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Petrobras: como o preço da gasolina impacta seu dia a dia e o futuro da economia

O anúncio da Petrobras de redução do preço da gasolina nas refinarias em 5,6% vem agitando as expectativas de mercado. Como consumidor, talvez a sua primeira leitura e interesse seja quanto ao possível alívio no bolso na hora de abastecer o carro. Mas essa é uma decisão com peso muito maior e com reflexos na inflação e, quem sabe, no futuro da nossa taxa de juros. Petrobras: uma gigante da economia mundial A Petrobras desenvolveu alto padrão tecnológico para exploração de petróleo em águas profundas, tornando-se referência global nesse tipo de operação e é atualmente uma das petroleiras mais importantes do mundo e, com certeza, a mais relevante do Brasil, Dentro de nossa economia, sua relevância é inquestionável: a Petrobras é a maior pagadora de impostos do país e uma importante fonte de entrada de divisas, graças ao petróleo bruto. Além disso, a empresa emprega milhares de pessoas, está listada nas bolsas de valores do mundo todo e tem valor de mercado de cerca de US$ 70 bilhões (chegou a ser superior a US$ 100 bilhões há alguns anos). O Brasil é atualmente o nono maior produtor de petróleo do mundo, e a meta do governo é de que, até o final desta década, o país tenha subido cinco posições no ranking. Obviamente, a Petrobras está no centro dessa meta, vista como importante ferramenta de expansão econômica. Como o petróleo impacta o IPCA e o seu dia a dia E por que o preço da gasolina na bomba mexe tanto com a economia e, consequentemente, com o seu bolso? É simples: o combustível é um insumo básico para quase tudo. Do transporte de alimentos e produtos que chegam à sua mesa ao custo da sua própria locomoção e o preço dos fretes. Quando o preço da gasolina sobe, o custo de vida aumenta, gerando um efeito cascata em toda a cadeia produtiva. Essa pressão se reflete diretamente no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o nosso termômetro oficial da inflação. Uma redução, como a que foi anunciada, pode significar um alívio não só para o seu bolso, mas para a expectativa geral de preços na economia e a redução da pressão inflacionária, já manifestada pelos analistas, pode até abrir espaço para cortes na taxa de juros. Petrobras no tabuleiro político: uma história com muitas camadas A história da Petrobras é intrinsecamente ligada à política brasileira. Desde sua fundação nos anos 1950, sob o lema eldquo;o petróleo é nossoerdquo;, ela sempre foi vista como um instrumento de política pública. Nisso reside um dos maiores dilemas da companhia: equilibrar sua função de empresa lucrativa, que precisa dar retorno aos seus acionistas (lembre-se que investidores privados possuem cerca de dois terços do capital da empresa, embora o governo detenha o controle efetivo), com seu papel social e de motor de desenvolvimento econômico. No governo Dilma Rousseff, por exemplo, a empresa foi forçada a subsidiar o preço dos combustíveis, uma política que custou dezenas de bilhões de dólares, gerando um rombo orçamentário que levou a Petrobras à condição de petroleira mais endividada do mundo naquele período, acumulando prejuízo operacional acumulado de R$ 98 bi (2011-2014), por vender gasolina/diesel abaixo do preço de importação. Isso comprometeu sua capacidade de investimento e gerou desconfiança no mercado. No governo Bolsonaro, houve uma tentativa de torná-la mais enxuta e focada em exploração de petróleo e gás, com a venda de ativos e até menção à privatização. Com o retorno de Lula, a visão é de que a Petrobras volte a ser um instrumento de expansão econômica, com investimentos em refinarias e na indústria naval, como o Estaleiro Atlântico Sul, projetos que, historicamente, geraram controvérsias e prejuízos bilionários. Essa instabilidade na gestão é um ponto crítico. A média do mandato de um presidente da Petrobras é de apenas 1 ano e meio, algo sem precedentes para uma grande companhia global. Isso resulta em volatilidade nas estratégias, além de grande dificuldade para manter projetos estruturantes. Além disso, o excesso de intervenção política já resultou em escândalos graves, como o denunciado pela Lava Jato, que chegou ao ponto de ser classificado como o maior caso de corrupção internacional da história. A perda de credibilidade em nível mundial gerou crise de confiança e governança, além de forte instabilidade política. O dilema atual: equilíbrio entre mercado e sociedade A recente redução do preço da gasolina reacende esse debate. Para o governo, é uma forma de conter a inflação, facilitar a vida da população e, em última instância, beneficiar sua própria imagem política. Para o mercado, essa intervenção, ao mesmo tempo que alivia a pressão inflacionária, gera também certa preocupação. A tensão entre a missão de dar retorno aos acionistas e o papel social da empresa é constante. Cortes de preços podem ir contra interesses de rentabilidade imediata, afetando a confiança do investidor privado. É um jogo delicado, em que a Petrobras precisa buscar o equilíbrio de interesses, sem perder de vista sua competitividade internacional. Perspectivas para a economia brasileira: inflação e juros no horizonte A redução dos preços dos combustíveis é um fator importante para aliviar a pressão inflacionária. Menos custos de transporte e produção significam que os preços de outros bens e serviços tendem a subir menos. Isso é música para os ouvidos do Banco Central. No mercado de capitais, as expectativas são quase tão importantes quanto os dados e, se os agentes econômicos percebem que a inflação está sob controle e que o governo está agindo para contê-la, a expectativa de inflação diminui endash; a exemplo do que vimos esta semana no Boletim Focus endash; e isso pode influenciar positivamente a avaliação do Copom quanto ao futuro da taxa Selic. A recente medida da Petrobras, ao reduzir um componente tão significativo do IPCA, representa um passo que, se somado a outras medidas de controle fiscal e a um cenário global mais favorável, pode pavimentar o caminho para juros mais baixos no Brasil, estimulando o investimento e o consumo, impulsionando o crescimento econômico. No entanto, os olhares ainda guardam ceticismo, pois é fundamental que esse tipo de intervenção não gere os riscos históricos que a empresa bem conhece, como prejuízo financeiro, aumento do endividamento, perda de confiança de investidores e instabilidade na gestão. O desafio é manter o equilíbrio para que o alívio de curto prazo não se transforme em um problema de longo prazo para a Petrobras e, consequentemente, para a economia brasileira. Entendendo o petróleo para além da commodity A recente redução dos preços dos combustíveis é um lembrete de como as decisões de uma única empresa podem ter um impacto gigantesco no seu dia a dia, na inflação e até mesmo na taxa de juros que afeta seus investimentos. A Petrobras, com sua complexa teia de interesses econômicos, sociais e políticos, continua sendo um termômetro para a saúde da nossa economia. Entender a dinâmica que move os grandes players e como ela se traduz em oportunidades ou desafios para todos nós é fundamental para quem deseja investir bem e se proteger da volatilidade que nossa política e economia impõem cotidianamente. (Coluna por Eduardo Mira)

