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Petrobras inaugura era das megaplataformas de petróleo no país

Com o início das operações, neste sábado (15), da plataforma Almirante Tamandaré, no pré-sal, a Petrobras estreia uma nova geração de unidades de produção de petróleo no país, bem maiores que as já existentes e com maior esforço para reduzir emissões de gases do efeito estufa. Instalada no campo de Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, a Almirante Tamandaré tem capacidade para produzir até 225 mil barris de petróleo por dia, 25% superior às maiores unidades hoje em operação no Brasil e equivalente às maiores do mundo, instaladas na costa da África. A plataforma é a primeira de uma série de seis unidades gigantes de produção de petróleo previstas para os campos de Búzios, Sépia e Atapu. O objetivo é "monetizar o mais rápido possível" a elevada capacidade dos poços do pré-sal, diz a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi. A estratégia incluiu a perfuração de poços mais largos, que permitirão a extração de até 60 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a dois terços de toda a produção em campos terrestres no Brasil. Serão os primeiros poços com oito polegadas de diâmetro, contra as seis usuais no pré-sal. "E aí a produtividade é maior ainda", diz Baruzzi. "Por que a gente está fazendo isso? Por que o reservatório é muito bom. A extensão, a coluna do reservatório tem o tamanho do Cristo Redentor", diz a executiva. A plataforma tem 351 metros de comprimento e 60 metros de largura, o equivalente a quase três campos de futebol em sequência. Pesa 44 mil toneladas e, por suas características peculiares, não pode ser construída sobre um casco de navio, como costuma ocorrer. Seu casco foi construído especificamente para suportar todos os equipamentos instalados em seu convés, que incluem sistemas de geração de energia e de separação da mistura de petróleo, gás, água e gás carbônico que chegam dos poços. A maior parte das obras foi realizada pelo estaleiro chinês CMHI, com parte dos equipamentos do convés construídos em estaleiros no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro e depois enviados à China para montagem. A Petrobras queria iniciar as operações no início do ano, mas um impasse com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) não permitiu. A agência é responsável por autorizar o funcionamento de unidades de produção de petróleo no país. Durante a semana, a agência informou à Folha que havia uma pendência relativa a "atendimento a um condicionante relacionado à segurança operacional, que foi estabelecido pela ANP a partir da auditoria de estaleiro realizada em maio de 2024". Na sexta (14), acabou autorizando a operação. Além dos 225 mil barris de petróleo, a plataforma tem capacidade para processar 12 milhões de metros cúbicos de gás natural, o equivalente a cerca de um quarto do consumo nacional, sem contar térmicas. Em seu casco, pode armazenar 250 mil barris de petróleo. A Petrobras diz que o projeto prevê uma série de tecnologias para reduzir a pegada de carbono, como a operação sem a chama de segurança no flare, equipamento usado na plataforma para queimar o gás não utilizado no processo, e um sistema de aproveitamento de calor que reduz a necessidade de geração de energia. Para as próximas unidades, a estatal estuda ampliar a eletrificação das operações, reduzindo ainda o uso de gás natural e diesel. À época com seis plataformas em operação, o campo de Búzios alcançou em março de 2023 a marca de um bilhão de barris produzidos. A Petrobras tem como sócios no projeto as chinesas CNOOC e CNODC e a estatal PPSA (Pré-sal Petróleo SA), que gere os interesses da União no pré-sal.

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Lula pressiona Ibama por petróleo como Dilma fez com Belo Monte

