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Usinas do Brasil avaliam produzir mais etanol com queda nos preços do açúcar

Alguns processadores de cana-de-açúcar no Brasil estão acompanhando de perto a diferença de preço entre o açúcar e o etanol e podem começar a produzir mais do biocombustível, se os preços do adoçante continuarem a cair e os preços do petróleo continuarem a se recuperar das mínimas recentes. A possível mudança na estratégia de produção foi um dos principais tópicos em uma reunião anual do mercado de açúcar em Nova York nesta semana. eldquo;Não falamos sobre o etanol há algum tempo, mas com a redução da diferença, o assunto está de voltaerdquo;, disse o analista de açúcar Michael McDougall, referindo-se à diferença de preço entre o açúcar e o etanol para os processadores brasileiros de cana-de-açúcar. A maioria das usinas no Brasil, o maior produtor de açúcar e o segundo maior produtor de etanol do mundo, tem flexibilidade para ajustar suas usinas para produzir mais ou menos açúcar e etanol, dependendo dos preços de mercado de ambos os produtos. Nos últimos quatro anos, aproximadamente, o açúcar tem proporcionado melhores retornos para as usinas, devido aos preços internacionais mais altos do adoçante e aos preços mais baixos do etanol no mercado interno brasileiro. eldquo;Há uma possível mudança no mix de produção brasileira se os preços do açúcar caírem abaixo de 17 centavos de dólarerdquo;, disse Rodrigo Martini, diretor de Açúcar e Etanol da corretora StoneX. Um trader internacional de açúcar, que pediu para não ter seu nome revelado, estimou que, se os preços do açúcar caírem para cerca de 16,5 centavos de dólar por libra-peso, o Brasil cortaria 1 milhão de toneladas métricas de produção de açúcar, já que a cana seria usada para produzir etanol. Os preços do açúcar bruto na ICE atingiram o menor valor em três anos em 2 de maio, a 16,97 centavos de dólar por libra-peso. Na quinta-feira, recuperou-se parcialmente, chegando a cerca de 17,7 centavos de dólar. Os preços do petróleo nos EUA fecharam acima de US$61 o barril nesta quinta-feira, versus mínima de cerca de US$57 em 5 de maio. As usinas que estão a uma longa distância dos portos exportadores de açúcar no Brasil, nos Estados de Goiás ou Mato Grosso do Sul, por exemplo, poderiam fazer a mudança mais cedo, disse Gustavo Segantini, diretor da fabricante de açúcar e etanol Tereos, uma vez que vendem etanol localmente, enquanto que para exportar açúcar têm custos extras com logística. (Reuters)

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AIE estima desaceleração na demanda global de petróleo até o final de 2025

A Agência Internacional de Energia (AIE) informou nesta quinta-feira (15) uma revisão para baixo em sua estimativa de crescimento da demanda global por petróleo até o final de 2025. A nova projeção aponta um aumento de 650 mil barris por dia (bpd) para o restante do ano, em comparação aos 990 mil bpd registrados no primeiro trimestre de 2025. A AIE atribui a desaceleração a fatores como os desafios econômicos persistentes e o avanço nas vendas de veículos elétricos (VEs), que vêm reduzindo gradualmente a dependência global do petróleo como matriz energética. O relatório também ajustou a previsão média de crescimento da demanda para 2025 para 740 mil bpd, representando um acréscimo de 20 mil bpd em relação ao relatório anterior. Já para 2026, a expectativa é de que o crescimento da oferta global ultrapasse levemente o da demanda, com uma média de 760 mil bpd. A agência destacou que a crescente incerteza nas relações comerciais globais tende a impactar negativamente a economia mundial, o que, por sua vez, pode limitar ainda mais o avanço da demanda por petróleo nos próximos trimestres.

