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Eletrificados alcançam 9,4% da venda de carros novos no Brasil em agosto

As vendas de carros elétricos no Brasil somaram 20.222 unidades em agosto, uma participação de 9,4% do mercado automotivo no período (214.490 em agosto, segundo a Fenabrave), de acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A associação projeta que os emplacamentos devem superar a marca de 200 mil em 2025. Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 126.087 carros híbridos e a bateria. Segundo estimativa da ABVE Data, num cenário conservador, as vendas devem chegar a pelo menos 200 mil, com aumento de 13% sobre o total de 2024 (177.358). No cenário que considera o ritmo de vendas atual, podem atingir 215 mil, o que representaria um crescimento anual de 21%. eldquo;Esses números são significativos por vários motivoserdquo;, comenta o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. eldquo;As vendas de eletrificados continuam aquecidas, mesmo diante de taxas de juros altas e do aumento do imposto de importação de veículos elétricoserdquo;. eldquo;Confirmando-se o cenário mais provável, teremos aumento das vendas acima de 20% em 2025 sobre o ano anterior, o que representa um crescimento três vezes mais rápido do que a média do conjunto do mercado automotivo brasileiroerdquo;, conclui. Perfil do mercado Na comparação com julho deste ano (19.016), as vendas de agosto aumentaram 6%. Sobre agosto de 2024 (14.667), o crescimento foi ainda mais expressivo: 38%. Na classificação da ABVE Data, os eletrificados incluem os 100% elétricos (BEV), os híbridos elétricos plug-in (PHEV), híbrido sem recarga externa (HEV) e híbridos a etanol (HEV Flex). Um dos destaques de agosto foram os 2.245 híbridos flex (HEV Flex) emplacados, com aumento expressivo de 118% sobre julho (1.026). Liderados pelo estado de São Paulo, esse foi o melhor desempenho de vendas dos veículos com essa tecnologia desde o início do ano. Os 100% elétricos também registraram novo recorde de vendas, puxados pelo Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Em agosto, foram 7.624 unidades em todo o país, com crescimento de 9%, sobre julho (7.010). A ABVE aponta que o ano de 2025 tem sido marcado pelos investimentos significativos das montadoras chinesas de eletrificados, com destaque para a inauguração de duas novas fábricas no Brasil: BYD, em Camaçari (BA), e GWM, em Iracemápolis (SP). Além disso, novas marcas passaram a operar no país, ampliando a oferta de modelos eletrificados. Dos 20.222 eletrificados leves vendidos em agosto de 2025, 77,5% foram veículos plug-in (BEV e PHEV) e 22,5% híbridos sem recarga externa (HEV e HEV Flex). Entre os plug-in, os PHEV lideraram as vendas em agosto com 8.057 unidades, representando 40% do total de eletrificados. Em relação a julho (8.644), houve uma queda de 7% dos PHEV; já sobre agosto de 2024 (5.781), um crescimento expressivo de 39,4%. Os BEV bateram mais uma vez o recorde mensal de vendas em agosto, com 7.624 unidades, correspondentes a 38% das vendas de eletrificados no mês. Sobre agosto de 2024 (5.115), os BEV tiveram um crescimento robusto de 49%. Os HEV e HEV Flex totalizaram 4.541 unidades, equivalentes a 22,5% do mercado de eletrificados em agosto. Os números indicam que os híbridos não plug-in continuam relevantes em regiões onde a infraestrutura de recarga ainda está em desenvolvimento, observa a ABVE. Os híbridos convencionais representaram 11,4% das vendas de eletrificados em agosto (2.296), com leve queda de 1,7% sobre julho (2.336), mas aumento significativo de 73,5% sobre agosto de 2024 (1.323). Já os HEV Flex responderam por 11% das vendas de eletrificados (2.245), com um aumento expressivo de 119% sobre julho (1.026) e de 40% sobre agosto de 2024 (1.604). Participação de mercado por tecnologia em agosto PHEV 057 (39,8%) BEV 624 (37,7%) HEV FLEX 296 (11,4%) HEV FLEX 245 (11,1%) TOTAL: 20.222 Geografia da eletromobilidade A Região Sudeste lidera de forma expressiva o mercado de eletrificação no Brasil, impulsionada principalmente pelo estado de São Paulo, que se destaca tanto nas vendas de veículos leves eletrificados quanto de ônibus elétricos. Ranking de agosto: 1º endash; Sudeste: 9.430 (46,6%) 2º endash; Sul: 3.551 (17,6%) 3º endash; Nordeste: 3.302 (16,3%) 4º endash; Centro-Oeste: 3.079 (15,2%) 5º endash; Norte: 860 (4,3%) Os 5 estados que mais venderam veículos eletrificados leves em agosto de 2025 1º endash; São Paulo: 6.487 (32,1%) 2º endash; Distrito Federal: 2.010 (9,9%) 3º endash; Santa Catarina: 1.243 (6,1%) 4º endash; Rio de Janeiro: 1.234 (6,1%) 5º endash; Minas Gerais: 1.204 (6%) Os 5 municípios que mais venderam veículos eletrificados leves em agosto de 2025 5º endash; Curitiba: 525 1º endash; São Paulo: 2.747 2º endash; Brasília: 2.010 3º endash; Rio de Janeiro: 670 4º endash; Belo Horizonte: 634

