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Gasolina, passagens aéreas e etanol pressionam IPCA-15 de outubro

As altas nos preços da gasolina, passagens aéreas e etanol pressionaram juntas a inflação de outubro em 0,10 ponto porcentual, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os custos das famílias com itens do grupo Transportes passaram de uma queda de 0,25% em setembro para um aumento de 0,41% em outubro, uma contribuição de 0,08 ponto porcentual para a taxa de 0,18% de inflação neste mês. Os combustíveis subiram 1,16%. O etanol avançou 3,09% (impacto de 0,02 ponto porcentual), e a gasolina subiu 0,99% (item de maior pressão no mês, 0,05 ponto porcentual). O óleo diesel aumentou 0,01%, enquanto o gás veicular teve queda de 0,40%. As passagens aéreas ficaram 4,39% mais caras em outubro, impacto de 0,03 ponto porcentual. Houve altas também nos subitens ônibus urbano (0,32%) e metrô (0,03%). (Estadão Conteúdo)

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COP-30: Exploração da Margem Equatorial piora percepção do evento, mostra pesquisa

Levantamento realizado pela Quaest mostra que a autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial da Amazônia está sendo vista pelos internautas como uma contradição à pauta ambiental da COP-30 e gerou uma piora na percepção sobre o evento. A sondagem, feita entre os dias 15 e 21 de outubro, registrou aumento de 28% para 31% nas menções negativas ao encontro, ao mesmo tempo em que as postagens positivas caíram de 26% para 22%. As referências neutras e informativas mantiveram-se em 47% com relação à pesquisa realizada na semana anterior. eldquo;O monitoramento da Quaest demonstra que foi interrompida a tendência de crescimento do sentimento positivo em relação à COP-30 que observávamos nas últimas semanas. Ambientalistas, técnicos, acadêmicos e parte da sociedade proferiram severas críticas sobre as contradições entre os objetivos do evento e a agenda ambiental interna, depois do voto ao veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a autorização concedida pelo Ibama para que a Petrobras avance nas pesquisas de exploração de petróleo na Foz do Amazonaserdquo;, diz Marina Siqueira, diretora de Sustentabilidade da Quaest. A COP-30 será realizada em Belém entre os dias 6 e 21 de novembro próximo e marca um momento histórico ao trazer a principal conferência da ONU sobre mudanças climáticas para o coração da Amazônia. Segundo o levantamento da Quaest - o quarto de cinco que serão realizados - o volume de citações feitas à COP-30 totalizou 105 mil no período pesquisado, com média diária de 15 mil. O número de autores únicos ficou em 46 mil. A pesquisa mostrou ainda que os eventos que antecedem a COP-30 provocaram o maior número de postagens. Destacam-se os encontros internacionais com figuras como Rei Charles, Anitta e Cacique Raoni, reforçando o papel simbólico e diplomático do Brasil na agenda climática global. De acordo com o levantamento, no momento o debate digital começa eldquo;a refletir menor entusiasmo e maior cobrança, marcando o início da fase crítica de análise sobre a coerência entre discurso ambiental e práticas políticaserdquo;. Ainda sobre as percepções colhidas nas redes sociais, o relatório da Quaest aponta que o tema da transição energética - que consiste na busca por soluções de energia limpa e renovável para a substituição de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) - foi o de maior destaque durante o período analisado. Contudo, a discussão está polarizada, marcada pelas críticas às matrizes de energia não renováveis, em contraponto aos temores de que ocorra um colapso socioeconômico de curto prazo na eventualidade do abandono abrupto do petróleo. Entre as menções positivas à COP-30 nas redes destacam-se iniciativas de setores produtivos para a descarbonização e diálogos sobre avanços tecnológicos referentes a novas matrizes energéticas limpas, carros elétricos, além de planos para diminuição gradativa da dependência de combustíveis fósseis. As menções negativas sobre a transição energética global concentraram-se, primeiramente, nos efeitos catastróficos do uso contínuo de combustíveis fósseis para o aumento da temperatura do globo. Este cenário foi agravado pelas políticas persistentes de nações-chave, como os Estados Unidos, que ainda incentivam o uso de fontes fósseis. Também se destacou a autorização de pesquisa pela Petrobras na Foz do Amazonas. Esse tema é visto como um retrocesso ambiental de alto risco. Complementarmente, houve críticas generalizadas à demora e à insuficiência na articulação e incentivo de uma agenda mundial efetiva para a descarbonização. Sobre o financiamento climático, tema que estará entre os prioritários da COP-30, houve menções positivas em relação às articulações internacionais, como, por exemplo, o encontro entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro de Finanças da China, além das discussões no âmbito dos BRICS, que defenderam um aporte trilionário para ações climáticas. Também houve destaque para a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), vista como iniciativa promissora de incentivo à preservação. Entre as menções negativas, tiveram destaque as críticas às desigualdades econômicas que dificultam o avanço do financiamento climático e à ausência dos Estados Unidos em acordos multilaterais.

