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Empresários do petróleo estão cada vez mais frustrados com Trump

Executivos do setor de petróleo e gás se reuniram com o presidente Donald Trump na Casa Branca na quarta-feira, para tentar influenciá-lo em questões que vão desde a desregulamentação até as tarifas. Alguns executivos do setor, que gastaram mais de US$ 75 milhões (R$ 429 milhões, pelo câmbio de ontem) para ajudar a eleger o republicano, estão cada vez mais frustrados com o governo. As tarifas estão encarecendo materiais essenciais, como tubos de aço, além de abalar a confiança dos consumidores. Os preços do petróleo caíram cerca de 14% desde pouco antes de Trump assumir o cargo, para cerca de US$ 67 o barril. Peter Navarro, assessor sênior da Casa Branca, falou sobre os benefícios do petróleo vendido por apenas US$ 50 o barril. No entanto, com esses preços, as empresas que operam em grandes áreas do setor petrolífero americano perderiam dinheiro perfurando novos poços. Os preços do petróleo não foram discutidos durante a reunião de quarta-feira, disseram as autoridades do governo Trump. eldquo;Não há nada que pudéssemos dizer naquela sala que mudasse isso nem um pouco e, portanto, não foi realmente um tópico de discussãoerdquo;, disse Doug Burgum, secretário do Interior, aos repórteres. Em vez disso, de acordo com Burgum, os executivos se concentraram em questões como facilitar a obtenção de licenças para projetos de energia. Eis algumas das prioridades do setor: LICENCIAMENTO. As empresas de energia estão pressionando Trump e o Congresso a flexibilizar as regras de licenciamento para facilitar a construção de linhas de transmissão, oleodutos e outras infraestruturas. TARIFAS. As refinarias dos EUA compram petróleo do Canadá e do México, produzem combustíveis como a gasolina e depois exportam esses produtos mais valiosos. Esses laços comerciais foram formados ao longo de décadas e seria difícil e caro desfazê-los. Trump anunciou tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México, com uma taxa menor, de 10%, para os produtos energéticos canadenses. Mas, neste mês, ele adiou essas tarifas sobre a maioria das mercadorias, incluindo a energia importada. Esse adiamento está previsto para terminar no início de abril. A tarifa de 25% sobre o aço importado, que entrou em vigor este mês, também é uma grande preocupação para os executivos. O metal é usado em tudo, de tubulações a poços, e está ficando mais caro por causa da tarifa. GÁS NATURAL. Mais cedo na quarta-feira, o Departamento de Energia concedeu aprovação condicional a um grande projeto de exportação de gás natural na costa do golfo, conhecido como CP2 LNG. Essa é uma área em que as empresas de petróleo e gás e o governo Trump estão alinhados: ambos querem exportar mais gás natural. O ex-presidente Biden suspendeu o licenciamento em janeiro de 2024 para estudar como os projetos afetariam as mudanças climáticas, entre outras preocupações. O gás natural é composto principalmente de metano, um potente gás de efeito estufa que pode vazar de poços, tubulações e outras infraestruturas. A queima de gás natural também produz dióxido de carbono, outro gás de efeito estufa, embora muito menos do que a queima de carvão. O governo Biden acabou descobrindo que um grande aumento nas exportações dos EUA poderia fazer com que as emissões globais de gases de efeito estufa aumentassem modestamente, mas poderiam poluir comunidades próximas aos terminais de exportação. Um estudo divulgado este mês pela Seamp;P Global concluiu que o aumento das exportações dos EUA ajudaria a manter o controle das emissões globais porque o gás substituiria outras fontes de energia mais sujas. CRÉDITOS FISCAIS. Algumas empresas de petróleo e gás querem preservar os créditos fiscais para a produção de hidrogênio e combustíveis renováveis, bem como a captura e o armazenamento de dióxido de carbono, a principal causa das mudanças climáticas. Os créditos fiscais de energia limpa não foram discutidos na reunião de quarta-feira, disse Burgum. ebull;

