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Queda do petróleo abre chance de baratear combustíveis, diz Silveira

O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) afirmou nesta terça-feira (8) que a queda na cotação do petróleo no mercado internacional abre possibilidade de corte no preço dos combustíveis por parte da Petrobras. De acordo com ele, o movimento do petróleo tem sido causado pelas medidas anunciadas recentemente pelo presidente americano Donald Trump. Por isso, o ministro defende ser necessário que os valores sejam estabilizados para uma melhor análise. "Considerando o preço do [petróleo tipo] Brent desta semana, naturalmente temos um preço que tem todas as condições de ser reduzido", disse, ao ser perguntado sobre o tema após discursar em evento da agência Eixos. "Mas isso [queda do petróleo] leva em consideração as loucuras do presidente dos EUA. Ele está criando uma instabilidade global", afirmou. "É importante que haja uma estabilidade nessa queda. O dólar está oscilando para cima. Mas a nossa defesa é que haja sempre menor preço para o consumidor na bomba, de gasolina, de diesel, de gás natural". A Petrobras anunciou um corte recentemente. O preço do diesel A para as distribuidoras passou a ser a partir de 1º de abril, em média, R$ 3,55 por litro emdash;uma redução de R$ 0,17 por litro. O ministro afirmou que já havia defendido um corte antes do anúncio da estatal. Recentemente, o ministro falou novamente sobre o assunto com representantes da empresa. Silveira elogiou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, dizendo que ela é diligente e lidera com genialidade a estatal ao equilibrar interesses diversos sobre a empresa. Afirmou também que o governo respeita a estrutura de governança da empresa. Conforme publicou a Folha, o governo vinha enxergando o preço do diesel como particularmente acima do que as condições permitiam. A visão era que um corte poderia ajuda a aliviar a pressão sobre a inflação em um momento de preocupação de Lula com o tema. Pesquisa Datafolha feita neste mês mostra que mais de 60% da população acha que a inflação vai piorar. Para a maioria dos brasileiros, a economia do país piorou nos últimos meses.

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Petróleo cai US$ 1 com escalada de guerra comercial entre EUA e China

Os preços do petróleo caíram mais de US$1 por barril nesta terça-feira, sendo negociados nas mínimas de quatro anos, já que os temores de recessão exacerbados pelo conflito comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo, compensaram a recuperação do mercado acionário. Os contratos futuros do Brent fecharam em queda de US$ 1,39, ou 2,16%, a US$62,82 por barril. Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) caíram US$1,12, ou 1,85%, para US$59,58. Os contratos futuros do Brent chegaram a cair mais de US$2 por barril durante a sessão. Os dois índices de referência haviam caído 14% e 15%, respectivamente, na segunda-feira, após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril, de eldquo;tarifas recíprocaserdquo; sobre todas as importações dos EUA. Os EUA imporão uma tarifa de 104% sobre a China na quarta-feira, disse uma autoridade da Casa Branca, depois que Pequim não suspendeu suas tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos nesta terça-feira, em prazo estabelecido por Trump. Ambos os índices de referência caíram mais de US$1 por barril após a notícia. Nesta terça-feira, Pequim prometeu não se curvar ao que chamou de eldquo;chantagemerdquo; dos EUA, depois que Trump ameaçou impor uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses se o país não suspendesse sua tarifa retaliatória de 34%. O Ministério do Comércio da China disse que o país eldquo;lutará até o fimerdquo;, aumentando os temores de uma contração da economia global. (Reuters)

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Primeira gota comercial de SAF brasileiro será de coprocessado da Petrobras

