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Horário de verão: saiba o que falta para governo retomar medida que vai mexer nos relógios

O governo do presidente Lula avalia a volta do horário de verão, encerrado em 2019. A discussão voltou à pauta devido à situação da seca no país e da possibilidade de estratégia ser usada para economizar energia. Procurado pelo GLOBO, o Ministério de Minas e Energia alega que "no momento aguarda os estudos técnicos requeridos ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)" para tomar uma decisão a respeito do retorno do Horário de verão. O ministro Alexandre Silveira, chegou a defender que a mudança poderia ajudar o sistema em um "momento realmente crítico" na geração causado pela seca, que se soma ao calor e o aumento do consumo nos horários de pico emdash; que hoje ocorrem no meio da tarde. No entanto, estudos feitos há alguns anos demonstraram que o horário de verão tinha um efeito contrário: gastava-se mais energia do que o normal, por conta de novos hábitos de consumo. Apesar das questões técnicas, a decisão será política e tomada em conjunto com o Palácio do Planalto, justamente porque há dúvidas sobre os benefícios da medida para o setor. Por que o horário de verão pode voltar? Além do aumento de consumo em horários de pico, o ministro afirma que, no início da noite, quando também há um forte consumo, o sistema perde geração intermitente (eólica e solar). Isso obriga a gerar mais energia com termelétricas ou acionar mais hidrelétricas. emdash; A solar não está mais produzindo, no início da noite normalmente a eólica produz menos, então nós precisamos de despachar a térmica. Se a gente puder diluir isso no horário de verão, talvez seja um ganho que vá dar a robustez, inclusive ao sistema emdash; disse Silveira. Vai faltar energia? Em evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin rechaçou a chance de o país ficar sem energia, mas admitiu que a volta do horário de verão é uma "alternativa" analisada pelo governo diante da seca prolongada. emdash; Não vai faltar energia, mas precisamos todos ajudar. Horário de verão pode ser uma boa alternativa pra você poupar energia. Campanha pra economizar energia também. Procurar economizar energia. São várias alternativas. Quais os benefícios do horário de verão na economia? Em setembro do ano passado, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) afirmou, em nota, que o adiantamento do relógio em uma hora traz impactos positivos para a economia. Em uma carta enviada ao presidente Lula, a Abrasel alega que o faturamento do setor de bares e restaurantes cresce, em média, de 10% a 15% entre 18h e 21h, durante o período de adiantamento do relógio. A medida cria ainda uma espécie de elsquo;terceiro turnoerdquo; para o segmento, já que o brasileiro é diferente do americano e do europeu, que não têm o happy hour como hábito. Segundo a entidade, o horário de verão estimula o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de contribuir para a economia de energia e redução de custos operacionais nas empresas. Mudanças de hábito O horário de verão foi extinto no início do governo Jair Bolsonaro, em 2019. Naquele momento, houve uma avaliação técnica de que o horário não fazia mais sentido do ponto de vista do setor elétrico. O governo alegou que a alteração gera desgaste na saúde (estudos mostram que parte das pessoas têm dificuldade para se adaptar à mudança, o que afeta o padrão de sono e pode trazer complicações cardíacas). Em setembro de 2023, uma nova avaliação do Ministério de Minas e Energia (MME) havia descartado a possibilidade de o país voltar com o horário de verão. O adiantamento dos relógios em uma hora era justificado pela necessidade de redução de consumo de energia elétricaemdash; na medida em que as pessoas poderiam, em tese, ter um melhor aproveitamento da luz natural. Funcionava também como um estímulo para que as empresas e a população em geral pudessem encerrar as atividades do dia com a luz do sol ainda presente, sem precisar de iluminação artificial. Porém, os técnicos do MME identificaram mudanças no hábito de consumo da população, com uma maior demanda por energia elétrica no período da tarde. Logo, o horário de verão não teria o mesmo resultado no sentido de redução do consumo. Opinião pública Em uma enquete informal feita nas redes sociais no começo do ano passado, o presidente Lula perguntou quem era a favor e quem era contra o horário de verão. Na época, o resultado foi favorável ao retorno da medida. Já durante o governo Bolsonaro, a extinção do horário de verão foi respaldada também em pesquisas de opinião pública que, segundo representantes, mostrava que a maioria das pessoas no país aprovava o fim do ajuste anual nos relógios. Por que surgiu o horário de verão? Criado por um decreto de Getúlio Vargas, a medida "estreou" no país no dia 3 de outubro de 1931. A partir de então, a mudança nos relógios esteve presente com interrupções até 1968, quando, já durante a ditadura militar, o então presidente da República, marechal Artur da Costa e Silva, suspendeu "de vez" o adiantamento dos ponteiros, o que só voltou a ocorrer em 1985, com o fim do regime autoritário. A partir de 1985, o horário de verão foi adotado anualmente em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, até 2019, primeiro ano de Bolsonaro no Palácio do Planalto. Aqueles 34 anos foram o maior período de adoção da mudança sem interrupção. Por isso, muita gente estranhou quando o governo decidiu não mais avançar os ponteiros em uma hora de outubro até fevereiro.

