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RS mira hidrogênio em estratégia de descarbonização; SP quer alavancar biometano

O governo do Rio Grande do Sul divulgou esta semana sua estratégia de descarbonização e quer usar o potencial do estado para produção de hidrogênio verde como vitrine. Há pouco mais de um ano, o RS entrou para a cobertura climática como um exemplo de como a crise provocada pelos combustíveis fósseis e desmatamento está ficando cada vez mais intensa, após as enchentes que causaram prejuízos bilionários e deslocaram centenas de milhares de pessoas de suas casas. A tragédia aumentou a pressão por uma agenda de transição energética, inclusive para substituir o carvão e encontrar outras alternativas econômicas para quem depende do combustível fóssil. eldquo;A tragédia meteorológica que atingiu o Rio Grande do Sul no ano passado demonstrou que precisamos agir agora, e que este é o momento de mostrar um Estado ainda mais forte e resilienteerdquo;, discursou o governador Eduardo Leite (PSD), durante o lançamento na segunda (2/6). Segundo Leite, o incentivo a iniciativas de baixo carbono já estavam no radar, mas o governo resolveu antecipar iniciativas alinhadas com o Plano Rio Grande, elaborado para reconstrução do estado após as enchentes. A primeira ação da estratégia de descarbonização é justamente o hidrogênio verde. No mesmo evento, o governo lançou um edital no valor de R$ 102,4 milhões para apoiar empreendimentos de produção, transmissão, armazenamento e uso do hidrogênio verde. Realizada em parceria com o Badesul, a iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde e prevê até R$ 30 milhões em subvenção por projeto. Dilema do carvão Duas das maiores usinas termelétricas a carvão do país estão em terras gaúchas: Pampa Sul, com 345 megawatts (MW), e Candiota III, com 350 MW. As unidades foram alvos de desinvestimentos de grandes grupos com metas de descarbonização do portfólio. Em busca de uma solução para o setor endash; e os trabalhadores que serão impactados caso elas sejam desativadas endash; o estado contratou um estudo da WayCarbon para indicar caminhos para uma transição justa. O estudo foi paralisado em janeiro de 2025 por uma decisão judicial, mas os trabalhos foram retomados em fevereiro, com consulta à comunidade afetada pelas atividades carboníferas. A previsão é entregar os resultados no final de 2025. Mas o encerramento das usinas a carvão pode demorar. No sul do estado, a termelétrica de Candiota está parada desde janeiro de 2025, aguardando uma definição do Congresso Nacional sobre os vetos na lei das eólicas offshore. Em fevereiro, Leite foi a Brasília negociar com o governo federal a edição de uma medida provisória que viabilize o retorno às operações de usinas a carvão do estado. A ideia é conseguir uma política semelhante à aprovada no governo de Jair Bolsonaro (PL) para a transição justa de Santa Catarina. Ao criar o Programa de Transição Energética Justa, em janeiro, a Lei 14.299/2022 determinou que a União prorrogue a outorga do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda até 2040; e criou o programa para preparar a região carbonífera para novos usos do mineral e zerar as emissões líquidas de carbono da geração termelétrica a partir de 2050. Biometano em São Paulo Nesta quinta (5/6), em uma ação para o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de São Paulo firmou parceria com a World Biogas Association (WBA) para cooperação em políticas e definições de padrões na indústria de biogás e biometano. O estado mira a ampliação da produção e uso de gás renovável. Um estudo da Fiesp (.pdf), em parceria com a Semil, estima a oferta potencial de biometano em 6,4 milhões de m³ por dia, volume equivalente a quase metade do consumo total de gás natural em São Paulo e a 25% do consumo de óleo diesel no setor de transporte endash; hoje a produção é inferior a 1 milhão de m³ por dia. A maior parte desse gás (80%) pode vir do setor sucroenergético endash; aproveitando a vinhaça, um subproduto da produção de etanol. Outros 20% podem ser gerados em aterros sanitários, a partir da decomposição da matéria orgânica.

