda para nossas estimativas de dividendoserdquo;.

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Petróleo sobe 2% com risco de oferta no Golfo do México por causa do furacão Francine

O petróleo fechou em alta nesta quinta-feira, 12, enquanto o furacão Francine continua a avançar nos Estados Unidos e impactar a produção da commodity no Golfo do México. De acordo com a StoneX, a alta nos preços do óleo acontece por conta do risco de oferta na costa do Golfo do México, já que cerca de 39% de toda a capacidade produtiva do petróleo está sem funcionar, o que representa cerca de 650 mil barris por dia. eldquo;É uma preocupação adicional do mercado sobre quanto tempo vai levar para essa capacidade voltar a ficar disponívelerdquo;, menciona. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 2,47% (US$ 1,66), a US$ 68,97 o barril, enquanto o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,93% (US$ 1,36), a US$ 71,97 o barril. Para o Swissquote Bank, a questão no Golfo do México tem grande impacto no mercado de petróleo porque a região é responsável por produzir de 15% a 17% da produção total americana da commodity, colocando todo o setor de energia sob pressão. No entanto, o banco suíço projeta que será preciso eldquo;mais do que um furacão ou uma guerra no Oriente Médioerdquo; para empurrar os preços do petróleo de maneira sustentável. Além da baixa na oferta do óleo, a divulgação do relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE) gerou reações nos preços do petróleo. No documento, a AIE reduziu as perspectivas de demanda global de petróleo para 2024, de olho principalmente na desaceleração na China. O Banco Central Europeu também revisou as projeções para o preço do óleo para baixo em cerca de 2%. Durante a manhã, o preço da commodity chegou a perder força após a divulgação do índice de preços ao produtor e dos pedidos de auxílio-desemprego do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. (Estadão Conteúdo)

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Vendas no varejo do Brasil voltam a crescer em julho, diz IBGE

As vendas varejistas no Brasil voltaram a crescer em julho com um desempenho um pouco acima do esperado, com destaque para o setor de supermercados e bebidas. Os dados de julho mostram que o varejo registrou avanço de 0,6% das vendas em relação ao mês anterior, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), depois de retração de 0,9% em junho emdash;único dado no vermelho no ano. Os dados divulgados nesta quinta-feira (11) mostram ainda que, na comparação com mesmo mês do ano anterior, houve aumento de 4,4% das vendas. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de altas de 0,5% na base mensal e de 4,2% na anual. "Foi um retorno ao crescimento e uma expansão efetiva do varejo, o desenho do ano é muito positivo por vários ângulos. O patamar do comércio está muito perto do recorde da série (de maio) e esse ano tivemos apenas um mês de queda, que foi junho", disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa. Entre as oito atividades pesquisadas, as vendas no grupo de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo avançaram 1,7% em julho sobre o mês anterior na série com ajuste sazonal, o principal impacto no resultado geral. A pesquisa também mostrou que houve crescimento de 2,1% nas vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico. Tiveram resultados positivos ainda Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (+2,2%), Tecidos, vestuário e calçados (+1,8%) e Móveis e eletrodomésticos (+1,4%). Livros, jornais, revistas e papelaria registraram alta de apenas 0,1% em julho, enquanto apresentaram retrações Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,5%) e Combustíveis e lubrificantes (-1,1%). (Reuters)

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Câmara aprova texto-base da desoneração da folha de pagamento

Após alterações de última hora e três minutos antes do limite do prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite o texto-base do projeto de lei que mantém a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios em 2024, prevendo a reoneração gradual a partir de 2025. O placar foi de 253 votos favoráveis, 67 contrários e 4 abstenções. Instituída em 2011, a desoneração da folha de pagamentos vale para os 17 setores mais intensivos em mão de obra no País. Juntos, eles incluem milhares de empresas que empregam 9 milhões de pessoas. A medida substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. A votação no Senado também incluiu os municípios de menor porte. O benefício resulta, na prática, em redução da carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas e prefeituras. O texto, alinhavado na noite de quarta-feira pela equipe econômica e pelas lideranças da Casa, traz uma nova redação em relação à versão aprovada no Senado endash; a mudança, no entanto, está sendo considerada como um eldquo;ajuste de redaçãoerdquo; e, por isso, o projeto não terá de passar por nova análise dos senadores. O novo trecho incluído no texto prevê que a apropriação de valores esquecidos em instituições financeiras endash; uma das fontes para compensar a desoneração endash;, mesmo que não computada como receita primária pelo Banco Central, ainda assim seja considerada para fins de cumprimento da meta fiscal do governo. Hoje, porém, o cálculo válido para a verificação do resultado é o do BC. O chamado resultado primário é a diferença entre receitas e despesas sem considerar os juros da dívida pública. Ou seja, o número que determina se o governo fechou o ano no azul ou no vermelho e se cumpriu ou não a meta estabelecida pela equipe econômica. A alteração no projeto já suscitou críticas de economistas. eldquo;A redação deixa claro que o objetivo é forçar um entendimento sobre o cumprimento da meta. Contudo, é altamente questionável que a lei ordinária que está sendo proposta delimite os poderes que foram atribuídos ao BC por lei complementar. De qualquer forma, o desejo de se viabilizar um cumprimento da meta ao atropelo dos padrões estatísticos internacionais está evidenciadoerdquo;, afirma o ex-secretário do Tesouro e head de macroeconomia do ASA, Jeferson Bittencourt. Esse novo trecho foi incluído pela então relatora da proposta, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), nos momentos anteriores à votação. A mudança atendeu a acordo das lideranças com o Ministério da Fazenda para contemplar alertas do BC, mas foi além dos pontos levantados pela autoridade monetária. Any Ortiz, porém, abriu mão da relatoria, que passou para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PTCE). eldquo;Guimarães, que o senhor assine essa chantagem que estamos vendo aqui hoje (ontem). Não tenho como assinar esse relatório dessa forma como foi feito, no limite do prazoerdquo;, disse a deputada. O BC, como mostrou o Estadão, enviou uma nota técnica aos deputados criticando a forma de se contabilizar esses montantes esquecidos, que somam R$ 8,6 bilhões. No documento, a autoridade afirmava que a incorporação desse montante bilionário no cálculo das contas públicas estava eldquo;em claro desacordo com sua metodologia estatística, indo de encontro às orientações do TCU (Tribunal de Contas da União) e ao entendimento recente do STF sobre a matéria.erdquo; ebull;

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