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Raízen vai vender usinas renováveis menores

A Raízen Power, divisão da Raízen voltada a serviços de energia renovável, decidiu que vai vender todas as usinas de geração distribuída (de menor porte) para focar apenas no serviço a clientes e captação de novos consumidores. A empresa não está deixando o segmento, mas pretende oferecer a possibilidade de contratar energia renovável através do portfólio de parceiros que operam as usinas. Atualmente, a companhia opera 87 usinas de pequeno porte nas fontes solar, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e biogás, distribuídas em 14 Estados, com uma capacidade total de 177 megawatts (MW), gerando 48 gigawatts-hora (GWh) por mês. A empresa já iniciou o plano de desinvestimento, quando anunciou em abril a venda de 31 usinas solares para a Élis Energia, empresa controlada pelo fundo do Pátria Investimentos, por R$ 700 milhões. Os recursos serão recebidos à medida que os projetos forem desenvolvidos e construídos pela Raízen, e transferidos até dezembro de 2025. Para ler esta notícia, clique aqui.

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PL do devedor contumaz determinará envio de lista às confederações

O poder de veto das confederações em relação ao projeto do devedor contumaz funcionará por meio de uma lista enviada de modo formal pela Receita Federal às entidades de cada setor. Uma empresa industrial, por exemplo, seria analisada também pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O Poder360 apurou que a ideia partiu do Fisco para ganhar confiança do mercado em relação ao projeto de lei (nº 15 de 2024), que determina o endurecimento das regras contra os devedores contumazes. Havia uma preocupação de que uma decisão arbitrária do órgão público levasse os congressistas ligados ao empresariado a rejeitar a proposta. A Receita Federal poderá discordar do veto proposto pela confederação, porém terá que provar o dolo, ou seja, a culpa da empresa vetada. O parlamentar disse que, nesses casos, a Justiça poderá intermediar as discordâncias. O Ministério da Fazenda quer emplacar o projeto do devedor contumaz como uma forma de regularizar os tributos e aumentar a arrecadação. Entram nessa categoria pessoas e empresas que não pagam impostos e encargos tributários com o objetivo específico de ganhar vantagens no mercado (entenda mais abaixo). Para ler esta notícia, clique aqui.

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Papo de Roda: gasolina com 35% de etanol, e você no prejuízo

O eldquo;Combustível do Futuroerdquo;, já aprovado pelo Congresso, determina alterações na nossa matriz energética em defesa da eldquo;energia limpa e renovávelerdquo;. Sob esta bandeira, aparentemente indiscutível, o Brasil vai queimar mais combustível verde, menos do fóssil. Na linha global da descarbonização do planeta e bom para o agronegócio, mas punindo os motoristas. Nas bombas, mais etanol na gasolina e mais biodiesel no diesel. No flex, o problema é só no bolso Num carro flex, o motor vai continuar funcionando normalmente, pois foi projetado para receber qualquer proporção dos dois combustíveis: 100% gasolina ou 100% álcool. Ou a mistura dos dois em qualquer percentual: 50/50, 20/80 ou outra qualquer. O carro tem um sensor que percebe qual combustível está vindo do tanque. No escapamento ou na linha de alimentação do motor. Esta informação é repassada à central eletrônica que o ajusta automaticamente. Entretanto, o motor pode não protestar, mas seu bolso, sim. O etanol tem valor energético cerca de 33% inferior ao da gasolina. Então, o motor vai precisar de mais combustível para rodar a mesma quilometragem. Em outras palavras, aumenta o consumo. Por isso é que só vale a pena abastecer o carro flex com etanol se ele custar cerca de 25 a 30% menos que a gasolina. O que se paga a menos pelo etanol compensa a menor quilometragem que se roda por litro. Então, se a gasolina com 35% de etanol tem menor valor energético, ela necessariamente deveria custar menos por litro. Entretanto, das últimas vezes em que se aumentou este percentual, o governo se eldquo;esqueceuerdquo; de determinar uma redução no preço da gasolina para compensar o aumento de consumo. O resultado é que o motorista, no fim do mês, será novamente punido com uma conta maior no posto embora tenha rodado a mesma quilometragem. Mas e os carros que só podem ser abastecidos com gasolina? Carro a gasolina vai sofrer com maior percentual Ainda existem milhões de carros nacionais sem o sistema flex, lançado em 2003. E os importados. Aí, o buraco é mais embaixo pois, além do prejuízo monetário de se pagar por gasolina e levar mais de 1/3 de álcool, alguns motores podem eldquo;protestarerdquo;. Pois não foram projetados pra isso e são incapazes de se ajustar como o flex. Alguns deles até poderiam apresentar um funcionamento satisfatório. Outros correm risco de perder desempenho e funcionar irregularmente. Quando o governo decidiu aumentar o teor de etanol para 27%, o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cepes) realizou testes com mistura de até 30%, sem problemas nos motores importados. Mas não realizaram, na época, testes com 35% de etanol. Viabilidade: técnica ou política? O PL 528/2020 aprovado pela Congresso observa que as alterações serão implantadas depois de aprovada sua eldquo;viabilidade técnicaerdquo;. Sob responsabilidade de um Grupo de Trabalho da Comissão Nacional de Politica Energética (CNPE) do Ministério de Minas e Energia, que jamais negou qualquer elevação do teor de biocombustível, seja do etanol na gasolina, seja o biodiesel no diesel. A decisão não é técnica, mas política. Quando elevou a mistura de etanol para 27%, o governo teve o bom senso de manter em 25% o teor da gasolina do tipo premium, que abastece preferencialmente os automóveis importados. O problema agora é mais grave, ainda que o governo adote a mesma política: dono de carro novo importado tem condições de pagar pela gasolina premium, bem mais cara que a normal. Mas e quem não é abonado e tem um velho carro a gasolina? O motorista brasileiro sempre sofreu com um combustível fora de todos os padrões internacionais. E nada indica uma mudança a médio ou longo prazo.

