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Brasil chega à COP-30 com oportunidades e desafios, apontam especialistas

O Brasil chega à COP-30, que será realizada em novembro na cidade de Belém (PA), com uma agenda marcada por oportunidades e desafios, de acordo com especialistas que participaram do Estadão Summit ESG 2025, realizado em São Paulo nesta quinta-feira, 21. Durante o painel COP-30: a Conferência Mundial, o Propósito e a sua Importância, Renata Piazzon, diretora executiva do Instituto Arapyaú, destacou que o País possui posição de destaque no setor de biocombustíveis, com etanol consolidado, biodiesel em expansão e novas frentes como biogás, biometano, SAF (combustível sustentável de aviação) e hidrogênio verde. eldquo;Essa diversidade de soluções coloca o Brasil em condições de atender sua própria transição energética e também de oferecer alternativas ao mercado internacionalerdquo;, afirmou. Apesar das oportunidades, ela afirma que o País ainda não consegue projetar sua liderança de forma global. eldquo;Falta traduzir e comunicar ao mundo as soluções maduras já disponíveis, posicionando o Brasil como um hub climático. Nesse contexto, a COP-30 representa uma chance de consolidar esse protagonismo. Mostrar os avanços nacionais e abandonar a elsquo;síndrome do vira-lataersquo; é fundamental para fortalecer a imagem brasileiraerdquo;, destacou. O setor filantrópico, segundo Renata, também pode desempenhar papel importante nesse processo, apoiando a escalabilidade das iniciativas por meio de mecanismos como o financiamento híbrido, que alia capital social a investimento privado para ampliar o impacto das soluções sustentáveis. Três prioridades Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, destacou que três prioridades foram definidas pela presidência da conferência. eldquo;A primeira é a adaptação. Diante dos impactos já visíveis da crise climática, a meta global de adaptação vem sendo construída há anos e agora entra na fase decisiva de definição de indicadores, tarefa mais complexa do que estabelecer limites de temperatura ou metas de redução de emissõeserdquo;, disse. O segundo ponto é o diálogo entre os países sobre a implementação do balanço global aprovado em 2023, que avaliou os avanços em relação ao Acordo de Paris e apontou a necessidade de correções de rumo. eldquo;No entanto, ainda há incertezas sobre como esse diálogo será conduzido, afirmou. A terceira prioridade é a transição justa, com um programa de trabalho que busca colocar a justiça social no centro das decisões sobre as transformações profundas que o mundo enfrentará nos próximos anos. Além disso, Stela ainda destacou que o fato de a COP-30 ocorrer na Amazônia torna inevitável a presença de debates sobre floresta, biodiversidade e povos da floresta, embora esses temas não façam parte formal da agenda de negociação. eldquo;Outra questão que deve marcar a conferência é o financiamento climático, considerado um dos legados mais complexos deixados pela COP-29erdquo;, disse. Papel do setor privado Paulo Pianez, diretor global de sustentabilidade da Marfrig e BRF, afirmou que setor privado tem papel essencial no enfrentamento das mudanças climáticas e no cumprimento das metas estabelecidas pelas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). eldquo;Embora não atue diretamente nas negociações internacionais, a responsabilidade do setor privado é decisiva em todos os segmentos, especialmente na agroindústria, que está diretamente ligada ao uso da terra. No Brasil, mais de 70% das emissões estão relacionadas a essa atividade, seja pelo desmatamento ou pelo uso da terra para produçãoerdquo;, disse. No caso da pecuária bovina, a participação nas emissões é ainda mais expressiva. Segundo ele, empresas como a Marfrig e BRF mostram que é possível conciliar produção e conservação, com base em dados auditados. eldquo;Temos exemplos concretos que mostram ser viável dobrar a produção em áreas menores que as atuais, por meio da recuperação de terras degradadas e de práticas que tornam essas áreas novamente produtivaserdquo;, disse.

