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Megaoperação contra lavagem de dinheiro do PCC em postos aponta mais cinco grupos criminosos

A megaoperação da semana passada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) mostra que, além da facção criminosa, o esquema bilionário de lavagem de dinheiro envolvendo postos de combustíveis e fintechs contou com a participação de mais cinco grupos criminosos. De acordo com a força-tarefa, são eles: Grupo Mohamad - liderado por Mohamad Hussein Moura e Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco", atuava na cadeia de produção de combustíveis, incluindo usinas de cana-de-açúcar, distribuidoras, formuladores, empresas químicas, postos, lojas de conveniências e padarias. Seus integrantes, incluindo familiares de Mohamad, são acusados, por exemplo, de fraudar bombas de combustíveis, adicionando metanol a gasolina e ao álcool, montando uma espécie de cartel. Mantinham ligação com traficantes de drogas e armas do PCC. Grupo Ricardo Romano e Potenza - o empresário Ricardo Romano é suspeito de lavar dinheiro para o crime organizado por meio de postos de combustíveis e lojas de conveniência. Segundo a força-tarefa, ele tem envolvimento com o PCC e participava de esquema de sonegação fiscal, usando "laranjas" para ocultar a origem de seus bens. A Potenza Atacadista tem ligação com Romano. É uma empresa de fachada usada para ocultar verdadeiros beneficiários de rede de lojas de conveniência que visava lavar dinheiro para a organização criminosa. Um de seus sócios, Gilvan Ferreira, tem condenação por associação ao tráfico de drogas; Família Cepeda Gonçalves - responsável pela Rede Boxter, foi identificada como tendo atuação no setor de combustíveis e conexões com organizações criminosas. O grupo é formado por Natalício Pereira Gonçaves e seus filhos. A rede deles possui postos de combustíveis; Irmãos Salomão - esse grupo tinha contato com Vinicius Gritzbach e José Carlos Gonçalves, o "Alemão" _ ambos conhecidos por lavarem dinheiro para criminosos e para o PCC. Gritzbach foi morto em 2024; Grupo Manguinhos - refinaria de combustíveis, que atualmente se chama Refit, passou a operar em favor do grupo Mohamad. Se associou a família Mohamad, que estabeleceu filiais de distribuidoras e terminais em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, indiciando uma atuação coordenada. Ainda segundo a investigação, membros do PCC se infiltravam em instituições financeiras e adquiriam postos de combustíveis para lavar dinheiro, como o obtido com o tráfico de drogas. Os envolvidos são acusados de cometer crimes contra a ordem econômica, fraude fiscal e estelionato a partir da adulteração de combustíveis. A Justiça também determinou o cumprimento de mandados de prisões. A operação ocorreu na última quinta-feira (28) em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Segundo a investigação, com esse esquema, o PCC adquiriu mais de R$ 30 bilhões em bens patrimoniais no Brasil, como ações em fintechs (algumas na Avenida Faria Lima, na capital paulista), propriedades em fazendas de cana-de-açúcar e postos de combustíveis. Segundo a Receita Federal, R$ 7,6 bilhões deixaram de ser declarados em São Paulo. A sonegação fiscal também foi verificada em outros estados. Além da Receita, também participam da megaoperação a Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) de São Paulo, entre outros Ministérios Públicos estaduais. Esses órgãos contam com o apoio da Polícia Militar (PM) e da Polícia Civil locais. A força-tarefa juntou três operações: Carbono Oculto, do MP, e Quasar e Tank, da PF, e, juntos, promotores e policiais visam desarticular o envolvimento do PCC no esquema criminoso. Segundo as autoridades, a facção controlava a cadeia produtiva de combustíveis desde a produção, em fazendas de cana, até o momento em que "batizava" gasolina com metanol. Depois aplicava o dinheiro do esquema criminoso em investimentos financeiros. Quem saiu prejudicado nisso foi o consumidor, que pagou por combustível adulterado em seu veículo. Para ter acesso a fazendas, postos e fintechs, o PCC usava "laranjas", pessoas contratadas para se infiltrar e participar da fraude. Dos 14 mandados de prisões decretados pela Justiça, as autoridades conseguiram prender 6 dos investigados na quinta passada: João Chaves Melchior: ex-policial civil; Ítalo Belon Neto: empresário setor de combustíveis; Rafael Bronzatti Belon: dono de empresa de serviços financeiros; Gerson Lemes; Thiago Augusto de Carvalho Ramos: empresário do setor de combustíveis; Rafael Renard Gineste: empresário, sócio-administrador fintech. Mais oito investigados não foram localizados, e a Polícia Federal pediu a inclusão dos nomes e das fotos deles na Interpol. Eles entraram na difusão vermelha, que é um mecanismo para o compartilhamento de informações de foragidos internacionais. Na prática, a inclusão permite que os suspeitos sejam localizados pelas polícias de 196 países-membros da maior organização policial do mundo. Veja quem são os oito foragidos: Mohamad Hussein Mourad, conhecido como "João", "Primo" ou "Jumbo": é apontado como "epicentro" do esquema pelo MP; Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco": considerado pelos investigadores como "colíder" da organização criminosa; Daniel Dias Lopes: chamado de "pessoa chave" na organização criminosa por ter ligação com distribuidoras de combustíveis de Mohamad; Miriam Favero Lopes: esposa de Daniel e sócia de empresas ligadas ao esquema; Felipe Renan Jacobs: empresário do setor de combustíveis; Renato Renard Gineste: empresário do setor de combustíveis; Rodrigo Renard Gineste: dono de varejista de roupas; Celso Leite Soares: dono de empresa que cultiva cana-de-açúcar no interior de São Paulo. A equipe de reportagem não conseguiu localizar as defesas dos grupos investigados, dos suspeitos presos nem dos procurados para comentarem o assunto. Os investigadores identificaram mais de 300 postos que atuavam nessas fraudes. Já o setor estima um impacto maior, em cerca de 30% dos postos em todo o estado de São Paulo, em torno de 2.500 estabelecimentos. A Receita Federal também identificou ao menos 40 fundos de investimentos, com patrimônio de R$ 30 bilhões, controlados pelo PCC. Segundo o órgão, as operações aconteciam justamente no mercado financeiro de São Paulo, por meio de membros infiltrados na Avenida Faria Lima.