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'Ninguém tem condições de se libertar dos combustíveis fósseis', diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (24) que considera muito fácil pregar o fim dos combustíveis fósseis, mas que atualmente nenhum país tem condições de se eldquo;libertarerdquo; deles. A declaração contraria decisões climáticas globais, às vésperas da COP30, a ser realizada em Belém (PA). eldquo;É muito fácil falar fim do combustível fóssil, mas é difícil a gente dizer quem é que tem hoje condições de se libertar do combustível fóssil. Ninguém temerdquo;, afirmou Lula, em entrevista em Jacarta, capital da Indonésia, onde recebeu apoio e compromisso do governo local com aporte ao Fundo Florestas Tropicais Para Sempre, a ser lançado na COP30. eldquo;Nós estamos fazendo as coisa que tem que ser feita corretamente e vamos continuar investindo em energia renovável, vamos continuar utilizando o dinheiro para que a gente faça cada vez mais condições de o Brasil se ver livre do combustível fóssil. Mas enquanto o mundo precisar, o Brasil não vai jogar fora uma riqueza que pode melhorar a própria vida do povo brasileiro.erdquo; O petista foi questionado sobre uma contradição entre sediar a COP30, em Belém (PA), uma conferência climática das Nações Unidas em que os países decidiram se afastar do uso de fontes fósseis de energia, e a busca por explorar novas reservas de petróleo no Brasil. A Petrobras acaba de receber aval do Ibama para iniciar a exploração e perfurar na Margem Equatorial, Foz do Amazonas, uma reserva estimada em ao menos 6 bilhões de barris. A autorização contou com aprovação política do presidente, sob críticas de ambientalistas, e opôs os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Marina (Silva). eldquo;Nós queremos trabalhar para que a gente possa reduzir o uso de combustível fóssil, uma das formas que eu tenho dito é que a gente tem que utilizar o dinheiro do petróleo para consolidar a chamada transição energéticaerdquo;, disse Lula. O presidente afirmou ainda disse que o Brasil vai dizer ao mundo na COP30 que é eldquo;um dos países que mais tem energia renovável no Planeta Terraerdquo;. O petista citou a mistura de 30% de etanol na gasolina e 20% de biodiesel no óleo diesel. eldquo;Nós pegamos a autorização para fazer pesquisa na Margem Equatorial. Entre você fazer a pesquisa e você ter petróleo leva um tempo muito grande, porque precisa de nova licença para poder fazer as coisas numa empresa que tem expertise. Você não tem histórico da Petrobras que tem vazamento de óleo em lugar nenhumerdquo;, disse Lula, embora a empresa tenha sim registro de casos na costa brasileira, segundo relatórios da própria empresa. eldquo;Possivelmente seja a empresa com mais expertise de prospectar petróleo em águas profundas sem nenhum dano.erdquo; O presidente disse que a estatal ainda precisa do dinheiro advindo da venda do petróleo, mas que vai se converter numa empresa voltada no futuro a outros tipos de energia. (Estadão Conteúdo)