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Pacote de crédito é a aposta do governo para reduzir juros em 1/3

As medidas de crédito em preparação pelo governo Lula, somadas às propostas em tramitação no Congresso que o Executivo quer destravar, têm o potencial de reduzir em um terço a taxa média de juros cobrada das famílias do país, avalia o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto. As propostas integram a agenda microeconômica da pasta e estão entre as principais apostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar reverter a queda de sua popularidade, que atingiu o nível mais baixo de seus três mandatos. Hoje, a taxa média dos juros para pessoas físicas está em 33,8% ao ano, incluindo o crédito livre, definido pelos próprios bancos, e o direcionado, que tem subsídios do governo. Os dados, coletados pelo Banco Central, são referentes a janeiro, último dado disponível. eldquo;Acho que dá para cortar o spread (custo do crédito) pela metade, levando a taxa média de juros para algo próximo de 20%erdquo;, afirmou Barbosa Pinto em entrevista ao Estadão. Apesar das frequentes falas de Lula sobre o tema, o secretário não enxerga pressão política do Palácio do Planalto sobre o trabalho técnico da pasta. Ele avalia que o apoio do presidente é um impulso para Taxa média dos juros para pessoas físicas está em 33,8% ao ano, segundo dados de janeiro do BC que propostas no Legislativo. eldquo;Muito pelo contrário: a gente já vem trabalhando nesta agenda, e há vários projetos já em tramitação no Congresso. O apoio do presidente vai ajudar a acelerar a aprovação dessas medidaserdquo;, pontua. Ele avalia que o Brasil já conseguiu promover uma forte inclusão de brasileiros no sistema financeiro, com 190 milhões de contas bancárias, 200 milhões de cartões de crédito ativos e mais de R$ 4 trilhões em crédito concedido para as pessoas físicas. Por isso, diz que a palavrachave neste momento não é mais inclusão, mas sim autonomia financeira. eldquo;Nos últimos anos, houve um esforço grande e bem-sucedido de inclusão financeira dos brasileiros. Mas isso não é suficiente: é preciso agora dar autonomia financeira, ou seja, ferramentas para que as pessoas tenham acesso a produtos de qualidade e a juros mais baixoserdquo;, afirma. Ele também entende que as medidas de crédito são estruturais e, por isso, refuta críticas de que essa agenda poderá atrapalhar o trabalho do Banco Central de controlar a inflação. Na semana passada, o BC subiu a taxa básica de juros pela quinta vez seguida, para 14,25% ao ano, e já sinalizou uma nova alta em maio. eldquo;Tudo que aumenta a produtividade da economia vai no sentido de ajudar o Banco Central, porque significa aumento de crescimento econômico sem gerar inflaçãoerdquo;, avalia. eldquo;Responsabilidade fiscal e inflação na meta são condições necessárias para a gente crescer de forma sustentável, mas não suficientes; precisa melhorar a produtividade.erdquo;

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Governo vê diesel da Petrobras passar R$ 0,40 do preço internacional e pressão por corte aumenta