A Petrobras espera colocar no mercado brasileiro o seu combustível sustentável de aviação (SAF) coprocessado ainda no primeiro semestre de 2025, informou a companhia em nota enviada à agência eixos. Este SAF será produzido por meio do coprocessamento com 1,2% de óleos vegetais em refinarias como Reduc, Regap e Replan, onde testes em escala industrial já foram realizados com autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A empresa também planeja testes na Revap. Já a Replan está sendo preparada, até o final de 2026, para produção com maiores teores de conteúdo renovável. Check-in no Corsia eldquo;O combustível de aviação coprocessado já antecipa o Corsia em pelo menos um anoerdquo;, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, à jornalistas no final de março. O SAF coprocessado é uma das 11 rotas aprovadas pela ASTM e reconhecidas pela Organização da Aviação Civil Internacional (Icao) para a produção de combustível de aviação sustentável, sendo apto para contribuir nas metas de descarbonização do transporte aéreo, estipuladas no Corsia. Lembrando que na fase voluntária do Corsia (2021-2026), as companhias aéreas brasileiras devem apenas monitorar e reportar suas emissões, sem obrigação de compensá-las. Após 2027, entra a fase obrigatória, em que o saldo de emissões superior a 2020 deverá ser compensado pela compra de créditos de carbono ou do uso de SAF. Já para as metas dos voos domésticos, previstas no Combustível do Futuro, a companhia ressalta que existem algumas questões regulatórias, que já estão em discussão no programa Conexão SAF. Enquanto as refinarias para produção de SAF 100% renovável não saem do papel, a Petrobras acredita que o coprocessado eldquo;é suficiente para atendimento dos mandatos de descarbonização nos anos iniciaiserdquo;. Há pressa para atender aos primeiros clientes. O projeto da Acelen, de produção de SAF a partir da macaúba, ainda está em fase inicial, com a primeira extração de óleo em fluxo contínuo em escala industrial de macaúba feita em fevereiro. A ideia é produzir 1 bilhão de litros de SAF e diesel verde só a partir de 2027. A Brasil BioFuels (BBF), envolvida em denúncias de violação de direitos humanos, pretendia produzir SAF a partir de óleo de palma ainda no primeiro trimestre de 2025, com contrato de comercialização exclusiva com a Vibra emdash; até agora, nada. Coube à Vibra importar 550 mil litros de SAF, que partiram da Antuérpia, na Bélgica, rumo ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Mais rápido e menos custoso A descarbonização do transporte aéreo na América Latina e Caribe deve custar US$ 318 bilhões entre 2020 e 2050, ou cerca de US$ 10,2 bilhões por ano, segundo relatório da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta). Além disso, o documento da Alta (.pdf) recomendou, recentemente, a inclusão de matérias-primas e metodologias regionais em esquemas internacionais endash; uma agenda que o Brasil abraçou ao longo da presidência do G20, em 2024, na tentativa de superar barreiras à sua biomassa. Estrategicamente, a Petrobras optou pelo SAF coprocessado por entender eldquo;que essa é a rota mais rápida de implantação e de menor investimento para o atendimento das metas do Corsia e da Lei do Combustível do Futuro nos anos iniciaiserdquo;. eldquo;Visto que utilizaremos unidades já existentes em nosso parque de refinoerdquo;, afirma a Petrobras. Voos mais altos Contudo, a companhia também alçará voos mais altos com a implantação de unidades dedicadas para produção de maiores volumes de SAF para atendimento da demanda nos anos subsequentes, eldquo;tanto para a aviação doméstica quanto para a internacionalerdquo;. Para suprir a crescente necessidade futura, a Petrobras planeja implantar unidades dedicadas à produção de SAF, com previsão de operação a partir de 2029. Essas unidades incluem a Unidade HEFA RPBC em Cubatão/SP, a Unidade HEFA Boaventura em Itaboraí/RJ, com potencial para suprir 34 mil barris/dia de SAF, produzido a partir de óleos vegetais. E a Unidade ATJ Replan em Paulínia/SP, onde vai utilizar a rota alcohol-to-jet, com SAF a partir do etanol. A empresa também está explorando outras rotas de produção de SAF, como o Fischer-Tropsch, por meio de seu Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes), alinhado ao seu Programa Biorefino, que pode incluir a utilização de biometano e hidrogênio verde.

