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Lula diz ser contra combustível fóssil, mas volta a defender exploração de petróleo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta segunda-feira (24/2) o interesse do governo em explorar petróleo no Brasil. Sem citar diretamente a região da Foz do Amazonas, ele argumentou que o Brasil precisa aproveitar suas reservas de combustíveis fósseis enquanto ainda depende desse recurso para o desenvolvimento econômico do país. "Eu sou contra o combustível fóssil, quando a gente puder prescindir dele. Enquanto a gente não puder, a gente tem que ter. Porque é o dinheiro da Petrobras que vai ajudar a gente a fazer revolução na transição energéticaerdquo;, afirmou o presidente durante evento no Rio Grande do Sul de assinatura do contrato de ampliação da frota da Petrobras e Transpetro. A proposta de explorar petróleo na foz do Amazonas tem gerado intensos debates pelo risco iminente de derramamento de petróleo na região. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em um primeiro momento, se posicionou contrária à iniciativa, ressaltando os impactos ambientais e a necessidade de proteger a rica biodiversidade da região. Porém, este mês, o presidente Lula declarou que Marina eldquo;jamais será contraerdquo; exportar petróleo na Foz do Amazonas. O petista chegou a prometer ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que o governo daria a licença para petróleo na Foz do Amazonas. Recentemente, Lula criticou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), chamando de "lenga-lengaerdquo; os entraves do órgão regulador para liberar a Petrobras para realizar pesquisas na área. Ele defendeu que o Brasil precisa avançar com a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região próxima à Foz do Amazonas, e que, para isso, é necessário encontrar uma solução que concilie o desenvolvimento com a preservação ambiental. A Petrobras, por sua vez, se prepara para iniciar a exploração na região enquanto aguarda as licenças ambientais. A empresa já está investindo em um centro veterinário no Amapá para atender aos requisitos do Ibama, visando garantir que possíveis impactos ambientais, como derramamentos de óleo, sejam controlados. Com a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) marcada para novembro de 2025, em Belém, no Pará, o governo brasileiro está sob pressão para equilibrar sua postura sobre combustíveis fósseis com os compromissos ambientais internacionais.

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Medidas protecionistas dos EUA ameaçam exportação de etanol

O etanol entrou na mira das medidas protecionistas que vêm sendo implementadas pelos Estados Unidos. Em recente memorando, o presidente Donald Trump, determina que EUA adotem tarifas de importação equivalentes às cobradas por outros países, e cita o etanol brasileiro como exemplo de desequilíbrio comercial, apontando que a taxação de 18% aplicada pelo Brasil, prejudica os produtores norte-americanos. A medida é vista com preocupação pelo setor bioenergético brasileiro que em 2024 exportou 313.341 metros cúbicos de etanol para os Estados Unidos, totalizando US$ 181,8 milhões em vendas. Etanol brasileiro é ambientalmente mais avançado Em entrevista ao JornalCana, Jacyr Costa Filho, Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp/Cosag, disse que a medida desagrada o setor e contraria as iniciativas de descarbonização. eldquo;O etanol do Brasil é reconhecido na Califórnia como um produto ambientalmente mais avançado que o etanol produzido nos Estados Unidos. Sendo assim, limitar sua importação é uma atitude que vai contra as iniciativas de descarbonização implantadas por aquele estado. No final do dia, o consumidor é quem será prejudicadoerdquo;, afirma Jacyr. Taxação do açúcar brasileiro chega a 100% Segundo ele, a tarifa aplicada pelo governo brasileiro, visa justamente ressaltar o diferencial ambiental positivo do etanol nacional. eldquo;Porém, é possível negociar uma redução dessa tarifa, desde que haja uma contrapartida para o açúcar brasileiro, que, quando ultrapassa a irrisória cota de importação, é penalizado com tarifas de até 100%erdquo;, aponta. Jacyr espera que os estados norte-americanos comprometidos com a descarbonização dos transportes optem por importar etanol brasileiro diretamente. eldquo;Dessa forma, poderemos ver a continuidade de projetos de cooperação para a oferta de SAF, por exemplo, iniciativa tão importante para diminuir emissões na aviação. Recentemente, houve a importação de etanol brasileiro para a produção do combustível sustentável de aviação na LanzaNet, a primeira fábrica de SAF nos Estados Unidoserdquo;, explica Jacyr. UAPNE25 traz visão de executivos do setor Com vasta experiência no agronegócio, Jacyr Costa Filho será um dos moderadores do Congresso UAPNE25 endash; Usinas de Alta Performance, no painel eldquo;CEO Meeting endash; A Visão de Empresários e Executivos do Setorerdquo;. Durante o evento, ele compartilhará análises e perspectivas, sobre os desafios e oportunidades do setor sucroenergético. O Congresso UAPNE25 se consolida como uma plataforma estratégica para discutir inovações tecnológicas, estratégias de sustentabilidade e o impacto das medidas protecionistas no cenário global.