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Tráfico internacional impulsionou PCC, que está no setor de combustíveis há 20 anos

Os postos de gasolina serviam como fachada para o lucro que vinha do tráfico de drogas e de outros crimes praticados pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Havia venda de combustível adulterado, as empresas eram registradas em nome de laranjas, e familiares dos traficantes ajudavam a operar o dinheiro. A descrição acima serve para explicar o que foi descoberto na Operação Carbono Oculto, há pouco mais de uma semana, mas aconteceu há quase 20 anos. De lá para cá, o faturamento do PCC foi impulsionado pela entrada no mercado internacional de cocaína, e os métodos para ocultar o dinheiro ficaram muito mais sofisticados. Naquele caso, em 2006, o protagonista do esquema criminoso era Wilson Roberto Cuba, o Rabugento. A Polícia Civil identificou à época ao menos 22 postos de combustível emdash;em municípios do ABC, em Mogi das Cruzes e no litoral sul do estadoemdash; ligados a ele e a comparsas. Rabugento comandava o esquema de dentro presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no oeste paulista, segundo a acusação. O dinheiro era captado com a venda de drogas e com extorsões dentro do sistema carcerário. O lucro obtido com esses crimes foi usado para comprar os postos. Rabugento e um comparsa, de codinome Catatau, comunicavam-se por meio de celulares clonados com as esposas, que operavam a movimentação de dinheiro. A investigação concluiu que o dinheiro foi usado inclusive para financiar a onda de ataques do PCC contra policiais civis e militares, em maio de 2006. Centenas de contas bancárias ligadas à facção foram rastreadas e bloqueadas. Sete anos depois, numa investigação que mapeou a hierarquia do PCC e resultou na denúncia de 175 integrantes por promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público estadual, Rabugento foi identificado como um dos principais fornecedores de drogas da facção. Ele segue preso na penitenciária de Presidente Venceslau até hoje. Agora, no esquema investigado na Carbono Oculto, os investigadores identificaram que o dinheiro do tráfico de drogas entra na economia formal em mais de um elo da cadeia produtiva dos combustíveis. Compra de usinas sucroalcooleira no interior paulista, por exemplo, teria ocorrido com dinheiro obtido diretamente com a atividade criminosa do PCC. Vários donos de usinas relataram a promotores que essas compras eram feitas mediante ameaça, afirmando que os compradores iam até as empresas acompanhados de escoltas armadas. Já a suspeita de que os postos de gasolina e lojas de conveniência também serviam para lavagem de dinheiro do tráfico apareceu a partir de indícios de que um grande fluxo de dinheiro em espécie passava pelas empresas, um sinal típico de lavagem. "Não veio só de um ou de outro investigado, mas sim efetivamente da facção criminosa. É dinheiro fruto de ilícito", diz o promotor Yuri Fisberg, do núcleo do Gaeco em Guarulhos. Ele explica que, diferentemente do que ocorria há cerca de dez anos, hoje é menos importante se os participantes dos esquemas criminosos são integrantes "batizados" do PCC ou não. Isso ocorreu à medida que os negócios da facção entraram cada vez mais no mercado formal e a colaboração com aqueles que não são faccionados