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Oligopólios irresponsáveis elevaram preços do gás natural, afirma Alexandre Silveira na gas week

Durante a abertura da gas week 2025, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), criticou eldquo;verdadeiros oligopólios criados no governo anteriorerdquo;, responsáveis por encarecer o gás natural. Assista a fala do ministro na íntegra acima. No discurso desta terça-feira (8/4), criticou as privatizações, que teriam criado um cenário de preços de quase 10 dólares por milhão de BTU, segundo o ministro. E lembrou que os oligopólios na área de transporte de gás natural foram criados no governo anterior, liderados pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes. eldquo;Por mais poderosos que sejam, estão sendo enfrentados pelo nosso governo. E não são os ataques que tenho sofrido que intimidarão a prática das nossas políticaserdquo;, afirmou. As privatizações promovidas entre 2019 e 2022 produziram distorções, segundo o ministro. eldquo;O desgoverno anterior apostou no estado mínimo, inexistente e acreditou na fantasiosa mão invisível do mercado, aquela que só produz concentração de riqueza nas mãos de poucoserdquo;, disse. Silveira voltou a criticar a reinjeção de gás natural na produção offshore, que causaria desperdício. A causa dessa prática tem a ver com os custos e regras de acesso às infraestruturas de escoamento e processamento. eldquo;De tão caro que é o escoamento e processamento, não compensa trazê-lo para a costa. Não raro, ouço das empresas do setor de exploração que ao acessam o sistema de escoamento (SIE) e o sistema de processamento (SIP), que quanto mais produzem, maior é o seu prejuízoerdquo;. A regulamentação do Gás para Empregar, segundo Silveira, tem potencial para reduzir a reinjeção em 15% e gerar uma oferta extra de ao menos 11 milhões de m³/dia. Nos cálculos do MME, esse aumento contribuiria para cortar a importação de amônia de 90% para 25%. Também ajudaria a desenvolver a indústria consumidora de gás, substituiria o carvão e contribuiria com o desenvolvimento de corredores rodoviários de caminhões movidos a GNV, GNL e biometano. O ministro entende que a falta de regulação do método de cálculo do preço para a infraestrutura de escoamento e processamento pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) encoraja a Petrobras a fixar os valores eldquo;como bem entendeerdquo;. eldquo;A ANP precisa regulamentar urgentemente o cálculo desses dois sistemas, levando em conta o custo da infraestrutura já amortizada e depreciada. Ativo depreciado não pode ser tratado como novoerdquo;, criticou.

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Veículos pesados vão poder transitar no estado do Rio de Janeiro sem necessidade de diesel

Os veículos pesados vão conseguir transitar no estado do Rio de Janeiro sem necessidade de diesel e movidos a gás natural veicular (GNV), disse a country manager da Naturgy no Brasil, Katia Repsold, durante painel da gas week 2025, nesta terça-feira (8/4). Repsold se refere à perspectiva de ampliação dos corredores sustentáveis no estado. Atualmente, o Brasil já tem corredores na Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, e na rodovia Washington Luís, também em São Paulo. Ao todo, sete postos oferecem a possibilidade de abastecer com GNV. Para abastecer veículos pesados com o gás, os estabelecimentos devem ter área de manobra e testeira com altura mínima de 6 metros, além de adaptar o sistema de abastecimento para alta vazão. De acordo com a country manager, R$ 700 milhões estão sendo investidos na iniciativa. Ela argumenta que enquanto 70% do gás natural é produzido no Rio de Janeiro, o diesel precisa ser importado. O GNV já representa 60% das vendas da empresa na região metropolitana do Rio de Janeiro. eldquo;Ou seja, hoje a indústria é menor do que o GNV. Então, é uma oportunidade. Nós vendemos 200 milhões de litros de diesel por dia e isso pode ser convertido em gás natural. É uma abertura para o mercado.erdquo;, disse Repsold. A troca do diesel pela molécula reduz a emissão de CO2 em cerca de 20%, e de material particulado, em mais de 90%. eldquo;Essa é a solução para a transição energética. É a descarbonização dos veículos pesadoserdquo;, afirmou.

