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"Não há mais um mercado global de petróleo", diz CEO da TotalEnergies

As sanções ocidentais contra a Rússia estão dividindo o mercado global de petróleo e contribuindo para o crescimento de um eldquo;mercado cinzaerdquo; emdash; paralelo emdash; e para a valorização dos preços da commodity, avalia o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné. eldquo;Não há mais um mercado mundial de petróleo. Essa é a grande lição do que está acontecendoerdquo;, afirmou o executivo a investidores, na quarta-feira (8/2). Pouyanné destacou que a indústria global ainda não avaliou todas as consequências do que ele chamou de crescimento dos eldquo;mercados cinzaserdquo;. As sanções redesenharam os fluxos do comércio internacional. O petróleo bruto russo se deslocou da Europa para a Ásia emdash; sobretudo para Índia, China, Emirados Árabes Unidos e Egito. Pouyanné crê em petróleo de volta aos US$ 100 O presidente da petroleira francesa crê num possível retorno dos preços do barril para além dos US$ 100. eldquo;Do nosso ponto de vista, há mais suporte para um preço superior a US$ 80 do que para um preço mais baixoerdquo;, comentou. Na manhã desta quinta-feira (9/2), o Brent operava em torno de US$ 84 o barril. Ontem, subiu 1,67%, a US$ 85,09 o barril, influenciado pela expectativa por maior demanda da China, e apesar do aumento acima do esperado nos estoques nos EUA. Sanções têm efeitos limitados sobre a Rússia Em resposta à invasão russa à Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, a União Europeia impôs sanções à importação de petróleo e derivados da Rússia. Já o G7 anunciou um preço-teto aos produtos russos, de US$ 100 o barril para derivados como diesel, combustível para aviação e gasolina, e US$ 45 por barril para produtos com desconto, como óleo combustível. Entretanto, esses limites não afetam gravemente as refinarias russas, na avaliação da Wood Mackenzie. Em alguns casos, a consultoria acredita ser possível que produtores da Rússia exportem até com margens de US$ 20 a US$ 30 por barril. Produtos russos buscam novos mercados O desafio para os refinadores russos será encontrar compradores novos e mais distantes para substituir os produtos que antes tinham como destino a Europa. De acordo com a SeP Global Commodity Insights, a Ásia se prepara para receber os derivados russos que deixarão de ir para a Europa a partir deste mês. Países asiáticos, como a Índia, também devem aumentar as exportações à Europa. Em 2021, a Europa importou 750 mil barris/dia de petróleo russo. A expectativa é que apenas parte desse volume seja desviado para a Ásia. Refinadores da Rússia precisarão encontrar mercados também na América do Sul emdash; inclusive o Brasil emdash; e na África.

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Sem redução de impostos sobre combustíveis, alta acumulada do IPCA seria de 7,77%

Os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados, nesta quinta-feira (9/2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram alta de 5,77% na inflação acumulada em 12 meses até janeiro, levemente abaixo dos 5,79% até dezembro de 2022. Contudo, se não fossem os estímulos fiscais, a inflação estaria, pelo menos, dois pontos percentuais acima, pelos cálculos do economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Ou seja, o IPCA acumulado deste mês seria de 7,77%, bem acima do teto da meta de 2023, de 4,75%. Na segunda metade de 2022, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reduziu os impostos federais sobre combustíveis no vale-tudo eleitoral, e que foram prorrogados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Agora, estados negociam com a União as perdas acumuladas durante o período com a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que teve um teto de 17% a 18%, dependendo do estado. O volume de perdas, segundo estimativas dos estados e do governo variam entre R$ 13 bilhões e R$ 45 bilhões. Um valor médio com pagamento parcelado ao longo dos próximos quatros anos de mandato vem sendo negociado pelo novo governo com os governadores. De acordo com Braz, o resultado do IPCA de janeiro não surpreendeu e acabou ficando dentro das estimativas, apesar da alta dos preços dos alimentos, que sofrem pressão devido às chuvas. Por outro lado, o vestuário, lembrou ele, acabou registrando a primeira deflação após 12 meses de alta devido às liquidações, o que contribuiu para a desaceleração do IPCA entre dezembro e janeiro. O economista do Ibre lembrou que, neste mês, o IPCA sofrerá pressões dos reajustes das mensalidades escolares e do material de volta às aulas. E, em março, haverá a recomposição dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol, cuja isenção acaba neste mês. eldquo;Além da volta de aumento de preços da gasolina, o cenário para a inflação neste ano é de aumento de pressões, pois os reajustes pela inflação de 2022 em serviços, que têm um peso de 30% no IPCA, vão ocorrer ao longo deste anoerdquo;, alertou.

