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Gigantes petrolíferas enxugam gastos e se preparam para queda de preços no setor

As maiores empresas petrolíferas do mundo estão preparadas para uma queda prolongada nos preços do petróleo emdash;a terceira em pouco mais de uma décadaemdash; enquanto buscam tranquilizar os investidores de que estão preparadas para o pior. Executivos da ExxonMobil, Chevron, Shell, TotalEnergies e BP usaram suas atualizações trimestrais de resultados para tranquilizar investidores de que seus balanços permanecem fortes e que não serão apressados a fazer reduções desnecessárias em gastos e retornos aos acionistas. "Estamos vendo uma pressão significativa para baixo nos preços e margens", diz o chefe da ExxonMobil, Darren Woods, aos analistas este mês, acrescentando que a empresa de US$ 472 bilhões (R$ 2,7 trilhões) se preparou para uma desaceleração cortando cerca de US$ 13 bilhões (R$ 73 bilhões) em custos ao longo de cinco anos. "Nossa organização planejou para isso. Testamos nossos planos e os resultados financeiros com cenários mais severos do que nossa experiência com a Covid", disse Woods, referindo-se à queda de 2020 que acompanhou a pandemia. "Nenhuma outra empresa petrolífera internacional chega perto". Os preços do petróleo caíram abaixo de US$ 60 (R$ 338) por barril em abril e a previsão é que fiquem em média cerca de US$ 65 (R$ 366) pelo restante do ano, à medida que o cartel da Opep+, que inclui Arábia Saudita e Rússia, continua a aumentar a oferta. O Brent, referência internacional, estava sendo negociado abaixo de US$ 65 por barril na sexta-feira (16). A Chevron, que está reduzindo sua força de trabalho em um quinto, tranquilizou os investidores de que produziria US$ 9 bilhões (R$ 50,7 bilhões) de fluxo de caixa livre com o petróleo a US$ 60 por barril. A Shell disse que seria capaz de pagar seu dividendo mesmo se o petróleo caísse para US$ 40 (R$ 225), e que suas recompras de ações continuariam a aproximadamente metade da taxa atual com o barril a US$ 50 (R$ 282). A Shell acrescentou que, até agora, não mudou seus planos de gastos. "Não estamos pedindo aos nossos negócios para pararem projetos", disse Sinead Gorman, diretora financeira, na teleconferência de resultados da empresa. Patrick Pouyanné, diretor executivo da TotalEnergies, disse que a reação desta vez foi a mesma que durante a crise do coronavírus emdash;"sem pânico"emdash; e observou como sua empresa se recusou a cortar seu dividendo mesmo durante o pior da pandemia. Quedas anteriores nos mercados de petróleo emdash;incluindo uma que resultou das guerras de preços entre Arábia Saudita, EUA e Rússia de 2014 a 2016emdash; forçaram cortes profundos de gastos na indústria, bem como atrasos em projetos. A dívida também aumentou à medida que as grandes empresas petrolíferas tomaram empréstimos para manter operações e retornos aos acionistas. Algumas também aproveitaram oportunidades, como a aquisição do Grupo BG pela Shell em 2015 e a aquisição da Noble Energy pela Chevron em 2020. "Estamos melhor posicionados do que outros para responder aos desafios do mercado e, de fato, aproveitar as oportunidades que eles apresentam", observou Woods, da Exxon. As grandes petrolíferas coletivamente reduziram os planos de despesas de capital em 2% durante a recente temporada de resultados, estimou a analista do HSBC Kim Fustier, que esperava mais reduções se os preços do petróleo permanecessem nos níveis atuais. A Wood Mackenzie, consultoria de energia, previu US$ 98 bilhões (R$ 552 bilhões) em gastos de capital este ano entre as cinco supermajors emdash;quase 5% a menos que em 2023. "Elas estão em um modo de espera", disse Fustier. "Claramente não querem se apressar em tomar decisões irreversíveis." Ela também observou como a recente queda nos preços do petróleo ocorreu apenas semanas depois que várias das grandes empresas petrolíferas delinearam planos de longo prazo baseados no petróleo sendo negociado acima de US$ 70 (R$ 394) este ano, tornando difícil revisar as orientações tão cedo. "Acho que as empresas deveriam ter apresentado um plano onde entradas e saídas de caixa estivessem equilibradas a US$ 65 por barril, mas nenhuma delas o fez", acrescentou Fustier. Os analistas do HSBC citaram o ajuste a preços mais baixos do petróleo ao cortarem sua previsão de lucro por ação para 2025 para as grandes empresas petrolíferas listadas, incluindo um corte de 35% para a BP e 18% para a Chevron. O analista do Bank of America, Christopher Kuplent, disse que, embora o petróleo a US$ 65 por barril possa não causar grandes perturbações para as majors, qualquer queda adicional arriscaria um impacto mais significativo. "Minha preocupação é que não fiquemos em US$ 65. Nossa previsão interna é que, ao longo do segundo e terceiro trimestres, o Brent terá média abaixo de US$ 60. Esse tipo de cenário revelará vulnerabilidades", disse. Kuplent também disse que discordava das afirmações dos grandes grupos petrolíferos de que estavam prontos para uma desaceleração, observando como uma década de cortes deixou muitas empresas com flexibilidade limitada para mais reduções sem colocar em risco a produção de petróleo e gás. "Dez anos em uma campanha de eficiência que tornou muitas empresas muito mais enxutas, o escopo para oferecer mais está muito reduzido", disse. (Financial Times)