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ANP habilita primeiro produtor de etanol dos EUA para emitir CBIOs

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou na terça-feira (19/8), o primeiro certificado de importação eficiente de biocombustíveis. O etanol anidro produzido a partir de milho será importado pela Copersucar e produzido pela empresa Plymouth Energy LLC, em Iowa, nos Estados Unidos. Com o certificado, o biocombustível produzido nos EUA poderá gerar créditos de descarbonização (CBIOs). Apesar de previsto na regulamentação da ANP desde 2018, este foi o primeiro caso de certificação para importadores recebido pela Agência. A contratação da certificadora ocorreu em janeiro deste ano. A consulta pública foi realizada pela firma inspetora entre fevereiro e março, e o relatório final da certificação foi concluído no fim de março. A aprovação coloca em xeque o argumento do presidente dos EUA, Donald Trump, que considera o Renovabio um exemplo de barreira comercial. eldquo;Os produtores não brasileiros de biocombustíveis não são elegíveis para participar e se qualificar para créditos de carbono no âmbito do programaerdquo;, diz o relatório anual do governo dos Estados Unidos sobre o tema. eldquo;Os Estados Unidos continuam a se envolver com o Brasil, inclusive por meio de comentários formais sobre as recentes revisões preliminares do RenovaBio, para instar o Brasil a revisar suas regulamentações e permitir que os produtores americanos sejam tratados igualmente no programaerdquo;, completa.

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ANP autoriza perfuração para estudo de armazenamento de carbono da FS

A diretoria colegiada da Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou, nesta quinta-feira (21/8), o pedido da produtora de etanol de milho FS para aquisição de dados geocientíficos no poço 2-FSAS-1-MT, na Bacia do Parecis. A relatora do caso foi a diretora Symone Araújo. A metodologia aprovada consiste na realização de perfurações, perfilagens e testemunhos, incluindo de atividade com água. Com isso, a empresa pode iniciar a perfuração para explorar o subsolo, mas o início das obras para injeção do CO2 ainda depende da licença ambiental de instalação (LI). Na etapa autorizada pela ANP, o objetivo é avaliar a viabilidade de estocagem de carbono na bacia para o projeto de BECCS (bioenergia com captura e armazenamento de carbono) na usina de etanol em Lucas do Rio Verde. A companhia espera iniciar, em 2026, a injeção do CO2 capturado da produção de etanol. eldquo;As atividades de pesquisa e estudos para a realização de projetos inovadores, de integração entre a produção de biocombustíveis e a captura e estocagem geológica de carbono, BECCS, se harmonizam com as diretrizes de política energética nacionalerdquo;, justificou Araújo. A diretoria citou trecho da Lei do Petróleo que estabelece como objetivo a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, por meio de uso de biocombustíveis, hidrogênio e captura e estocagem de CO2. A FS busca eldquo;ser a primeira companhia com biocombustível com pegada negativa de carbonoerdquo;, disse o vice-presidente de operações da empresa, Everson Medeiros, em entrevista à agência eixos em junho. No ano passado, a empresa fez a perfuração do poço exploratório para confirmação das características geológicas. Segundo Medeiros, serão cerca de R$ 500 milhões de investimento, incluindo as tecnologias de captura de carbono e a construção de planta de compressão do CO2.

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Evento reúne ANP e distribuidoras de combustíveis para ANP debater regulação e fiscalização