cresceu. Um dos nomes centrais na investigação da Carbono Oculto é Mohamad Hussein Mourad, que administra uma rede de empresas emdash;o que inclui usinas sucroalcooleiras, distribuidoras, transportadoras, produção e refino, terminais de armazenamento, redes de postos de combustíveis, conveniências e padariasemdash; que serviria para ocultar a origem e o destino de dinheiro ilícito. Como já mostrou a Folha, as investigações apontam outro nome, Daniel Dias Lopes, como um dos principais elos entre uma estrutura de lavagem de dinheiro montada no Paraná e facções criminosas de São Paulo. Lopes e sua esposa, Miriam Favero Lopes, seriam os principais responsáveis pelas operações financeiras e de lavagem de dinheiro da empresa Duvale Distribuidora de Petróleo e Álcool. A firma encontrava-se inativa e praticamente falida, sem comercializar combustíveis desde 2017. Ele já havia sido condenado a mais de nove anos de prisão por tráfico de drogas, junto com outros 18 réus, após ser flagrado transportando mais de uma tonelada de cafeína em novembro de 2014, que seria misturado a cocaína. A investigação da Polícia Federal conseguiu conectá-lo um esquema de tráfico internacional. A reportagem enviou mensagens ao escritório de um advogado de Lopes na tarde desta sexta-feira (5), mas não recebeu respostas. A defesa de Mourad, procurada também por email, não se pronunciou. Em 2006, promotores estimaram que a quadrilha liderada por Rabugento movimentava mais de R$ 6 milhões por mês em valores da época emdash;cerca de R$ 21,1 milhões corrigidos pela inflação. Já na Carbono Oculto, os negócios investigados operaram mais de R$ 30 bilhões em quatro anos, uma média de 625 milhões por mês. Segundo promotores que acompanham as atividades do PCC e pesquisadores na academia, a explicação para esse salto financeiro tem o ano de 2016 como ponto central. É quando o traficante Jorge Rafaat Toumani foi assassinado na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz divisa com Ponta Porã (MS). A partir desse evento, o PCC passaria a dominar a rota do tráfico drogas que atravessa Mato Grosso do Sul e o interior paulista em direção à cidade de São Paulo. Embora já houvesse registro de integrantes da facção em outros países antes disso, inclusive nos Estados Unidos, a expansão internacional do PCC teria se acelerado a partir desse ano, assim como os lucros com o tráfico internacional de drogas. "Você pode até atingir individualmente algumas pessoas que são afetadas por essas operações, mas [o PCC] é uma organização que as repõe rapidamente, seja quando são presas, seja quando perdem recursos, a máquina continua funcionando independentemente de pessoas singulares que eventualmente sejam atingidas", diz a professora Camila Dias Nunes, da Universidade Federal do ABC. "Já ouvi inúmeras vezes, ao longo dos 20 anos que eu estudo o tema, alguém falar que agora tirou, arrancou a cabeça, capitalizou, enfraqueceu, desmantelou [a facção] e assim por diante", ela conta. Hoje, segundo estimativa do promotor Lincoln Gakiya, considerado um dos principais especialistas no tema, há membros da facção em pelo menos 28 países. Nos últimos dois anos, eles teriam passado a atuar na criação de redes de apoio a quem está preso no exterior e na montagem de esquemas próprios de distribuição e venda de drogas em solo estrangeiro.