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Cenário é desafiador e vai exigir medidas como redução significativa de custos, diz CEO da Petrobras

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o cenário atual, com a cotação do barril de petróleo tipo Brent a US$ 65, é desafiador e vai exigir medidas como simplificação de projetos, redução significativa de custos e garantia de boas margens de comercialização de produtos. Com o preço do Brent, referência internacional de contratos, nesse patamar de preços, a empresa está eldquo;endereçandoerdquo; medidas de proteção, eldquo;como todas as petroleiras estão fazendoerdquo;, segundo Chambriard, em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre, nesta terça-feira (13) Clique aqui para continuar a leitura.

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Gás natural é essencial para garantir segurança energética para o desenvolvimento global

eldquo;O gás natural é essencial para garantir segurança energética para o desenvolvimento global e para melhorar a vida das pessoaserdquo;. Com esta mensagem, o vice-presidente da Associação Internacional de Gás (International Gas Union endash; IGU), Andreas Stegher, defendeu nesta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, durante o Seminário de Gás Natural, do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o gás natural como estratégico no processo de evolução energética, em um mix com fontes de energia renovável para assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível para todos. eldquo;A disponibilidade de renováveis está aumentando no mundo e isso é bom. Mas, temos que entregar energia 24h por dia e de forma flexível e segura. Por isso, o gás natural é um combustível essencial para o setor de energia no contexto da transiçãoerdquo;, disse o executivo da associação que representa 90% do consumo de gás no mundo em cerca de 70 países. Stegher vai assumir a presidência da IGU este mês, na Conferência Mundial de Gás, que acontece de 19 a 23 de maio, em Beijing, na China. O executivo destacou a importância de reconhecer as especificidades regionais para o desenvolvimento do mercado global de gás e nas estratégias de descarbonização. eldquo;Acho que a indústria brasileira está em um ótimo caminho e há formas de seguir adiante. Precisamos de mais investimentos no médio e longo prazo, e para isso acontecer precisamos estabilidade e previsibilidade das regras e de suporte financeiroerdquo;, observou Stegher. eldquo;Estamos ainda numa indústria, onde há declínio natural da produção. Se não investir em nova oferta, há risco de queda de oferta enquanto a demanda continuará aumentandoerdquo;, completou. Nesse contexto, o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, e a Sylvie Dersquo;Apote, diretora executiva de Gás Natural do IBP, destacaram a agenda do evento como uma oportunidade para avançar no desenvolvimento do setor de gás no Brasil. eldquo;O crescimento do evento acompanha a evolução do mercado no Brasil. Esse evento tem mais de 40 anos. 10 anos atrás tínhamos menos de 200 pessoas. Agora, são mais de 800 participantes e 67 palestrantes do Brasil e do mundo que trazem uma visão bem ampla sobre o mercadoerdquo;, disse Ardenghy. eldquo;Aumentou também a presença feminina. Na última edição, quase metade do público foram mulheres. É um sinal dos temposerdquo;, observou Sylvie. Marcio Guimaraes, diretor de Dutos e Terminais da Transpetro, ressaltou que o trabalho vem sendo realizado nas últimas décadas e envolve diferentes atores, incluindo órgãos reguladores, fiscalizadores. Para o executivo, o acesso à infraestrutura da Petrobras tem contribuído para o crescimento do mercado que está cada vez mais dinâmico, trazendo oportunidades para diversos agentes. eldquo;Quanto mais integrada for a malha, mais eficiente tende a ser. Precisamos nos conectar, ser mais complementares em vez de competidoreserdquo;, afirmou. Oferta de gás natural Segundo Álvaro Tupiassu, gerente-executivo de Gás e Energia da Petrobras, os projetos como Rota 3, Raia e SEAP (Sergipe Águas Profundas) vão ampliar a oferta nacional e reduzir as importações. eldquo;Além disso, hoje temos diversificação de agentes, tanto na oferta como na demanda, o que ajuda a desenvolver novos contratoserdquo;, disse ele, no painel elsquo;Crescimento da oferta nacional de gás natural: perspectivas e desafiosersquo;, que reuniu também executivos da Equinor, PRIO e Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP). eldquo;É importante dar continuidade à agenda regulatória e ter uma agência forte que consiga implantar essa agenda. Ter mais agentes é necessário para um mercado mais competitivoerdquo;, afirmou Claudia Brun, vice-presidente de Novas Cadeias de Valor da Equinor, que lidera a operação do projeto Raia. Já o gerente de Trading e Shipping da PRIO, Gustavo Hooper, destacou o investimento no campo de Wahoo. eldquo;É o nosso primeiro investimento em exploração e o projeto terá um conteúdo significativo de gás. Estamos investindo em torno de US$ 5 bilhõeserdquo;, completou. Já Marcio Felix, presidente da ABPIP, chamou a atenção para a diversidade de produção de gás onshore no país e o crescimento previsto para os próximos anos. eldquo;Temos a previsão de uma produção de gás natural em 2028 de 29 milhões de metros cúbicos, quase uma Bolívia em terraerdquo;. Vaca Muerta: exportação de 27 milhões m³ de GNL por dia até 2028 No Painel eldquo;Competitividade das novas fontes de gás natural importado: Argentina e GNLerdquo;, o diretor geral da Pan American Energy, Alejandro Dupuy, disse que a empresa já tem um projeto de dois navios para liquefação e exportação de GNL para comercializar o gás de Vaca Muerta, na Argentina, para o restante do mundo, com capacidade que pode alcançar 6 milhões de toneladas anuais equivalentes a 27 milhões de m3/dia até 2028. Outros quatro navios estão no pipeline da companhia no longo para exportação de GNL provenientes do gás de Vaca Muerta. Segundo Marisa Basualdo, gerente jurídica de negócios da TotalEnergies Gas para o Cone Sul, pioneira em trazer o gás de Vaca Muerta para o Brasil, o processo de viabilização do negócio levou mais de 1 ano e meio. eldquo;Foram conversas com autoridades e todos os elos do setor para licenciamento e promoção de workshops com análise de ambientes regulatórioserdquo;, explicou ela. Edson Real, diretor comercial da New Fortress Energy, comentou que é fundamental analisar algumas variáveis, como preço e disponibilidade do gás natural, para alcançar uma demanda firme e integrar toda região do continente com o gás de Vaca Muerta. Angélica Laureano, diretora presidente da TBG, destacou que o movimento de migração para o mercado livre foi um incentivo adicional para a entrada de novos fornecedores nos últimos quatro anos para o segmento de gás natural. O Seminário de Gás Natural 2025 é patrocinado pela Petrobras, Equinor, Galp, Origem, Shell Energy, NTS, PanAmerican Energy, Prio, Repsol Sinopec Brasil, TAG, TBG, TotalEnergies, Eneva, Naturgy, Edge, Faveret, Machado Meyer, New Fortress Energy, além da participação do Governo Federal. O evento ainda conta com os seguintes parceiros de mídia: eixos, Petroeamp;Química e Tn Petróleo.