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Opep+ considerará novo aumento da produção de petróleo no domingo, dizem fontes

A Opep+ considerará aumentar ainda mais a produção de petróleo em uma reunião no domingo, disseram duas fontes familiarizadas com as discussões, conforme o grupo de produtores busca recuperar sua participação de mercado. A Opep+ reverteu sua estratégia de cortes na produção a partir de abril e já aumentou as cotas em cerca de 2,5 milhões de barris por dia, aproximadamente 2,4% da demanda mundial, para elevar a participação de mercado e sob pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para reduzir os preços do petróleo. Mas esses aumentos não conseguiram derrubar os preços do petróleo, que são negociados perto de US$70 por barril, apoiados pelas sanções ocidentais contra a Rússia e o Irã, incentivando novos ganhos de produção em rivais como os Estados Unidos. Outro aumento na produção significaria que a Opep+, que bombeia cerca de metade do petróleo do mundo, estaria começando a desfazer uma segunda camada de cortes de cerca de 1,65 milhão de barris por dia, ou 1,6% da demanda mundial, mais de um ano antes do previsto. Oito países da Opep+ devem realizar uma reunião on-line no domingo para decidir sobre a produção de outubro. A Opep+ inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, além da Rússia e outros aliados. Há também uma chance, segundo alguns analistas e uma fonte da Opep+, de que o grupo possa pausar os aumentos para outubro. Uma decisão final ainda não foi tomada, disse a fonte da Opep+. A sede da Opep e as autoridades da Arábia Saudita não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. O petróleo bruto Brent estava sendo negociado perto de US$ 68 nesta quarta-feira, uma queda de mais de 1% no dia, mas acima da mínima de 2025 de US$ 58 alcançada em abril. (Reuters)