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Interesse da Petrobras consolida etanol de milho frente ao de cana

O interesse da Petrobras em entrar para o mercado de etanol de milho consolida o crescimento de um setor que cresceu de forma exponencial nos últimos quatro anos. A estatal ainda não tomou sua decisão final de investimento, mas a mera cogitação em detrimento da tradicional rota de cana-de-açúcar aponta quão atrativo esse novo produto se tornou para os investidores. O etanol de milho já corresponde a 17% da produção anual de etanol no Brasil, contra 8% de quatro anos atrás endash;e a expectativa é de que essa proporção continue subindo nos próximos anos, à medida que investimentos já anunciados sejam operacionalizados e o etanol de cana cresça a passos lentos. A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) estima que o grão será em 2034 responsável por 23% da produção brasileira do combustível, e o setor estima números ainda maiores. De acordo com a UNEM, associação que representa os grandes produtores de etanol de milho do Brasil, há hoje no país 24 biorrefinarias operando. Outras 16 já têm autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para serem construídas e mais 16 estão programadas para construção. Na semana passada, por exemplo, a maior empresa do setor, a Inpasa, anunciou uma joint venture com a gigante do agro Amaggi para construir três plantas no Mato Grosso. O boom se explica sobretudo pela rentabilidade do negócio. Ao contrário do etanol de cana-de-açúcar, o combustível feito de milho gera um subproduto de alto valor agregado: o DDG, que serve de ração para gados. Segundo a consultoria Datagro, uma das maiores do setor, o subproduto pode cobrir até 40% dos custos que as usinas têm com a compra de milho endash;o que se soma aos já altos preços do etanol. Há também a possibilidade de se fazer óleo com o grão. Além disso, o mercado viu o preço do milho saltar nos últimos anos, o que aumentou a margem dos fornecedores do grão, que também arrecadam com a venda de soja, já que a maior parte do plantio de milho do Brasil é feita após a colheita da oleaginosa. Segundo um importante empresário do setor, a rentabilidade do negócio sobe também porque o aumento da demanda interna por etanol de milho faz com que o produtor gaste menos com os custos para exportar o grão endash;hoje, grande parte da produção vai para o Oriente Médio e a Ásia. Assim, os ganhos de rentabilidade se dividem para todas as empresas da cadeia. "Para se ter uma ideia, não há neste momento nenhum projeto de nova usina de cana no Brasil", afirma Plinio Nastari, consultor da Datagro. Dados da Unica, a associação que representa os usineiros de cana, apontam grande diminuição da quantidade de cana destinada à produção do etanol, enquanto o preço do açúcar atingiu altas históricas no ano passado. Na safra de 2019 e 2020, por exemplo, 65% da colheita de cana foi para a produção de etanol, enquanto na última safra (terminada em março deste ano) foram 52%. "Nos últimos anos o etanol de milho tem sido mais rentável. O produtor de cana-de-açúcar tem ido mais para o açúcar, porque ele tem visto uma rentabilidade maior nos últimos anos", diz Ricardo Mussa, ex-CEO da Raízen, a maior empresa de etanol de cana do Brasil. Mussa, no entanto, não enxerga um cenário em que o etanol de milho abocanhe o mercado que hoje pertence aos usineiros de cana. Isso porque, na visão dele, o aumento da produção de etanol de milho tende a se expandir para o Norte e o Nordeste, regiões brasileiras que ainda vivem com pouca oferta de etanol. Das 32 plantas de etanol de milho em construção ou em espera de autorização, por