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Petróleo fecha em queda, com decisão do Fed e Opep no radar

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, nesta quarta-feira (01). A commodity chegou a subir logo cedo, mas inverteu o sinal após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manter os níveis atuais de produção. As baixas se estenderam depois que o relatório semanal do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) mostrou alta nos estoques dos EUA na última semana, mas finalizaram o dia no negativo, mesmo reduzindo perdas após decisão de juros do Federal Reserve (Fed). O petróleo WTI para março fechou em queda de 3,12% (US$ 2,46), em US$ 76,41 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para abril recuou 3,07% (US$ 2,62), a US$ 82,84 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O petróleo chegou a reduzir parte das perdas após a decisão de juros do Federal Reserve (Fed), de aumentar em 25 pontos-base (pb) os Fed Funds, a 4,50% e 4,75%, mas o pouco fôlego não foi suficiente para levar a commodity ao território positivo. O Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial (JMMC, na sigla em inglês) da Opep informou em comunicado, após se reunir hoje, que recomendou a manutenção da política atual de produção de seus integrantes. O acordo atual deve vigorar até o fim deste ano, lembrou o texto. A decisão veio conforme a expectativa dos mercados, mas houve piora dos contratos depois da notícia. O movimento de baixa do óleo se estendeu após o relatório semanal do DoE. Os estoques de petróleo dos EUA cresceram 4,14 milhões de barris na semana, ante previsão de estabilidade dos analistas consultados pelo Wall Street Journal. O Julius Baer comenta que um avanço nos preços dos contratos visto mais cedo neste ano parece ter perdido fôlego. A reabertura da China animou os mercados, mas os impactos nos fundamentos podem ter sido mais contidos, considera o banco. Com a produção crescendo, riscos políticos e a demanda estagnada no Ocidente, o Julius Baer acredita que o quadro aponta para preços mais baixos no mais longo prazo. eldquo;A reabertura da China parece ter perdido um pouco de sua influência no mercado de petróleoerdquo;, diz o banco.

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Crédito de ICMS na aquisição de combustível

Há diversas controvérsias envolvendo o setor de combustíveis e derivados de petróleo e as Fazendas Públicas Estaduais quanto à exigência do ICMS, e uma delas é a recorrente glosa de créditos do imposto tomados pelo contribuinte. Como se sabe, a regra geral de incidência do ICMS nas operações interestaduais determina a divisão do valor do imposto entre o Estado de origem e o Estado de destino. Todavia, o artigo 155, parágrafo 2º, X, eldquo;berdquo;, da Constituição Federal estabelece exceção a essa regra: a não incidência do ICMS sobre operações que destinem a outros Estados eldquo;petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivadoserdquo;. Ao exigir o estorno do crédito das operações interestaduais, viola-se o princípio da não cumulatividade do ICMS. Para ler esta notícia, clique aqui.

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País cria 2 milhões de empregos formais em 2022

O Brasil gerou 2,03 milhões de empregos com carteira assinada em 2022, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. O número representa queda de 26,6% em relação ao ano anterior endash; quando 2,77 milhões de vagas formais foram criadas. No ano passado, foram registrados 22,6 milhões de contratações e 20,6 milhões de demissões. A comparação com anos anteriores a 2020 endash; quando foram fechadas 192 mil vagas em decorrência do auge da pandemia endash; não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia do Caged. Em dezembro de 2022, foram fechados 431.011 postos formais, ante criação de 130.545 vagas em novembro (dado revisado ontem). O saldo positivo de vagas com carteira assinada em 2022 foi puxado pelo desempenho do setor de serviços, com a criação de 1.176.502 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 350.110 vagas. Na indústria, houve a criação de 251.868 vagas, enquanto a construção civil abriu 194.444 postos. Na agropecuária, foram abertas 65.062 vagas em 2022. Já o salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada chegou a R$ 1.944,17 em 2022. Comparado ao valor do ano anterior, houve redução real (descontada a inflação) de R$ 90,99. DESACELERAÇÃO. Economistas avaliam que neste ano a criação de postos com carteira assinada deve perder força. eldquo;Nos meses finais de 2022, já vínhamos observando um começo de perda de fôlego do saldo de vagaserdquo;, afirmou Helcio Takeda, economista da Pezco. eldquo;Caso a perda de fôlego da atividade fique mais evidente, veremos uma desaceleração clara do Cagederdquo;, diz o economista, que projeta saldo de 1,3 milhão de postos no ano. eldquo;Praticamente metade do acumulado do Caged em 2022 veio de serviços, muito em função da recuperação desse segmento verificada ao longo do anoerdquo;, acrescentou. Já a XP Investimentos projeta que a geração de vagas recue para 800 mil. eldquo;Projetamos que o mercado de trabalho brasileiro continuará em rota de desaceleração. Os dados do Caged sustentam nossa visão de atividade econômica estagnada no quarto trimestre de 2022erdquo;, avaliou o economista da XP Rodolfo Margato. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o governo reforçará a fiscalização trabalhista nas empresas para combater fraudes nas contratações. Segundo ele, trabalhadores que deveriam ter carteira assinada estão sendo contratados em regime de pessoa jurídica ou por meio do programa microempreendedor individual. eldquo;Vamos colocar os fiscais na rua para fiscalizar as empresas e formalizar os trabalhadores. Vamos fortalecer a formalização do trabalho, a fiscalização e a negociação coletiva.erdquo; Segundo o subsecretário de Estudos e Estatísticas substituto do Ministério do Trabalho, Felipe Pateo, durante 2022 houve uma alta tanto dos desligamentos quanto das admissões em relação a 2021, o que indicaria uma maior rotatividade do mercado formal. ebull;