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Preço da gasolina sobe em 10 de 16 regiões em janeiro

O preço da gasolina subiu em dez de 16 regiões pesquisadas para cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro de 2023, informou o gerente do IPCA e pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pedro Kislanov. eldquo;No entanto, ainda acumula queda de 24,30% em 12 meses até janeiro de 2023 [em âmbito nacional]erdquo;, disse. Foram notadas altas de preço, em janeiro, em Fortaleza (11,48%); Salvador (6,34%); Aracaju (5,14%); São Paulo (1,98%); Porto Alegre (1%); Belo Horizonte (0,72%); Rio de Janeiro (0,63%); Brasília (0,25%); Campo Grande (0,21%); e Vitória (0,18%). Em contrapartida, foram notados recuos em Belém (-0,36%); São Luís (-0,49%); Rio Branco (-0,86%); Goiânia (-2,16%); Recife (-3,69%); Curitiba (-3,92%).

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Governo nomeia três secretários para Ministério de Minas e Energia

O governo publicou nesta quinta-feira (9) no Diário Oficial da União a nomeação de três secretários para o Ministério de Minas e Energia, os primeiros a compor o segundo escalão da pasta que segue ainda sem um nome para a secretaria-executiva. Para a secretaria de Energia Elétrica, foi nomeado Gentil Nogueira, que ocupava o cargo de superintendente de Fiscalização dos Serviços de Geração na agência reguladora Aneel. Thiago Barral, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) desde 2019, foi nomeado como secretário de Planejamento e Transição Energética. Já Pietro Mendes ficou com a secretária de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Mendes é servidor de carreira da agência reguladora ANP e chegou a ocupar o cargo de secretário adjunto dessa mesma secretaria no governo de Jair Bolsonaro. As nomeações vêm para preencher um quadro de segundo escalão que até então estava vago, após dezenas de exonerações em cargos com capacidade decisória na pasta comandada por Alexandre Silveira. A situação inquietava o setor de energia, que aguarda definições e avanços em agendas importantes, como abertura do mercado livre de energia e política de combustíveis. Em nota, a associação de comercializadores de energia Abraceel disse que os indicados são reconhecidos por seu profissionalismo, de modo que as nomeações sinalizam "um corpo técnico [...] altamente qualificado e com posicionamento alinhado ao avanço de pautas fundamentais para o setor". (Reuters)

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Petrobras espera que Argentina e Bolívia atendam demanda de gás natural do Brasil

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse esperar, nesta quarta-feira (8), que Argentina e Bolívia possam satisfazer a demanda de gás natural brasileira, ao invés de assinar contratos de longo prazo com fornecedores dos Estados Unidos. "Eu diria que é mais provável que tenhamos algo de curto a médio prazo (com os EUA) do que a longo prazo porque, não se esqueça, temos reservas offshore em nossas bacias do pré-sal, temos um gás não associativo ao longo da fronteira sudoeste do Brasil", afirmou Prates em Houston, no Texas, durante o fórum global de energia CERAWeek. E "se olharmos para o Sul-Sudeste do Brasil, a maior parte da atividade industrial e a maior parte do consumo vem de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre (...), além do agronegócio no Centro-Oeste, uma região rodeada por Bolívia de um lado e Argentina ao sul", acrescentou. "O desafio que temos é conectar esses mercados com as reservas" dos fornecedores, acrescentou. "Somos um grande mercado cercado de reservas de gás", afirmou. Prates assumiu o cargo após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, um aliado dos governos esquerdistas da Argentina e da Bolívia. "As oportunidades estarão sempre ativas. Isso não quer dizer que estamos tentando fazer coisas inviáveis, ou simplesmente por motivações políticas", argumentou Prates. Em janeiro, Lula visitou, em Buenos Aires, seu contraparte argentino, Alberto Fernández, com quem abordou a possibilidade de um projeto de integração energética. O Brasil já importa gás da Bolívia há anos. Em 2021, a Petrobras triplicou a importação de gás natural liquefeito (GNL) para enfrentar a pior seca que o país viveu em 20 anos e que escasseou a energia hidrelétrica, com menor custo local. Essas importações caíram consideravelmente em 2022 devido à melhoria das condições climáticas. O presidente da Petrobras também revelou que espera conversar com o governo Lula sobre um anunciado imposto temporário sobre as exportações de petróleo bruto, medida com a qual a estatal petrolífera busca compensar uma isenção parcial do imposto sobre combustíveis adotado para baixar os preços ao consumidor. * com informações de AFP