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Biometano ajudará a reduzir ainda mais a pegada de carbono do etanol e açúcar brasileiros

Substituir o diesel pelo biometano na frota de caminhões da indústria sucroalcooleira pode ajudar a reduzir ainda mais a pegada de carbono do açúcar e etanol brasileiros, na visão do diretor de novos negócios da Copersucar, Daniel do Valle. Em entrevista ao estúdio eixos no 12º Fórum do Biogás, o executivo disse a troca é uma eldquo;oportunidade já latenteerdquo; e que o biometano já consegue ser competitivo, hoje, contra o diesel endash; e com o diferencial da descarbonização. Assista na íntegra acima Ele cita que de 3% a 4% do consumo do diesel no Brasil vem do setor sucroenergético. eldquo;Então nós, como somos, obviamente, líderes de usinas, de unidades, temos o potencial de substituir, primeiro, o diesel que transporta a cana do campo para a unidade de processamento. E isso, além de economizar, traz o benefício de gente, também, descarbonizar mais um pouquinho o etanol e o açúcar com pegada de carbonoerdquo;, comentou. Daniel do Valle conta, ainda, que existe um potencial interessante de substituição do diesel pelo biometano na frota própria de caminhões da Copersucar e que movimenta o açúcar e o etanol para os clientes endash; além da descarbonização da frota de terceiros. eldquo;Pela nossa relação de fornecimento de açúcar no mercado doméstico, temos mais de 400 clientes, dentre os grandes consumidores industriais de açúcar. Então por que não esses clientes receberem o açúcar com pegada de carbono na distribuição usando biometano e também, na frota deles, substituírem por biometano? Então esse é um outro pilarerdquo;, afirmou.

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Etanol cai em 15 estados e DF e é competitivo em seis

Os preços médios do etanol hidratado caíram em 15 estados e no Distrito Federal na semana de 24 a 30 de agosto, subiram em 5 e ficaram estáveis em 6 estados. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pelo AE-Taxas. Nos postos pesquisados pela agência em todo o país, o preço médio do etanol recuou 0,48% na comparação com a semana anterior, a R$ 4,15 o litro. Em São Paulo, principal estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, o preço subiu 0,25% na comparação semanal, a R$ 3,98 o litro. A maior queda porcentual na semana, de 6,41%, foi registrada em Goiás. A maior alta no período, no Acre, foi de 13,66%. O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,19 o litro, em São Paulo. O maior preço, de R$ 6,49, foi observado em Pernambuco. Já o menor preço médio estadual, de R$ 3,86, foi registrado em Mato Grosso do Sul, enquanto o maior preço médio foi verificado no Acre, de R$ 5,99 o litro. Etanol é mais competitivo em seis estados O etanol mostrou-se mais competitivo em relação à gasolina em seis estados na última semana de agosto. Na média dos postos pesquisados no país, o etanol tinha paridade de 67,26% ante a gasolina no período, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme o levantamento da ANP compilado pelo AE-Taxas. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. O etanol é mais vantajoso em relação à gasolina nos seguintes estados: Goiás (65,89%); Mato Grosso (65,98%); Mato Grosso do Sul (65,00%); Minas Gerais (68,47%); Paraná (67,64%) e São Paulo (65,89%). (Estadão Conteúdo)

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Exclusão de biodiesel de leilão de energia suspende investimento de R$ 500 milhões, diz Binatural