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Importação de diesel pelo Brasil avança em março com demanda aquecida do agro, diz StoneX

As importações de diesel pelo Brasil cresceram 4,6% em março ante o mesmo mês de 2024, para 1,31 bilhão de litros, com demanda aquecida do agro, menor produção de refinarias brasileiras e preços da Petrobras acima do mercado externo, informou a consultoria StoneX, com base em dados publicados pelo governo. A expectativa é que as compras externas se mantenham aquecidas, nos próximos meses, em meio às previsões de um aumento na produção de grãos e um crescimento das atividades econômicas no Brasil, adicionou o analista de Inteligência de Mercado da StoneX Bruno Cordeiro. "O resultado positivo das internalizações ocorre em um cenário de demanda aquecida por diesel B -- com o processo de colheita de soja e o escoamento do grão aos terminais de exportação aumentando a busca por fretes pelas vias rodoviária e ferroviária -- e uma produção menor de diesel A pelas refinarias brasileiras", disse Cordeiro. Nos dois primeiros meses do ano, a produção total de derivados de petróleo no país caiu 4,4%, enquanto a de diesel retraiu 5%. As importações em março também foram favorecidas por um cenário em que a Petrobras vendeu o insumo por vários dias por preços acima da paridade de importação. "Nós vimos uma janela aberta para importação ao longo de boa parte do mês, o que contribuiu para o aumento do volume internalizado", disse Cordeiro à Reuters. O cenário culminou com a decisão da Petrobras de cortar em 4,6% o valor médio do diesel vendido a distribuidoras para R$3,55 por litro, a partir de 1º de abril, no primeiro corte de valores deste combustível desde dezembro de 2023. No acumulado do primeiro trimestre, as importações de diesel alcançam 3,67 bilhões de litros, marcando aumento de 15,2% frente ao realizado no mesmo período do ano passado. Com a queda do preço do petróleo após guerra tarifária precipitada pelos Estados Unidos, os preços da Petrobras voltaram a ficar acima da paridade, favorecendo importações. Dentre os principais fornecedores, a Rússia não só permaneceu como principal, como também ampliou sua participação frente a fevereiro, indo de 45% para 69% do volume total, enquanto os Estados Unidos mantiveram a sua participação, com 22% mercado, segundo dados compilados pela StoneX. "No geral, a atratividade financeira do produto russo segue beneficiando o aumento do volume entregue ao Brasil, segundo principal destino das vendas do combustível pelo país do Leste Europeu", pontuou Cordeiro. O analista destacou ainda que países como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Omã, que em fevereiro representaram cerca de 34% do volume total importado pelo Brasil, deixaram de enviar cargas em março, com a Índia assumindo parte dessa participação, ampliando para 9% a sua participação. GASOLINA No caso da gasolina, entretanto, as importações pelo Brasil seguiram em queda, com retração de 58,8% em março, ante o mesmo período de 2024, para 120 milhões de litros, com aumento da produção do insumo no país e uma recuperação lenta do consumo de combustíveis leves. "Ao contrário que se observa para o diesel, a produção doméstica do combustível leve continuou avançando, atingindo 4,9 bilhões de litros nos primeiros dois meses do ano (+1,7% a.a) -- o que correspondeu a 95% da demanda por gasolina A no período (compatibilizando com os dados de vendas da ANP)", disse a analista de Inteligência de Mercado da StoneX Isabela Garcia. "Além disso, a demanda doméstica por gasolina C se recupera lentamente, limitada pela estagnação do consumo de combustíveis leves como um todo." Com isso, as importações acumuladas no primeiro trimestre caíram 28,3%, para 641 milhões de litros, segundo os dados compilados pela StoneX. "As importações podem seguir pressionadas em meio a desaceleração esperada do consumo em meio a maior oferta de etanol hidratado no centro-sul", disse Garcia, adicionando que com as refinarias domésticas mantendo a produção de gasolina A elevada e o aumento de mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina ainda sem data definida para ocorrer, devem contribuir para limitar as importações do combustível. (Reuters)

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