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Distribuidoras tentam contornar embargo a diesel russo

O recente embargo do Reino Unido à companhia russa 2Rivers (antiga Coral Energy Group) deixou em apuros grandes distribuidoras brasileiras, como Raízen, Ipiranga, entre outras. Na busca por novos fornecedores, há grandes chances de ficarem nas mãos dos EUA. O Brasil importa cerca de 20% do diesel que consome e, deste total, cerca de 80% é fornecido atualmente pela 2Rivers, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Como mostrou a Folha, a importação do produto russo é crescente desde 2022, quando quintuplicou após as sanções internacionais aplicadas a Moscou devido à guerra na Ucrânia e ao redirecionamento das cargas para outros mercados. O valor se multiplicou por 47 em 2023. Em 2024, houve novo aumento, de 19%. Neste momento, essas distribuidoras avaliam alternativas para cobrir um fornecimento tão grande, e em tão pouco tempo, sem que haja aumento de preços. Executivos do setor afirmam que correm contra o tempo para encontrar fornecedores emdash;algo considerado pouco provável até o momento. Eles consideram que há consequências em realizar negócios com a 2Rivers como sanções do Reino Unido e de outros países europeus e até potencial de danos às negociações do acordo entre Mercosulendash;União Europeia, do qual o Brasil é o maior interessado. Antecedentes Em 9 de maio, no mesmo dia em que Lula se encontrava com Vladimir Putin em território russo, o Reino Unido anunciou sanções contra a 2Rivers por "obtenção de benefícios ou apoio ao governo da Rússia". Por conta de frequentes sanções europeias aplicadas à economia comandada por Putin desde o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o Brasil se tornou um dos principais consumidores do diesel russo. Em 2024, ficou atrás apenas da Turquia no ranking dos compradores do produto. Consultada, a Ipiranga disse que não comenta questões comerciais ou contratuais específicas e afirmou que eventuais alterações na oferta de terceiros no setor não impactam, neste momento, a operação da companhia nem geram expectativa de reajuste nos preços praticados. A Raízen não quis comentar.

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Região Nordeste supera Sul e retoma posição de segundo maior mercado consumidor do Brasil; entenda

Depois de dois anos, o Nordeste vai superar o Sul e voltará a ocupar o segundo lugar como centro de consumo do Brasil, ficando atrás apenas do Sudeste. Em valores, as famílias dos Estados nordestinos vão gastar R$ 1,515 trilhão em 2025. O Nordeste deverá responder por 18,59% do consumo brasileiro neste ano, enquanto Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná devem representar, juntos, uma fatia de 18,51%, revela o levantamento anual da consultoria IPC Maps. No ano passado, a participação dessas regiões foi de 18,06% e 18,57%, respectivamente. eldquo;A aprovação conceitual do PPAF representa o cumprimento de uma etapa no processo de licenciamento ambiental, mas não configura a concessão de licença para o início da realização da perfuração exploratória. A continuidade do processo de licenciamento dependerá da verificação, em campo, da viabilidade operacional do Plano de Emergência Individualerdquo;, afirmou o Ibama, em nota. De acordo com o instituto, as simulações que serão feitas a partir de agora servirão para avaliar, eldquo;na práticaerdquo;, se o Plano de Emergência Individual da Petrobras é efetivo em um caso de acidente de derramamento de óleo. Nos últimos meses, o tema da exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, região costeira entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, colocou de lados opostos ambientalistas brasileiros e o setor de óleo e gás. Dentro do governo, a disputa também pôs em campos divergentes o Ministério de Minas e Energia (MME), a Casa Civil e a própria Presidência da República, e o Ministério do Meio Ambiente, ao qual o Ibama é subordinado. Em 26 de fevereiro, técnicos do instituto haviam concluído um parecer sobre o licenciamento para pesquisa do bloco 59 na Bacia Foz do Amazonas pela Petrobras, com a recomendação de rejeição do pedido emdash; em avaliação preliminar, cabendo à presidência do órgão a decisão final. Agora, o Ibama define que a continuidade do processo de licenciamento da exploração de petróleo na região dependerá da verificação da viabilidade da operação do Plano de Emergência Individual. O instituto ainda alinhará com a estatal o cronograma para futuras vistorias e simulações. Em nota divulgada à imprensa, o Ibama disse reafirmar eldquo;compromisso com o desenvolvimento sustentável do Paíserdquo;. O instituto disse ainda que busca integrar o desenvolvimento econômico com o eldquo;respeito às características socioambientaiserdquo; da Bacia do Foz do Rio Amazonas. eldquo;O Ibama reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do país, buscando integrar o desenvolvimento econômico e o aprimoramento da infraestrutura com respeito às características socioambientais de cada regiãoerdquo;, disse o instituto.