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Discussão sobre desoneração de combustíveis está parada desde 1º de janeiro, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que, desde o dia 1º de janeiro, não discutiu mais o assunto sobre a desoneração de combustíveis, em referência à isenção de impostos sobre a gasolina e o álcool, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prorrogou até o fim de fevereiro. eldquo;Porque a decisão foi tomada ali pelo presidente da República, que obviamente pode revisitar a matéria. Mas, até o presente momento, não houve da parte dele nenhuma convocação ao Ministério da Fazendaerdquo;, afirmou após reunião hoje na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em São Paulo. Reportagem do Valor de ontem já tinha indicado que o Ministério da Fazenda recebeu eldquo;sinalizaçõeserdquo; de que o fim das desonerações sobre combustíveis eldquo;está se consolidandoerdquo;, de acordo com uma fonte. A agenda discutida com o setor financeiro é a mesma debatida com o setor produtivo ontem, quando Haddad participou de encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). eldquo;Reforma tributária, que já podia ter sido votada e não foi. E pode ser votada, Congresso está maduroerdquo;, citou. Questionado sobre a possibilidade de redução da carga tributária, um pleito apresentado pela indústria no dia anterior, Haddad disse que eldquo;a reforma tributária prevê exatamente isso, prevê redução da carga tributária para a indústriaerdquo;. eldquo;Precisamos mandar a nova regra fiscal para o Congresso, isso já está contratado. Estamos dando tempo para a equipe econômica formular uma propostaerdquo;, disse, acrescentando que os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão), além do próprio presidente Lula, eldquo;vão obviamente participar e tomar a decisãoerdquo;. Haddad citou ainda a eldquo;questão do créditoerdquo;, que eldquo;entrou na ordem do diaerdquo;, segundo ele. eldquo;Estamos com taxa [Selic] de 13,75%. Estamos com preocupação sobre eventual retração do créditoerdquo;, disse. Haddad contou que ontem conversou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre eldquo;uma agenda rápida de créditoerdquo; para o país, envolvendo sistema de garantias, diminuição do spread bancário, melhoria do ambiente de concorrência. eldquo;Para que haja mais crédito barato no Brasil. Isso é um grande impedimento para o crescimento econômicoerdquo;, afirmou. Haddad reafirmou que o Desenrola, programa que o governo prevê para a renegociação de dívidas, vem sendo discutido com os bancos desde a segunda semana de janeiro, será apresentado na semana que vem ao presidente Lula e deve ser lançado em fevereiro. Embora não tenha sido tema do encontro na Febraban, Haddad afirmou que eldquo;é uma vergonha o que está acontecendo no Carferdquo;, em referência ao Conselho de Administração de Recursos Fiscais. eldquo;Não tem nenhum país do mundo com esse sistema de solução de litígio administrativo. Eu desafio qualquer pessoa a me apresentarerdquo;, disse, acrescentando que eldquo;ninguém quer falar diretamenteerdquo; com ele sobre o assunto. eldquo;Porque não tem como justificarerdquo;, afirmou.

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Governo e Congresso buscam soluções para a tributação dos combustíveis