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Petróleo fecha em alta, de olho na guerra da Ucrânia e posicionamento da Opep+

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, 24, em meio a preocupações com a oferta após a refinaria de Ryazan, na Rússia, suspender suas operações devido a um ataque de drones ucranianos. Investidores também se mantêm atentos à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), e se o cartel seguirá em frente com os planos de começar a devolver barris retidos ao mercado em abril. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para abril fechou em alta de 0,42% (US$ 0,30), a US$ 70,70 o barril, enquanto o Brent para maio, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,35% (US$ 0,26), a US$ 74,31 o barril. As incertezas em relação às tarifas de Donald Trump, as negociações de paz que visam acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e o posicionamento da Opep+ são os principais temas para a direção da commodity nesta segunda-feira, avaliam analistas. A barreira dos US$ 70 para o WTI eldquo;está desafiando a tendência de baixa do petróleo brutoerdquo;, diz Razan Hilal, analista do Forex.com. Nesta segunda, Trump recebeu o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca, e disse que o país está eldquo;muito pertoerdquo; de alcançar um acordo de paz para a guerra entre Ucrânia e Rússia. Na ocasião, o republicano afirmou que países europeus estarão envolvidos nas negociações para o conflito. Ainda sim, as tensões continuam, com a unidade principal de destilação de petróleo bruto da refinaria de Ryazan pegando fogo após o ataque ucraniano. O processamento de óleo foi completamente suspenso e a refinaria pode retomar parcialmente as operações dentro de alguns dias. No radar, espera-se que a Opep+ adote uma abordagem cautelosa em relação à política de produção de petróleo devido ao aumento dos riscos políticos sob o comando de Trump, diz a diretora de Energia do Oriente Médio da Kpler, Amena Bakr. O grupo está buscando manter a estabilidade dos preços, mas também exige que eles caiam dentro de uma faixa específica para equilibrar seus orçamentos e alcançar o equilíbrio fiscal, explica Bakr. (Estadão Conteúdo)

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O aumento do biodiesel no diesel para 15% já tem data para acontecer, diz Alceu Moreira

O deputado federal, Alceu Moreira, presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), disse que o aumento da mistura deve acontecer na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em até 2 meses. A fala ocorreu durante o Seminário Agronegócio, realizado pelo LIDE. Na semana passada, o governo brasileiro decidiu por manter a mistura obrigatória de biodiesel no diesel em 14% (B14), indo contra um aumento programado para 15% (B15), definido anteriormente para 1º de março. O governo alegou que a decisão foi realizada para conter o aumento dos preços depois alimentos. eldquo;Isso deve acontecer [aumento da mistura], até porque os preços estão caindo. Na verdade, os preços do biodiesel só cresceu por dois fatores: uma redução do óleo de palma na Indonésia e safra frustrada no ano passado. Com essa grande safra de óleo, o preço vai se acomodar, até porque ele caiu 11% e vai crescererdquo;, explicou. O presidente da FPBio alegou ao governo federal que a decisão de manter a mistura não precisava ser tomada, porque os preços já estavam em queda. eldquo;O governo defende que o preço continua alta no mercado, mas os valores continuam alto porque o supermercado tem estoque e precisa desovar esse estoque. Ele comprou por esse preço e vai vender assim que puder renovar o estoque, vender mais barato. Tudo isso foi explicado, mas nada foi resolvido. Acho que na próxima reunião do CNPE nós chegaremos ao B15, até porque o governo tem um compromisso com isso, é impossível negarerdquo;.

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Relatório da ANP aponta engessamento do mercado de GLP