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Grupo de trabalho da ANP conclui estudos sobre regulamentação do biometano

Foram concluídos, em 30/5, os trabalhos do grupo criado pela ANP para estudar a regulamentação relativa ao biometano, no âmbito do Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano. O grupo de trabalho (GT) foi formado por cinco diferentes áreas técnicas da Agência. Como resultado dos trabalhos do GT, foram incluídas duas ações sobre o biometano na Agenda Regulatória 2025-2026: - Individualização de metas de redução de emissões no setor de gás por meio da utilização do biometano, a partir dos critérios a serem trazidos em decreto, e formas de apuração do cumprimento de tais metas; - Critérios para emissão e lastro de Certificado de Garantia de Origem de Biometano (CGOB). Entre as atividades do grupo de trabalho, estiveram estudos, reuniões com diversos agentes de mercado envolvidos no tema e interações com o Ministério de Minas e Energia (MME), de modo a viabilizar a regulamentação do biometano alinhada à política energética nacional e com celeridade. A Agência enviou, inclusive, contribuições técnicas à minuta de decreto regulamentador submetida a consulta e audiência públicas pelo MME em maio de 2025. Concluída a atuação do grupo de trabalho, a ANP passará agora a dar andamento às ações incluídas na Agenda Regulatória, que seguirão os ritos legais para possíveis publicações de futuras resoluções. O GT concluiu que, nesse caso, não é necessária a realização de análise de impacto regulatório (AIR), uma vez que o objetivo é disciplinar obrigações definidas em norma hierarquicamente superior endash; como previsto na regulamentação legal sobre AIR. O grupo de trabalho sobre biometano foi criado pela ANP após a publicação da Lei no 14.993/2024 (Lei do Combustível do Futuro), com os seguintes objetivos: i) avaliar as competências para a Agência trazidas no Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano, que determina mandato de redução de emissões, pelo uso de biometano, no mercado de gás natural a partir de 01/01/2026; e ii) iniciar estudos para o desenvolvimento da regulação em questão.

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Saiba qual das principais BRs tem os combustíveis mais caros do país

A BR-101 continua liderando o ranking das rodovias com os combustíveis mais caros do país, de acordo com o mais recente Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), divulgado nesta semana. O levantamento compara os preços médios de gasolina, etanol e diesel em quatro das principais rodovias federais brasileiras: BR-101, Régis Bittencourt, Presidente Dutra e Fernão Dias. Segundo os dados de maio, a BR-101 apresentou os seguintes preços médios: Diesel comum: R$ 6,23 (queda de 3,11% em relação a abril) Diesel S-10: R$ 6,31 (recuo de 2,47%) Gasolina: R$ 6,45 (redução de 1,07%) Etanol: R$ 4,92 (diminuição de 0,81%) De acordo com Renato Mascarenhas, diretor da Edenred Mobilidade, os preços elevados na BR-101 são consequência de fatores estruturais e logísticos. eldquo;A rodovia atravessa regiões distantes dos centros de refino e distribuição, o que eleva os custos de transporte. Além disso, a quantidade limitada de postos ao longo da via reduz a concorrência, contribuindo para a manutenção de preços mais altos diante de uma demanda constanteerdquo;, afirma. Em contrapartida, os preços mais baixos para alguns combustíveis foram registrados em outras rodovias: Diesel comum: Régis Bittencourt endash; R$ 5,88 (queda de 6,81%) Diesel S-10: Régis Bittencourt endash; R$ 6,07 (queda de 4,41%) Etanol: Régis Bittencourt endash; R$ 4,46 (alta de 1,59%) Gasolina: Presidente Dutra endash; R$ 6,30 (sem variação em relação a abril) O IPTL é calculado com base em abastecimentos realizados em 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log, utilizando dados de uma frota de mais de 1 milhão de veículos. Com uma média de oito transações por segundo, o índice oferece alta confiabilidade e precisão na análise do comportamento dos preços dos combustíveis no país.

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Vale e Cummins avançam em testes para caminhões de grande movidos a diesel e etanol

A Vale (VALE3) informou que sua parceira de soluções de energia Cummins iniciou novos testes nos Estados Unidos para desenvolver um caminhão fora de estrada movido a etanol e diesel. Anunciado em 2024 pela Vale, o programa eldquo;Dual Fuelerdquo; busca adaptar motores a diesel existentes nos caminhões fora de estrada da Komatsu, também parceira no projeto, para operar com uma mistura de etanol e diesel, reduzindo emissões de gases de efeito estufa. A previsão é que os testes de bancada do motor QSK60 ocorram o próximo ano, na fábrica de motores da Cummins em Seymour, Indiana (EUA). Em 2026, devem ser iniciados testes de campo nas instalações da Komatsu, no Arizona (EUA). Com o projeto, as companhias planejam que caminhões da Komatsu que transportam de 230 a 290 toneladas de minério sejam os primeiros veículos desse porte a funcionar com etanol no tanque, com até 70% do biocombustível na mistura. eldquo;Seguimos avançando em nossos projetos de descarbonização, reforçando o compromisso da Vale com o temaerdquo;, disse em nota o vice-presidente executivo de Operações da Vale, Carlos Medeiros. eldquo;O etanol é um insumo prioritário para alcançar nossa meta de reduzir o uso de diesel em nossas operações, mantendo a confiabilidade e a excelência operacional.erdquo; A Vale explicou que a nova célula de testes da Cummins acomoda uma eldquo;amplaerdquo; gama de motores de alta potência emdash; com tanques de combustível de 38 a 95 litros de capacidade emdash; e eldquo;garantem uma transição perfeita de uma variedade de tipos de combustíveis alternativos para diversos cenários de testeerdquo;. O projeto é uma das importantes apostas da Vale em curso para cumprir sua meta de reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa de escopo 1 e 2 em 33% até 2030. Isso porque o caminhão de transporte é um dos maiores consumidores de diesel e, portanto, um grande emissor de gases de efeito estufa dentre os equipamentos de mineração. Segundo a Vale, a escolha do etanol como alternativa ao diesel se justifica pelo fato de já ser um combustível amplamente adotado no Brasil, com uma rede de abastecimento estabelecida. (Reuters)