Nunca é demais repetir o óbvio em tempos de pós-verdades: Luiz Inácio mandou de novo às favas os escrúpulos de coerência ao defender a exploração de petróleo na margem equatorial, região marinha que vai do litoral do Rio Grande do Norte ao do Amapá. Lula vociferou na quarta-feira (12) a favor da extração de combustível fóssil na bacia da foz do Amazonas. Não ficou na opinião. Partiu para a pressão direta sobre o Ibama, com o pretexto de que a agência barra meros estudos sobre as jazidas. "Se depois a gente vai explorar, é outra discussão. O que não dá é para a gente ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo", disse o presidente à rádio Diário FM, de Macapá (AP). A desculpa é aquela fabricada pela ala do crescimento a qualquer custo em seu governo, que reúne de nacionalistas do PT (ou coisa pior) a oportunistas argentários do centrão: financiar a transição energética. Balela. Primeira incoerência: transitar de energia fóssil para fontes limpas implicaria defasar a produção de petróleo, não aumentá-la. Ou, pelo menos, apresentar um plano indicando quando isso acontecerá e quanto da renda gerada será aplicada na transição endash;além de como. Nada. Não há plano detalhado para transição, só a meta nacional de redução de emissões de carbono que o governo pretende cumprir reduzindo desmatamento. Um tipo absurdo de poluição climática, diga-se, pois só enriquece ruralistas néscios, devastadores da floresta que regula as chuvas das quais eles dependem. Muito menos existe planejamento crível para escalonar, com objetivos e prazos, a retração de combustíveis fósseis. A Petrobras, se fosse séria na promessa de tornar-se uma empresa de energia e não de energia fóssil, deveria apresentar um cronograma de desembolsos crescentes para energias renováveis. Quanto e quando empresa e governo federal preveem investir daqui até 2050, quando o planeta precisa alcançar a neutralidade de carbono? Por exemplo em geração eólica, fotovoltaica, geotérmica, em baterias para armazenar excedentes de eletricidade, na produção de hidrogênio por eletrólise ou no bombeamento da água de volta para reservatórios hidrelétricos? Em lugar disso, Lula quer entrar para a Opep. Mais uma demonstração do complexo de vira-lata no país do futuro, mas sem Nobel, sem Oscar (até aqui), sem aumento de produtividade, sem controle da corrupção e sem boas notas no Pisa. A outra incoerência presidencial reside na expectativa de brilhar com a cúpula do clima COP30 em Belém, perfilando-se como liderança verde no mundo. O Planalto precisa cair na real. A capital paraense tem 20% da população atendida pela rede de esgoto, segundo o Instituto Água e Saneamento. O Pará desmatou 2.362 km2 em 2024 (38% do total derrubado na Amazônia Legal, diz o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A cidade-sede tem 18 mil vagas de hospedagem, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, para 40 mil a 60 mil visitantes esperados. A COP30 vai fracassar. A pauta climática, com Donald Trump, saiu da agenda na maioria dos países e empresas. Se é que algum dia entrou de verdade, como no caso do Brasil e da Petrobras. (Coluna por Marcelo Leite)

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São Paulo e Alagoas avançam em ranking de regulação do mercado livre de gás

Os Estados de São Paulo e Alagoas avançaram no Ranking do Mercado Livre de Gás (Relivre), enquanto o Amazonas perdeu posições. O ranking, que avalia a regulação de cada Estado, é estipulado por entidades setoriais como o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) e a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace). São Paulo São Paulo saltou sete posições, passando do 13º lugar para o sexto lugar em termos de regulação para o mercado livre de gás. Esse avanço vem após mudanças nas regras da agência reguladora local, a Arsesp, contidas na Deliberação 1.632, do início de janeiro. Entre as melhorias está a liberdade de alocação de capacidade pelo consumidor parcialmente livre. Isso permite que o usuário tenha gestão da capacidade contratada no sistema de distribuição entre o mercado regulado e o mercado livre. Houve, também, a retirada de penalizações relativas ao balanceamento e a flexibilização para uso da capacidade excedente. A nota de São Paulo no Relivre progrediu 13,5 pontos para 50,2 desde 2023, quando foi lançado do instrumento comparativo. eldquo;O Estado tem regras de abertura de mercado desde 2011, porém somente nos anos de 2024 e 2025 a migração pegou traçãoerdquo;, escrevem em nota as associações, atribuindo o aumento da modalidade ao avanço nas regras. Alagoas Da mesma forma, a Agência Reguladora de Serviços Públicos no Estado de Alagoas (Arsal) publicou em dezembro um documento com a metodologia de cálculo da Tarifa de Uso do Serviço de Distribuição (Tusd) e da Tarifa de Uso Específico do Sistema de Distribuição Exclusiva de Gás Canalizado (Tusd-e), ampliando sua nota a 78,2 pontos e se consolidando na 2ª colocação da lista de Estados mais bem preparados em termos regulatórios. O primeiro lugar segue sendo o Sergipe (84,66), que lidera seguido de Alagoas, ambos isolados à frente do restante do País. Os Estados do Sudeste, Espírito Santo (60,45), Rio (59,25), Minas Gerais (55,47) e São Paulo (50,2), completam a lista daqueles com pontuação acima de 50. Amazonas Já no Amazonas, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam) implementou uma taxa de fiscalização e a necessidade de comprovação de volumes de gás por parte dos comercializadores. Segundo IBP, Abpip e Abrace, isso piora a atratividade do Estado. Com isso, o Amazonas caiu da 7ª para a 13ª posição do Relivre, agora com pontuação de 43,4 pontos. O Estado segue na faixa entre 40 e 50 pontos, só superando o Maranhão (41,82). Nas piores colocações do ranking, abaixo do nível dos 40 pontos, vêm Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná, Ceará e Pará - este na lanterna com nota de apenas 19,64.