Foi realizada, em 20/8, a 2ª Jornada de Integração ANP - Brasilcom (Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis). O evento ocorreu no Rio de Janeiro e reuniu representantes da Agência e de distribuidoras. A 1ª Jornada foi realizada em 19/2/2025. A Diretora da ANP Symone Araújo participou presencialmente da abertura do encontro, seguida pelos Diretores Fernando Moura e Daniel Maia Vieira, que participaram remotamente. O Diretor-Geral em exercício, Bruno Caselli, enviou vídeo com mensagem sobre a Jornada. Em sua fala, a Diretora Symone Araújo abordou a importância do trabalho conjunto entre Agência e mercado, para construir soluções para as questões relevantes do setor. Ela destacou a Agenda Regulatória da ANP para o biênio 2025-2026, que reflete mudanças pelas quais o segmento de abastecimento (downstream) vem passando. eldquo;Temos visto os setores se transformando fortemente, como o usptream e o setor de gás. Mas entendo que o downstream, o abastecimento nacional, está passando por uma transformação muito grande, e talvez seja nossa nova fronteira desbravadora na regulação dentro da ANP. Assim, convido a todos nós começarmos a pensar qual vai ser o downstream do futuroerdquo;. O Diretor Fernando Moura também reforçou a relevância de espaços de diálogo entre a ANP e o setor regulado. eldquo;Temos feito um esforço muito grande para que as nossas resoluções reflitam a real necessidade do setor, sem abrir mão das questões regulatórias que são fundamentais para o bom andamento desse trabalho. Nosso principal dever é garantir o abastecimento nacional, através de uma regulação proativa, eficiente e, ao mesmo tempo, leve, o que é um desafio. Os dados e experiências de quem toca a operação são fundamentais para que a ANP possa entender o setor com profundidadeerdquo;. Seguindo a mesma linha, o Diretor Daniel Maia Vieira ressaltou a importância de a ANP ter uma escuta ativa junto aos agentes regulados. eldquo;Não podemos agir como meros ouvintes, é preciso haver interação com os agentes econômicos. Recebemos do setor documentos técnicos, sugestões e diagnósticos, informações com nível de inteligência em relação ao mercado. Isso tudo é muito produtivo e importante para nossa atuação. Uma vertente importante da regulação é a fiscalização. E temos visto de forma positiva os agentes se sentindo também responsáveis pela fiscalização do setor e alimentando a Agência com conhecimento, inteligência e sugestões. Isso reforça o potencial de colaboração que temoserdquo;. O Diretor-Geral destacou ações da ANP para garantir o abastecimento nacional, em especial diante de um cenário geopolítico internacional com conflitos, e para fortalecer ferramentas de inteligência na fiscalização. Ressaltou ainda a Agenda Regulatória da Agência: eldquo;Ela representa um instrumento fundamental de planejamento regulatório, alinhando os objetivos estratégicos da Agência às demandas do mercado de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Reflete ainda o compromisso da ANP com a inovação, a sustentabilidade e adaptação às novas legislações que impulsionam a descarbonização e uso de combustíveis renováveiserdquo;. No primeiro painel do evento, o superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP abordou o tema eldquo;Ações de fiscalização e o enfrentamento das fraudes no abastecimento nacionalerdquo;. Em seguida, o painel 2 teve como tema eldquo;Modernização regulatória, obrigações operacionais e o desafio da integridade logística no abastecimento nacionalerdquo;, apresentado pelo superintendente de Distribuição e Logística da Agência, Diogo Valerio. O terceiro e último painel foi apresentado pela superintendente de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos, Cristiane Monteiro, e tratou da eldquo;Evolução e controle da qualidade dos biocombustíveiserdquo;. O encerramento do evento foi realizado pela Diretora Symone Araújo, que reforçou a importância do segmento de downstream e da relevância do momento de transformação pelo qual passa o setor.

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Petróleo sobe apoiado por demanda firme e à espera de desdobramentos Rússia-Ucrânia

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, 21, apoiados pela forte queda nos estoques da commodity nos EUA na semana passada, divulgada na quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), que indicam demanda firme pelo óleo. No entanto, investidores seguem atentos aos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 1,29% (US$ 0,81), a US$ 63,52 o barril. Já o Brent para mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,24% (US$ 0,83), a US$ 67,67 o barril. Durante o pregão, o Brent negociado para novembro, que chegou a ter mais liquidez no dia, fechou em alta de 1,22% (US$ 0,81), a US$ 67,12 o barril. Os dados de estoques nos EUA indicam que a demanda por petróleo segue relativamente firme, mas questões geopolíticas e comerciais ainda mantêm os investidores cautelosos, avalia Rania Gule, da XS.com. eldquo;Qualquer alta de preços tende a ser limitada e temporária, já que o mercado enfrenta um risco de médio prazo de excesso de oferta, tornando qualquer sustentação de preços no longo prazo dependente de maior demanda global ou de menor produçãoerdquo;, acrescenta. Apesar de a redução dos estoques ter melhorado as perspectivas de curto prazo para a commodity, o humor mais amplo do mercado permanece negativo, segundo o ANZ Research. Investidores acompanham de perto as negociações para encerrar a invasão russa da Ucrânia, com a possibilidade de que um acordo de paz alivie restrições ao petróleo russo, observa o banco. O sentimento de baixa também é reforçado pelo desmonte acelerado dos cortes voluntários de produção da Opep+, de 2,2 milhões de barris por dia, apontam analistas. Na semana passada, os estoques de petróleo bruto dos EUA recuaram 6,014 milhões de barris, bem acima da queda projetada de 1,5 milhão. O movimento refletiu a queda das importações e o avanço das exportações, conforme dados divulgados na quarta pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). (Estadão Conteúdo)