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Após nova tributação, etanol registra queda na primeira quinzena de maio, aponta IPTL

De acordo com a mais recente análise do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o etanol apresentou uma redução de 0,45% no preço médio nacional na primeira quinzena de maio, comparado ao mesmo período de abril, recuando ao valor médio de R$ 4,46 por litro. A queda registrada pelo IPTL ocorre mesmo após a implementação de uma nova tributação federal sobre o biocombustível, em vigor desde 1º de maio. A mudança na tributação, parte da reforma tributária, estabeleceu uma alíquota unificada de PIS/Cofins de R$ 0,1920 por litro para os dois tipos de etanol (anidro e hidratado). Anteriormente, o etanol hidratado era tributado em R$ 0,2418 por litro, ou seja, a nova alíquota resultou em uma redução de aproximadamente R$ 0,05 por litro. eldquo;Mesmo com a entrada em vigor da nova tributação federal sobre o etanol hidratado, o IPTL registrou uma leve queda no preço médio nacional na primeira quinzena de maio. A mudança nas alíquotas de PIS/Cofins ocorreu no mesmo período e passa a integrar o cenário de formação dos preços do biocombustível, mas outros fatores, como o avanço da safra, também têm influência nesse comportamento. Além do impacto no bolso do motorista, o etanol segue sendo uma opção mais sustentável do ponto de vista ambiental, por ser um combustível renovável e com menor emissão de gases poluenteserdquo;, explica Renato Mascarenhas, Diretor de Rede, Operações e Transformação da Edenred Mobilidade. O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log.

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Petróleo fecha em alta moderada em meio a melhora de expectativas para a demanda

Os contratos futuros de petróleo se recuperaram ao longo do dia e encerraram a segunda-feira, 19, em terreno positivo, em meio à melhora das expectativas para a demanda global e as preocupações com um aumento adicional dos estoques da commodity devido a um possível acordo nuclear entre os Estados Unidos e o Irã. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para julho subiu 0,27% (US$ 0,17), fechando a US$ 62,14 o barril. O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,20% (US$ 0,13), para US$ 65,54 o barril. Os valores de referência de petróleo chegaram a cair mais de 1% no início da sessão, pressionados pelo rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moodyersquo;s, no fim da semana passada. Ao longo do dia, os traders monitoram de perto os desdobramentos das negociações de paz na Ucrânia. Após conversa telefônica com seu homólogo russo, Vladimir Putin, o presidente americano, Donald Trump, disse hoje que a Rússia e a Ucrânia iniciarão conversas imediatas para um cessar-fogo. No domingo, o Goldman Sachs revisou para cima suas perspectivas de demanda global por petróleo, esperando um crescimento de 600 mil por dia (bpd) em 2025 e de 400 mil bpd em 2026. Em nota a seus clientes, o banco citou o alívio temporário nas tarifas entre EUA e China e a melhora nas projeções de crescimento econômico global. Ainda assim, o Goldman Sachs manteve suas previsões para os preços do petróleo na segunda metade deste ano endash; em US$ 56 por barril para o WTI e US$ 60 por barril para o Brent endash; e espera que eles caiam ainda mais no ano que vem. Um dos principais motivos para a perspectiva pessimista é um eventual acordo entre Washington e Teerã, que recentemente se tornou uma possibilidade mais concreta. Na última quinta-feira, Trump afirmou que os EUA estão próximos de alcançar um acordo para impedir a produção de armas nucleares do Irã e, sem mais detalhes, disse que isso permitiria que o país vendesse mais petróleo. O Goldman Sachs aumentou sua previsão para a produção de petróleo iraniano em 250 mil barris bpd, para um total de 3,6 milhões de bpd, a partir do segundo semestre deste ano até o final de 2026. *Com informações da Dow Jones Newswires (Estadão Conteúdo)