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Brasil corta subsídios aos combustíveis fósseis em 42%, mas não investe em renováveis

O Brasil registrou em 2024 a maior redução de subsídios a combustíveis fósseis desde o início do monitoramento anual feito pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos). De acordo com o estudo, o valor total destinado ao setor de petróleo, carvão mineral e gás natural foi de R$ 47 bilhões. Em 2023, foram gastos R$ 81,7 bilhões emdash; uma retração de 42%. O resultado foi impulsionado pela redução de 84% nos subsídios ao consumo de combustíveis fósseis, que caíram de R$ 39,8 bilhões para R$ 6,3 bilhões. A principal razão foi a volta da cobrança do PIS e da Cofins sobre gasolina e diesel, medida que gerou uma economia estimada em R$ 33 bilhões aos cofres públicos. eldquo;É um movimento histórico. Mostra que é possível rever desonerações ao consumo de combustíveis fósseis de forma planejada, sem gerar grandes impactos à populaçãoerdquo;, afirma Cássio Cardoso Carvalho, assessor político do Inesc. Fontes renováveis e desafios do setor elétrico Enquanto os incentivos aos fósseis diminuíram, os subsídios às fontes renováveis tiveram leve alta, de 3,25%. A geração distribuída, modelo em que consumidores produzem sua própria energia, principalmente solar, recebeu a maior parte dos recursos: R$ 11,5 bilhões. Apesar do aspecto positivo, o Inesc alerta que esse modelo é custeado por todos os consumidores de energia elétrica, por meio da conta de luz. Além disso, o ONS (Operador Nacional do Sistema) não possui controle direto sobre a geração distribuída, o que pode gerar desequilíbrios em períodos de sobreoferta e comprometer a segurança do sistema. eldquo;Isso demonstra o quanto os subsídios são capazes de interferir no planejamento do setor elétricoerdquo;, explica Cássio. Mesmo com a redução geral de 34% nos subsídios totais (de R$ 99,8 bilhões para R$ 65,7 bilhões), ainda há desequilíbrio na destinação dos recursos. Para cada R$ 1 destinado a fontes renováveis, o governo direciona R$ 2,52 para combustíveis fósseis. Reoneração e nova política A análise anual também mostra que a reoneração não provocou aumentos expressivos nos preços dos combustíveis ao consumidor. Em 2024, a gasolina subiu 10,21%, o diesel, 3,41%, e o etanol, 20,46%. O Inesc destaca que a Reforma Tributária sobre o Consumo, aprovada neste ano, trouxe avanços institucionais importantes. Entre eles, a criação do Imposto Seletivo e a avaliação obrigatória a cada cinco anos dos regimes especiais de tributação, que considera critérios de eficiência, eficácia e impacto climático. eldquo;A queda dos subsídios aos combustíveis fósseis, acompanhada dessas medidas, sinaliza que o Brasil está dando passos na direção da reforma desses incentivos. Tais avanços deveriam estimular o governo a assumir uma postura mais contundente na COP 30erdquo;, ressalta Cássio.

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Produção de petróleo da Petrobras cresce 8,1% no 3º trimestre, com recorde de exportações