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Países do Brics definem ações conjuntas para acelerar uso de combustíveis verdes na aviação

O Grupo de Trabalho (GT) de Transportes do Brics definiu nesta quarta-feira, 14, os termos que apontam para um maior alinhamento no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês). O compromisso está formalizado em carta ministerial divulgada ao fim da reunião de líderes de Transportes do bloco, sob a presidência brasileira, em Brasília. Na carta, os países reconhecem o papel central dos SAFs, dos combustíveis de baixo carbono (LCAF) e de outras tecnologias de energia limpa na redução das emissões da aviação internacional. eldquo;Incentivamos a cooperação tecnológica entre os países do Brics, levando em consideração suas realidades nacionais, no desenvolvimento e aplicação dessas energias e tecnologias associadaserdquo;, afirma o texto. O documento também reforça o apoio à transferência de tecnologia dos países desenvolvidos aos em desenvolvimento, conforme os compromissos firmados no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Além disso, defende que a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) adote uma abordagem técnica e neutra na avaliação da sustentabilidade e no cálculo das emissões relacionadas ao uso desses combustíveis. Durante entrevista à imprensa após a reunião que marcou o fim dos trabalhos do GT, a ministra em exercício de Portos e Aeroportos, Mariana Pescatori, ressaltou o que classificou como um avanço inédito no diálogo entre os países do grupo. eldquo;É o resultado de trabalhos conduzidos desde o final de 2024, com envolvimento de todas as equipes técnicas. Pela primeira vez, chegamos a uma declaração exclusiva de ministros de transporteserdquo;, disse. A ministra destacou que a necessidade de acelerar a adoção dos SAFs é urgente e que o Brasil pretende defender o uso de combustíveis produzidos localmente. eldquo;O SAF é premente. O Brasil vem se posicionando como potencial produtor e definimos um trabalho em grupo para cumprir as metas. Da nossa parte, defendemos questões como o uso do etanol e de combustíveis sustentáveis produzidos no Brasilerdquo;, afirmou Pescatori. O grupo também se comprometeu a desenvolver uma abordagem coordenada sobre o tema, que deverá ser formalizada em uma declaração conjunta a ser apresentada em fóruns internacionais. O objetivo é ampliar o protagonismo dos países do Brics na transição energética da aviação e influenciar os debates técnicos e regulatórios no setor.