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Redução no preço do diesel da Petrobras não chega ao IPCA

Desde janeiro de 2023, o preço do óleo diesel vendido pela Petrobras às distribuidoras de combustíveis caiu R$ 1,22 por litro. Se for levar em consideração a inflação do período, a redução equivale a um alívio de R$ 1,75 por litro. Isso representa queda de 34,9% desde então. Atualmente, o valor cobrado pela estatal é R$ 3,27 por litro, em média. No entanto, esse barateamento não foi sentido pelo consumidor final na mesma magnitude. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro de 2023 a abril de 2025, o óleo diesel ficou apenas 3,18% mais em conta. Diesel da Petrobras desde janeiro 2023: -34,9% Diesel no IPCA desde janeiro 2023: -3,18% O diesel tem peso de 0,25% no IPCA. Porém, é o principal combustível utilizado no transporte terrestre de mercadorias, de forma que tem influência sobre o preço dos alimentos e outros produtos. Ou seja, a queda do preço ajuda o país a combater a inflação, atualmente em 5,53% em 12 meses, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de até 4,5% Olho no repasse A diferença entre o comportamento do preço do diesel que sai das refinarias da Petrobras e o cobrado nos postos tem despertado atenção na companhia estatal. eldquo;A partir de 1º de abril, reduzimos R$ 0,45 no litro do diesel e, infelizmente, esse valor não está sendo percebido pelo consumidor finalerdquo;, constatou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Romeo Schlosser, durante apresentação do balanço da companhia na terça-feira (13). eldquo;Não temos o controle nem influência sobre como as distribuidoras e os revendedores ajustam os seus preçoserdquo;, explicou o diretor. A redução de R$ 0,45 por litro mencionada por Claudio Schlosser se refere a três reajustes: 6 de maio: R$ 0,16 por litro 18 de abril: R$ 0,12 por litro 1º de abril: R$ 0,17 por litro De acordo com acompanhamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), agência reguladora do setor, o preço médio de revenda do óleo nos postos se comportou da seguinte maneira: - semana de 23 a 29 de março de 2025 (antes da redução de R$ 0,45): R$ 6,34 - semana de 4 a 10 de maio de 2025 (Petrobras fez última redução em 6 de maio): R$ 6,13 Nos postos, o combustível ficou apenas R$ 0,21 mais barato. Na comparação, é preciso levar em conta que na última semana de pesquisa de preços da ANP, muitos pontos de venda contavam ainda com estoques adquiridos com valores superiores ao novo patamar da Petrobras. Formação de preços A ANP explica que os preços dos combustíveis no país são livres, por lei, desde 2002. eldquo;Não há preços máximos, mínimos, tabelamento, nem necessidade de autorização da ANP, nem de nenhum órgão público para que os preços sejam reajustados ao consumidorerdquo;, frisa a agência. A diferença entre a magnitude dos preços cobrados pela Petrobras e o exposto nas bombas de combustíveis é explicada por uma série de fatores. Um deles é que a Petrobras não detém monopólio da venda de diesel às refinarias, apesar de ser a principal empresa do setor. De acordo com a ANP, de 2023 a 2025, a participação da estatal como fornecedora do óleo combustível variou de 75,74% a 78,23%. Outras refinarias respondem por mais de 20% do mercado. Outro elemento é a composição do preço do diesel nas bombas: 47,4% cabem à remuneração da Petrobras, que vende o diesel A nas refinarias. Esse produto será ainda misturado ao biodiesel para que seja produzido o diesel B (86% de diesel A e 14% de biocombustível), que abastece os veículos 12,1% são o custo do biodiesel 17,4% do valor cobrado do consumidor final vão para distribuidoras e revendedoras 17,9% são impostos estaduais (ICMS) 5,1% são impostos federais (PIS/Cofins) Política de preços Desde 2023, a Petrobras exerce política de preços considerada como eldquo;abrasileiramentoerdquo; dos valores, pois leva em conta fatores como o custo da produção de petróleo no Brasil e a participação da Petrobras no mercado consumidor. A intenção é não trazer para o consumidor brasileiro as flutuações bruscas dos preços internacionais e manter a estatal competitiva, para não perder mercado para concorrentes. Segundo a estatal, a política de eldquo;abrasileiramentoerdquo; permitiu que, em 2024, eldquo;mesmo com diversos eventos geopolíticos e um mercado internacional bastante volátilerdquo;, a Petrobras não repassasse esse eldquo;nervosismoerdquo; para o mercado brasileiro, mantendo os preços de venda estáveis por mais de 400 dias - de 27 de dezembro de 2023 a 1º de fevereiro de 2024. O aumento mais recente do diesel foi em 1º de fevereiro de 2025. Cenário internacional Ao justificar as reduções