A exclusão de biocombustíveis como biodiesel de um leilão de reserva de capacidade de energia elétrica no Brasil levou à suspensão de um investimento de meio bilhão de reais da Binatural, disse o CEO da empresa à Reuters. Segundo André Lavor, a Binatural estava em fase avançada de negociação com uma das maiores termelétricas do Brasil, localizada no Nordeste, para viabilizar o que ele chamou de primeiro complexo termelétrico sustentável do Brasil. "A construção de uma usina de biodiesel atrelada a uma termoelétrica existente... Esse investimento robusto foi suspenso pela exclusão do biodiesel nos leilões", disse o executivo. Além do investimento, a usina de biodiesel projetada ampliaria a produção nacional em 540 milhões de litros por ano. Esse biocombustível é feito majoritariamente com óleo de soja no Brasil. A Binatural atua há cerca de 19 anos no setor, operando atualmente duas usinas emdash;uma em Formosa (GO) e outra em Simões Filho (BA), com capacidade produtiva conjunta superior a 600 milhões de litros por ano. Procurado, o Ministério de Minas e Energia afirmou que as diretrizes do leilão de reserva de capacidade, previsto para 2026, "foram propostas no sentido de oferecer maior flexibilidade operacional ao sistema elétrico, estimular a competição entre as diferentes fontes incluídas no planejamento do certame e, consequentemente, trazer maior benefício ao consumidor". O ministério afirmou ainda que já existem políticas públicas endereçadas para o setor de biodiesel, como os mandatos do E30 e do B15, que aumentaram a adição do etanol anidro na gasolina e de biodiesel no diesel. A nota do ministério acrescentou que, só com o B15, estão previstos mais de R$5 bilhões em novos investimentos em usinas e unidades de esmagamento de soja, além da geração de mais de 4 mil postos de trabalho, "sem contar as 5 mil novas famílias da agricultura familiar que devem ser incorporadas ao Programa Selo Biocombustível Social". BAIXO CARBONO A exclusão do biocombustível, afirmou a Binatural, ocorreu ao mesmo tempo em que o governo abriu espaço para combustíveis fósseis, incluindo carvão mineral, óleo combustível e óleo diesel para movimentar as termelétricas. "Essa decisão ocorre justamente quando o Brasil se prepara para sediar a COP30, em Belém, e busca apresentar ao mundo uma agenda climática centrada na redução de emissões e na transição para uma economia de baixo carbono. O cenário gera uma percepção de contradição...", disse Lavor. Segundo a Binatural, até o momento não foram apresentados estudos detalhados que justifiquem a exclusão dos biocombustíveis. As Notas Técnicas nº 84 e 85/2025 citam aspectos de custos, prazos e logística, "mas de forma genérica", disse a empresa, que refutou também posições contra a viabilidade do biodiesel em grandes motores. O leilão de reserva de capacidade está atualmente em consulta pública. A companhia afirmou que o biodiesel já é um ativo estratégico para a segurança energética nacional. Hoje, o setor conta com mais de 60 usinas em todas as regiões, com capacidade produtiva superior a 15 bilhões de litros por ano e que operou em 2024 com apenas 59,5% de ocupação, segundo dados citados pela Binatural. (Reuters)

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BNDES ajuda na criação da segunda maior reciclagem de óleo do mundo

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou um financiamento de R$ 400 milhões para a Lwart Soluções Ambientais expandir sua fábrica de rerrefino de óleo lubrificante usado. Esse é o maior projeto de economia circular na indústria já apoiado pela instituição financeira. A empresa processa lubrificantes usados ou contaminados, recolhidos em postos de combustíveis, oficinas mecânicas e indústrias, e o transforma em óleo mineral sustentável. Posteriormente, esse óleo é revendido para outras indústrias, que o transformam em lubrificante para a venda ao consumidor final. Parte dos recursos saiu do Fundo Clima (R$ 320 milhões) e outra parcela, do Finem (R$ 80 milhões), que representam 56% do total previsto de investimento (R$ 713 milhões) na expansão da fábrica, localizada em Lençóis Paulista (SP). Segundo o BNDES, com o crédito, a Lwart ampliará sua capacidade anual de processamento em 144 mil m³, tornando-se a segunda maior empresa do mundo nesse ramo. Atualmente, a unidade processa cerca de 240 mil m³ de óleo, que resultam em 178 mil m³ do insumo a ser recondicionado antes da venda final ao consumidor. "Este projeto evitará a emissão de 501.707,36 toneladas de COe#8322; equivalente por ano que seria gerada caso o óleo mineral básico fosse obtido via refino de petróleo virgem", diz o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

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