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"São Paulo vai ser o primeiro estado a substituir o diesel", diz Tarcísio

Durante evento nesta quarta-feira (5), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que o estado será o primeiro do Brasil a substituir o uso do diesel por alternativas renováveis. A fala ocorreu durante celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Parque Villa-Lobos em São Paulo. "São Paulo vai ser o primeiro estado do Brasil a substituir o diesel. A gente tem uma fortaleza chamada cana de açúcar, uma relação enorme biomassa e energia. A gente tem etanol de primeira e segunda geração, biogás, biometano, gerando fertilizando e combustíveis sustentáveis de aviação", afirmou o governador. O biometano é uma aposta de Tarcísio, "que vem das nossas usinas de etanol, que vai vir dos nossos aterros sanitários", disse. A declaração vem na esteira de medidas anunciadas em relação à descarbonização e a energia limpa. Uma delas é o eldquo;Conecta Biometano SPerdquo;, plataforma digital para interligar fornecedores e interessados, disponível também em aplicativo para celular. Além disso, foi assinado o acordo de cooperação internacional com a World Biogas Association para promoção do biometano. Durante o evento, o governador relembrou sobre as queimadas no estado de São Paulo, em 2024, e assinou cinco decretos. Entre eles, um que dispõe sobre a apuração de crimes ambientais e sanções para estes casos.

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Visa lança iniciativa de olho na fatia do Pix no Brasil

A Visa anunciou nesta quinta-feira (5) uma nova empresa no Brasil focada em soluções digitais de movimentação financeira, de olho na fatia do Pix no mercado. A Visa Conecta aposta em uma experiência de pagamento simplificada, eliminando a necessidade de redirecionamento para aplicativos bancários. A solução permitirá que consumidores façam transferências via Pix com apenas um clique, após um vínculo inicial com sua conta bancária. O uso do Pix bateu recorde no ano passado, com movimentação de R$ 26,455 trilhões, segundo dados do Banco Central (BC). O montante recorde representa uma alta de 54% ante o valor movimentado no ano anterior, de R$ 17 trilhões. Ao longo do ano passado, foram realizadas 63,51 bilhões de operações utilizando a ferramenta de pagamento, 52,4% a mais do que em 2023. Para o diretor executivo da Visa Conecta, Leonardo Enrique Silva, a expectativa é de que o modelo melhore as taxas de conversão no e-commerce e traga mais comodidade ao usuário final. "A empresa nasce como um hub para o desenvolvimento de negócios que vão além dos trilhos tradicionais do cartão", afirma. A Visa Conecta é parte do grupo global Visa Inc, que também controla a operação da Visa no Brasil. Com uma estrutura apartada e governança específica, a nova companhia conta com um CNPJ único devido exigências regulatórias do Banco Central. A licença para a Visa Conecta ser uma iniciadora de transação de pagamento (ITP) foi submetida em novembro de 2024. Agora, Silva acredita que o funcionamento dos serviços de iniciação de pagamentos para os consumidores comece em setembro. Mas, enquanto a empresa aguarda a autorização do BC, a solução é oferecida através da licença do seu parceiro, a Celcoin, além de construir com este apoio a conectividade do ecossistema do Open Finance. Com presença em mais de 200 países, a Visa Inc tem investido globalmente em tecnologias que permitam pagamentos mais rápidos, seguros e integrados. O lançamento da Visa Conecta reforça essa ambição e posiciona a empresa americana como protagonista da transformação digital do sistema financeiro no Brasil. *Com informações do Estadão Conteúdo

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