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Produção de biocombustíveis caminha junto com a de alimentos, diz secretário do MDIC

O secretário de Economia Verde do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg (PSB), disse nesta quarta (14/5) que o Brasil deve aproveitar a presidência de fóruns internacionais como a COP30 para mostrar ao mundo que a produção de biocombustíveis não concorre com a de alimentos. Rollemberg participou nesta manhã da abertura do II Fórum Biodiesel e Bioquerosene na Fenagra, em São Paulo, promovido pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). Para o secretário, é preciso mudar a eldquo;imagem distorcidaerdquo; que outros países têm em relação à agricultura brasileira. eldquo;O Brasil reduziu em 50% o desmatamento nos últimos anos, temos uma matriz renovável e aumentamos a produção de biocombustíveis, reduzimos em 12% as nossas emissões de gases de efeito estufa e no ambiente de recuperação industrialerdquo;, listou. eldquo;Agora, um dos maiores desafios, mas também uma das maiores oportunidades que temos é mostrar, de forma categórica, que muito ao contrário do que se diz em função de barreiras econômicas, a produção de biocombustíveis não concorre com a de alimentos. A produção de biocombustíveis e a produção de alimentos caminham juntaserdquo;. Para isso, defendeu Rollemberg, é necessário o trabalho da comunidade científica na demonstração dessas evidências. E citou o exemplo da produção de biodiesel de soja, cujo esmagamento gera 80% de farelo, que é destinado à produção de ração para cadeias animais. Segundo o secretário, o MDIC encomendou à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) um estudo para demonstrar as externalidades positivas da substituição do diesel fóssil pelo biodiesel. Rollemberg também disse que levou o tema ao embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, a cúpula climática da ONU que este ano será sediada pelo Brasil, em Belém (PA). eldquo;Entendo que essa deve ser uma prioridade do Brasil na COP30, além da agenda global de implementação do Acordo de Paris, com metas ousadas, e garantirmos o financiamento para o atingimento dessas metaserdquo;, completou. Do G20 para a COP30 Em 2024, quando presidiu o fórum das 20 maiores economias globais, o Brasil conseguiu pautar entre as discussões o papel dos biocombustíveis na transição energética global e a sustentabilidade do seu ciclo de produção, algo que deve ser replicado na COP30, defende o chefe-geral, da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso. Segundo Alonso, a Embrapa emdash; instituição pública de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura emdash; se preparou para levar esse posicionamento à cúpula do clima marcada para novembro de 2025. Uma das iniciativas neste sentido são os Diálogos pelo Clima, encontros organizados nos diferentes biomas brasileiros para apresentar a agricultura e os biocombustíveis brasileiros como parte da solução climática. eldquo;Não há uma solução climática global sem o agro tropical e sem biocombustíveis. E não há um agro tropical sustentável, nem biocombustíveis, sem ciência, sem política pública e sem a valorização daqueles que produzem com responsabilidadeerdquo;, comentou Alonso.

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