O governo já sinalizou que pretende retomar a cobrança de contribuições sociais sobre gasolina, álcool e querosene de aviação a partir de março. Mas, com o Congresso, ainda estuda uma forma de garantir a sustentabilidade da redução do imposto estadual, o ICMS, por meio de compensação aos estados. A Medida Provisória 1157/23 prorrogou a isenção dos tributos federais para diesel, biodiesel, gás natural e de cozinha até o final do ano. Já a gasolina e o álcool só têm isenção garantida até o final de fevereiro. O Projeto de Lei Complementar 137/22 em tramitação na Câmara busca tornar permanentes as desonerações feitas em impostos federais e estaduais. A Lei Complementar 194/22 proibiu a fixação de alíquotas de ICMS para combustíveis maiores do que às das operações em geral, ou cerca de 18%. Até então, os combustíveis pagavam alíquota equivalente às de produtos supérfluos, podendo chegar a mais de 30%. Petrobras Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), no médio prazo, o preço final dos combustíveis vai depender da política que a Petrobras vai adotar daqui para frente. Por enquanto, vale a medida provisória. eldquo;Ela vai manter os preços atuais. Porque na hora que voltar a onerar com os impostos federais, no mínimo, ocorrerá um aumento de 10%. Agora, eu defendo que o governo volte com os impostos federais. É impossível um setor que tem tanta lucratividade, um setor que arrecada tanto, o governo abrir mão dessa arrecadação. Agora, é evidente que o cidadão comum não deve pagar essa conta. Para isso, vamos ter que alterar a política de PPI, Paridade de Preço Internacionalerdquo;, disse. Segundo Reginaldo Lopes, os lucros da Petrobras têm sido muito maiores que os de outras empresas do ramo, o que deve ser discutido. O deputado Benes Leocádio (União-RN) citou a ideia do novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de criar um fundo para minimizar as oscilações dos preços dos combustíveis. Sobre a redução do ICMS, o deputado acredita que é preciso fazer as contas do impacto da desoneração: eldquo;Mas assim como foi feito na pandemia, nós podemos estar vendo uma forma de compensação e que não venha a trazer tantos prejuízos. Até porque já tivemos agora em 2022 essa desoneração e não temos conhecimento de nenhum estado da Federação que tenha entrado em colapso financeiro por causa desta desoneraçãoerdquo;, disse. Em reunião com o presidente Lula, os governadores chegaram a falar em um impacto de R$ 33,5 bilhões com a redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis. Crítica ao subsídio O deputado Julio Lopes (PP-RJ) é contrário às políticas de redução de preços baseadas em reduções lineares de tributos: eldquo;De fato é um erro gravíssimo você subsidiar a gasolina para cidadãos que podem pagar. Quando você corta o imposto linearmente, milionários abastecem a mesma gasolina que o pobre abastece com o mesmo subsídio. Do ponto de vista social e econômico, isso é completamente equivocado. O subsídio tem que ser diretamente dirigido ao cidadão.erdquo; A compensação da redução do ICMS sobre combustíveis vem sendo discutida entre governo, governadores e Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da vigência da Lei Complementar 194. Mas o Congresso deve rediscutir todo o sistema assim que começar a analisar as propostas de reforma tributária.

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Vendas de combustíveis por distribuidoras crescem 2,5% em 2022; diesel bate recorde, diz ANP

As vendas de combustíveis por distribuidoras no Brasil cresceram 2,5% em 2022 ante o ano anterior, para aproximadamente 143 bilhões de litros, com impulso da comercialização de óleo diesel diante do aquecimento da economia e de uma safra recorde de grãos, apontaram especialistas. O volume foi o maior desde 2014, quando as distribuidoras registraram um recorde de vendas de 144,58 bilhões de litros de combustíveis, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O diesel --combustível mais comercializado do país-- bateu recorde de vendas pelas distribuidoras, de 63,23 bilhões de litros no ano passado, alta de 1,8% ante 2021, mostrou a ANP. O diesel é um importante combustível para o transporte da safra de grãos brasileira, que foi estimada em um recorde no ano passado, pontuou o ex-diretor da ANP Aurélio Amaral. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país colheu históricos 271,2 milhões de toneladas na temporada de 2021/22. Dentre os motivos para as vendas recorde de diesel, o especialista apontou também o reaquecimento da economia brasileira, após os efeitos da pandemia de Covid-19. "Mas, essencialmente, o crescimento da safra que representa o crescimento do diesel no país", frisou Amaral. O sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo, destacou que o volume de diesel vendido em 2022 superou em 10% a média dos últimos cinco anos. "Esse número traz a perspectiva de uma atividade econômica mais forte e isso trouxe o consumo do diesel em si", afirmou. As vendas de gasolina, por sua vez, registraram alta de 9,5%, para 43 bilhões de litros, maior volume desde 2017, quando foram comercializados 44,15 bilhões de litros. A gasolina acabou tendo um componente a mais para esse consumo que foi a desoneração dos tributos (federais) que foi muito mais impactante para gasolina do que para o óleo diesel", disse Melo à Reuters. A isenção dos tributos acabou trazendo uma vantagem competitiva para a gasolina frente ao etanol hidratado, seu concorrente direto nas bombas, já que as taxas que incidiam sobre o biocombustível eram inferiores. Nesse cenário, as vendas do etanol hidratado caíram 7,5% no comparativo anual, para 15,53 bilhões de litros, mostrou a ANP. O governo de Jair Bolsonaro zerou Pis/Cofins para diesel e gasolina em meados do ano passado, assim como para outros combustíveis, em busca de atenuar efeitos da inflação. A desoneração foi ampliada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva até o fim de fevereiro, para gasolina, e até o fim do ano para o diesel.

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