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Petróleo sobe com relatório de empregos nos EUA e negociações com a China

O petróleo subiu mais de US$1 por barril nesta sexta-feira, registrando seu primeiro ganho semanal em três semanas, após um relatório favorável sobre empregos nos Estados Unidos e a retomada das negociações comerciais entre os EUA e a China, aumentando as esperanças de crescimento nas duas maiores economias do mundo. Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam a US$66,47 por barril, com alta de US$1,13, ou 1,73%. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) fechou a US$64,58, com alta de US$1,21, ou 1,91%. Ambos os índices de referência fecharam com ganhos semanais, após terem caído por duas semanas consecutivas. O Brent avançou 2,75% esta semana, enquanto o WTI está sendo negociado 4,9% mais alto. eldquo;Acho que o relatório de empregos foi um sucessoerdquo;, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group. eldquo;Não foi muito quente, nem muito frio, mas foi o ideal para aumentar as chances de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve.erdquo; O relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou que a taxa de desemprego se manteve estável em 4,2% no mês passado. Os empregadores criaram 139.000 postos de trabalho, o que, combinado com as revisões para baixo das estimativas dos meses anteriores, mostrou um arrefecimento na demanda de mão de obra, mas nada abrupto; em comparação, os ganhos mensais de emprego foram, em média, de 160.000 no ano passado. Um corte nas taxas pelo banco central dos EUA, muito desejado pelo presidente Donald Trump, poderia impulsionar o crescimento econômico e a demanda por petróleo.