exemplo, dez estão nas duas regiões, próximas ao Matopiba (que reúne MA, TO, PI e BA), onde o agronegócio mais cresce no Brasil. "Até pouco tempo atrás, você não encontrava etanol na bomba do posto de gasolina do Mato Grosso ou de algum estado do Norte ou Nordeste, porque como o etanol era produzido em SP ele chegava caro nesses locais. Mas, com o etanol de milho sendo produzido de forma mais descentralizada, se começa a ter um mercado novo para o etanol, que é o consumidor do carro flex no Norte e no Nordeste ", diz Mussa. "Então, houve um aumento da demanda e isso significa que o etanol de milho não está tirando o mercado do etanol de cana-de-açúcar e, sim, da gasolina." Rafael Borges, analista de inteligência de mercado da StoneX, diz que a maior oferta de etanol tende a reduzir o preço do combustível, o que aumenta sua competitividade frente à gasolina. Pode estar aí uma outra razão para o interesse da Petrobras por esse setor, que também viu o governo aumentar, em junho, a adição de etanol à gasolina para 30% endash;podendo chegar até a 35%, conforme a lei Combustível do Futuro, sancionada no ano passado. Questionada pela Folha, a Petrobras disse que o etanol é um vetor estratégico de baixo carbono na carteira de investimentos da empresa e que a estatal estuda parcerias, preferencialmente em participação minoritária ou com controle compartilhado, com empresas relevantes do setor. "Não há, no momento, definição quanto ao prazo ou à matéria-prima a ser utilizada nos projetos", afirmou. Um especialista no setor que preferiu não se identificar, no entanto, apontou que a petrolífera pode ter dificuldades em adentrar em um mercado que já tem suas campeãs, como a Inpasa e a FS. Segundo essa fonte, apenas seria rentável para essas empresas se unirem à estatal caso ela entrasse como distribuidora endash;o que a Petrobras está proibida de fazer até 2029, devido a um contrato com a Vibra. MERCADOS FUTUROS Joga a favor ainda do etanol de milho uma possível aceitação maior por parte da comunidade internacional. O etanol endash;independentemente da matéria-primaendash; pode dar origem aos combustíveis sustentáveis para aviões e navios, além do hidrogênio verde. Mas a União Europeia, que tende a ser o primeiro mercado para esses combustíveis, é reticente em aceitar rotas que envolvam biocombustíveis, sob alegações de que eles ameaçam a segurança alimentar e contribuem para o desmatamento de florestas. Essa é uma das maiores discussões em fóruns de energia dos quais o Brasil faz parte. Mas, de acordo com Pedro Guedes, analista de transição energética para biocombustíveis do Instituto E+ Transição Energética, o agronegócio brasileiro tem esperanças de que o milho, por ser cultivado em áreas já destinadas à soja, seja visto com melhores olhos pelos europeus. "O europeu acredita que há impactos adversos dos biocombustíveis para além da plantação em si que podem levar a aumento de desmatamento e, consequentemente, de emissões de carbono. Mas o milho, por utilizar uma terra que já estava sendo produtiva por causa da soja, não teria esse impacto secundário, pois não acarretaria numa expansão da fronteira agrícola", afirma. Em julho, a Organização de Aviação Civil Internacional aprovou o uso do etanol de milho como rota para a fabricação de combustível sustentável de aviação. Do lado do etanol de cana, por outro lado, o setor aposta no etanol de segunda geração, hoje já produzido pela Raízen, que tem três usinas em operação para produzir o produto endash;ainda 2% de toda a produção da empresa. Nessa rota, o combustível é feito a partir do bagaço da cana e, por isso, não competiria com a produção de açúcar.