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Inflação sobe 0,53% em janeiro com pressão de alimentos

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), teve alta de 0,53% em janeiro, o primeiro mês do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A maior pressão veio do grupo alimentação e bebidas, que avançou 0,59%, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (9). O resultado ficou abaixo da mediana das projeções do mercado e mostra uma desaceleração frente a dezembro, quando a alta havia sido de 0,62%. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam inflação de 0,56% no mês passado. Em 12 meses, o IPCA acumulou avanço de 5,77% até janeiro, conforme o IBGE. Também houve desaceleração. Nesse recorte, a variação era de 5,79% até a divulgação anterior. O índice acumulado está acima da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) para 2023. O centro da medida de referência é de 3,25% neste ano. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%). LULA SOBE TOM CONTRA BC O BC, aliás, virou alvo de críticas de Lula. Para tentar conter a inflação no país, a autoridade monetária vem deixando a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. A reunião mais recente do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) ocorreu na semana passada. Foi o primeiro encontro desde o início do governo Lula. Na segunda-feira (6), o presidente chamou de "vergonha" o nível atual da Selic. Lula ainda conclamou o empresariado a fazer cobranças sobre os juros altos. A elevação da Selic é o instrumento do BC para tentar esfriar a demanda por bens e serviços e, assim, conter os preços e ancorar as expectativas de inflação. O possível efeito colateral é a perda de fôlego da atividade econômica, porque o custo do crédito fica mais alto para empresas e consumidores. A economia já vinha mostrando sinais de desaceleração antes de Lula assumir a Presidência. As críticas do petista à atuação do BC, porém, têm ampliado expectativas de inflação e pressionado os juros. O movimento gera um reflexo contrário ao pretendido pelo governo. O discurso traz risco de pressão sobre o dólar, que impacta preços de alimentos. A inflação da comida afeta principalmente a população pobre, camada da sociedade na qual Lula encontra apoio. ALIMENTOS PRESSIONAM IPCA Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA, 8 subiram em janeiro. O segmento de alimentação e bebidas até desacelerou de 0,66% em dezembro para 0,59% em janeiro, mas exerceu a maior influência sobre o índice. O impacto foi de 0,13 ponto percentual. O IBGE associou o resultado dos alimentos à carestia de produtos como batata-inglesa (14,14%) e cenoura (17,55%). "As altas nesses dois casos se explicam pela grande quantidade de chuvas nas regiões produtoras", afirmou o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov. Por outro lado, houve queda de 22,68% dos preços da cebola, com a maior oferta vindo das regiões Nordeste e Sul, disse Kislanov. O produto subiu mais de 130% em 2022. O grupo de transportes teve o segundo principal impacto no IPCA de janeiro (0,11 ponto percentual). O grupo acelerou a alta para 0,55%, após 0,21% em dezembro. Em transportes, houve pressão dos combustíveis, que subiram 0,68%, puxados pelo aumento da gasolina (0,83%) e do etanol (0,72%). No sentido contrário, o óleo diesel (-1,40%) e o gás veicular (-0,85%) tiveram queda em janeiro. Apenas o grupo de vestuário (-0,27%) teve variação negativa no mês passado. "Cabe registrar que foi a primeira queda no grupo após 23 meses seguidos de altas, com a última retração tendo sido registrada em janeiro de 2021", disse Kislanov. "O recuo em janeiro de 2023 se deve ao fato de várias lojas terem aplicado descontos sobre os preços que foram praticados em dezembro, para o Natal. O fator que mais influenciou no resultado foi uma queda de 1,37% no item de roupas femininas", completou. O mercado financeiro elevou a perspectiva para o IPCA acumulado em 2023 a 5,78%, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira. Foi a oitava alta consecutiva na projeção. Se a estimativa for confirmada, este será o terceiro ano consecutivo de estouro da meta de inflação no país.

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