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Combustível do futuro 'atrasa' carro a gasolina

O Senado, assim como a Câmara dos Deputados, também aprovou a tal lei do combustível do futuro. O objetivo é organizar as nossas alternativas energéticas e, entre elas, o etanol. Então, uma das propostas é elevar a mistura de etanol na gasolina dos atuais 27% para 35%. Como sempre, os parlamentares vão observar que esse novo percentual terá de ser aprovado tecnicamente. E, para isso, a Comissão Nacional de Política Energética do Ministério de Minas e Energia já constituiu um grupo de trabalho para examinar essa questão. Como a maioria dos nossos automóveis é flex, não importa o teor de etanol na gasolina. Quem vai pagar o pato de verdade são os proprietários de carros mais antigos antes do flex e dos importados que rodam apenas com gasolina.

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Noruega é o primeiro país a ter mais carros elétricos que movidos a gasolina

Pela primeira vez, um país conseguiu ampliar a sua frota de carros elétricos a ponto de torná-la maior do que a de modelos movidos a gasolina. Dos 2,8 milhões de veículos particulares registrados na Noruega, 754.303 são totalmente elétricos, em comparação com 753.905 que funcionam a gasolina, segundo dados da Federação Rodoviária Norueguesa divulgados nesta terça-feira (17). Em agosto, os veículos totalmente elétricos representaram um recorde de 94,3% dos registros de carros novos no país escandinavo. Os modelos a diesel continuam sendo maioria emdash;são pouco menos de um milhãoemdash;, mas suas vendas estão despencando, afirma a federação rodoviária. "Isso é histórico. Um marco que poucos previram há dez anos", afirmou o diretor da entidade, Oyvind Solberg Thorsen. "A eletrificação da frota de carros está acontecendo rapidamente, e a Noruega está se movendo rapidamente para se tornar o primeiro país do mundo com uma frota de carros majoritariamente elétrica", acrescentou. Essa transformação ocorreu ao longo de 20 anos, com uma série de incentivos governamentais. Em 2004, a frota do país era composta por 1,6 milhão de automóveis movidos a gasolina, 230 mil a diesel e apenas 1.000 elétricos. A transição é fundamental para o país cumprir suas metas climáticas, que incluem uma redução de 55% na emissão de gases de efeito estufa até 2030 em relação aos níveis de 1990. INCENTIVOS FISCAIS DE UM EXPORTADOR DE PETRÓLEO A Noruega, paradoxalmente um grande produtor de petróleo e gás, estabeleceu uma meta de vender apenas veículos com emissão zero até 2025 emdash;dez anos antes do estabelecido na União Europeia. Entram nessa conta sobretudo os carros elétricos, já que a presença de motores a hidrogênio ainda é tímida. Em seu esforço para eletrificar o transporte rodoviário, o governo norueguês abateu impostos para veículos elétricos, tornando-os competitivos em relação aos carros a combustível, diesel e híbridos. O país também investiu massivamente em carregadores públicos para esses automóveis. As isenções fiscais sobre carros elétricos custaram ao país 43 bilhões de coroas norueguesas (cerca de R$ 22,4 bilhões) em 2023, segundo dados oficiais. Esse nível de renúncia fiscal e investimento só foi possível porque o país tem um fundo soberano no valor de mais de 1,7 trilhão de dólares (R$ 9,3 trilhões). Esse montante veio dos lucros dos campos de petróleo no país, e se propõe a ser uma espécie de "fundo de pensão", para quando os recursos fósseis acabarem. O sucesso dos veículos elétricos da Noruega contrasta com as dificuldades observadas em outras partes da Europa. As vendas de carros elétricos começaram a cair no final de 2023 e agora representam apenas 12,5% dos carros novos vendidos no continente. (DW)

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