A Petrobras registrou, no terceiro trimestre deste ano, uma produção total comercial de 2,768 milhões de barris de óleo equivalente por dia, o que representa um aumento de 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O destaque, mais uma vez, ficou por conta do pré-sal, cuja produção subiu 6,6%, alcançando 2,117 milhões de barris por dia. A Petrobras atribuiu o aumento ao menor volume de paradas programadas e aos investimentos na eficiência operacional nas bacias de Campos e Santos. Além do pré-sal, a produção no pós-sal profundo e ultra-profundo registrou alta de 17,3% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2024. A companhia destacou ainda que, no período, entraram em operação 11 novos poços produtores, sendo 7 na bacia de Campos e 4 na bacia de Santos. Os dados integram o relatório trimestral de produção divulgado na noite desta sexta-feira pela Petrobras. Venda de gasolina cai O volume de vendas de derivados no mercado interno cresceu 5,3% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024, atingindo 1,804 milhão de barris por dia. O diesel foi o principal destaque, com alta de 12,2%, alcançando 809 mil barris diários, enquanto a gasolina registrou queda de 0,5%, totalizando 402 mil barris por dia. Segundo a companhia, o aumento nas vendas de diesel foi impulsionado pela maior demanda durante o plantio da safra de grãos de verão e pela elevação da atividade industrial. Esses fatores compensaram o impacto do aumento do teor de biodiesel, que passou de 14% para 15% em agosto deste ano. Já a queda nas vendas de gasolina, explicou a estatal, decorreu do aumento do teor de etanol anidro na mistura, que subiu de 27% para 30%, também a partir de agosto. Alta em gás para térmicas A Petrobras destacou o aumento de 7% nas vendas de gás natural para o consumo interno no terceiro trimestre deste ano. A companhia também ressaltou que a venda de energia elétrica cresceu 17%, em comparação com o mesmo período de 2024, em razão do cenário hidrológico menos favorável, que resultou em maior despacho das usinas termoelétricas movidas a gás natural. Recorde em exportação de petróleo A Petrobras destacou, no relatório trimestral, que as exportações de petróleo bateram recorde, com alta de 18%, atingindo 814 mil barris por dia. Por outro lado, a importação de diesel caiu 0,8%, para 121 mil barris diários. O principal destino das exportações brasileiras de petróleo foi a China, responsável por 53% dos embarques, seguida da Europa (15%), América Latina (10%) e Estados Unidos (3%).

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Petróleo fecha em queda, mas sobe na semana com sanções dos EUA a petrolíferas russas

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda modesta, sem conseguir sustentar o forte avanço da véspera, enquanto seguem os reflexos das sanções dos EUA contra companhias petrolíferas da Rússia endash; medidas que devem limitar as exportações do país e apertar a oferta global da commodity. Investidores também mantêm a atenção voltada às tensões comerciais entre EUA e China, às vésperas do encontro entre os presidentes das duas potências. O petróleo WTI para dezembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 0,47% (US$ 0,29), a US$ 61,50 o barril. Já o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 0,14% (US$ 0,09), a US$ 65,20 o barril. Na semana, contudo, tiveram ganhos de 7,61% e 6,38%, respectivamente. Para Olivia Cross, da Capital Economics, os participantes do mercado de petróleo ainda eldquo;estão longe de precificar totalmente uma perda das exportaçõeserdquo; da Rússia. Segundo ela, um dos motivos é que a experiência mostra que as sanções têm sido menos eficazes do que o esperado, devido às estratégias eficientes da Rússia para contorná-las. eldquo;Afinal, as exportações marítimas de petróleo bruto russo se mantiveram resilientes após a imposição das sanções americanas em janeiroerdquo;, acrescenta. O WTI chegou a testar, mas não conseguiu sustentar ganhos acima de sua média móvel de 50 dias, em torno de US$ 62,50 por barril, após as novas sanções que atingiram duas gigantes russas do setor gerarem relatos conflitantes sobre a possibilidade de a Índia interromper as importações de petróleo russo para evitar sanções secundárias, diz Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote. eldquo;Do ponto de vista técnico, as manchetes recentes provavelmente já esgotaram seu potencial de alta, abrindo espaço para uma leve correção até o fechamento semanalerdquo;, afirma. Declarações do conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, de que as relações entre Estados Unidos e China passaram por um eldquo;degeloerdquo; nos últimos dias deram novo impulso aos preços do petróleo no fim da manhã, em meio a sinais mistos sobre as tensões comerciais. (Estadão Conteúdo)

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