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BC publica regras para evitar fraudes por empresas no Pix automático

Com lançamento previsto para o próximo dia 16, o Pix automático ganhou ferramentas de segurança para prevenir fraudes por empresas. O Banco Central (BC) editou regras para garantir a honestidade das pessoas jurídicas que receberão os pagamentos recorrentes. As instituições financeiras associadas ao Pix deverão verificar a idoneidade das empresas, avaliando a confiabilidade e integridade dos clientes que oferecerem o Pix automático. Bancos e instituições de pagamentos deverão checar uma série de informações das empresas, divididas em três eixos: dados cadastrais, compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço ofertado no Pix automático e histórico de relacionamento com o participante. Os dados cadastrais a serem verificados são os seguintes: Data de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ); ebull; Situação cadastral dos sócios e administradores no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); ebull; Tipo de capital da empresa, privado ou público; ebull; Atividade econômica conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE); ebull; Natureza jurídica; ebull; Informações de atividade da empresa. Na compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço ofertado no Pix automático, as seguintes informações devem ser checadas: ebull; Compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço oferecido para o Pix automático; ebull; Quantidade de funcionários, ebull; Valor do capital social; ebull; Faturamento. Em relação ao histórico do participante e as informações de segurança, as instituições devem analisar os seguintes dados: ebull; Tempo de abertura da conta e uso de outros meios de cobrança, quando o participante atuar como provedor de conta transacional; ebull; Frequência das transações com o participante. Funcionamento Na última terça-feira (4), o Banco Central explicou como funcionará o Pix automático, que valerá apenas para pessoas físicas como pagadoras e empresas como recebedoras. Na nova modalidade, o pagador fará a autorização do pagamento e definirá regras, como o valor máximo de cada pagamento. Nos dias anteriores ao pagamento, a empresa deverá enviar a cobrança ao banco do pagador que, por sua vez, fará o agendamento do pagamento e notificará a pessoa, para que ela possa conferir, antes do dia do pagamento, se o valor cobrado está correto. O Pix Automático será gratuito para a pessoa pagadora. Pix agendado O Pix Automático não se confunde com o Pix Agendado, lançado em 2024 e que também permite pagamentos recorrentes a empresas. Obrigatório desde outubro de 2024 a todos os bancos, o Pix Agendado Recorrente dispensa a abertura de convênio por parte da empresa. Nessa modalidade, o cliente digita a chave Pix do cobrador, mas a digitação do valor, do número de pagamentos e da periodicidade do débito cabe ao pagador. Apesar de mais usado por micro e pequenas empresas, o Pix Agendado Recorrente era suscetível a erros de digitação por parte do pagador, com divergências em relação ao tipo de cobrança da empresa. No Pix Automático, os valores e as datas de pagamento são definidas pelo cobrador, com o pagante apenas autorizando o débito.