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Vibra obtém certificação que abre caminho para importar SAF, combustível de aviação sustentável

A Vibra obteve uma certificação internacional que abre caminho para a importação de biocombustíveis ainda não fabricados no País, movimento ainda incipiente no Brasil. São os casos do combustível de aviação sustentável (SAF) e do diesel verde renovável (HVO) emdash; este último já trazido do exterior pela Vibra. Trata-se do selo ISCC EU Corsia (sigla para International Sustainability eamp; Carbon Certification). A certificação vale especificamente para operações nas bases de Cubatão (SP) e do Aeroporto Internacional Tom Jobim (RJ), o Galeão, onde os insumos devem ser comercializados futuramente. Essa certificação posiciona a Vibra para explorar eldquo;novas oportunidades de negócioserdquo; no mercado de biocombustíveis, no Brasil e no exterior, informou a companhia ao Estadão/Broadcast. A Vibra tem ambições declaradas relacionadas à comercialização de SAF, combustível de maior valor agregado e que tende a se consolidar nos próximos anos. Ainda no fim de 2023, governos de 100 países reunidos na Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO) compactuaram a meta de reduzir 5% das emissões de carbono até 2030, o que deve impulsionar o consumo do biocombustível. A certificação ISCC é reconhecida pela própria ICAO como demonstrativo de conformidade aos critérios do seu programa de redução de emissão de gases do efeito estufa, o Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation (Corsia). A lógica por trás da certificação é ampliar o acesso a mercados internacionais de fornecimento dos insumos que observam o Corsia. O selo permite rastrear e monitorar o fluxo dos produtos ao longo da cadeia, além de quantificar os benefícios do uso do SAF por meio de um sistema de transferência de créditos próprio. Por meio da marca BR Aviation, a empresa diz operar cerca de 95 aeroportos e, hoje, abastece seis de cada 10 aeronaves que circulam no País, replicando a liderança do mercado geral de distribuição de combustíveis. Segundo dados consolidados da Agência Nacional do petróleo para todo 2024, a Vibra responde por 21,81% das vendas do gerais de combustíveis, quase sete pontos porcentuais à frente das concorrentes Ipiranga e Raízen. Além da certificação, a Vibra passa a integrar a Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), organização independente voltada a criação de critérios de transparência e rastreabilidade. eldquo;A afiliação vai nos permitir avançar em iniciativas de descarbonização, fortalecendo nossa posição como plataforma multi-energia que promove soluções sustentáveis para nossos clientes e para a sociedadeerdquo;, resume o vice-presidente Executivo de Operações da Vibra, Marcelo Bragança.

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Gasolina e diesel voltam a subir nos postos, atingindo maior preço do governo Lula

Os preços da gasolina e do diesel voltaram a subir nos postos, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para a semana entre os dias 9 e 15 deste mês, o valor médio da gasolina na bomba chegou a R$ 6,37, maior que os R$ 6,35 da semana anterior. No caso do diesel, o preço médio chegou a R$ 6,39, acima dos R$ 6,38 da semana passada. Gasolina e diesel estão com seus preços no maior patamar desde o início do governo Lula. Desde a semana do dia 19 de janeiro, a gasolina vem atingindo recordes de preço desde o início do governo. Na semana de 19 de janeiro, o valor médio foi de R$ 6,19, o maior até então. Em 2024, o preço da gasolina havia atingido o máximo de R$ 6,15. Assim, no acumulado do governo Lula, o preço médio da gasolina passou de R$4,96, na última semana de 2022, para R$ 6,37, nesta semana, acumulando uma alta de 28,42%. No caso do diesel, o aumento chega a 42,3%, passando de R$ 4,49 para os atuais R$ 6,39, segundo dados da ANP. Em fevereiro, os preços da gasolina e do diesel tiveram aumento do ICMS em todo o Brasil. O imposto estadual da gasolina passou de R$ 1,3721 para R$ 1,4700 por litro a partir do dia 1 deste mês. No caso do diesel, o ICMS subiu R$ 0,06, passando de R$ 1,0635 para R$ 1,1200 por litro. Além disso, a Petrobras aumentou no último sábado o preço do diesel para as distribuidoras. O valor por litro passou a ser de R$ 3,72, em alta de mais de 6%. Foi o primeiro reajuste da estatal no combustível desde 2023.