O preço do diesel praticado pela Petrobras está acima dos valores de referência no mercado internacional e tem condições de cair, avaliam representantes do governo. A visão desse grupo é que o litro do combustível está sendo vendido em território nacional em patamar até R$ 0,40 mais caro. Integrantes do Executivo ouvidos pela Folha defendem um corte e dizem que um movimento de redução por parte da estatal poderia ajudar a combater a inflação em um momento de preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os preços no país. A queda da cotação do petróleo tem alimentado a pressão dentro do governo por uma redução no diesel, especialmente depois de a elevação do valor do combustível no começo do ano ter encarecido os fretes. Apesar de a diferença de preços entre os mercados nacional e internacional chegar a ser classificada nos bastidores como um "absurdo", o governo tem evitado uma intervenção direta na Petrobras por entender que a própria empresa e sua diretoria devem ser as maiores responsáveis por avaliar o tema e têm condições de analisar o cenário de forma mais adequada. O grupo de acompanhamento de preços é formado pela CEO, Magda Chambriard, e outros dois executivos da estatal. O último movimento da Petrobras foi para aumentar o preço do diesel. A estatal elevou em fevereiro o preço médio do combustível para distribuidoras em mais de 6%, para R$ 3,72 por litro. Foi o primeiro reajuste no produto em mais de um ano. Agora, a interpretação é que o cenário para uma queda ficou mais favorável após o fortalecimento do real frente ao dólar e a queda do petróleo no mercado internacional nos últimos meses. Após um pico recente de US$ 82 em meados de janeiro, o valor do barril do tipo Brent caiu para US$ 72 na última quinta-feira (20). Com os dados mais recentes, o governo calcula que o diesel está pelo menos R$ 0,20 mais caro. Esse valor está dentro do intervalo estimado pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Veículos). Mas se for usado como referência o mercado russo, que a entidade não considera, o valor estaria R$ 0,40 mais caro. Uma redução nesses montantes geraria um corte entre 5,3% e 10,7% no preço do combustível, respectivamente. O preço do óleo diesel cobrado pela Petrobras nas refinarias está na casa de R$ 3. Mas, com a mistura do biodiesel, os custos de distribuição e revenda e os impostos federais e estaduais, o combustível chega ao consumidor a uma média de R$ 6,43 (considerando a pesquisa de preços encerrada em 15 de março). A nova política comercial da Petrobras, iniciada no terceiro mandato de Lula, prevê mudanças de preços menos frequentes por parte da diretoria. Há compreensão no governo com isso, já que variáveis acompanhadas pela empresa endash;como a previsão de um eventual encarecimento do diesel em um futuro próximo, por exemploendash; podem indicar a necessidade da formação de um "colchão" para reduzir a volatilidade nos preços e dispensar aumentos. A estatal afirma que monitora diariamente os fundamentos do mercado internacional e seus possíveis desdobramentos para o mercado brasileiro, tendo como premissas a prática de preços competitivos com as principais alternativas de suprimento e o não repasse da volatilidade externa para os preços internos. "Dessa forma, proporcionamos períodos de estabilidade de preços para os nossos clientes evitando a prática de reajustes diários, para cima e para baixo, adotada no passado", afirma a estatal. "Por questões concorrenciais, a companhia não antecipa suas decisões sobre manutenção ou reajuste de preços", completa a nota. Chambriard afirmou à Folha neste mês que considera a política de preços da empresa bem-sucedida. "Nós conseguimos abrasileirar os preços dos combustíveis. Tínhamos o objetivo de não repassar para os consumidores a volatilidade dos preços internacionais do petróleo nem a flutuação do câmbio e praticar, ao mesmo tempo, preços competitivos. Acredito que alcançamos esse objetivo", disse.

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Aumento da mistura de etanol na gasolina deve impulsionar em 16% produção do biocombustível

A possível elevação do percentual de etanol anidro na gasolina para 30% (E30), que já está sendo testada pela indústria automotiva, representa uma oportunidade significativa para o setor de biocombustíveis no Brasil. Segundo o relatório de fevereiro da BIOIND MT, caso essa mudança for implementada no início da safra 2025/26, a demanda adicional por etanol anidro poderá alcançar 2,06 milhões de m³, um crescimento de 16,2% em relação ao volume projetado para 2024/25. eldquo;A ampliação da mistura obrigatória é um passo estratégico para consolidar o etanol como protagonista na matriz energética do país. Esse aumento fortalece toda a cadeia produtiva, beneficiando produtores, distribuidores e, principalmente, o meio ambiente, ao incentivar o uso de um combustível renovável e de menor impacto ambientalerdquo;, destaca Giuseppe Lobo, diretor executivo da BIOIND MT. A adoção do E30 depende da conclusão dos testes de viabilidade técnica, prevista para março, e da avaliação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Caso aprovado, o novo percentual poderá ampliar o papel do etanol de milho, que já representa parte significativa da produção nacional. Atualmente, com a mistura obrigatória em 27%, a demanda total por etanol anidro no Brasil é estimada em 12,7 milhões de m³. Com a nova política, esse volume poderá atingir 14,76 milhões de m³ em 2025/26. No Mato Grosso, estado líder na produção de etanol de milho, o impacto será ainda mais expressivo, com estimativa de aumento de 445,95 mil m³ na demanda desse biocombustível. eldquo;A previsibilidade regulatória e o avanço de políticas públicas como o Combustível do Futuro são fundamentais para garantir segurança aos investidores e estimular a competitividade do setorerdquo;, reforça Lobo. A BIOIND MT seguirá acompanhando a evolução desse cenário e fornecendo análises estratégicas para orientar o setor na transição para um modelo energético mais sustentável e eficiente. (BIOIND MT)