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Investimentos em óleo e gás devem recuar, em 2025, pela primeira vez desde a pandemia

A combinação da queda no preço do barril de petróleo e as perspectivas de menor demanda vão levar os investimentos em petróleo e gás à primeira queda anual em 2025 desde a eclosão da pandemia de Covid-19, em 2020. Ao todo, a expectativa é de US$ 1 trilhão em investimentos no segmento este ano, valor 2% menor do que em 2024. A projeção é do relatório de investimentos globais em energia da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), publicado na quinta-feira (5/6). O cenário é reflexo sobretudo da redução nos investimentos em ativos não-convencionais nos Estados Unidos. Esse mercado é muito afetado pela escalada da guerra tarifária de Donald Trump e que elevou os custos de extração. A agência ressalta, no entanto, que os impactos não se restringem à produção nos EUA e que todos os operadores estão tendo de lidar com custos mais altos. Globalmente, a atividade de exploração e produção deve receber US$ 570 bilhões, redução de 4% na comparação anual. O principal declínio virá da cadeia do petróleo. A IEA acredita que os gastos no segmento de gás natural liquefeito (GNL) vão seguir em trajetória de crescimento, sobretudo com novos projetos entrando em operação nos Estados Unidos, Catar e Canadá. Entre 2026 e 2028, o mercado de GNL vai ter a maior expansão de capacidade global da história, segundo a agência. Nesta quinta, no entanto, um sinal de alívio à vista, com indicações de aproximação entre EUA e China. Trump afirmou que teve uma conversa eldquo;excelenteerdquo; com o líder chinês, Xi Jinping, o que levou à alta do preço do barril no mercado internacional.

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ICL diz que decisão da Justiça cria privilégio fiscal para Atem

O Instituto Combustível Legal (ICL) divulgou nota, nesta quinta-feira (5/6), rebatendo a decisão da Justiça Federal que garantiu a continuidade de benefício fiscal para o grupo Atem. Decisão recente da seção do Amazonas negou recurso da União para suspender o direito de a Atem contabilizar as operações de compras de mercadorias de empresas localizadas fora da Zona Franca de Manaus (ZFM) como se fossem exportações para o exterior. Com isso, essas aquisições não têm a incidência de PIS e Cofins. Também possibilita o uso de créditos presumidos, o que permite descontos ainda maiores. Para o ICL, a decisão representa distorção grave no mercado de combustíveis ao permitir que um único agente usufrua de benefícios da zona franca em operações com petróleo, lubrificantes e derivados. A entidade alega que a medida compromete a competitividade e a igualdade de condições entre os agentes do setor. eldquo;Abre espaço para que uma empresa tenha vantagens tributárias injustificadas, como a isenção de PIS/COFINS e a aplicação de créditos presumidos. Isso favorece a prática de preços artificialmente mais baixos, desequilibrando o mercadoerdquo;, diz o instituto. O ICL aponta, ainda, a dificuldade de rastreio do combustível e possibilidade de que possam acabar abastecendo outros mercados, mas deveria ser utilizado exclusivamente na ZFM. Por isso, o instituto defende a reversão da decisão, alegando que a fixação das mesmas regras para todos os agentes preserva o ambiente de negócios. Justiça culpa Fazenda Nacional A Justiça Federal negou o pedido da União para suspender medida que beneficia o grupo Atem e culpou a própria Fazenda Nacional por não incluir especificamente, no recurso, o pedido da exclusão de combustíveis e lubrificantes do regime especial da ZFM. Decisão assinada pelo juiz federal Wagner Mota de Souza (.pdf) considera que a União limitou-se a sustentar que as compras feitas pelo grupo não teriam direito ao creditamento de PIS e Cofins, em função da alíquota zero. eldquo;A concessão do efeito suspensivo exige, para além do perigo de dano irreparável, a demonstração concreta da plausibilidade do direito alegado, o que não se confirma, a princípio, quando a tese central de exclusão da atividade não é sequer ventilada nas razões da apelaçãoerdquo;, diz a decisão. Procuradas, a Atem e a Fazenda não responderam imediatamente ao pedido de comentários. O espaço segue aberto.