recentes, a Petrobras afirma estar eldquo;atenta ao contexto de mercado nacional e internacionalerdquo;. eldquo;Quando os preços internacionais de petróleo iniciaram trajetória de queda, a Petrobras também reagiu, atuando em prol dos interesses da companhia e da sociedade brasileiraerdquo;, diz comunicado da empresa enviado à Agência Brasil. Ainda de acordo com a estatal, a queda de preços internacionais do petróleo - a matéria prima do diesel - se deve, principalmente, às recentes medidas tarifárias implementadas pelo governo americano, eldquo;que sugerem efeitos duradouros na economia mundialerdquo;. Consumidor Na apresentação do balanço contábil do primeiro trimestre de 2025, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, fez coro à constatação de que a redução do diesel não tem chegado aos postos. Chambriard orientou que os consumidores questionem os pontos de revenda por que a redução eldquo;não está chegando na pontaerdquo;. eldquo;Pressionem, perguntem por que isso está acontecendo. Qual é o tipo de margem [de lucro], se essa margem é tolerávelerdquo;, recomendou. O economista Gilberto Braga, professor do Ibmec, explica que o represamento das reduções de preço mostra uma característica do setor. eldquo;Na cadeia entre a saída da refinaria até chegar no consumidor final, tendo aí no meio do caminho transportadora, distribuidores e postos de combustíveis, existem margens que estão sendo apropriadas por esses intermediários e não estão chegando para o consumidor finalerdquo;, analisa. Outro fator, segundo o economista, é a oneração de tributos. Em fevereiro de 2025, por exemplo, ocorreu o aumento do ICMS. A alíquota subiu R$ 0,06, de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro. O reajuste do ICMS em todo o Brasil foi determinado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários de Fazenda dos estados. Pelo modelo em vigor desde o ano passado, as alíquotas de ICMS dos combustíveis passam a ser reajustadas anualmente. Marca BR A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, lamenta o fato de a companhia não atuar mais na venda direta ao consumidor. De 2019 a 2021, a estatal vendeu a então subsidiária BR Distribuidora, dona dos postos com a bandeira BR. O acordo de privatização permite que a compradora, Vibra Energia, mantenha a bandeira BR nos postos até 2029. Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2025 - A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, fala durante coletiva sobre os resultados financeiros da Petrobras de 2024. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil Presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comenta os resultados financeiros da Petrobras de 2024 - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil eldquo;Nos preocupa, sim, ter a nossa marca divulgada e espalhada pelo Brasil, vendendo uma gasolina acima do preço, incorporando margemerdquo;, declarou. eldquo;Infelizmente faz parte de um contrato, e o respeito aos contratos faz parte da nossa crença, então a gente não pode ultrapassar esse limiteerdquo;, afirmou Chambriard. A Vibra Energia é a maior distribuidora do país, com participação de 23% no mercado de diesel em 2024, segundo a ANP. Postos Os postos de combustíveis que atuam no Brasil rebatem declarações de que são os responsáveis pelos preços altos. Em fevereiro deste ano, um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito que o povo é eldquo;assaltado pelo intermediárioerdquo; em relação aos preços, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), instituição que reúne 34 sindicatos patronais e representa os interesses de cerca de 45 mil postos de combustíveis no país, divulgou uma nota na qual esclarece o "funcionamento complexo da cadeia de combustíveis". A entidade detalhou que os preços finais contam com parcelas de impostos estaduais e federais e que houve oneração. Segundo a Fecombustíveis, as margens brutas da distribuição e revenda, na média, ficam em torno de 15%, retirando o frete. eldquo;Vale destacar que, dessa margem, são descontados os salários, encargos sociais e benefícios dos funcionários, aluguel (se houver), água, luz, incluindo todas as demais despesas inerentes à manutenção do negócioerdquo;, descreve a entidade. Os empresários acrescentam que a atividade é eldquo;um dos setores que mais contribuem para a geração de empregos, com aproximadamente 900 mil postos de trabalho diretos, além de ter um papel significativo na arrecadação de impostos dos estados e do paíserdquo;. Procurada pela Agência Brasil para comentar as declarações da presidente da Petrobras, a Vibra Energia preferiu não se manifestar.

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