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Setor de combustíveis e lubrificantes cresce 4,1% em fevereiro ante 2024

Entre os setores do varejo, o de combustíveis e lubrificantes foi o que mais cresceu em fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado: uma alta de 4,1%. É a quarta vez consecutiva que o segmento lidera. Ficou à frente de material de construção, cujo avanço foi de 2,5% no comparativo com 2024. Mas ante o mês anterior, o setor de combustíveis e lubrificantes teve queda de 1,9%. Em fevereiro, apenas dois de oito segmentos variaram positivamente em relação a janeiro. Material de construção saltou 0,7%, enquanto o de móveis e eletrodomésticos subiu 0,2%. A maior queda foi de livros, jornais, revistas e papelaria: 5,9%. Na sequência aparecem, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%), artigos farmacêuticos (-1,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,7%). Já o setor de tecidos, vestuário e calçados ficou estável. Os dados inéditos são do Índice Varejo Stone.

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Deputado retira PL que autorizava venda de diesel e gasolina sem biocombustíveis

Uma semana após apresentar proposta para permitir a venda de gasolina e diesel sem a mistura de biocombustíveis, o deputado Marcos Pollon (PL/MS) pediu a retirada de tramitação e arquivamento do projeto de lei. O PL alterava a Lei do Petróleo e tinha apenas um artigo. O texto determinava que os postos informassem claramente a composição dos combustíveis oferecidos e que os preços do combustível misturado fossem compatíveis ao de origem totalmente fóssil, de forma a não induzir o consumidor a erro quanto à qualidade e preço do produto. A justificativa do deputado ao apresentar o projeto era atender consumidores que preferem ou necessitam desses combustíveis de forma mais pura. Afirmava, ainda, que a medida tinha o objetivo de ampliar a competitividade do mercado, dar mais liberdade de escolha e potencial de redução de custo, sobretudo em relação ao diesel, que custa menos do que o biodiesel. Atualmente, a gasolina vendida nos postos tem 27% de etanol anidro, enquanto o diesel é acrescido de 14% de biodiesel. E30 A mistura do etanol pode passar a 30% ainda neste ano. O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou, nesta semana, os resultados do estudo feito pelo Instituto Mauá de Tecnologia, que atestou a viabilidade técnica da mistura. O aumento do percentual de 27% para 30% está previsto para ocorrer ainda em 2025, conforme afirmou o ministro Alexandre Silveira. A mudança ainda será objeto de uma análise de impacto regulatório (AIR) antes de ser submetido ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Biodiesel Enquanto o etanol enfrenta pouca resistência para o aumento da mistura com a gasolina, o setor do biodiesel vem enfrentando dificuldades. Dentre elas está a suspensão, por tempo indeterminado, da elevação da mistura para 15% (B15), que deveria entrar em vigor no início de março, mas o aumento foi adiado na última reunião do CNPE. O biodiesel também é objeto de um pedido das distribuidoras para a suspensão total da mistura por 90 dias. O argumento é que o período seria usado para avançar com a regulamentação da lei que alterou o RenovaBio. As empresas também pretendem concluir o consórcio com a ANP para o fornecimento de equipamentos capazes de medir o teor de biodiesel in loco.

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