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Produção de veículos no Brasil recua 6% em maio, diz Anfavea

A produção de veículos do Brasil caiu 5,9% em maio sobre o volume montado em abril, pressionada em parte pelas importações, que voltaram a crescer no período no país, revelam dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O volume produzido no mês passado somou 214,7 mil veículos, o que reduziu o crescimento no acumulado do ano até maio para 10,7%, a 1,026 milhão de unidades, segundo os dados apresentados pela Anfavea nesta quinta-feira. Enquanto isso, a venda de veículos importados subiu 6,4% em maio ante abril e 20,6% na comparação com o mesmo mês de 2024, a 39,7 mil unidades. No acumulado, a expansão do segmento foi de 19%, a 189,8 mil veículos. "Isso é equivalente a uma fábrica média e 5 mil empregos", disse Igor Calvet, presidente da Anfavea, se referindo à venda de importados no acumulado do ano no Brasil. O executivo voltou a defender que o país não aceite pleitos para redução de imposto que incide sobre kits de peças usados para a montagem de veículos inteiros e conhecidos como CKD e SKD. Apesar do crescimento da venda de importados, a participação deles no total vendido no país mostrou quarto recuo consecutivo em maio, caindo para 17,6%. Em janeiro, a fatia havia sido de 23%, maior nível para qualquer mês desde pelo menos 2022, segundo os dados da Anfavea. A Argentina foi responsável por 85,7 mil unidades das vendas de importados no Brasil no acumulado deste ano, um crescimento de 45,2% sobre o mesmo período de 2024, enquanto a China por 58,12 mil, uma expansão de 36%, segundo os dados da Anfavea. "Mas a Argentina nós compramos e vendemos para eles. São mercados complementares, mas no parceiro comercial China, temos apenas uma mão, que é a importação", disse o presidente da entidade. O que ajudou a produção brasileira de veículos a não recuar mais em maio foram as exportações, que foram as maiores desde agosto de 2018, quando as montadoras do país despacharam ao mercado externo 56 mil unidades. Segundo a Anfavea, as exportações de maio somaram 51,5 mil veículos, 11,3% acima do volume de abril e 92,6% maiores que maio de 2024. O desempenho foi impulsionado pela Argentina, mercado que neste ano acumula crescimento de vendas internas de 78%, disse Calvet. No ano até o final de maio, o setor no Brasil exportou 213,5 mil veículos, crescimento de 56,6% sobre o mesmo período de 2024. A Anfavea não divulgou neste mês dados sobre os estoques de veículos novos no Brasil, mas Calvet citou que ficaram estáveis ante o volume de 254,8 mil unidades de abril. O executivo afirmou que a entidade não publicou os números precisos pois está "reavaliando a metodologia de cálculo dos estoques". Além dos dados, a Anfavea também se pronunciou sobre os efeitos do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no setor. Segundo Calvet, a entidade trabalha com a perspectiva de que o decreto seja revogado ou revisto de maneiro importante ao final desta semana. "A medida nos pegou de surpresa...Mas estamos confiantes de que a medida será revogada ou alterada drasticamente", afirmou o executivo a jornalistas em entrevista sobre os números do setor automotivo em maio. "A sinalização de que temos tido é de que teremos boas surpresas sobre o IOF", acrescentou. Calvet afirmou que a Anfavea ainda não conseguiu levantar os impactos da ampliação do IOF, que atingiu uma série de áreas do setor automotivo, incluindo estoques, fornecedores, compras internacionais e vendas diretas. Mas o presidente da Anfavea comentou que, "na teoria", a alta do tributo pode prejudicar as vendas de veículos diante do aumento do custo, que terá que ser absorvido pelas empresas ou repassado aos clientes na forma de aumentos de preços. Além do aumento do IOF, outra preocupação mais recente da entidade é a restrição da China, decidida em abril, à exportação de terras raras, minerais que entram na composição de uma série de autopeças. Nesta semana, várias fábricas e linhas de produção de fornecedores automotivos europeus foram fechadas devido à escassez do material. "Iniciamos há algumas semanas a avaliação desse tema...é medida que em teoria pode trazer alguma dificuldade ao Brasil", disse Calvet. Mas o executivo acrescentou que até agora não houve "efeitos imediatos" sentidos pelo setor no país.

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