Em meio às discussões sobre a reforma na regulação do setor de gás liquefeito de petróleo (GLP), um relatório de abastecimento publicado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) analisa um caso envolvendo a Ultragaz e aponta que há um engessamento das participações de mercado, diante dos mecanismos de fornecimento do produto feito pela Petrobras. O relatório referente ao mês de outubro de 2024, publicado na quarta-feira (19/2), conta que, naquele mês, a Petrobras reduziu em 40% o volume de GLP em um pedido feito pela Ultragaz em polos do Sul e Sudeste, em razão da empresa ter perdido a janela para pedidos firme. A empresa chegou a solicitar intervenção da ANP, mas não houve risco de desabastecimento no mercado. O episódio, contudo, demonstrou que há baixa concorrência, dado que haveria uma expectativa sobre o realinhamento de posições do mercado. O documento foi elaborado pela área técnica responsável pela regulação do abastecimento de combustíveis, a Superintendência de Distribuição e Logística (SDL). A Ultragaz é a quarta maior distribuidora de GLP do país. Em 2024, foi responsável por 17% das vendas totais por distribuidores. A Petrobras fornece GLP por meio de um regime em que o distribuidor tem direito a cotas que consideram a média trimestral de fornecimento. Assim, a redução da retirada em um mês também implica na redução no futuro. A companhia pode reduzir as retiradas, casos em que os cortes costumam ser justificados por uma demanda superior a do mercado consumidor. Além do caso específico, a ANP avalia que há um estímulo nesse regime de cotas para uma sobredemanda por parte das distribuidoras, para reduzir o risco de market share. O volume não retirado pela Ultragaz, portanto, poderia ser absorvido por empresas concorrentes, mas não foi o que ocorreu. eldquo;Um aspecto importante da estratégia descrita para os polos sobredemandados é que como a Ultragaz não se compromissou com volumes para o mês de outubro, necessariamente, não teve acesso ao mesmo volume de produto ofertado pela Petrobraserdquo;, diz o relatório. eldquo;Neste sentido, os concorrentes deveriam avançar sobre os volumes excedentes, porque os incentivos à busca de maior acesso a produto deveriam ser igualmente distribuídos entre os agentes. Não foi o que ocorreuerdquo;, diz a agência. Isso ainda é provocado pelo baixo crescimento da demanda por GLP. eldquo;O baixo crescimento acrescido à sobredemanda tende a tornar ainda mais rígida a posição de cada empresa nas vendas de GLPerdquo;, diz a ANP. Procurada, a Ultragaz afirmou à agência eixos que eldquo;efetua seus pedidos junto aos fornecedores para atender a demanda projetada, seja em busca de crescer no mercado, seja para reduzir os custos de transporte para trazer o produto de um polo alternativo. Essa operação envolve a principal fornecedora Petrobras, mas também os demais fornecedores privadoserdquo; eldquo;Neste processo, os pedidos são feitos de acordo com a demanda, mas eventualmente podem ser ajustados e acordados entre a área de suprimentos e os fornecedores, inclusive com alterações dos polos de fornecimento, como ocorreu durante o episódio citadoerdquo;. Reforma do setor O caso se insere no contexto em que a agência propôs uma reforma no setor de GLP. A consulta prévia da Análise de Impacto Regulatório foi encerrada em janeiro, e as contribuições estão em fase de análise pela área técnica. Entre as medidas previstas, está a definição de novas diretrizes para o rateio do suprimento de GLP no atendimento das regiões deficitárias. A proposta da ANP ainda leva em consideração o histórico de retiradas, mas agrega outros dois critérios: o percentual do volume aos distribuidores com menor poder de mercado e o rateio de acordo com a capacidade de armazenagem na unidade federativa do polo. A ideia é que o rateio ocorra em duas etapas. Na primeira, será destinado mensalmente um percentual aos distribuidores com menor poder de mercado: 20% em polos que não disponibilizarem carregamento rodoviário; e 30% para os demais. Distribuidoras (incluindo coligadas) com participação igual ou superior a 10% do mercado nacional não poderão ser beneficiadas. A venda entre distribuidoras incluídas no rateio poderá ocorrer apenas para empresas com menor poder de mercado. Na segunda etapa, 75% do volume a ser rateado, após o saldo da primeira etapa, será conforme histórico de retiradas; e 25% conforme a capacidade de armazenagem de GLP do distribuidor no estado endash; não serão considerados contratos de cessão de espaço.

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Etanol é mais vantajoso do que a gasolina em cinco Estados, diz ANP

O etanol mostrou-se mais competitivo em relação à gasolina em cinco Estados nesta semana. Na média dos postos pesquisados no País, o etanol tinha paridade de 68,87% ante a gasolina no período, portanto mais favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo Estadão/Broadcast. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. Os preços médios do etanol hidratado caíram em 12 Estados, subiram em 10 Estados e no Distrito Federal e ficaram estáveis em 4 Estados nesta semana. Os dados são da ANP, compilados pelo AE-Taxas. Nos postos pesquisados pela agência em todo o País, o preço médio do etanol caiu 0,23% na comparação com a semana anterior, a R$ 4,38 o litro. Conforme a ANP, o etanol está mais competitivo em relação à gasolina nos seguintes Estados: Acre (69,3%) Mato Grosso (64,62%) Mato Grosso do Sul (66,77%) Paraná (68,71%) São Paulo (67,69%). Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média ficou estável no período, em R$ 4,19 o litro. A maior alta porcentual na semana, de 1,01%, foi registrada em Alagoas, onde o litro passou a R$ 4,98. A maior queda no período, no Rio Grande do Norte, foi de 3,98%, para R$ 5,07. O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,39 o litro, em São Paulo. O maior preço, de R$ 6,49, foi observado em Pernambuco. Já o menor preço médio estadual, de R$ 4,11 foi registrado em Mato Grosso, enquanto o maior preço médio foi verificado no Amazonas, de R$ 5,48 o litro.

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