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Opep+ decide ampliar produção de petróleo um ano antes do previsto

Os oito países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) concordaram em ampliar a produção de petróleo em 137 mil barris por dia (bpd), segundo comunicado divulgado após reunião neste domingo, 7. Com o ajuste, o cartel começa a desfazer parte do segundo pacote de cortes voluntários na produção, de 1,65 milhão de bpd no total, um ano antes do previsto. A Opep+ afirmou que pretende retomar parte ou completamente a produção de 1,65 milhão de bpd de maneira gradual, a depender das condições do mercado, mas sem dar um período específico para a implementação. Segundo a Bloomberg, delegados que participaram da reunião disseram que os valores podem ser adicionados em etapas mensais até setembro de 2026. Em nota, a Opep+ reiterou que continuará a monitorar de perto os desdobramentos do mercado de energia para garantir a sua estabilidade e que atuará cautelosamente. eldquo;Retemos completa flexibilidade para pausar ou reverter a produção voluntária adicional, incluindo retomar os cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia implementados em novembro de 2023erdquo;, disse. A decisão de aumentar a produção teve como base as eldquo;perspectivas estáveis para a economia global e os fundamentos saudáveis do mercado, refletidos pelos estoques baixos de petróleoerdquo;. Os oito países também concordaram que a medida facilitará a aceleração da compensação de produção por alguns membros, em conformidade com o acordo de ajustes voluntários e incluindo eldquo;qualquer volume excessivo produzido desde janeiro de 2024erdquo;. Rússia e Arábia Saudita vão liderar o aumento na produção Em tabela divulgada junto ao comunicado, a Opep+ esclareceu a quantidade mensal de produção adicional acordada por cada país. Rússia e Arábia Saudita lideram a lista, com 42 mil bpd, cada, seguidos pelo Iraque (17 mil bpd). Os oito países-membros - Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Casaquistão, Argélia e Omã - realizarão reuniões mensais para revisar as condições do mercado e a conformidade com o acordo, afirmaram em nota. O próximo encontro será em 5 de outubro.

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Petróleo fecha em queda pelo 3º dia seguido com payroll fraco nos EUA

Os contratos futuros de petróleo fecharam a sexta-feira (5) em queda pela terceira sessão consecutiva, em meio à preocupações de que a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) eleve a produção da commodity no domingo (7). Investidores também ponderaram dados fracos de emprego nos EUA e notícias de que a Índia manterá a compra de óleo russo. Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 2,53% (US$ 1,61), a US$ 61,87 o barril. Já o Brent para novembro, negociado na ICE (Intercontinental Exchange), recuou 2,22% (US$ 1,49), a US$ 65,50 o barril. Na semana, o WTI e Brent cederam 3,34% e 2,93%, respectivamente. Segundo a Bloomberg, a Arábia Saudita, líder da Opep+, quer que o grupo considere retomar a alta da produção de petróleo antes do prazo previsto, em meio a uma ofensiva para recuperar participação de mercado. A defesa da fatia de mercado ocorre em um contexto em que países como Angola buscam ampliar a produção. A Capital Economics pontua que o cartel deve fazer uma pausa antes de aumentar ainda mais a produção no segundo trimestre de 2026. Ainda assim, com os preços tendo encontrado algum apoio durante o verão do Hemisfério Norte, o grupo pode sentir que tem espaço para trazer mais oferta de volta ao mercado mais cedo, acrescenta a consultoria. Já a Ministra das Finanças indiana, Nirmala Sitharaman afirmou que o país "sem dúvida comprará petróleo russo", embora o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha ameaçado mais retaliações à Índia. Apesar das baixas recentes da commodity, os riscos geopolíticos continuam elevados, com receios crescentes de novos ataques russos à Ucrânia, diz o Swissquote Bank. Ainda não há planos para uma possível conversa entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e Trump, mas o contato poderia ser organizado rapidamente, disse o Kremlin nesta sexta-feira (5). Traders também acompanharam o relatório payroll de agosto, o qual mostrou uma criação de empregos abaixo do esperado nos EUA e aumentou temores de uma desaceleração econômica. *Com informações da Dow Jones Newswires

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É preciso continuar a fechar cerco contra fraudadores no setor de combustíveis, diz Silveira

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, nesta sexta-feira (5), que é preciso continuar a fechar o cerco contra agentes do mercado de combustíveis que atuam de forma ilegal, capitaneados pelo crime organizado. Ele afirmou também que, com a criação de um novo órgão, o Operador Nacional do Sistema de Combustíveis, haverá maior proteção aos consumidores. O órgão atuaria como uma espécie de eldquo;ONS dos combustíveiserdquo;, com atribuições semelhantes às do Operador do Sistema Elétrico brasileiro. Clique aqui para continuar a leitura.

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