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País teve comercialização de mais de 130 bilhões de litros de combustíveis em 2024

Em 2024, foram comercializados, no Brasil, 133,1 bilhões de litros de combustíveis líquidos automotivos. No caso da gasolina C (já com a mistura de etanol anidro), foram 44,19 bilhões de litros, uma redução de 4% com relação a 2023. O etanol hidratado combustível teve 21,66 bilhões de litros em venda, um crescimento de 33,4%. Com relação ao diesel B (já com a mistura de biodiesel), foram comercializados 67,25 bilhões de litros, um aumento de 2,6% na comparação com o ano anterior. Os dados foram apresentados pela ANP hoje (13/2), no Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis 2025 (ano base 2024). O evento foi híbrido, realizado no Rio de Janeiro, com presença de agentes de mercado e outros interessados, e transmitido ao vivo pela plataforma Teams. Fizeram a abertura do seminário os Diretores da ANP Fernando Moura, Symone Araújo e Mariana Cavadinha. No ano, a produção nacional de gasolina A (pura, ainda sem a adição de etanol anidro) correspondeu a 90% do total da oferta interna, sendo os 10% restantes supridos por importações. Já no caso do diesel A (ainda sem a mistura de biodiesel), as importações foram responsáveis por cerca de 25% das vendas. No caso do GLP, foram comercializados 7,57 milhões de metros cúbicos no país em 2024, um aumento de 2,2% na comparação com 2023. As importações corresponderam a 25% das vendas. O biodiesel teve crescimento nas vendas, refletindo o aumento, em 2024, do teor desse biocombustível no diesel de origem fóssil, de 12% para 14%. Foram comercializados 8,96 bilhões de litros no ano, enquanto em 2023 foram 7,34 bilhões. O ano se encerrou com 131.278 agentes regulados pela ANP no setor de abastecimento, entre eles: 44.678 postos de combustíveis; 58.283 revendas de GLP; 384 distribuidores (entre os de combustíveis líquidos, GLP, combustíveis de aviação, solventes e asfaltos); e 152 produtores de lubrificantes. Os demais agentes se dividem entre rerrefinadores de lubrificantes, agentes de comércio exterior, transportadores-revendedores-retalhistas (TRR), transportadores-revendedores-retalhistas na navegação interior (TRR-NI), coletores de lubrificantes, pontos de abastecimento e consumidores industriais de solventes. No seminário, foram apresentados ainda dados de produção de combustíveis, estatísticas das ações de fiscalização da ANP no mercado de abastecimento e aspectos de preços e concorrenciais. A Agência realizou ainda uma apresentação, destinada aos agentes regulados, sobre os sistemas que devem ser utilizados para envio de dados à ANP, pedidos de autorização, entre outros. Veja as apresentações realizadas pela ANP. Novo painel dinâmico da revenda No evento, foi lançado também o Painel Dinâmico de Revendedores, que tem como objetivos ampliar a transparência e permitir o compartilhamento de dados com agentes regulados, empresas e a sociedade. O painel disponibiliza dados cadastrais das revendas de combustíveis automotivos e de GLP (gás de cozinha), incluindo histórico de bandeiras, capacidade de tancagem e número de bicos de abastecimento. A consulta pode ser realizada de forma geral, abrangendo todos os revendedores, ou de forma específica, por CNPJ, unidade da Federação (UF) e/ou município. A ferramenta auxilia na identificação de tendências de mercado e na previsão de comportamentos futuros. Foi lançado ainda a API de Revendedores, a ferramenta que permite consultar a lista de postos revendedores de combustíveis automotivos e de GLP em operação, bem como seus dados cadastrais, incluindo: endereço; produtos comercializados; nome do distribuidor; capacidade de tancagem; e coordenadas geográficas, quando disponíveis. Assim como painel, a API possibilita a consulta geral ou específica, utilizando CNPJ, UF e/ou município. A diferença entre as duas ferramentas é que o painel dinâmico é interativo e permite a consulta de dados diretamente, por qualquer usuário. Já a API (sigla para Application Programming Interface, ou Interface de Programação de Aplicações) é uma ferramenta que permite a comunicação entre diferentes sistemas, possibilitando a troca de dados de forma segura, eficiente e estruturada. Ela disponibiliza dados para os agentes econômicos ou outros interessados consumirem através de seus próprios sistemas. O painel está disponível na página Painel Dinâmico de Relatório de Revenda.

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