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Diesel B registra recorde de 32,9 milhões de m³ no 1º semestre

O mercado de diesel B registrou recorde histórico no primeiro semestre de 2025, com vendas totais de 32,9 milhões de m³, marcando alta de 2,2% em relação ao mesmo período de 2024, conforme dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esse avanço é decorrente do crescimento das atividades agrícolas e industriais no país. eldquo;O índice ABCR confirmou essa tendência, mostrando aumento de 2,2% no fluxo de veículos pesados nas principais rotas pedagiadas em comparação ao ano anteriorerdquo;, destaca o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Bruno Cordeiro. Para o segundo semestre, a demanda por diesel será influenciada por alguns fatores. De acordo com Cordeiro, na ponta agrícola, o final da colheita do milho safrinha e o início do plantio da soja serão determinantes para a evolução do indicador, com as expectativas de um novo recorde da safra de soja para a temporada 2025/26 influenciando em um aumento do transporte de insumos aos campos, principalmente ao longo do terceiro trimestre. eldquo;Em contrapartida, a produção industrial menos aquecida nos últimos meses e a situação das tarifas norte-americanas podem frear o crescimento do consumo pelo setor industrial, impactando parcialmente as vendas totaiserdquo;, realça o analista. Diante desse cenário, a StoneX revisou levemente suas projeções de vendas de diesel B para 2025, reduzindo o crescimento esperado de 3% para 2,7%, totalizando 69,1 milhões de m³ no ano. Nordeste lidera crescimento de demanda por diesel B Nos primeiros seis meses de 2025, o Nordeste liderou o crescimento da demanda por diesel B, com 227 mil m³, em meio à um avanço expressivo das exportações de produtos agrícolas e da indústria de transformação. Com a expectativa de manutenção desse cenário no segundo semestre, a StoneX revisou levemente para cima as projeções de crescimento da região, de 1,8% para 2,1%. As regiões Sul e o Centro-Oeste registraram acréscimos de 173 mil m³ e 170 mil m³, respectivamente, beneficiados pela boa safra de soja no início do ano e pelo escoamento de grãos para os portos. eldquo;No Sudeste, o crescimento foi mais modesto, de 116 mil m³. Apesar do aumento do fluxo de grãos pelo estado de São Paulo (+9,3% nas exportações agrícolas), a queda da atividade industrial impactou negativamente as vendas, levando a StoneX a reduzir a projeção de crescimento da região de 1,9% para 1,3%erdquo;, ressalta Cordeiro. Demanda por biodiesel A cresce 1,6% Ao longo do primeiro semestre de 2025, a demanda por diesel A alcançou 28,7 milhões de m³, registrando alta de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024. De acordo com Bruno, o avanço mais moderado em comparação ao diesel B reflete a maior participação do biodiesel na mistura, já que o B14 está em vigor desde janeiro, enquanto em 2024 o B14 só começou a ser usado em março, após dois meses de B12. Para o segundo semestre, a entrada do B15 em agosto deve continuar limitando o crescimento do diesel fóssil. As projeções da StoneX indicam que, enquanto o diesel B deve registrar alta de 3,2% na segunda metade do ano, o consumo de diesel A deve crescer 1,3%, com o biodiesel acelerando sua participação no mercado. eldquo;No lado da oferta, a produção doméstica de diesel A recuou 2,6%, totalizando cerca de 23 milhões de m³. Com isso, as importações cresceram 13,2%, atingindo 7,9 milhões de m³, elevando a participação das compras externas na oferta total para 25,4%, ante 22,9% no mesmo período de 2024erdquo;, finaliza Cordeiro. (StoneX)

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